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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meus 7 sins da moda

Quando fizemos nossos nãos da moda, deu uma sensação de sermos ranzinzas, de não gostar de nada. Então a Gi, do Bordados e Retalhos teve uma ótima ideia, de apresentarmos nossos sins. Ela me indicou e até agora eu não tinha parado para fazer os meus. Hoje estou no pique! Como diz a Mila, o bichinho blogador me mordeu. Estou agitada, o resultado do BlogBooks foi adiado, tem horas que acho que deu, tem horas que acho que não deu... Todo mundo me diz para relaxar e entregar nas mãos... Mas eu não CONSIGOOOOO!!!

Ok, estou melhor... obrigada pelo copo de água. hehehehe

Tá, e cadê meus sins da moda? Vamos lá?

Eu já falei que sou apaixonada por vestidos, lembra? E que minha paixão é tanta que enlouqueci e faço coleção de modelos que desfilam pela internet. Se tivesse que dizer meu único SIM à moda, seriam vestidos, em muitas de suas possibilidades. Alguns eu tenho, outros não. São apenas coisas que eu gosto e desejo, babo de vontade, até sonho (dormindo ou acordada...).

Clique que aumenta
1- KARI: O mais mais de todos. E este eu tenho um! Ganhei no Natal, um dos melhores presentes que meus pais podiam me dar. Conhece? Se você é mulher, precisa ter um! É um tecido que vira vários vestidos, saia, uma capinha que esqueci o nome chique que se dá... Vem com um DVD ensinando várias possibilidades de amarração. Para terem uma ideia, usei o meu no Natal, como vestido. E fiz o maior sucesso! No ano novo, usei como saia, usando a estampa do outro lado. Era uma roupa completamente diferente! É o máximo!!! Link no final.

 
2- TRENCH COAT: Este ainda é objeto de desejo. Eu comprei um "quase", por que nem é tão quentinho. Quero um de lã, o meu é meia estação. Dá uma amenizada no enooorme desejo que tenho de um destes. Pelo menos por enquanto. Ok, quando se mora no Rio um casacão destes não é bem um artigo de primeira necessidade. E quando eu estiver viajando o mundo? Hein? hein? Então, está chegando a hora!! hehehe Este eu coloquei duas fotos, por que a paixão é muito grande e eu queria um de cada cor das que estão aí em cima. O meu é pretinho, o tal do básico...

3- JEANS E CAMISETA: Este é meu uniforme básico. E adoro. Não tem erro, vai bem com tudo, vou assim a quase todos os lugares. Ideal para dias de TPM, de pressa, de vontade de priorizar o conforto. Quando quero incrementar capricho nos acessórios, produzo um pouco melhor cabelos, sapatos e voilá! Estou pronta para tudo e quase qualquer coisa. É bom demais!!!
4- SORRISO LARGO: Como dizia Madre Teresa, é a forma mais rápida e eficaz de melhorar nossa aparência. Eu concordo e adoto!

5- ÓCULOS GRANDÃO, ESTILO CORUJA:  Será que é por que sou uma mãe deste tipo? Ah, sei lá. O que sei é que AMO este tipo de óculos. De preferência marrons e inteiros, claro. 

6- SAPATOS VERMELHOS: Na verdade, como toda mulher que se preze, sou louca por sapatos. Sou capaz de passar um tempo precioso apreciando uma vitrine. E comprar sapatos me dá orgasmos! kkkk AMO MUITO! De um modo geral sou controlada para comprar, como disse a Cynthia uma vez, (eu adotei a frase para mim) sou pão-dura, mais dura do que pão. Uma vez, fui ao shopping com amiga-espelho-Alê, me apaixonei por uma sandália plataforma (nem são minhas preferidas), vermelha, com uma fivelinha em strass. A coisa mais linda, com um preço tão salgado quanto sua beleza. Namorei, desfilei, pensei e me despedi. Levo como amor platônico para toda a vida! Desta vez me arrependi de não atender meus apelos consumistas... 

