Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amor ao silêncio

Este texto está escrito há bastante tempo. Comecei a atualizar as datas, mas o descaracterizaria demais, então, apenas explico aqui e mantenho-o como estava. Acho que foi escrito em abril ou maio... nem sei... mas ele traduz tão bem meu estado de espírito (menos a enxaqueca, que Gracias, não me acompanha hoje):
No centro onde trabalhávamos havia uma frase em um mural: "Se suas palavras não forem mais bonitas que o silêncio, prefira o silêncio". Achava-a maravilhosa. E olha que sou uma tagarela! Mas sou uma tagarela em reabilitação, tentando silenciar não apenas a boca, principalmente a mente.

Hoje é domingo e fiquei em casa por que acordei com enxaqueca (aliás, estou em crise desde sexta-feira). Marido e filhote foram curtir o dia na casa da sogra e eu fiquei. Não pense que me dei bem, longe disso! Adoro a casa da minha sogra. Ela nos recebe muito bem, é muito carinhosa, e como a família é grande, a reunião de cunhados e sobrinhos é sempre uma festa. Hoje perdi de curtir um momento gostoso em família.

Fiquei em busca de silêncio e tranquilidade, mas em pleno domingo algum vizinho sentiu-se no direito de escolher a trilha sonora do quarteirão. Então, com o pouco de capacidade que resta a alguém com dor de cabeça e no meio de uma boate arbitrária, fiquei pensando no medo que as pessoas tem do silêncio.

Por que temos tanto medo de silenciar? Por que, quando estamos entre amigos, há a necessidade de emitirmos palavras o tempo inteiro? Com quantos amigos somos capazes de nos sentar em silêncio e ainda assim estar em sintonia?

Se estamos em casa sozinhos ligamos a TV ou o rádio, nem que seja apenas para "fazer barulho". O silêncio está relacionado à solidão? Sei que não existe solidão maior do que aquela que sentimos em meio à multidão.

Será que o medo maior é da nossa consciência? Não aquela consciência clássica, juíza do certo e errado, mas a consciência pura e simples: nossa capacidade de estar consciente da realidade? É este o momento em que as grandes questões nos invadem? As temíveis questões: "O que você está fazendo da sua vida?" "Você é feliz?" "Por que está aqui?" "Qual seu compromisso com a vida?"

Estar em silêncio nos permite um íntimo contato com quem somos de verdade. E isso é assustador! Neste estado somos capazes de enxergar aquilo que ocultamos de diversas formas. Temos medo do ruim em nós, de enfrentar nossas falhas, com isso perdemos de nos conhecer um pouco mais. 

Vivi momentos inesquecíveis, sem que uma unica palavra fosse emitida. Para certos momentos, qualquer palavra é menor. Não há palavras capazes de traduzir determinadas emoções e situações. Um abraço, um encostar nos ombros. Olhos nos olhos sob as estrelas... Que palavra pode ser dita?

Eu também tenho medo do meu silêncio, e de qualquer silêncio. Amo momentos assim, mas ligo, no mínimo, o computador. Preciso de companhia. Neste período que tenho trabalhado muito de casa e passo o dia inteirinho sozinha... Tem horas que dá angústia. Achava que adoraria esta situação. Sempre quis um pouco mais de solidão. Adoro estar comigo mesma, mas nesta fase estou assim tempo demais, e sinto falta do compartilhar. Os dias ficam longos demais. Não há interação, troca. A energia fica estagnada, e água parada, apodrece. 

Sem silêncio e solidão a escrita não acontece (pelo menos para mim). Só que solidão demais começa a me deprimir em algum ponto. Eu vou fechando a concha de tal forma que chega uma hora, mesmo que eu queira, não consigo abrir. Acho que é o que está acontecendo agora. Tenho ficado tempo demais só, comigo mesma. Gosto da companhia, mas sinto falta dos demais, do convívio, e quando tenho a oportunidade... esqueci como interagir. Fico quieta, distante. Não gosto quando estou assim. E sei que é hora de retornar à superfície. 

