Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Um diabo, de Prada, me tentando


Tem gente que já nasce princesa, sem esforço é delicada, ultrafeminina, mulherzinha. Eu não sou assim... por mais que eu queira ser!! Mas eu me esforço, ah, isso eu faço!
Já fui muito desencanada, desligada de quase tudo. Na época da faculdade como tinha que usar branco facilitei a vida: comprava duas ou três calças iguais e tinha sempre 7 camisetas hering (das femininas, caneladinhas), que me vestiam de segunda a sexta, assim não perdia tempo pensando no que vestir. Soube depois que Einstein fazia o mesmo (bom, enfim temos alguma coisa em comum. Pena que é isso...). Me formei e a vida mudou, eu cresci, virei mulher feita. Agora eu faço luzes, mas meus cabelos estão sempre tão descabelados que opto por um coque-sem-vergonha e ando assim por aí. Tem também as unhas, que já passaram largos períodos bem curtinhas. Agora eu tento mantê-las sempre feitas e testo cores diferentes. O guarda roupa também mudou (embora bem menos do que eu gostaria...) e se fosse por escolha, só andaria de vestidos por aí. Vestidos de todas as cores, modelos, tamanhos... Ainda não deu para ser assim, mas estou no caminho.
Pois então. Eu adoraria ser perua, mas não tenho este dom.
Semana passada tinha uma reunião importante no trabalho. Importantíííssima. Plena segunda-feira de manhã.  Fiz marido e filho me acompanharem ao shopping domingo, final de tarde, e fiz as unhas lá, a preço de ouro. Não podia ir à tal reunião sem um vermelhão... Separei a roupa mais adequada,  a bolsa, o sapato... Cuidei dos cabelos... Peguei meus óculos-coruja, como manda o protocolo das peruas. Segui para o grande evento cheia de importância. Chegando ao trabalho percebi que tinha esquecido meu crachá (percebi na portaria, tendo que entrar na fila dos visitantes, apresentar identidade...). Segui o caminho e decidi ligar para uma amiga que também participaria da reunião, afinal,  me dei conta que não tinha certeza do local da reunião (Qual a sala? Qual o prédio? Qual o andar?). Celular sem bateria ... esqueci de carregar... Tive que deduzir o local e dei sorte. Achei!
A reunião foi boa, não tão boa quanto eu imaginava, mas boa.
E eu? Eu percebi que não tenho vocação para a função de perua; sou um fiasco! Vou continuar insistindo, por que adoro me sentir bem cuidada, mas com uma adequação do foco, né? Não dá para melhorar a apresentação e comprometer a eficiência ...
Será que não sou capaz de ser inteligente e bonita ao mesmo tempo?
Tsc... tsc...