7- BOAS COMPANHIAS: Se o sorriso é a forma mais rápida e eficaz de melhorar nossa aparência, estando com quem amamos isso fica bem mais fácil. Não tem como eu me sentir mais bonita e "na moda" do que ao lado destes dois! 

Tá, amigos, sei que não falei tanto de moda como poderia supor. Moda é isso, não é? Meu jeito é assim!  Para encerrar, coloco uma foto minha, com meu Kari, ao lado de uma mulherada que eu AMO. A de gorrinho do Papai Noel entende tudo de moda, na dúvida, perguntem a ela.

E você? Diz sim à moda? Conta aí para a gente...

Beijos a todos,
Tati.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas sobre meus NÃOS na moda


A Isa, em seus Tantos Caminhos, me indicou para um selinho, que inclui contar 9 coisas sobre mim. Eu acho isso mega difícil pelo seguinte: Meu blog só conta coisas de mim. Como selecionar mais 9 coisas assim, de uma só vez? 

A outra brincadeira foi uma indicação da Eliane, em sua Casinha, e a proposta é dizer meus 7 nãos da moda. Eu já tinha lido esta brincadeira no blog do Alexandre - Lost in Japan. E ele o fez de uma forma tão engraçada que nem me atrevi a pensar no assunto, jamais seria tão divertida como ele foi naquela oportunidade. Se não leu, leia e gargalhe

Para aproveitar as duas indicações, falarei sobre 9 coisas sobre minha maneira de lidar com meus NÃOS da moda. Vou tentar, está bem? Se não gostarem procurem o SAC do Perguntas em Resposta. Lá uma atendente treinada em gerúndios irá transferir sua ligação indefinidamente entre os muitos departamentos enquanto você ouve valsas lindas convertidas em um som eletrônico até que você passe a odiar música clássica e peça, por favor, que eu coloque o Rebolation para escutar... brincadeirinha...

Vamos lá:
1- A primeira coisa sobre mim é que não sou nada ligada em moda. Eu uso o que gosto, e isso não tem tempo definido. Dura o tempo que a peça de roupa durar ou o tempo que durar meu apreço por ela. É, às vezes enjôo de algumas coisas... Seria capaz de usar roupas com tecido de cortina se achasse bonitas e confortáveis. Ou se fossem feitas por uma tia que canta tão bem!

2- Até pouco tempo atrás, quando acontecia uma catástrofe no Brasil, eu fazia uma limpa daquelas no guarda-roupas. A última foi para Santa Catarina. Nesta ocasião, doei coisas que vocês nem podem imaginar, inclusive mochilas e bolsas de viagem. Legal, né? É, o problema é que não posso renovar meu guarda-roupa na mesma intensidade, portanto, na primeira ocasião em que precisei de uma mochila, um boné, uma determinada blusa, casaco... Eles já não me pertenciam mais! Torço para que tenham feito a alegria de algumas pessoas... Agora estou um pouco mais seletiva... 

3- Eu coleciono vestidos.  Ah, nada de mais colecionar vestidos, né? O que tem isso? É que estes vestidos que eu coleciono não são de tecido, na verdade são, eu é que não os tenho no guarda-roupa. Não entendeu nada? Eu explico: Tenho uma mania maluca de colecionar FOTOS de vestidos. Um tempinho livre, uma ocasião especial, whatever, lá vou eu para google imagens com as palavras-chave que me levem aos vestidos desejados. Pode ser por modelo, por ocasião e até por cor, não importa. Vejo um monte, gosto de vários, salvo em pastinhas... Tenho pastinhas nos pendrives e no HD. O estranho disso tudo é que nunca confeccionei nenhum dos modelitos. Ainda não achei a tal da costureira... 

4- Eu jamais usaria calça saruel. Acho que é quase unanimidade isso. O que me deixa cabreira: como pode sobreviver um item que todos dizem que não usariam? 

Foto retirada da internet
 e modificada por mim
5- Tenho pernas grossas (gorda é o... piiiiiiiii) e não é qualquer coisa que me cai bem, então cuido muito desta escolha. Algumas coisas que acho lindo, em mim sei que seria ridículo. Esta moda de short com meia calça, por exemplo... estou fora! E tenho visto cada coisa feia por aí... Acho que cada um deve usar o que gosta, só que as pessoas deveriam conhecer melhor seus biotipos, né? O fato de achar lindo não significa que ficarei linda usando...

