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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Juma Marruá domesticada

Esta é minha participação na blogagem coletiva (ou terapia de grupo?) proposta pela Glorinha do Café com bolo, emoções e sentimentos.

Prato do dia: Raiva

Eu sempre fui a estressadinha, brigona, mal humorada do grupo. Isso desde que me lembro, ou desde que me contam... Ué, não é assim que você me vê? É que eu mudei! Um pouco... hehehe

Quando eu era criança brigava muito, e em geral meus oponentes eram meninos e mais velhos. Por que eu era corajosa mesmo! Me achava com isso... que feio...

Minha irmã era folgada, mexia com os outros, quando eles vinham tomar satisfação eu me colocava na frente e comprava a briga. Dia seguinte minha irmã já brincava novamente com seu desafeto enquanto eu, me tornava sua inimiga mortal, para sempre!

Por ser assim tive alguns apelidos como Mônica (e achei engraçado saber que a Beth chama a Glorinha assim), Juma Marruá (por que virava onça), entre outros. Todos nesta faixa...

As pessoas tinham medo de mim. Até minha mãe dizia isso. Meus berros eram mesmo assustadores! E até despedi uma empregada (aos 8 ou 9 anos de idade), por que favoreceu minha irmã em uma disputa, na qual ela estava errada, mas era fofa, né? Muitas coisas aconteceram ao longo dos anos. A maioria reforçava este meu estereótipo, do qual não gosto nada nada. É ruim ser a chata, zangada da história.

Demorei a entender algumas coisas. Já ouviu uma frase assim:
"O feliz agrada, o infeliz, agride". Conhece? Acho que existe um lado positivo na raiva, quando ela mobiliza a pessoa para mudar uma situação. Eu tenho uma amiga ultraquerida que usa a raiva a seu favor. Eu não sei fazer assim. Eu sou uma escorpiana que, como o animal, me enveneno nestas horas. A raiva, em mim, só faz mal. Sou lutadora, gosto de exigir meus direitos, muitas vezes apelo por exigir minhas vontades. Sou uma criança mimada, sei disso. E quero crescer neste sentido. Quando algo não me agrada, ou quando invadem meu espaço (motivo que mais me enfurece) eu tomo satisfação. E o faço com meus pais e com a corja de Brasília. Não tenho limites para isso. Vou em busca das minhas respostas, dos meus interesses. Que fique claro que respeito o espaço dos outros, e justamente por isso exijo que respeitem o meu. Eu não sou uma pessoa invasiva, folgada. Não costumo ser assim. Na adolescência meu fígado era uma bomba, puro veneno, muita raiva, uma menina com fumacinha sobre a cabeça.

Quando entrei para a faculdade, meus horizontes se alargaram. Lá eu era mesmo muito feliz! E as pessoas gostavam de mim, por que eu era sorridente, amiga, participativa, animada! Ainda não sei explicar muito bem o que faz toda a diferença. A liberdade, talvez. 

E fui mudando. Muita coisa ainda aconteceu neste período. Eu não me tornei um anjo de candura, entendam bem. Fui só melhorando aos poucos. E se tiver que me definir em um dos 7 pecados, infelizmente, o meu é a Ira. Não gosto nada disso, entendam bem. Não sou barraqueira, odeio espetáculos, na rua não me exponho assim, não exponho quem está comigo. É uma coisa mais interna. Só não deixo de exigir o que acho que me é devido. E o faço com, e por, justiça.

Quando me formei a música que minha turma escolheu para mim foi "Rindo à toa" do Fala Mansa. E isso foi surpresa para minha família, que me achava carrancuda.

Muito tempo ainda e muitas tempestades depois eu conheci o Vi. Me apaixonei, fui correspondida. E o Vi é a pessoa mais doce que conheço. Eu ainda era impetuosa demais, mais raivosa do que gostaria de ser, e muito impulsiva nestes meus rompantes.

Uma vez, numa discussão (em que eu discutia sozinha), estávamos sentados à mesa e eu empurrei uma caixa que estava na minha frente. Claro que não era esta minha intenção, mas a caixa encostou no cotovelo do Vi, que estava apoiado à mesa. Foi sem querer, no entanto, doeu.

Se fosse eu, tinha gritado um palavrão bem alto e rancoroso, e brigado mais ainda. Sabe o que ele fez? Gemeu um ai, que foi mais para ele que para mim, colocou a mão no cotovelo magoado e baixou a cabeça. Ele encerrou o ciclo de raiva ali. Eu me senti mal naquele momento, muito mal mesmo, por que não tinha motivo para grandes discussões (não faço mais ideia de qual era o motivo da peleja) e eu magoara o meu amor. Recuei, pedi desculpas. E hoje tomo muito mais cuidado ao agir, não apenas com o Vi, com todos.