sexta-feira, 19 de março de 2010

A força das palavras


Quando estamos educando uma criança nos damos (ainda mais) conta do valor das palavras. Pois bem, hoje a "Parques & Jardins" fechou uma rua aqui perto de casa e estava decepando diversas árvores muito lindas, frondosas, com sombra fresca... mas tão frondosas que, nesta época de grandes tempestades, tem afetado a rede elétrica da região.
Neste cenário resolvemos passar, caminhando, com nosso pequeno Bê. No meio de galhos- muitos galhos- caídos, um grupo grande de funcionários, um caminhão guindaste, e três ou quatro serras... Serras bem barulhentas, como parece que precisam ser as ferramentas (para mostrar que são coisas de macho, talvez...) Enquanto passávamos alguns rapazes pediram que suspendessem os cortes, um deles não ouviu e ligou a serra, o que deixou o Bê extremamente irritado. Como é todo soltinho, já foi tomar satisfação com o rapaz desavisado/ distraído. Nós o repreendemos explicando que, àquela hora ele estava trabalhando, ao invés de estar com sua família, que ele estava ali cortando as árvores e que, por isso, não faltaria luz em casa (situação que o deixa muito assustado). Bom, viu só? O rapaz era um herói cortando as árvores inconvenientes que conflitam com a rede elétrica... E agora? Não era essa a mensagem que gostaria de deixar! Eu gosto das árvores, adoro olhar sua grandeza da varanda do meu apartamento, é maravilhoso ouvir o som das folhas se tocando ao vento, ah, que delícia o ambiente sob sua sombra, e quantos pássaros, seus inquilinos, vem nos visitar... fazemos tantas coisas caminhando, este pedaço de rua é perfeito, muito arborizado. Provavelmente não teríamos nos encantado pelo local se não fossem suas árvores... E agora, qual a mensagem que eu deixo para "a geração futura" ali do lado?
Sim, não sou nenhuma hipócrita dizendo: "Voltemos a habitar cavernas". Adoro conforto, e luz elétrica é fundamental. Se não fosse assim, estaria eu escrevendo em caderninhos de receita misturados com diários, como fazia minha bisavó? Mas quero que meu filho ame a natureza, entenda sua importância, seu valor intrínseco, independente do valor de uso. Uma árvore não vale apenas por que dá frutos, sombra, etc. Uma árvore vale por que é uma vida. E toda vida é valiosa, não é?
E aí? Fiquei daqui, pensando... pensando... Como se repara algo assim?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Taxista fumante...

Faz tempo que não entro aqui. Nem para postar nem para comentar. E não podia ser diferente... Domingo tivemos uma festa ótima, aniversário de 6 anos do primo Matheus do Bê, que eu amo de paixão. Tudo bem rotineiro, certo? Só que resolvemos ir de taxi. Liguei para uma central aqui de jacarepaguá e pronto. Foi rápido, entramos no carro... CHEIRO DE CIGARRO!!! (Vou deixar bem claro o quanto sou tímida para me manifestar nestas horas...). Enfim, provavelmente um motorista fumante, que como não sente o cheiro acha que ninguém sente também. Não falei nada, afinal, estava no carro do cara, né? Mas devia ter falado... Não deu outra, Bê já começou a passar mal na festa mesmo. E agora já soma 4 dias de crise de bronquite, daquelas que ele não tinha há mais de ano... Fiquei muito p. da vida, liguei para o ponto de taxi e coloquei a questão! A atendente foi muito simpática e atenciosa, para minha surpresa, (atendentes de ponto de taxi costumam ser bem antipáticas). E disse que iria colocar na nossa ficha para "não enviar motorista fumante". Vocês sabiam que isso é possível? Falou que podemos lembrá-los quando ligarmos solicitando, mas que esta informação já estaria na ficha. Espero que não tenham escrito "mãe neurótica". Gostei de saber disso, a partir de hoje é só assim que peço taxi!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Reunião de escola


Gente, eu AMO reunião de pais na escola. Adoro participar, me preparo para o momento. E na escola do meu filho as reuniões são maravilhosas! Hoje foi a primeira do ano, professoras e coordenadora a postos, um momento bem preparado por elas, duas perguntas no quadro: As duas versavam sobre os cuidados com nossos filhos, e sobre o que podíamos fazer para educar melhor. Vou dizer que as questões mexeram comigo. Ao final destas dinâmicas elas sempre leem algum texto selecionado, que hoje foi fortíssimo (pelo menos para mim), e transcrevo na íntegra, para que possamos pensar juntos sobre isso. Então lá vem:

SE EU FOSSE CRIAR MEU FILHO DE NOVO


"Se eu fosse criar meu filho de novo,cuidaria da auto-estima primeiro,e da casa depois.
Faria mais pinturas com dedo,e apontaria menos o dedo.
Disciplinaria menos,e acalentaria mais.
Olharia menos para o relógio,e mais para ele.
Daria mais passeios e empinaria mais pipas.
Pararia de ser séria ,e brincaria seriamente.
Correria através de campos,e olharia para mais estrelas.
Daria menos safanões e mais abraços.
Veria mais frequentemente o carvalho em seu fruto.
Falaria menos,e diria mais.
Tomaria para modelo menos o amor ao poder e mais o poder de amar."
(Diane Loomans)