6- Unhas verdes ou azuis. Sei lá, acho estranho. Me sentiria marciana ... Ah, nestas horas sou tradicional. Esmaltes vermelhos ou rosas. Aí, todas as possibilidades! Mesmo sendo fã da Fiona, prefiro ser Cinderela!

7- Saia Balofê... ops, Balonê... hehehe Pelo mesmo motivo dos shorts com meia calça. Eu me sentiria uma cúpula de abajour ... Estranho demais... Coisa para pouquíssimas!

8- Qualquer coisa que custe mais que um salário mínimo. E não é por que ganho pouco não (ok, também é). O principal é que acho meio desaforo. Me assusto com os editoriais de moda da Nova ou da Cláudia. Pior ainda na Vogue ou Marie Claire. Quantas de nós, mortais, pode dar 900 moedas numa blusinha que faz par com uma calça de 700, sapato de 1500 e bolsa de mais sei lá quanto... E há ainda os acessórios... Com o valor de uma produção compra-se um carro! Ah, fala sério...

9- Blusa branca com sutiã preto. Tá, podem dizer que é moda. Para mim, o que é feio quando não é moda continua sendo feio quando é. E isso é horrível!!! Tétrico, medonho!!

10- Para finalizar os Nãos da moda vou colar da Eliane: Nada de pele de bichos. E nisso incluo roupas com estampa de bicho. Um detalhe acho lindo! Tenho lenço, bandana, bolsa, sapato... e teria mais coisas se pudesse, agora sair por aí com calça, blusa, vestido, máscara de onça, zebra, girafa, elefanta... estou fora! Pior ainda se forem peles verdadeiras. Acho mórbido!

11- Finalizando coisas sobre mim (já foram mais de 9, né? Olha que texto gigaaaante...). Eu não ligo para como as pessoas se vestem. Acho que cada um expressa sua personalidade à sua moda. E isso deveria ser o significado de "moda". Seu estilo, sua maneira de ser. Sou despojada, simples, bem Tati. Gosto de cores e estampas, não necessariamente juntos. Amo saltos, usando-os com parcimônia. E se pudesse escolher (um dia poderei) só andaria de vestido! Tem uma amiga dos meus pais que me chama de Tati-vestidinho... por que será, né? hehehe O que não significa que abriria mão da deliciosa calça jeans, daquelas com boca mais larga um pouquinho, disfarçando a grossura das pernas. Essas skinning não me agradam nem um pouco. Odiaria ser a mulher-kibe!

Eu não vou oferecer a ninguém não, tudo bem? Quem achar legal e quiser repetir a experiência pode até desmembrá-la: 9 coisas sobre você; 7 nãos da moda. Ou bate no liquidificador  e faz essa vitamina aí! hehe

Beijos a todos,
Tati.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sapateando


Desde que vendi meu carro, há quase 2 anos, descobri um monte de coisas. Algumas boas e interessantes, outras nem tanto...

Por exemplo, descobri que a expressão "gastar sola de sapato" não é alegoria, não é figura de linguagem. Quando se anda a pé - e se anda muito- a sola, e o resto do sapato, se gastam mesmo, e quando vemos, já era mais um. A renovação precisa aumentar!

Descobri também o valor de descer do salto, e neste caso vale a metáfora e o sentido literal da frase. Sim, por que foi só depois que vendi o carro que aprendi o valor de uma rasteirinha e de uma sapatilha. Antes, saltos eram meus companheiros de jornada. Hoje, sinto que perco muito tempo com eles, e que me canso mais. Na hora de escolher um sapato, se terei que ir andando, dá uma preguiiiiiça compriiiiiiida de por salto, e acabo optando por algo bem, bem perto do chão. Eu chego mais rápido!

