Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dá licença...

            Ás vezes, para não incomodar, a gente se omite. Evita, se preocupa tanto em não invadir o espaço alheio que soa displicente, desligado. E até magoa, quando a intenção é inversa.
            Não sei se outras pessoas são assim, eu sou! Eu tenho pânico de incomodar. Se estou numa conversa com você, seu telefone toca, você atende, se for possível, eu me retiro, para não parecer invasiva. Se o meu telefone que toca, eu falo rapidinho, para não incomodar. Essa é minha sensação em relação a tudo. Isso é bem desgastante; em pequena escala é fundamental.
            Pode ser que o grande inconveniente seja minha dificuldade de estabelecer intimidade. Como diz a frase: intimidade é uma m... por que com a intimidade vem os descuidos, as falhas na gentileza, na polidez. Ser polido deveria ser mais importante com quem temos intimidade do que com desconhecidos, apesar de achar que deveria ser uma constante em nossas vidas. Só que não é assim que acontece.
            Por sorte o Vi compartilha deste meu sentimento e é de uma gentileza sem limites. Nós temos intimidade, cumplicidade, mas mantemos nossos espaços resguardados. Achamos fundamental. Compartilhamos esta ideia. Claro que tem momentos inevitáveis, onde coisas inesperadas acontecem, onde o convívio conflita, mas com respeito ao espaço do outro isso é superado.
            Agora, onde está a falha nisso tudo? Esta naquelas ocasiões em que o excesso de cuidados nos coloca, ou coloca o interlocutor, pisando em ovos. Acho que eu chego a esses exageros. Eu não gosto de pedir favores, e olho mil vezes para o relógio para confirmar se o horário da ligação é adequado.
            O que isto tudo está fazendo nesta página? Estava pensando no bolo que quero fazer para o Bê, e na minha relação com minha sogra. Talvez ela queira estar mais presente, queira participar mais, só que eu me retraio, “não quero incomodar”. Pode ser que ela se retraia em retribuição: “ela não quer minha ajuda”. E o distanciamento vai acontecendo.
            Sei ser profunda em mim, mas sou piscina rasa nas interrelações. Se me der a louca, e eu te ligar para bater papo, não estranhe, aproveite. E me ajude a expulsar esse bicho do mato que habita em mim. Está na hora dele partir!
            Beijo. Que sejam de paz seus pensamentos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

FILHA DE DEUS (parte 3 - câmbio, desligo)

            Mais uma continuação da longa saga. E a última, talvez.
            Então, um casal espírita, que se conheceu na casa espírita, trabalhava e estudava com afinco a doutrina, começa a freqüentar a Igreja Católica. E vou dizer, me surpreendi. Tinha uma ideia muito errada sobre a igreja. Achava que era elitista, que era preconceituosa, que limitava as pessoas. Bem, até o momento não foi isso que encontrei. Fomos muito bem recebidos, estamos sendo bem absorvidos, as pessoas são tratadas com muito respeito. E acima de tudo, as oportunidades de trabalho são incontáveis, tudo é feito com muito amor.
            Só tem santos? Claro que não. Mas o centro espírita também não, a igreja evangélica também não, os centros budistas também não,assim como as sinagogas. Este não é um planeta de santos, certo?
            Agora que já expliquei tudo vou entrar no assunto de 3 posts atrás:
            Enfim, somos espíritas ou somos católicos? No final de semana do ECC achei que precisaria desta resposta em algum momento. Posso dizer? Não preciso! A resposta que eu encontrei é que sou FILHA DE DEUS, não importa onde eu esteja ou o que esteja estudando, não importam rótulos. Eu adoro assistir missa, eu quero me casar para poder comungar e por que achei linda a ideia do sacramento do matrimônio. Nunca tinha pensado no meu casamento como uma união a três: Claro, que coisa mais linda pensar que entre nós dois existe Deus, que ele faz parte deste casamento, isso não é  especial? Quero que meu filho cresça sabendo que precisa ajudar ao próximo para ajudar a si mesmo, e que neste momento ele não pense em si. Quero viver o amor ao próximo, que é o amor de Deus, mas continuo acreditando na reencarnação e em trocas de energia. De verdade, não acho que isso é o mais importante, pelo menos, não neste momento. Pode ser que em alguma fase da minha vida o estudo da reencarnação venha para me dar algum alento, espero que este momento demore bastante! Por hora o que preciso saber é que trabalhar na Ação Social me faz muito feliz.

