Você, alguma vez, já sentiu que é melhor por escrito do que pessoalmente? Eu me sinto assim... sempre me senti assim.
Na verdade sempre me senti muito inadequada. Não sei explicar por que, e muitos podem ficar tristes ou chateados com o que estou dizendo agora, mas é verdade. Não tenho uma personalidade muito popular (repito tanto esta frase, está na hora de mudar). Isso é o que diz meu histórico, está bem? Já fui tachada de antipática, besta, metida milhares de vezes em minha vida, e não tiro a razão de quem assim me julgou. Acho que hoje estou um pouco diferente. Sempre botei a culpa na timidez, que é mesmo desmedida, mas se olhar com mais atenção vejo que eu era mesmo assim, esnobe, e ainda sou um pouquinho.
Com a vida, e principalmente com o casamento, fui simplificando, fui me humanizando, a palavra é esta. Hoje muitas pessoas me acham simpática, especialmente se o Vi está junto e sou avaliada como casal: somos um casal simpático. Muito mais por ele que por mim, diga-se de passagem.
Eu gosto de ser assim? Não, nem um pouco. E é daí que surge esse meu sentimento de inadequação. Quem passa sempre por aqui e deixa estes comentários fofos que eu leio e me emociono me vê de uma maneira que eu não me vejo, quer dizer, de uma maneira que eu vejo a Tati por escrito. É como se eu tivesse dupla personalidade ou coisa assim. A minha delicadeza, minha sensibilidade expressam-se melhor em palavras escritas. Sou bruta, um pouco elefante em loja de cristal, não sei usar bem as palavras faladas. Quero aprender! A PNL me deu algumas ferramentas, que tenho posto menos em prática do que deveria. Deus me deu um sorriso bonito, que melhora bem minha chegada. Tenho usado este utensílio também no meu dia a dia e vejo que ele abre muitas portas, mas nem sempre sei como usar.
Por que escrevi tudo isso? Por que tenho me questionado sobre tudo o que leio aqui, sobre os elogios que recebo e não acredito. Por que recebi um presente tão especial de alguém que só me conhece por escrito e penso que, talvez, goste de mim só por isso... Por que tenho muita vontade de conhecer algumas amigas que fiz aqui e morro de medo da impressão que posso causar pessoalmente. Da decepção que seria. Sei que quando o Vi ler vai dizer que não é bem assim. Ele é a prova disso em minha vida, alguém que acredita que eu sou amável (amável no sentido de que pode ser amada). Pode ser que amanhã eu pense diferente de tudo o que escrevi aqui. Ainda não sei se terei coragem de publicar este texto ou se irá somar-se aos rascunhos e .docs não enviados por serem alma exposta demais, mas enquanto escrevo sinto uma vontade tremenda de postá-lo. Pode ser que eu toque nesta tecla "sem querer" e depois, já foi, é flecha lançada.
Não escrevo em busca de compaixão ou de aplausos, massagem no ego, nada disso, mas tentando entender por que desta dissonância, tento encontrar iguais, gente que possa me dizer que também se sente ou já se sentiu assim e que, por isso, me entende. Quero gostar tanto da Tati que eu toco quanto da que eu leio, mas ainda não sei como. E cada vez mais tento transpor-me para cá, onde sou aceita de uma maneira tão acolhedora, quando na realidade deveria buscar formas de incorporar na "eu de carne e osso" as características que me fazem especial em texto.
Fiz sentido para alguém?
Beijos,
Tati (acho que aqui estão as duas muito misturadinhas...)
Beijos,
Tati (acho que aqui estão as duas muito misturadinhas...)