Mas disse que também desci do salto no sentido metafórico, lembram? Pois é, perdi a vergonha de pedir carona. Gente, sou um ser tão orgulhoso, uma sortuda de não ter nascido com nariz arrebitado, mas o nariz da minha alma é muito, muito arrebitado, mais que a Narizinho de Lobato! Se você mora em cidade grande como eu, e depende de transporte público, sabe que tem mais chances de chegar no horário naquela reunião se pedir carona ao colega. Transportes públicos não tem muito compromisso com horário... E a surpresa disso tudo é que a colega distante que te dá carona pode tornar-se uma grande amiga! E isso você só descobre por que ficou sem carro e perdeu a vergonha - desceu do salto! São as compensações da vida.

Claro que tem coisas chatas, muitas coisas, mas não é sobre elas que quero falar agora, tá bem? Estou feliz hoje e quero continuar assim. Quero pensar nas coisas boas que vieram daí. 

Logo que vendemos o carro eu comentei com marido: agora eu encontro as pessoas! Isso mesmo, por que andando pelas ruas do bairro, a todo momento encontramos pessoas queridas, mas com as quais não temos contato. Nos esbarramos em esquinas, tropeçamos na porta de uma loja, atravessamos no mesmo sinal, às vezes em sentidos opostos, mas o sorriso que trocamos é suficiente para iluminar o coração naquele momento. Lembramos e somos lembrados. O vidro filmado do carro e toda aquela ferragem colorida, nos oculta. Somos o automóvel e não mais o indivíduo. 

E era isso que eu queria falar. Queria contar que entendi o tal do fecha uma porta e abre uma janela. Basta estarmos dispostos a olhar do jeito certo: copo meio cheio ou meio vazio? 

Estas alegrias não me impedem de sonhar com um carro novo, que virá em breve, na hora certa. E claro que há momentos em que ser Polyanna é mais difícil, seja por TPM, por estresses do dia-a-dia, por restrições que nos acabam impostas, mas hoje meu copo está meio cheio, e meu coração está transbordando. E é assim que mais gosto de estar.

Então vamos lá, de sapato baixo e sorriso aberto, fortalecer as pernas e o coração!!! (Josi Stanger).*


Beijos a todos,
Tati.

* Eu pensei, pensei e não consegui encontrar A FRASE para finalizar minha postagem. Lancei de qualquer jeito, com uma pergunta retórica que não me agradou, mas queria postar logo e pronto. Aí, veio o primeiro comentário, da Josi, que eu adoro (e estava lendo e comentando enquanto ela me lia e comentava... ehhe) e AMEI como ela finalizou. Era tudo que eu queria concluir e faltaram ideias. Então, cara de pau, roubei! Mas honesta que sou, dei os créditos! Não conhece a Josi? Não sabe o que está perdendo... segue o link!

Mais beijos. FUI!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Vestido da sorte

Quando tivemos o verde na blogagem coletiva eu fiz "alguns" rascunhos e acabei optando pelo Minha vida é verde, na verdade, li os dois que mais gostei para marido e ele escolheu. Só que este ficou aqui, juntando poeira cósmica virtual... Agora o Colorindo a vida acabou e o texto ficou assim, sem pai nem mãe. Resolvi lançá-lo a vocês, quem sabe alguém ri um pouquinho... No fim das contas ele é apenas o detalhamento de um parágrafo da postagem verde, mas é independente, quem não leu vai entender, afinal, ele era uma postagem independente, né? Então, está aí para vocês minha boba historinha em verde:

Elegi, para contar, uma história sobre um vestido.

Meu guarda roupas é muito colorido, entretanto há um predomínio de verde e rosa (não sou mangueirense, hein. É só coincidência), mas as roupas favoritas são verdes. Meu vestido mais querido, e que por isso uso em ocasiões especiais, chegou a ser apelidado por meu chefe de "vestido da sorte"... hehehe. É a história que vou contar. 
Descobri que quase não tenho fotos com ele...

Há dois anos atrás estávamos hospedados na casa de meus pais, aguardando que os antigos moradores liberassem nosso novo apartamento. Tivemos que entregar nossa casa e nada do casal entregar o apartamento. O que era para durar 15 dias foi eternizado em 4 meses. Nem preciso detalhar nosso (des)ânimo no período, né? 

