Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O que deixo para trás em 2010

Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Crica Viegas, do Um pouco de tudoComo ela mesma sugeriu: "Pode ser um projeto que não se concretizou, um passado definitivamente enterrado, um projeto que tá na gaveta com possibilidade de ainda sair dela, algo bom ou ruim que tenha ficado no ano de 2010, uma lembrança boa, uma vontade, o tema é seu!!!" Quer participar? Escreve seu texto e avisa para ela! 


Este é o tema sobre o qual mais desejo falar por ora. Isso por que fecharei 2010 deixando muitas coisas para trás. A principal delas é o meu trabalho. A equipe para a qual trabalhava desde 2007. Ok, nem é tanto tempo, para mim foi uma vida. Aprendi muito, conheci minha amiga-espelho (hoje nem imagino minha vida sem ela), experimentei coisas que jamais havia imaginado, inclusive participar da produção de vídeos educativos - ponto alto deste tempo na equipe. Muitas coisas boas aconteceram, algumas ruins também, mas saio com um saldo de boas recordações superior ao das tristezas. Isso é ótimo. Não está sendo fácil. Muitas coisas interferiram neste desfecho. A principal é que o tema, a área de trabalho do meu chefe mudou. E eu não quero mudar a minha! Levei algum tempo para entender, ter certeza, aceitar. Agora é começar de novo. Do zero. A Alê (daqui) disse que a gente nunca recomeça do zero, a gente tem bagagem, não volta ao ponto de partida. Pode ser, mas eu me vejo começando 2011 no mesmo ponto em que estava em 2007, quando escrevi para meu chefe pedindo espaço em sua equipe. É diferente, mas tão igual... Dizem que atitudes iguais levam a resultados semelhantes. Eu quero que algumas coisa se repitam, mas não tudo. Estou pensando nos caminhos possíveis. Sei que quero continuar na mesma instituição.

Ontem, quando escrevi para a Astrid, ela me respondeu dizendo que se identificava muito comigo, que quando lia o que eu escrevia lembrava-se dela mesma com a minha idade. Comentei no jantar com o Vi, dizendo "que bom, não é? Quem sabe quando eu tiver a idade dela também serei assim, terei produzido alguma coisa, evoluído?"  A sensação atual é de estar como um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Sim, pode parecer engraçado, mas não é. Não sei se em algum momento já se sentiu assim:  Repetindo tarefas inúteis, que não trarão qualquer resultado ou consequência. Apenas movimentos mecânicos. 

Estou de cabeça fria e sei que é o que amo. É o que faço de graça, se preciso for. Faço de alma, coração, cérebro. Sorriso aberto. A questão é que quando não temos uma boa condição socioeconômica não dá para dizer "vou me realizar profissionalmente", e pronto! Todo o peso nas costas do marido. Ajuda frequente dos pais. Tenho 35 anos! Uma casa, marido, filho. Não posso viver meu sonho cor de rosa se ele não trouxer "divisas" para minha casa. 

Deixarei em 2010 um sonho, e entrarei 2011 com mais questões: O que faço agora? Bolsista novamente? E até quando? Isso supre as necessidades de minha família? Quais as outras opções que me restam? A parte boa de começar de novo são as muitas possibilidades, a parte assustadora é ter que definir uma direção. E, de preferência, acertar!


É, eu poderia, tranquilamente, deixar em 2010 o perfeccionismo, essa necessidade carrasca de fazer certo, de perfeição e graça. Mas acho que ela ainda entra comigo no próximo ano.

Começarei 2011 como mãe e dona de casa. Não me agrada. Desculpe se acabo com a boa imagem que fazem de mim. Sou péssima nesta função. Eu adoro ser mãe e até acho que sou boa nisso, desde que eu não precise ser 24h/dia. Assim não funciono bem. Cuidar da casa então... Sou uma negação nesta função. Não sei fazer bem e não gosto. Faço, por que tem que fazer. Não sinto qualquer prazer nas tarefas. Nem aquele papo de satisfação em ver limpo e arrumado. Nesta hora eu me sinto uma bagaceira, suja e suada, cansada, e fico ainda mais estressada em verem bagunçando e sujando. Viro uma bruxa! 