Este texto estava guardado nos rascunhos e o encontrei agora, numa semana que começo com muito a dizer, mas com conchas cerradas, o esforço para abri-la é intenso, não só por que eu acho que preciso, mas por que quero! Quero estar com as pessoas, participar do mundo. Solidão e silêncio são bons, mas quando são voluntários. Neste momento já não é mais assim para mim. Nestas horas penso em Cecília Meireles, não me comparando à sua escrita, entendam bem, mas à sua solidão profunda, e sei que não quero chegar tão longe. Os textos podem ser ótimos e inspiradores, podem traduzir nossa alma, mas este mergulho em apnéia é doloroso demais. Acho que não estou disposta a arriscar. Tenho muito a perder!

Um grande beijo,
Tati.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vida Simples - Lugares



O melhor lugar do mundo está dentro de mim, basta eu querer.
Isso é o que tenho aprendido com a vida, mas nem sempre sei colocar em prática.

Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer a lista incluirá viajar. E com isso sou uma pessoa viajada? Se você considerar Pirajuí, Bauru e Bom Jesus do Itabapoana como destinos de viagem... pode ser. Não desmereça, são lugares que tem seus encantos (pelo menos para mim). Ainda não tive a oportunidade de conhecer os destinos dos meus sonhos, farei, pode ter certeza!

O mais longe que consegui chegar foi Recife, e o melhor desta viagem, uma tarde em Porto de Galinhas, ainda não como eu quero. Fui a trabalho e faltou meu amor ao lado, o destino é tão romântico... Estava com minha melhor amiga, foi ótimo, mas quero voltar com Vi e curtir o clima!

Só que não é sobre os destinos dos meus sonhos esta postagem. O que quero compartilhar com vocês é uma descoberta, que deveria ser uma noção inata, mas não é: O melhor lugar do mundo está dentro de mim, está na minha disposição, na minha alegria, na vontade de viver e ser feliz.

Se este lugar está ativado eu sou feliz dentro de casa, na rua, indo à padaria comprar o café-da-manhã. Isso é o que menos importa.

Se este lugar está triste, posso viajar para o Marrocos, para Fernando de Noronha, ver golfinhos nadando ao meu redor, posso estar às margens do Sena ou cercada pelo mar báltico, não importa. Soltarei um sorriso, um suspiro. Ficarei alegre para fotos, mas a felicidade é sensação interna, não depende de paisagens paradisíacas. Viajar não pode ser fuga, não resolve nossos problemas.

Tive a sorte de nascer num cartão postal. Na verdade, nasci na moldura do cartão postal e não na foto, ainda assim, com pequeno deslocamento de carro estou de frente para eles: o mar do Rio, o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Mirantes e mais mirantes (alguns proibidos de se frequentar). 

Já saí de casa por estar triste e dirigi até o mar, ele me tranquiliza, me mostra, em seus movimentos, que a vida é assim, como ondas, dizia Lulu: "num indo e vindo infinito". Não vou negar que é mais fácil estar tranquila quando a paisagem acompanha, que morar em Búzios deve ser especial, é uma das cidades que mais amo no mundo, mesmo sem conhecer muitas cidades. Esta me encanta! 

Se não posso viajar, posso mergulhar em mim. Na minha mente tenho o destino que eu desejar, posso ser bruxa ou princesa, posso ser menina ou mulher e até homem se eu quiser. Nas viagens do pensamento posso brincar de ser leoa, girafa, hipopótama. Posso tudo que eu desejar, basta estar disposta a sonhar!

Quando busco a felicidade dentro de mim, a encontro, e sigo viagem, rumo às profundezas do pensamento ou ao litoral das divagações, mergulho em ondas cerebrais, subo as montanhas do raciocínio ou submerjo nas águas límpidas da meditação. Tudo que eu quiser! Dentro de mim está o melhor dos mundos, é só eu estar disposta a me amar, ser meu destino e minha melhor companhia. Os demais acompanham, por que se estamos felizes, realmente felizes, atraímos companhia e divinas paisagens.
Vem comigo? Vai contigo?