Nesta época, passando por uma vitrine, me apaixonei por um vestido. Não era hora para compras, mas eu queria me consolar. Entrei na loja e experimentei. O vestido era estilo cache coeur, verde escuro, quase musgo, vestia maravilhosamente bem. Foi amor à primeira vista. E foi correspondido. A não ser (sempre tem que ter um porém, né?)... pelo preço... Era bem caro. E sabia que teríamos grandes despesas pela frente, além daquelas decorrentes das documentações. Mas este pirulito do Dr não poderia ser deixado no consultório. A injeção estava doendo muito...

Comprei o vestido! Feliz demais. Comprei também mais duas blusas em outra loja. E voltei para casa preocupada. Coloquei uma bolsa dentro da outra... ai, ai, ai... o que o Vi vai dizer?

Cheguei na casa da minha mãe e enfiei a bolsa (neste momento já resumia-se a uma única) em um guarda-roupas de quando eu era solteira e que minha mãe usa para "coisas em geral", sabe como é? Então, meu vestido lindo ficou ali. Morou ali os meses restantes de nosso exílio. Não tive coragem de tocar no assunto com o Vi. Mostrei as blusas, usei, mas o vestido... Só pensava nele. Uma espécie de amor platônico temporário.

Então nos mudamos, e na primeira oportunidade, lá estava eu com meu vestido. Contei a história para o Vi, que achou que eu estava linda e pronto! Questão resolvida. Mas aí é que começa a história.

Este vestido, além de lindo, é muito discreto. Não é decotado, bate abaixo do joelho, tem cores sóbrias. E é extremamente feminino. Como não tenho um grande guarda-roupas, suas características me fizeram elegê-lo para traje de apresentações importantes. E este ano que passou foi riquíssimo delas. Então toda vez que surgia uma apresentação, uma aula, uma palestra, fosse no mestrado ou no trabalho, lá estava meu vestido verde exibindo os slides. Estava tudo ótimo até que no final de 2009 tivemos uma apresentação externa e, por acaso, fui de calça. 

Quando chegamos meu chefe comentou: 
- Ué, não veio com o vestido da sorte?

Fiquei com tanta vergonha... Mas achei engraçado. Meu chefe é também meu amigo, tem intimidade para brincar. Achei ótimo que ele pensasse que era superstição, mas corri comprar um novo modelito, também belo e discreto, mas agora preto. 

Ainda assim o lugar do meu amado vestido verde está garantido. No armário, no corpo e no coração. Ele é meu companheiro em memoráveis lembranças!

Beijos em verde esperança e cura,

Tati.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma caverna Wireless, por favor.


Estou muito determinada a manter esta visão positiva da vida. Estou confiante, alegre, decidida, entusiasmada! As adversidades não são mais capazes de me derrubar.

Claro que isso dura até a próxima TPM... quando o mundo deixará de me amar, os carrascos me perseguirão, minha vida não funcionará e nada dará certo para mim...

Como pode? Sou uma mulher moderna, bem resolvida, produtiva, inteligente, um cérebro pensante. Ou quase, por que na verdade quem manda neste ser são os hormônios... Eles conseguem me definir. Eu posso tomar a resolução que for, quando vai chegando aquela semana... Não tem reza forte que mude meus pensamentos...

Que horror!! Ao me dar conta disso, percebo que eu posso usar muito bem um computador, posso dividir tarefas domésticas com marido, posso engrossar o mercado de trabalho em uma função antes masculina, ou qualquer coisa que me defina como mulher do século XXI. Quando vou menstruar descubro que não há diferença daquela mulhosapiens de origem ... Sou guiada por "instintos" primitivos...

Então, já sabendo disso, tento marcar reuniões importantes e outras coisas para a semana boa, evitando a semana má. Sim, a vida se processa deste jeito: semana boa, semana mais ou menos, semana mais para menos e semana MÁ. Como não tenho toda essa autonomia sobre minha vida profissional (manda quem pode, obedece quem tem juízo, mesmo que de TPM), nem sempre consigo. Aliás, acho que há uma conspiração astral que coloca o calendário de eventos tensos e inadiáveis para esta semana. Adivinha quando cairá minha defesa?!