           Krishnamurti pode dizer que religião é uma maneira de fuga da realidade, pode ser, não me importo. Sou feliz por inteiro aqui! E agora, a Bíblia mora na mesma prateleira que o Evangelho segundo o espiritismo, na estante da sala. Eu estou aprendendo a rezar o credo e acho que dizer Amém é melhor do que “Graças a Deus” ao final das orações, mas a fé que coloco nisso é mais importante do que as palavras escolhidas. O Bê já sabe rezar o "Santo Anjo" inteirinho e nós criamos esta rotina antes de dormir.
            Então, sinto muito para aqueles que estendem bandeiras desta ou daquela religião, o que faz diferença para mim é amar a Deus e ele está em todas as coisas. São Francisco continua sendo nosso santo favorito, e mora na nossa casa, só não tem chave por que não precisa disso para entrar.
            Queria contar isso, nem sei se ficou interessante. Para mim foi bom escrever.
            Um beijo a todos, que sejam de paz seus pensamentos.
Tati.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Filha de Deus (parte 2)

            Nesta altura do campeonato caíram em minhas mãos (em momentos diferentes) 2 livros. Um, Sobrevivi para contar, da Imaculé Ilibagiza (sei lá se é assim que escreve), uma sobrevivente do masacre de Ruanda. Um livro que é uma lição de fé. A autora/sobrevivente é católica, e relata sua história e seus milagres.
            Na sequência, a Cabana, um livro que mudou muita coisa para mim. Eu quase o abandonei logo no início, por ter uma concepção muito católica de Deus, mas como tinha uma certa coerência, algo me prendia e dei mais uma chance. Valeu à pena. Posso dizer que mudou o curso de minha vida, de certa forma. Neste período a saudade do trabalho era uma constante. E isso me deixava bem triste... É bom sentir-se fazendo alguma coisa pelo próximo. É bom sentir-se no caminho de Deus, do bem, enfim. É bom sentir que estamos tentando melhorar como ser humano.
            Então, nesta época, eu fiquei com uma ideia fixa de fazer encontro de casais com cristo (ECC). Sim, algo clássico na Igreja católica, meus tios já tinham feito e até trabalhavam nele.  Conversei com o Vi, que topou (o Vi topa tudo, é parceiro como nunca Vi igual...rsrs). Daí, liguei prá minha tia e fomos inscritos. Gente, não podemos contar o que acontece lá, mas posso dizer que é mágico, que é um fim de semana de muito paparico, muito mimo e de total integração do casal. A gente vai percebendo aquelas pessoas, que nunca te viram na vida, cuidando para que seu momento seja especial. E é, viu. Muito especial mesmo. Estou ansiosa para poder fazer o mesmo por gente que eu nunca vi na vida (e por quem eu já vi também, é claro!).
            Do ECC para a Pastoral da Ação Social foi apenas uma semana. Agora estamos muito integrados e felizes. O Vi está super atuante, envolvido e feliz também.
            Aos poucos quero ir contando esta historia, para que virem posts e não um livro gigantesco. Mas vou dizer para vocês, estou feliz demais, e ainda nem cheguei no assunto que me fez iniciar o tópico.... Eu chego lá em breve!
            Beijos a todos. Como sempre finalizava os e-mails meu doce marido, quando ainda era um amigo: “Que sejam de paz seus pensamentos.”
Fiquem com Deus.