Beijos,
Tati.
Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Mila, Vida Simples, esta semana o tema é: Lugares. Você ainda pode participar! Corre lá! Beijos

P.S: a primeira imagem é montagem minha; a segunda, é daqui

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Uma maneira de ser completamente feliz



            Depois de toda aquela conversa sobre os hemisférios cerebrais venho lendo mais e mais sobre o assunto, e até fiz alguns testes que dizem ajudar a compreender qual lado a gente usa mais. Todos indicaram que uso ambos os lados, o que não quer dizer que de maneira equilibrada. Não, longe disso!
            Os dois lados vivem em guerra. Sabe o anjinho e o diabinho que vemos em comerciais? É assim que vivo, a única questão é identificar quem é “do bem”, quem é “do mal”. Vou explicar.
            Primeiro corrigir: o lado esquerdo, que é lógico, também domina a linguagem, tanto falada quanto escrita. Já o direito, criativo e livre, também é responsável pela orientação espacial. Enfim, claro estão minhas deficiências nos dois lados, não? Só que o principal é perceber que, como os dois tem gênio forte, tentam me dominar, me disputam. Um quer que eu seja certinha, justa, cumpridora dos deveres, seguidora dos padrões sociais. E não é que eu sou?
            Já o outro, me quer livre, criativa, cheia de ideias, sonhadora, repleta de planos, vontades... Pronto! Está criada a confusão. Por que sou tudo isso, e as coisas parecem incompatíveis! Agora já sei, pelo menos, que é a briga dos dois lados do meu cérebro que está fazendo isso.
            Meu lado esquerdo me faz egoísta, egocêntrica e todas as palavras que começam assim, porque contemplo todas elas. O lado direito me faz querer ajudar as pessoas, pensar nos outros, participar de projetos sociais, etc.
            Essa luta é inglória? É possível acertar o passo? Por que eles não podem ser amigos e trabalhar juntos? Acho que não são os hemisférios que preciso desenvolver, mas sim a ponte entre eles. Para que sejam mais cooperativos.
            O lado direito é o lado do prazer, da alegria, o lado que mais gosto. O lado esquerdo é o da responsabilidade, da vida diária, da prática. É o que preciso. Tenho os dois, sei que prefiro as atividades do direito (traduzidas pelo esquerdo, já que não sei quem seria eu sem ler e escrever...), e sei também que dou prioridade ao esquerdo.
            Neste momento de final de dissertação, de início de outro projeto, de cursos e tarefas, em que o esquerdo deveria dominar todos os espaços, eu fujo para o direito e só o deixo existir na escrita. Preciso sentir a gargalhada, a cambalhota, e elas habitam o lado direito!
            A certeza é, minha profissão ideal envolve escrever. Escrever meus sonhos e ideias, meus devaneios. Nada poderia integrar mais meu cérebro. Os dois lados são amigos nesta hora. Sou completa e feliz assim! Ah, venham me visitar mais vezes por aqui...
Beijos.
Que sejam de paz seus pensamentos.
            

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Que meu pai não me ouça, mas sou de direita!!



            Esta semana eu assisti uma entrevista muito interessante com uma neurocientista chamada Jill Taylor. Ela sofreu um derrame e passou 8 anos recuperando seu próprio cérebro. A entrevista veio a calhar, já que estou vivendo uma sensação nunca antes experimentada, num período de estresse que está comprometendo minha capacidade cognitiva. Sim, tenho esquecido nomes, datas, lugares, assuntos.  
      Domingo eu não conseguia estabelecer conversa. Achei que a Imbasa iria se oferecer para colocar meu cérebro num copinho... Foi uma sensação bem ruim. As pessoas fazem perguntas simples e as palavras não vem. Hoje estou um pouco mais tranqüila. Dei uma pesquisada no são Google e encontrei muitas coisas sobre esta cientista, inclusive um livro, que comprarei em breve: “A cientista que curou seu próprio cérebro”.
            Uma das coisas que ela destacou na entrevista foi a importância de dormir bem e bastante (o que me impediu de ver a entrevista até o final, já que era quase meia noite. Quando ela falou isso eu desliguei a TV e fui dormir.). Esse, com certeza, um dos fatores que estava me levando a este quadro de esquecimentos. Esta semana estamos ligando dois ar condicionados, a noite transcorre mais calma com Bê no seu próprio quarto. Quando ele dorme no nosso, levanta algumas vezes, pula para nossa cama, fala dormindo, ou seja, a noite não é repositora. Com isso já dei uma melhorada.
            Mas a melhor parte de tudo foi pensar que posso desenvolver mais e melhor o meu cérebro. Esta neurocientista tinha o lado esquerdo bem desenvolvido, quando este foi afetado pelo derrame o lado direito desenvolveu-se de forma compensatória. Aos poucos ela foi retomando o lado esquerdo e, após 8 anos, ficou sem qualquer seqüela. Hoje ela tem um bom domínio dos dois hemisférios cerebrais.
            Por que estou postando tudo isso? Por que meu lado esquerdo é preguiçoso. Ele é o responsável pela capacidade lógica, matemática, de organização... entendeu? Exatamente o que não tenho. Eu não tenho noção espacial, eu me atrapalho em equações simples, sou muuuito bagunceira, interpretar gráficos é um problema... Mas quero melhorar como pessoa e este é um dos caminhos necessários. 
            O hemisfério direito, que eu uso mais, é o responsável pela linguagem, pela criatividade, facilidade de memorização... estas características eu sempre me orgulhei de ter, mas está na hora de ampliar capacidades e estou buscando exercícios para desenvolver o outro lado. Escrever não é um problema, mas calcular... Enfim, quero ficar “cabeçuda”!
            Em breve retornarei com diagramas, tabelas, planilhas... e mapeio para vocês os avanços que consegui! Vou dominar o Ábaco!!! 
            Um beijo a todos. Que sejam de paz seus pensamentos.
Tati.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Florescendo