Quais as questões? O principal é que vesti a carapuça. Eu sou rígida demais e com isso perco ótimas oportunidades de curtir momentos especiais. Conversando com outra mãe, uma amiga querida, chegamos à conclusão que o medo de estarmos criando mais um "sem limites" para o mundo faz, muitas vezes, que sejamos duras demais, sérias demais. E isso tira a beleza, inibe o lúdico, cria barreiras. Já percebi que deixo o Bê muito ansioso, ele não aceita errar, quer fazer tudo certo de primeira ou então nem quer tentar... E sei que boa parte da responsabilidade é minha, que exijo muito e sempre! 

Continuando a reunião (não saí do assunto porque todas estas questões me rondavam durante ela), após a leitura deste texto retiramos pequenas tiras de papel de um saco plástico. Nelas, perguntas. A minha:


 "O que posso fazer diferente na criação do meu filho este ano?" 


NOSSAA!! Tantas coisas... Posso brigar menos, elogiar mais. Posso ouvi-lo mais, posso (será que consigo?) diferenciar o estresse do trabalho do estresse do convívio/ rotina/ educação. Posso tantas coisas... algumas eu faço ideia do que fazer para mudar, outras nem a mais remota... A reunião transcorreu leve, com as professoras detalhando a proposta pedagógica para o ano, para o bimestre, etc. Mas minha cabeça estava enlouquecida. E milhares de questões borbulhavam. Meu vulcão cerebral entrou em erupção... Fiz tantas perguntas, tantos comentários... já estava com medo de estar sendo chata. Sou chata! Mas não preciso deixar isso tão explícito, né? 



Enfim, tenho milhares de questões na cabeça. Quero ser uma boa mãe. Não preciso ser a melhor mãe que já esteve na face da Terra, nem exemplo para ninguém (a não ser para o Bê - coitado...), mas quero me sentir fazendo um bom trabalho. Acreditando, com convicção, naquilo que venho praticando com ele. Eu acredito que tenho dado o meu melhor, mas talvez o meu melhor esteja sendo demais. Talvez esteja na hora de relaxar um pouco e dançar o rebolation com ele na sala, ao invés de esperar que ele goste de MPB e Bach...  Deixar ele seguir para a escola com uniforme amarrotado por que não deu tempo de passar, e bochechas mais amarrotadas ainda, de tantos beijos que pude dar no tempo que sobrou! É, será que sou capaz?

E aí? O que posso fazer para ser uma mãe melhor este ano? Conto com vocês!!!

Beijos,

Tati.

Se alguém cruzar o seu caminho


Eu acredito em anjos, não como a maioria das pessoas acredita. Para mim anjos não são pequenos seres imaculados, querubins, criancinhas peladas, sem pecados... não... Eu acredito que anjos somos todos nós, em algum momento, seja de forma voluntária ou involuntária. Eu posso ser o anjo de alguém conhecido, quando ligo para aquele amigo que precisa exatamente daquelas palavras naquele momento, também posso ser o anjo de um desconhecido quando dou um sorriso para alguém amargurado em um ônibus e mudo o dia desta pessoa.  E posso ainda ser anjo sem perceber, quando meu carro morre no sinal e atraso o motorista de trás, que por esta chateação deixa de se envolver em um acidente mais à frente.

Já vivi incontáveis situações em que anjos estiveram à minha frente. Claro que nem todas as vezes eu percebi, por isso agradeço sempre. Pelo que sei e pelo que não sei. Agradeço os anjos que coloca em meu caminho e agradeço pelas oportunidades que Ele me concede de ser o anjo de alguém.

