Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Se continuar assim, vou fazer leis em Brasília


A campanha não morreu... Está só começando... CALA A BOCA JÁ MORREU!!

A Isa, do Tantos Caminhos,  teve ótimas ideias e resolvi aderir. Combinamos na semana passada uma postagem nossa, comentando o assunto, falando sobre a resolução 23.191/2009 e as formas de censura explicitas de forma sutil (entendeu?) que contém. Além disso ela propôs uma ação no Twitter, que eu tenho (quem quiser, follow-me), mas não sei usar direito... Ela até deu uma aula num EAD particular, com ilustrações e tudo... mas eu continuo achando o Twitter um hospício virtual. A campanha eu achei bárbara, me senti Trend, mas... Estou pedindo mais uma vez socorro à Isa, por que não consegui fazer a segunda parte do plano.  

E se estou escrevendo este texto agora é por que não consegui nem fazer a primeira parte do plano. Na verdade, ando precisando comer uns tubérculos, andar com pé na terra, sei lá. Preciso aterrar, tenho andado nas nuvens demais, não é só a cabeça não, está tudo nas nuvens... Olha só a falta de linearidade. O assunto é a campanha contra censura.

Então, a ideia era o texto e postar este selo, para o qual tem link aí em cima do blog, para os textos anteriores, quando eu chamava quem tivesse ideias para se juntar. A Isa teveee!!! E tuitar, em especial para os candidatos à Presidência, um texto que ela planejou para não passar dos 140 caracteres, e que faz parte da campanha. Tudo fácil e rápido. Convoquem seus amigos para a campanha!

Como hoje nada que preste sai da minha cabeça, peço que leiam o texto no Tantos Caminhos e farei minhas as palavras dela (tudo bem, Isa?). E que tuitem os 3, já que muito provavelmente um deles será nosso próximo presidente... Valei-me... (aqui eu faço o sinal da cruz...).

É isso. Hoje estou com uma prisão que não é de ventre, é de mente. De-mente? Ops... 

Ah, não esperem muito mais, tá bem? A coisa está ficando feia e vou procurar um capacete de glicerina para ver se as ideias escorregam melhor. Espero voltar amanhã, com a programação normal, por que se continuar assim, serei convocada para atuar na política, em Brasília... Cruzes!!!

Beijos a todos,
Tati.



sexta-feira, 30 de julho de 2010

O medo de calarem nossa voz

Tenho medo do futuro do meu país, pátria amada, Brasil...

Tenho medo do rumo que estamos tomando, do que sabemos por notícias, por histórias contadas por conhecidos ou por experiências próprias.

Tenho medo de ver nosso dinheiro diminuindo enquanto as coisas vão aumentando, e de que algo falte à minha família; tenho medo (e raiva) de não ver reconhecimento a meus estudos, e de ver que um bocó qualquer ganha 10 ou até 100 vezes mais que eu por que rebola ou joga futebol. Tenho medo de ver patrulhinha ou qualquer ser fardado. Neste caso, morro de medo! Eu me sinto em situação de insegurança e vulnerabilidade cada vez que vejo um policial, e abaixo os olhos, desvio o rosto, passo bem rapidinho.

Tenho medo de entrar, e também de sair de casa. Do que posso encontrar, e também do que vejo pelo caminho. Tenho medo do que reserva o futuro de meu filho. 

Mas mais que tudo isso, meu medo paralisante, é do que acontece na política de meu país. Meu pai foi preso político, e ficou viúvo antes dos 30 anos de idade, viveu experiências que eu não gostaria de experimentar jamais. Tem até hoje sequelas daquele tempo, graças a Deus não tantas quanto muitos de seus amigos, aqueles que sobreviveram...

Uma de minhas melhores amigas nasceu na Costa Rica, por que seus pais estavam exilados. Seus crimes? Gostarem de cantar e de poesia. Isso mesmo! Você não entendeu errado... Movimentos culturais eram suspeitos, e quem gostava deles, criminosos procurados, com fotos em jornais e revistas muitas vezes. Eram transgressores da ordem, eram denunciados por vizinhos e até por parentes. 

Tenho medo de todo e qualquer tipo de violência, mas não há medo que me aterrorise mais do que o da volta da ditadura, da censura. E não voltaram? Me diga, se você mora no Brasil, quando foi a última vez que se sentiu representado em suas necessidades, nas necessidades de sua comunidade? Quando teve a certeza de seu direito de ir e vir respeitado? Quando sentiu seu direito à cidadania de forma concreta? 

Ainda tenho a sensação da liberdade de expressão. De que posso vir a meu blog e falar de tudo o que me der na telha, doa a quem doer. Cada vez eu posso menos, já sabemos. Mas ainda posso! Agora, se isso está mudando... Se uma resolução recente é capaz de proibir a manifestação de ideias, o retorno está acontecendo. Ainda podemos conversas sobre qualquer assunto em rodas de amigos, e uma reunião, em festa, não é interpretada como complô, como organização de rebeldes. Ainda não é punida.

Manifestações culturais ainda não estão sofrendo cortes, não precisam passar por equipes de censura, mas já recebem restrições por forma da lei. E isso muda tudo!! Isso nos obriga a buscar informação. A lutar pelo país que sustentamos. Por que nossos impostos deveriam ser revertidos em benefícios, e apesar de pagá-los todos, nós também pagamos escola, plano de saúde, pedágio e etc. E o fazemos cordatos e subservientes. 

Está na hora de romper a barreira do medo, de dizer que não dá mais. Isso se faz nas urnas, claro, só que não apenas. Se faz na cobrança também, na vigilância, no movimento por justiça. 

Por que nos comovemos e nos mobilizamos, fazemos faixas de ódio, quando um maluco mata sua própria filha, jogando-a pela janela do apartamento, ou quando um maníaco mata a ex-namorada e bota a perder tudo o que conquistou com seu futebol, mas assistimos calados quando um deputado vota seu novo aumento de salário e reduz a aposentadoria, para que não haja crise na previdência... É, aquela pela qual você trabalhou e pagou a vida inteira, e ele, não!

Que a gente sinta medo. E que este medo nos movimente à mudança! Não dá mais para continuar assim!

Este texto é minha participação na nova blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com bolo: Emoções e Sentimentos. E também uma bandeira que ergo, em prol de mudanças, seguindo uma idéia da Crica Viegas e da Beth/Lilás. Se quiser, fique à vontade para começar este movimento comigo. Ainda não há nada, apenas muita vontade de fazer a diferença e uma ideia de um selo.

Beijos,
Tati.