Se eu ainda escorrego? Muito mais do que gostaria. Sei, entretanto, que estou melhorando. E isso me consola. O caminho é longo e árduo. Hoje eu sou muito mais feliz, e por isso é mais fácil agradar. Não sou infeliz, só que não sei lidar muito bem com frustrações e contrariedades (não falei que sou mimada?), nestas horas acabo deslizando até o comportamento que conheço melhor. A PNL tem me ajudado também. Existem técnicas que nos ajudam a mudar comportamentos inadequados, que não nos agradam. Ao sentir raiva, posso respirar fundo, pensar em coisas boas, olhar o lado da outra pessoa, entender que não fez por mal, etc. Tem muitas maneiras de mudar um padrão ancorado. Eu me esforço!
Meu professor de PNL, inclusive, dizia uma frase assim: "Sentir raiva é como tomar veneno e querer que o outro morra." E não é mesmo isso? O mais envenenado da história é o raivoso!

Que vocês não me abandonem depois de uma confissão como essa. Assumirmos certos defeitos, aqueles que mais nos machucam, é bem difícil e eu pensei, repensei. Escrevi há dias e venho ajeitando... preocupada de como este texto será recebido. Abrir nossa alma de maneira escancarada é assustador! Que o carinho que tenho recebido por aqui não deixe de acontecer. Olhar uma pessoa além das projeções que fazemos, e enxergá-la como realmente é, pode ser um balde de água fria. Mas esta sou eu!

Uma Juma Marruá domesticada ainda pode virar onça.

Beijos a todos,
Tati.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vida Simples - Lugares



O melhor lugar do mundo está dentro de mim, basta eu querer.
Isso é o que tenho aprendido com a vida, mas nem sempre sei colocar em prática.

Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer a lista incluirá viajar. E com isso sou uma pessoa viajada? Se você considerar Pirajuí, Bauru e Bom Jesus do Itabapoana como destinos de viagem... pode ser. Não desmereça, são lugares que tem seus encantos (pelo menos para mim). Ainda não tive a oportunidade de conhecer os destinos dos meus sonhos, farei, pode ter certeza!

O mais longe que consegui chegar foi Recife, e o melhor desta viagem, uma tarde em Porto de Galinhas, ainda não como eu quero. Fui a trabalho e faltou meu amor ao lado, o destino é tão romântico... Estava com minha melhor amiga, foi ótimo, mas quero voltar com Vi e curtir o clima!

Só que não é sobre os destinos dos meus sonhos esta postagem. O que quero compartilhar com vocês é uma descoberta, que deveria ser uma noção inata, mas não é: O melhor lugar do mundo está dentro de mim, está na minha disposição, na minha alegria, na vontade de viver e ser feliz.

Se este lugar está ativado eu sou feliz dentro de casa, na rua, indo à padaria comprar o café-da-manhã. Isso é o que menos importa.

Se este lugar está triste, posso viajar para o Marrocos, para Fernando de Noronha, ver golfinhos nadando ao meu redor, posso estar às margens do Sena ou cercada pelo mar báltico, não importa. Soltarei um sorriso, um suspiro. Ficarei alegre para fotos, mas a felicidade é sensação interna, não depende de paisagens paradisíacas. Viajar não pode ser fuga, não resolve nossos problemas.

Tive a sorte de nascer num cartão postal. Na verdade, nasci na moldura do cartão postal e não na foto, ainda assim, com pequeno deslocamento de carro estou de frente para eles: o mar do Rio, o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Mirantes e mais mirantes (alguns proibidos de se frequentar). 

Já saí de casa por estar triste e dirigi até o mar, ele me tranquiliza, me mostra, em seus movimentos, que a vida é assim, como ondas, dizia Lulu: "num indo e vindo infinito". Não vou negar que é mais fácil estar tranquila quando a paisagem acompanha, que morar em Búzios deve ser especial, é uma das cidades que mais amo no mundo, mesmo sem conhecer muitas cidades. Esta me encanta! 

Se não posso viajar, posso mergulhar em mim. Na minha mente tenho o destino que eu desejar, posso ser bruxa ou princesa, posso ser menina ou mulher e até homem se eu quiser. Nas viagens do pensamento posso brincar de ser leoa, girafa, hipopótama. Posso tudo que eu desejar, basta estar disposta a sonhar!