Oi! Achei este texto remexendo arquivos (virtuais, do word...). Me pareceu bastante atual, até por que o que se passa em nosso interior é atemporal, certo? Talvez por isso eu seja tão ruim com relógios e calendários... hehehe Mais uma coisa para mudar!
"Sou um ser emocional. Sensibilidade à flor da pele, sempre. Tentando dar vazão a tudo isso que sinto e nem sei bem o que é. Preciso ser mais racional, é o que o mundo me exige a todo instante. Mas quando sou assim, sou bem menos eu, e acabo me perdendo. Pq não posso ser quem eu sou? Pq não ser exatamente este ser de pura emoção? É que qdo somos assim, tão sentimento, acabamos ficando pouco ação, e a vida é movida por ações. Então, estagnamos fisicamente, por mais que a produção interior aconteça.
Sinto que, quando me permito, eu vôo, vou tão longe que quando retorno, nem sei por onde passei. Chego, aterriso e me pergunto, onde estive até agora? E sinto-me mais leve, mais inteira, mesmo sem consciência do que andei fazendo.
A música me ajuda a liberar toda essa explosão que existe dentro de mim. Explosão é um termo engraçado para definir este sentimento, pq apesar de intenso é suave. É uma certa nuvem, um florescer.
Florescer tem mais sentido para mim, pq quando uma flor desabrocha é um movimento intenso, perceptível, mas bastante lento e silencioso, assim como meus rompantes emocionais.
Queria ser um ser normal, como as pessoas com quem convivo. Acho que seria mais fácil. Já tentei me tornar esta pessoa, mas acabo sempre me contradizendo, me embolando em mim, tropeçando naquela que insiste em continuar dentro de mim, e me governa. Sou eu em essência. Neste momento, essência inadequada. Não me encaixo. Esse sentimento de inadequação me acompanhou a vida inteira. Eu luto contra ele, que mais cedo ou mais tarde retorna, cada vez com mais força.
Já tentei ser da galera, já fingi ser como qualquer pessoa. Freqüentar lugares comuns, agir com naturalidade entre pessoas que repetem convenções como se fosse o mais correto a se fazer. Pode ser o mais óbvio. Só que essa monotonia de raciocínio me desconcerta. Eu preciso pensar, criar, formular teorias, questionar.
Detesto idéias pré-concebidas, repetidas como lei natural simplesmente por terem sido proferidas por grandes nomes. Quem são os grandes nomes? Homens como todos os outros, que por alguma razão (muitas vezes por mérito, não quero desmerecer ninguém) tiveram projeção e oportunidade de expor seus pensamentos.
Como controlar esta força feroz que arde dentro de mim e me impele a seguir meus instintos? Instintos de pensar... Porque preciso me fixar em uma linha e segui-la cegamente? Não sou cega, não sou míope. Tenho olhos de lince e quero mostrar ao mundo o que vejo, por mais que o mundo não esteja disposto a olhar, a perceber.
A diferente sou eu, nem por isso sou eu a errada. Estou certa em meu íntimo. Para estar em consonância com a sociedade tenho que estar em desacordo comigo. O que é mais importante? Mentir para si ou para uma comunidade inteira? Não encontro a resposta, ou a resposta que encontro não me satisfaz? 05/10/07
Acho que não mudei muita coisa... o que acham?