Não existe pior mãe do mundo. Também não existe a melhor! A melhor mãe do mundo é aquela que você pode ser, com os recursos que dispõe, sejam eles financeiros, emocionais, intelectuais, de tempo, de informação.
Toda mãe (e pai) acerta e erra. Dá bons e maus exemplos, de forma intencional e, muitas vezes, sem perceber. Em alguns momentos sabemos exatamente como proceder e fazemos com firmeza, determinação. Na maior parte do tempo as coisas são diferentes do que pensávamos. Situações nos surpreendem todos os dias. E como agir? Isso compete a cada mãe e não deve ser argumentado, questionado, a não ser que ela peça. Cada mãe imprime na educação dos filhos (até que se prove o contrário) o melhor de si. E não conheço quem diga que concorda com 100% do que recebeu dos pais. Nem quem deseje criar seus filhos exatamente como foi criado. Há sempre algo a se pensar diferente, seja por que os tempos são outros ou por que aquilo não soou legal para você. Para seu irmão a leitura será diferente, com certeza. As pessoas são diferentes. E ninguém é perfeito. Exemplos ensinam o tempo todo, são ideias e ideais de conduta da criança. Às vezes achamos que estamos ensinando o significado de uma palavra, mas a criança está aprendendo um comportamento, está aprendendo aquilo que não percebemos que estamos ensinando. Nós também somos fruto do que aprendemos. E quando nos tornamos adultos? Temos livre arbítrio, capacidade de raciocínio e de mudar o que quisermos em nós, certo? Então a desculpa de "sou assim por que me criaram assim" é limitada. Eu sou como quero ser! Eu posso mudar o que quiser em mim. Eu cresci, sou responsável por mim.
Esta é outra parte da história. Os filhos crescem. E se a gente pensa naquela frase: "Filhos são do mundo", temos que vivê-la, por mais difícil que seja na prática. Filhos vão acertar e errar. E precisam faze-lo com suas cabeças. Vai doer, vão sofrer, mas eles precisam tomar suas próprias decisões, sem interferências. A gente vai poder ajudar, é claro, desde que seja solicitado, e desde que a gente queira. A questão é bilateral. Se os filhos cresceram você já não tem mais obrigações para com ele. Ajuda se quiser, se te fizer feliz, se for sua vontade.
Você pode tomar a decisão de proteger seus filhos do mundo, enquanto crianças, se o mundo parecer cruel demais. Se a sensação for de que aquela situação afetará sua auto estima. É você quem decide se seu filho irá ou não acreditar em papai noel e coelhinho da páscoa. Com que idade ele vai experimentar bala e pirulito. Você escolhe os valores que pretende passar para ele, e lembre-se, a prática ensina mais do que a teoria. Serão os valores que ele professará na vida adulta? Não necessariamente. Seu filho não vive em uma bolha, ele tem interferências externas e fará suas próprias escolhas, quer você queira, quer não. Ele não é um apêndice seu, é um ser integral.
O que não pode faltar na relação de pais e filhos, na minha concepção, é amor. É preciso que esta relação seja regida por este sentimento. Todos os demais derivam deste. Se há amor a gente supera as diferenças no pensar, as invasões ocasionais que a proximidade pode desencadear. A gente não precisa concordar em tudo. Mas com amor a gente respeita as escolhas, mesmo que não sejam as nossas. A gente aceita que pais não são perfeitos e erram. A gente aceita que filhos não são perfeitos e erram.
Aceitar que os pais são falíveis é importante para amadurecer, aceitar que os filhos são falíveis é fundamental para que eles possam crescer. Eu não quero mais ser perfeita. Não quero ser a mãe perfeita, nem a filha perfeita. Quero testar, tentar, acertar e errar, aceitar os erros dos meus pais e do meu filho. Quero ser respeitada nesta minha decisão! Quero me preocupar mais em aceitar, e muito menos em acertar. Fui percebendo que, por mais parecidas que estas palavras sejam, há uma intensa diferença em seus significados. E que aceitar já é uma forma de acerto, na maior parte das vezes. Se há aceitação, não há culpa.
Beijos a todos,
Beijos a todos,
Tati.