Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Florescendo


Oi! Achei este texto remexendo arquivos (virtuais, do word...). Me pareceu bastante atual, até por que o que se passa em nosso interior é atemporal, certo? Talvez por isso eu seja tão ruim com relógios e calendários... hehehe Mais uma coisa para mudar!
"Sou um ser emocional. Sensibilidade à flor da pele, sempre. Tentando dar vazão a tudo isso que sinto e nem sei bem o que é. Preciso ser mais racional, é o que o mundo me exige a todo instante. Mas quando sou assim, sou bem menos eu, e acabo me perdendo. Pq não posso ser quem eu sou? Pq não ser exatamente este ser de pura emoção? É que qdo somos assim, tão sentimento, acabamos ficando pouco ação, e a vida é movida por ações. Então, estagnamos fisicamente, por mais que a produção interior aconteça.
Sinto que, quando me permito, eu vôo, vou tão longe que quando retorno, nem sei por onde passei. Chego, aterriso e me pergunto, onde estive até agora? E sinto-me mais leve, mais inteira, mesmo sem consciência do que andei fazendo.
A música me ajuda a liberar toda essa explosão que existe dentro de mim. Explosão é um termo engraçado para definir este sentimento, pq apesar de intenso é suave. É uma certa nuvem, um florescer.
Florescer tem mais sentido para mim, pq quando uma flor desabrocha é um movimento intenso, perceptível, mas bastante lento e silencioso, assim como meus rompantes emocionais.
Queria ser um ser normal, como as pessoas com quem convivo. Acho que seria mais fácil. Já tentei me tornar esta pessoa, mas acabo sempre me contradizendo, me embolando em mim, tropeçando naquela que insiste em continuar dentro de mim, e me governa. Sou eu em essência. Neste momento, essência inadequada. Não me encaixo. Esse sentimento de inadequação me acompanhou a vida inteira. Eu luto contra ele, que mais cedo ou mais tarde retorna, cada vez com mais força.
Já tentei ser da galera, já fingi ser como qualquer pessoa. Freqüentar lugares comuns, agir com naturalidade entre pessoas que repetem convenções como se fosse o mais correto a se fazer. Pode ser o mais óbvio. Só que essa monotonia de raciocínio me desconcerta. Eu preciso pensar, criar, formular teorias, questionar.
Detesto idéias pré-concebidas, repetidas como lei natural simplesmente por terem sido proferidas por grandes nomes. Quem são os grandes nomes? Homens como todos os outros, que por alguma razão (muitas vezes por mérito, não quero desmerecer ninguém) tiveram projeção e oportunidade de expor seus pensamentos.
Como controlar esta força feroz que arde dentro de mim e me impele a seguir meus instintos? Instintos de pensar... Porque preciso me fixar em uma linha e segui-la cegamente? Não sou cega, não sou míope. Tenho olhos de lince e quero mostrar ao mundo o que vejo, por mais que o mundo não esteja disposto a olhar, a perceber.
A diferente sou eu, nem por isso sou eu a errada. Estou certa em meu íntimo. Para estar em consonância com a sociedade tenho que estar em desacordo comigo. O que é mais importante? Mentir para si ou para uma comunidade inteira? Não encontro a resposta, ou a resposta que encontro não me satisfaz? 05/10/07
Acho que não mudei muita coisa... o que acham?

Um comentário:

Vicente disse...

Somos diamantes brutos e a vida vai nos lapidando para que cresçamos em espírito.

O corpo físico, por vezes, padece para que o espírito tenha oportunidade de crescimento.

O temperamento pouco racional que você reclama não é, necessariamente, ruim. A experiência mostra que o tempo nos ensina a usá-lo no momento mais adequado e a inibi-lo em situações onde poderia piorar as coisas.

Da mesma forma ser totalmente passivo diante das situações que a vida nos proporciona não é legal. Pessoas com essa característica também precisam mudar sua conduta, se não vai sofrer por isso.

A vida, assim como você, é perfeita e nos ensina a melhorar diariamente. Isso eu posso dizer de cadeira pois acompanho sua luta e torço pelo seu sucesso.

Que você não perca nunca o otimismo em se melhorar.

Saiba que estarei sempre ajudando naquilo que for preciso para isso.