Como mãe 24h/dia não tenho conseguido trabalhar muito, aliás, estou trabalhando NADA. Tem um garotinho que me chama de 5-5 minutos, até para não dizer coisa nenhuma. Como me concentrar? Quero me recolocar, fazer alguns contatos, mas está difícil conseguir. Sei que a única alternativa é relaxar e esperar fevereiro, quando as aulas recomeçam. Aí poderei trabalhar no tempo em que ele estiver na escola. Mas ainda não consigo deixar para trás meu lado ansioso, tenso. Eu quero, quem sabe chegou a oportunidade que faltava?

Voltando à entrevista da Astrid, fiquei pensando se não seria a hora de me entender como mãe. De aceitar melhor este desafio. Nada fácil, convenhamos. Quem sabe aceitar como férias, um tempo para nos curtirmos. Pensar em trabalho quando as aulas retornarem? Está sendo pesado, sabe? Uma vontade de girar a roda, de movimentar meu mundo... Sou ansiosa, controladora. Pode ser mesmo o exercício que faltava, para que eu aprenda esta lição, do ponderar, da paciência e tranquilidade, mais fé, mais confiança. Sei lá. Se eu aprender a me dominar, nas últimas semanas que me restam, posso entrar 2011 como uma nova Tati. Será que consigo mudar assim, tão rápido? 

Com tudo isso pode ser que eu esteja deixando em 2010 uma Tati mais tensa, tornando-me uma pessoa mais ponderada, em busca de equilíbrio. Mais envolvida com minha casa, com minhas funções domésticas. Não sou uma mulher deste tipo, mas ela pode emergir em 2011. Não será uma perda e sim um ganho.  E quando, em 2011, eu retornar ao mercado de trabalho (nem cogito outra hipótese), voltarei cuidando melhor da minha casa também.

Sendo muito sincera não sentirei saudades de 2010. Não foi um ano repleto de realizações. Ainda assim foi um ano de família unida, saúde tranquila, pequenas conquistas. Foi o ano em que tornei este blog público e que conheci tantos amigos, ano em que me permiti escrever para ser lida. Pode ter sido um ano de semeaduras, algumas BEM duras. Que venha 2011, e que seja mais macio. Os pés estão cansados! Obrigada por estarem comigo em 2010. Não quero deixá-los para trás. Vamos pular sete ondas de braços (virtuais) dados? Vamos juntos? E que novos sonhos possam nascer neste ano. Que a certeza do caminho a seguir se faça, por que não é mais tempo de procura, é tempo da jornada.  Em 2011 quero apreciar mais a paisagem do caminho, esquecer um pouco do destino e aproveitar a viagem. Mas quero ir na janela desta vez!  


Beijos a todos,
Tati.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Apresentando "a novidade"

Tenho uma novidade, estou muito feliz com ela, espero que compartilhem de minha alegria.

Outro dia recebi, por e-mail, uma mensagem muito bem escrita. Intensa, profunda, clara, interessante, agradável de ler, que fazia pensar. Uma amiga querida havia escrito, mas na primeira linha vinha um pedido: Não divulgue! Ela compartilhou com pouquíssimos amigos (sim, éramos 3 ou 4). Respondi na hora: "Amiga, você escreve muito bem, precisa compartilhar. Por que não cria um blog?" Ela respondeu que já pensou no assunto, mas tinha medo da exposição. 