Quando busco a felicidade dentro de mim, a encontro, e sigo viagem, rumo às profundezas do pensamento ou ao litoral das divagações, mergulho em ondas cerebrais, subo as montanhas do raciocínio ou submerjo nas águas límpidas da meditação. Tudo que eu quiser! Dentro de mim está o melhor dos mundos, é só eu estar disposta a me amar, ser meu destino e minha melhor companhia. Os demais acompanham, por que se estamos felizes, realmente felizes, atraímos companhia e divinas paisagens.
Vem comigo? Vai contigo?


Beijos,
Tati.
Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Mila, Vida Simples, esta semana o tema é: Lugares. Você ainda pode participar! Corre lá! Beijos

P.S: a primeira imagem é montagem minha; a segunda, é daqui

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Tati que fala e a Tati que escreve

Você, alguma vez, já sentiu que é melhor por escrito do que pessoalmente? Eu me sinto assim... sempre me senti assim. 

Na verdade sempre me senti muito inadequada. Não sei explicar por que, e muitos podem ficar tristes ou chateados com o que estou dizendo agora, mas é verdade. Não tenho uma personalidade muito popular (repito tanto esta frase, está na hora de mudar). Isso é o que diz meu histórico, está bem? Já fui tachada de antipática,  besta, metida milhares de vezes em minha vida, e não tiro a razão de quem assim me julgou. Acho que hoje estou um pouco diferente. Sempre botei a culpa na timidez, que é mesmo desmedida, mas se olhar com mais atenção vejo que eu era mesmo assim, esnobe, e ainda sou um pouquinho.

Com a vida, e principalmente com o casamento, fui simplificando, fui me humanizando, a palavra é esta. Hoje muitas pessoas me acham simpática, especialmente se o Vi está junto e sou avaliada como casal: somos um casal simpático. Muito mais por ele que por mim, diga-se de passagem.

Eu gosto de ser assim? Não, nem um pouco. E é daí que surge esse meu sentimento de inadequação. Quem passa sempre por aqui e deixa estes comentários fofos que eu leio e me emociono me vê de uma maneira que eu não me vejo, quer dizer, de uma maneira que eu vejo a Tati por escrito. É como se eu tivesse dupla personalidade ou coisa assim. A minha delicadeza, minha sensibilidade expressam-se melhor em palavras escritas. Sou bruta, um pouco elefante em loja de cristal, não sei usar bem as palavras faladas. Quero aprender! A PNL me deu algumas ferramentas, que tenho posto menos em prática do que deveria. Deus me deu um sorriso bonito, que melhora bem minha chegada. Tenho usado este utensílio também no meu dia a dia e vejo que ele abre muitas portas, mas nem sempre sei como usar.

Por que escrevi tudo isso? Por que tenho me questionado sobre tudo o que leio aqui, sobre os elogios que recebo e não acredito. Por que recebi um presente tão especial de alguém que só me conhece por escrito e penso que, talvez, goste de mim só por isso... Por que tenho muita vontade de conhecer algumas amigas que fiz aqui e morro de medo da impressão que posso causar pessoalmente. Da decepção que seria. Sei que quando o Vi ler vai dizer que não é bem assim. Ele é a prova disso em minha vida, alguém que acredita que eu sou amável (amável no sentido de que pode ser amada). Pode ser que amanhã eu pense diferente de tudo o que escrevi aqui. Ainda não sei se terei coragem de publicar este texto ou se irá somar-se aos rascunhos e .docs não enviados por serem alma exposta demais, mas enquanto escrevo sinto uma vontade tremenda de postá-lo. Pode ser que eu toque nesta tecla "sem querer" e depois, já foi, é flecha lançada. 

Não escrevo em busca de compaixão ou de aplausos, massagem no ego, nada disso, mas tentando entender por que desta dissonância, tento encontrar iguais, gente que possa me dizer que também se sente ou já se sentiu assim e que, por isso, me entende. Quero gostar tanto da Tati que eu toco quanto da que eu leio, mas ainda não sei como. E cada vez mais tento transpor-me para cá, onde sou aceita de uma maneira tão acolhedora, quando na realidade deveria buscar formas de incorporar na "eu de carne e osso" as características que me fazem especial em texto.

Fiz sentido para alguém?

Beijos,
Tati (acho que aqui estão as duas muito misturadinhas...)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O SEGREDO DAS BORBOLETAS






Esta história que posto agora é o meu livro. Na verdade, é meu sonho de livro. A primeira história que estou tentando publicar. Já enviei a várias editoras e até agora nada, mas vou continuar tentando. Acredito na história, tenho um carinho de mãe por ela, e consigo visualizá-la encadernada, ilustrada, disposta em livrarias. Será um prazer imenso o dia que isso acontecer. Por enquanto, a forma de compartilhá-la é assim, publicando no Blog. Espero que apreciem. Um beijo, Tati.