Sou apenas uma mulher das cavernas habitando um apartamento... moderníííssimo, por sinal!

Beijos felizes da semana mais feliz do mês!
Tati.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Um diabo, de Prada, me tentando


Tem gente que já nasce princesa, sem esforço é delicada, ultrafeminina, mulherzinha. Eu não sou assim... por mais que eu queira ser!! Mas eu me esforço, ah, isso eu faço!
Já fui muito desencanada, desligada de quase tudo. Na época da faculdade como tinha que usar branco facilitei a vida: comprava duas ou três calças iguais e tinha sempre 7 camisetas hering (das femininas, caneladinhas), que me vestiam de segunda a sexta, assim não perdia tempo pensando no que vestir. Soube depois que Einstein fazia o mesmo (bom, enfim temos alguma coisa em comum. Pena que é isso...). Me formei e a vida mudou, eu cresci, virei mulher feita. Agora eu faço luzes, mas meus cabelos estão sempre tão descabelados que opto por um coque-sem-vergonha e ando assim por aí. Tem também as unhas, que já passaram largos períodos bem curtinhas. Agora eu tento mantê-las sempre feitas e testo cores diferentes. O guarda roupa também mudou (embora bem menos do que eu gostaria...) e se fosse por escolha, só andaria de vestidos por aí. Vestidos de todas as cores, modelos, tamanhos... Ainda não deu para ser assim, mas estou no caminho.
Pois então. Eu adoraria ser perua, mas não tenho este dom.
Semana passada tinha uma reunião importante no trabalho. Importantíííssima. Plena segunda-feira de manhã.  Fiz marido e filho me acompanharem ao shopping domingo, final de tarde, e fiz as unhas lá, a preço de ouro. Não podia ir à tal reunião sem um vermelhão... Separei a roupa mais adequada,  a bolsa, o sapato... Cuidei dos cabelos... Peguei meus óculos-coruja, como manda o protocolo das peruas. Segui para o grande evento cheia de importância. Chegando ao trabalho percebi que tinha esquecido meu crachá (percebi na portaria, tendo que entrar na fila dos visitantes, apresentar identidade...). Segui o caminho e decidi ligar para uma amiga que também participaria da reunião, afinal,  me dei conta que não tinha certeza do local da reunião (Qual a sala? Qual o prédio? Qual o andar?). Celular sem bateria ... esqueci de carregar... Tive que deduzir o local e dei sorte. Achei!
A reunião foi boa, não tão boa quanto eu imaginava, mas boa.
E eu? Eu percebi que não tenho vocação para a função de perua; sou um fiasco! Vou continuar insistindo, por que adoro me sentir bem cuidada, mas com uma adequação do foco, né? Não dá para melhorar a apresentação e comprometer a eficiência ...
Será que não sou capaz de ser inteligente e bonita ao mesmo tempo?
Tsc... tsc...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Procura-se Dona de Casa, mínimo 5 anos de experiência na função.