Daí, alguns dias depois, eu estava muito triste, com medo de estar deprimida, liguei para esta amiga querida. Eu não tinha ânimo para nada, tudo estava nublado, arrastado, sem gosto. As poucas coisas que eu fazia, fazia forçada, de maneira mecânica... Minha casa era um reflexo óbvio, tudo bagunçado, fora do lugar... Eu precisava mudar aquilo! O Vi é meu apoio em todas as horas, mas nestas, ele simplifica demais. Minha complexidade não faz sentido para ele, sua sugestão foi: "Faça uma lista do que você tem que fazer e execute-a!" Sim, para ele isso faz muito sentido (e com ele, funciona!). Comigo, seria apenas mais alguma coisa para me sentir culpada por não ter executado. Mas o que quero contar é que, quando estava deste jeito, um caos completo, decidi que tinha que fazer alguma coisa. Peguei o telefone e liguei para ela. Ela é terapeuta, mas acima de tudo, é uma amiga sensata, em quem confio, e que tem ideias que respeito. É uma pessoa que consegue ver o lado bom das coisas. A Alê (que não é a Alê espelho, é minha outra amiga Alê) foi minha vizinha naquele condomínio que morro de saudades. Nossa amizade começou compartilhando o espaço e as descobertas da maternidade. Ela é mãe do Vini, um garotinho com um sorrisão mega feliz, mas com um geniozinho que vou te contar... Não é mole não!
Se a maternidade foi o ponto de partida, não é nosso elo mais forte. Nós conseguimos ir muito além. A gente discute filosofia, ideias de vida, filmes e, claro, desenhos animados (hihihi).

Quando liguei para ela eu mal conseguia falar, começava e chorava, me senti ridícula nesta hora. A Alê não quis saber, me perguntou onde eu estava. Lembrou que tinha uma paciente marcada para as 15h, e que a gente precisava se encontrar imediatamente. Mentalmente ela resolveu tudo e meia hora depois estávamos juntas. Sentamos para tomar um suco/refrigerante e conversar. Aquela conversa não mudou apenas o meu dia, mudou o meu rumo, ligou o motor. Eu me senti querida e importante, sabia que não estava sozinha e que o que me faltava era entrar em movimento. Eu venho me isolando demais! Foi pouco tempo, mas foi o suficiente. Foi intenso e especial. Ela disse, de maneira doce e carinhosa, o que eu precisava escutar. Ela me colocou no colo, mas aproveitou para me sacudir!

No dia seguinte ela me ligou para saber se eu estava melhor. Disse que nossa conversa a tinha deixado inspirada e que tinha escrito alguns textos. Ela escreve não apenas com conhecimento dos assuntos, mas de maneira bastante agradável de ler. Insisti para que ela criasse um blog, aliás, eu vivo sugerindo isso, mas ela se esquiva. Quem não viveu isso que atire a primeira tecla. Esse medo também já me corroeu, demorei a perdê-lo. De tarde, um estalo. Liguei para ela, que ficou de pensar. Esta semana ela me mandou um e-mail com a resposta e é esta a novidade que quero contar.

A partir da semana que vem o Perguntas em Resposta terá uma colaboradora fixa. Estamos pensando em quartas-feiras para suas postagens. Convido-os a conhecê-la, a experimentar seus textos. São mesmo muito bons!

Então é isso, a partir da semana que vem estarei compartilhando com vocês um pouco do meu coração, na forma de uma pessoa que amo, e que agora fará parte deste mundo maravilhoso. Recebam-na com o carinho que me recebem, posso pedir isto a vocês? Saibam que é uma pessoa muito especial, batalhadora, com um sorriso que não há como não se apaixonar. Uma mulher linda, com uma família feliz, lutando para conquistar seu espaço. É, a gente tem muito em comum e as conversas costumam ser longas e profundas, mas a gente também discute cortes de cabelo e episódios dos Backyardigans, ou ideias de festas para nossos pequenos. Bem, vou deixar que ela se apresente, está bem? Vocês vem nos visitar na quarta? Vou esperar!!

Beijos a todos,
Tati.