- De onde surgiram as borboletas?
- As borboletas são flores que aprenderam a voar.
-E como elas conseguiram?
-Pela força do pensamento!
Durante muito tempo as flores viviam presas à terra. Só conheciam o mundo pelo que contavam as abelhas, os beija-flores e tantos outros bichinhos da floresta que vinham visitá-las.
Lia, que era uma florzinha muito sonhadora, aproveitava para perguntar aos amigos sobre as paisagens visitadas enquanto lhes servia um delicioso lanchinho de pólen. E os bichinhos contavam maravilhosas histórias sobre suas viagens, sobre a floresta vista lá de cima, deixando Lia encantada.
De noite, enquanto as outras flores dormiam, sonhava em conhecer aqueles lugares.
- Ah! Como será incrível o lago visto lá de cima, e ver a copa das árvores. E poder conversar com flores que moram distante...
E desejava ardentemente ter a liberdade dos animais alados.
Mas certo dia, ao receber a visita do Beija-Flor desabafou com seu amigo, que se deliciava com uma enorme fatia de bolo de pólen:
- Ah, amigo Beija-Flor, gostaria tanto de poder ver tudo o que me conta...
- Sabia que mesmo muito pequeno sou mais pesado do que o ar? E que sou o único pássaro capaz de parar no ar? Assim consigo comer seus deliciosos quitutes. Muitas pessoas estudam meu comportamento e não sabem porque sou capaz disso. Você sabe por que consigo? Pela força do pensamento.
- Nossa! E como é isso? – exclamou Lia muito interessada.
- Um dia um camaleão ensinou ao meu avô que a gente é o que a gente quer, basta ter o pensamento firme nos seus objetivos, por isso ele consegue ficar da cor que deseja e se protege dos predadores. Consegue porque acredita que é possível! E meu avô aprendeu e me ensinou. E como eu acredito que sou capaz, eu faço!
- Mas como posso fazer isso? Eu não tenho asas...
- Primeiro você precisa saber exatamente o que quer.
- O que mais quero é voar! Ser livre, conhecer o topo das árvores, sentir o cheiro das folhas mais altas, visitar frutas no pé, ser levada pelo vento...
Então o Beija-Flor ensinou: - Pense firme na sua vontade de voar, mas não se esqueça nunca de agradecer pelo que já tem. A força do pensamento precisa ser alimentada por bons sentimentos, e a gratidão é uma boa forma de se manter feliz. Cantar também ajuda. Seja feliz por ter um sonho, por ter amigos que te trazem notícias do mundo, e por saber-se capaz de voar. Pense nisso todos os dias, mas não o tempo todo. Dê tempo ao seu sonho para que ele possa acontecer.
As sensações também ajudam a realizar seu sonho. Imagine-se voando, o vento em seu rosto, o som dos pássaros, as asas batendo, pense no que verá, nos perfumes que sentirá, nos sons que ouvirá. Pense nas sensações agradáveis que você terá ao saber voar. Lembre-se sempre destes sentimentos.
E assim fez a florzinha sonhadora. Pensou, quis, desejou. E algum tempo depois, acordou sentindo-se diferente. Feliz e diferente.
E achando que era o vento, deixou que suas pétalas balançassem, mas para sua surpresa, não eram pétalas. E já não era apenas um leve balanço, era um vôo!
Nossa amiguinha havia se transformado numa linda borboleta, um ser alado, livre e com a beleza da flor.
Voou pelos espaços abertos, visitou flores mais distantes, muitas não acreditavam em sua história: - Claro que ela não poderia ter sido flor!
Algumas, entretanto, acreditaram. E então margaridas, miosótis, lírios do campo e outras flores usaram a magia do pensamento. E uma infinidade de tipos de borboletas espalharam-se pelo mundo, contando, de flor em flor seu maravilhoso segredo.
- E porque nem todas tornaram-se borboletas?
- Algumas não acreditaram. Outras tiveram medo. Tem também aquelas que estavam felizes como flores, e não desejavam voar. Algumas ainda sentem que sua presença é importante naquele lugar, e preferem manter-se enraizadas onde estão, e são felizes assim!
E desta forma, seguindo o que deseja seu coração, vão as criaturas em busca de seus sonhos.
Você também pode ser o que quiser.