Por muito tempo Alice sofreu – pasmem – por não ser uma boa dona de casa. Mas por que diabos precisava ser? E o que exatamente é uma boa dona de casa?
Alguém que consegue manter móveis livres de poeira, vidros que parecem espelhos, banheiros brilhando, com agradável perfume de limpeza? Toalhas brancas, macias, sem manchas? Um cronograma de atividades domésticas cumpridas à risca? Será isso? Comida fumegante no fogão e mesa posta sempre que a família chega para o jantar, diariamente...
Não, definitivamente Alice não era assim. Não dominava a arte da limpeza, atrapalhava-se entre panos, baldes e produtos. Sentia-se perdida na função. Aquela Alice considerada pró-ativa, dedicada, comprometida, eficiente no trabalho não fazia a menor idéia de como otimizar o trabalho de casa, definitivamente não se sentia mão de obra qualificada para a função.
Sim, ela estava de acordo com a missão e valores de sua casa, afinal de contas, estes vêm sendo definidos entre ela e o marido há 15 anos, desde o primeiro dia depois daquela linda festa de casamento, quando passaram a habitar o mesmo teto. Não tiveram lua de mel, não uma lua de mel clássica, com viagem, fotos e histórias para contar aos amigos, mas viviam em uma lua de mel infinita. Eram muito felizes juntos. Felizes com pizza, lasanha congelada, cachorro quente entre outros lanches e comidas rápidas. Alice não pilotava muito bem as panelas. Fazia uma coisinha ou outra, pratos simples, rápidos e práticos, mas não poderíamos classifica-la como indicada para o ofício. Adorava almoços em ótimos restaurantes, com maravilhosos buffets de saladas, por que adorava saladas, mas detestava prepará-las. Era bastante focada no crescimento de sua família, acompanhando de perto o desenvolvimento de cada membro da equipe. Apoiava o marido em sua bela carreira, e incentivava os filhos a desenvolverem suas habilidades, apontando suas melhores características e o caminho para uma melhor colocação. Poderíamos perceber nela uma eficiente gestora, sim ela era capaz de perceber possibilidades e formas de recolocação de cada um. O filho de 12 anos era alto, esguio, longilíneo, um tanto desengonçado para a dança, mas seus longos braços e sua agilidade ajudavam-no no esporte. Era ótimo no basquete e na natação. Ela o incentivava desde o início, quando ele ainda desejava apenas ser um capoeirista. - “Sim, você pode fazer capoeira, é ótimo, mas que tal se, além disso, o matricularmos na natação? A natação é um ótimo exercício, vai ajudá-lo no alongamento”. Pronto, bastaram seis meses e 3 medalhas para Gabriel perceber que tinha mais talento para a natação do que para a Capoeira, que mantém como um hobbie, dedicando-se muito mais às piscinas atualmente. Ela era certeira! Isabel, sua linda filha de 10 anos, também era um exemplo disso. Quando a menina ainda tinha 3 anos percebeu seu talento com papel e tinta. Como era delicada sua Bel! E tinha um talento inato para a escolha das tintas, manejou o pincel com destreza desde a primeira vez. Hoje já pinta pequenos quadrinhos que são cuidadosamente emoldurados e pendurados pelas paredes da bela casa. Não é uma casa grande e luxuosa, mas é acolhedora, aconchegante e bagunçada! Sim, Alice não sabe como fazer para sentir-se estimulada pelas funções domésticas. É excelente profissional, conceituada, disputada pelo mercado. Já acumulara grandes conquistas pessoais, tinha uma carreira de sucesso. Mas faltava alguma coisa. Ela não correspondia à figura feminina dos comerciais de margarina. Como sentir-se feliz e realizada com vassoura, balde, pano de chão? Tinha que fazer alguma coisa!
Como excelente headhunter que era, agendou reunião com a gerência da equipe familiar, indicando a necessidade de preenchimento da vaga, apresentou gráficos e planilhas previamente preparados para a ocasião exibindo cálculos detalhados dos riscos, custos e benefícios envolvidos no projeto. Tudo foi tão bem elaborado que obteve imediata aprovação, com cumprimentos por sua capacidade de articulação. Colocou mãos à obra no recrutamento e seleção de pessoal habilitado para a função, utilizando sua ativa rede de relacionamentos, ligou para um, dois, três contatos. Agendou entrevistas com candidatas bastante recomendadas. Foi persuasiva, intuitiva, desafiadora, uma boa negociadora. Utilizando testes de conhecimentos e simulações práticas, escolheu a pessoa mais habilitada para aquela vaga. Definidos direitos e deveres, começo agendado para a próxima segunda-feira.
Tomou um banho demorado sem preocupar-se com o fato do blindex não brilhar como um espelho, vestiu-se, maquiou-se e saiu para o trabalho.
Podia dedicar-se às funções que exercia com maestria, afinal, a partir de segunda poderia contar com a inestimável ajuda de uma secretária do lar.