Filha de Deus (parte 1)

       Como eu sou prolixa!!! Tentei escrever resumidamente, mas aí não sou eu... fazer o que. Então a alternativa que encontrei foi desmembrar o texto em vários textos menores. Tenham paciência (mãe, Alê, "Clara, Ana e quem mais chegar"...), aos poucos eu vou postando. É bom que vocês tem a garantia de novas postagens em breve... Olha a humildade da pessoa!!! Segue o inicio de tudo:

          Estou planejando escrever sobre isso há um tempão. É que queria falar de uma forma clara (vai que alguém resolve ler...). Enfim, o assunto pode ser polêmico, caso caia em mãos erradas, mas não é essa a intenção.
            Para quem não sabe (olha o sonho de ser lida por mais pessoas do que minha mãe e Ale...), eu sou/era espírita. Sim, trabalhava como médium em uma casa espírita, estudava o livro dos espíritos e o Evangelho segundo o espiritismo, e não vou dizer que li todo o Pentateuco, pq não li,mas sei do que se trata cada livro. Aliás, foi trabalhando lá que conheci o Vi, então, já valeu por tudo, certo? Claro que não só por isso (o que já seria muito), valeu por muitas coisas. Foi um período muito bom. Meu trabalho favorito não era o de médium, apesar de adorar trabalhar na Cura. Eu AMAVA trabalhar na Cesta Básica (aqui que conheci o Vi). É um trabalho maravilhoso, para quem nunca fez, eu recomendo. A gente lida com pessoas que, muitas vezes, são invisíveis para nós. Antes de estar com elas, visitar suas casas, ouvir suas histórias, era fácil dizer que não daria moedinhas no sinal, "pq essas pessoas tem que trabalhar". Fala sério, a pessoa não tem nem endereço para preencher na ficha, mal sabe falar, tem poucos dentes na boca, no mínimo 5 filhos para criar, nenhum real no bolso para pagar um ônibus... Ta fácil, não?
            Bem, não era sobre isso o post, mas fica difícil falar no assunto sem essas introduções. Para finalizar, foram anos numa casa espírita que eu gostava muito, mas tinha diferenças incríveis com o casal presidente. Eu procurava não me envolver e pensava: “tenho que ser grata e aproveitar o espaço que eles nos apresentaram para trabalhar”. Só que chegou uma hora que isso ficou pesado. Há pouco tempo atrás tentei voltar para o trabalho na Cesta Básica, percebi que não dava mais. O grupo era ótimo, pessoas comprometidas, bem intencionadas, mas minhas diferenças mais atrapalhavam que ajudavam. Eu podia estar como força de trabalho, só que a energia (e eu acredito muito nela) estava jogando contra. Então me afastei. Triste, por que queria continuar trabalhando nisso.
            Aí entra minha conversa franca com Deus. A gente bate altos papos e eu comecei a conversar, e pedir que ele me apresentasse um caminho. Queria continuar o trabalho, queria fazer isso em um lugar organizado, mas onde o trabalho pudesse fluir com amor. Onde as pessoas não tivessem que entrar pela porta dos fundos só porque não tem recursos financeiros. Queria um lugar que os aceitasse como filhos de Deus, por que eles são iguais a nós perante o Pai, ou não são?
(continua no próximo post)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Aos amigos

Quero apenas registrar o quanto ontem foi um dia especial.
Amigos são pessoas que renovam nossas energias pela troca, pelo sorriso que geram, espontaneamente, em nossas almas. Eu tenho amigos assim, e ontem tive a oportunidade de encontrar alguns. Duas de minhas melhores amigas. Uma está morando na Costa Rica e vem apenas uma vez por ano aqui.
A outra, morou muitos anos no Pará e retornou agora (há um ano) para o Rio. E a gente ainda não tinha se encontrado.
Foi uma tarde maravilhosa, com nossas famílias participando.
É indescritível a emoção de um filho nosso brincando e compartilhando com os filhos de amigos da época em que éramos só filhos. Só quem já passou por esta experiência pode entender o que estou falando.
Amo demais estas amigas. Estar com elas me fez muito bem.
Agora quero fazer mais vezes!!
Um beijo aos poucos (que tornem-se muitos) leitores,
Tati.