Para que isso aconteça basta estarmos conectados, em sintonia. Estarmos dispostos a atuar como instrumentos de Sua vontade. Quantas vezes temos um impulso inexplicável para certas atitudes ou palavras, sem saber muito bem o que estamos fazendo? Algumas vezes temos um feedback, descobrimos depois o que significava tudo aquilo. Na maioria das vezes, não. Temos que nos contentar em saber que fizemos nosso melhor. Que estávamos ali, para o que desse e viesse.

É isso, eu só precisava escrever estas palavras. Amanhã o dia começa cedo...

Que você tenha muitas "oportunidades-anjo" na sua vida, para dar e receber.

Um beijo,

Tati.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A primeira vez a gente nunca esquece

Hoje estou muito feliz! Recebi meu primeiro selinho.E a amiga querida que me presenteou foi também a responsável pela minha primeira blogagem coletiva, o que significa que já é muito especial para mim!! Ela escreve um blog ótimo, o Vida, que eu acho bem leve e gostoso de ler. E acabou de me passar este selinho. Aos que não gostam muito de selinhos, sintam-se, ao menos, acariciados. Um beijo.





Regrinhas:
- Postar o selinho
- Dizer 10 coisas que me farão feliz
- Repassar para 10 blogueiras



Me farão feliz:


- Estar ao lado do Vi até ficar beeeeeem velhinha...
- A formatura do Bê (na carreira que ele escolher, depois que terminar a educação infantil e tal...);
- Cada beijo que eu receber das pessoas que eu amo, a cada dia...
- Terminar minha dissertação;
- A viagem que faremos nas férias do próximo verão;
- Todos os congressos, cursos, disciplinas, seminários... que participar em minha vida;
- Ser servidora da Fiocruz (e não mais bolsista...);
- A noite de autógrafos do meu primeiro livro (e dos demais também);
- Muuuuuitos comentários no blog;
- Ah, e a paz mundial!!!!!


Então repasso para blogs que eu acompanho e gosto (e que estão entre as coisas que me fazem feliz).


- Dettinha - Aos meus... aos seus... aos nossos filhos...
- Murilo - Mugvox
- Rosi - Mundinho Particular
- Marli - Blog da Marli
- Reyel - Diário da Reyel
- Laura - Conjunto desordenado de palavras
- Elaine - Um pouco de mim
- Marcelo - Notas & Trilhas
- Felipe - Colmeia das ideias 
- Clara, Ana, e quem mais chegar... (gente, ainda tenho poucos amigos por aqui...)

domingo, 7 de março de 2010

A casa dos sonhos

Eu estava pensando em responder os comentários direto no campo de comentários, então me deparei com uma mensagem de uma amiga querida e ex-vizinha, e percebi que tudo o que esta mensagem representa para mim merece mais do que uma resposta em comentário, merece uma postagem!

Há dois anos nós nos mudamos para um apartamento. É ótimo e espaçoso, tem uma vista que amamos e é bem confortável. Só que neste processo deixamos para trás um lugar muito especial, que não saiu de mim.

Morávamos em uma casinha de bonecas. Sim, era essa a impressão que se tinha ao chegar lá. Um condomínio com clima de vila e vizinhos maravilhosos! Foi nesta casa que dei o primeiro beijo no Vi (ele já morava lá quando me conheceu) e foi lá que o Bê nasceu. Nossa casa, depois da chegada do Bê, vivia recheada de crianças, o que significa dizer que tinha sabor de gargalhadas, pipoca (inclusive pelo chão), sucos e mate gelado em muitos copinhos coloridos... Tinha brinquedo espalhado pela sala, brigadeiro, gelatina, e pavê de chocolate para o João Vitor. Mas mais que tudo isso, tinha solidariedade de vizinhos!

Lá um bolo assado na casa ao lado vinha morar, em grossas fatias, na sua casa. A cebola se mudava para a casa em frente e o limão chegava, salvando a receita. O Bê conhecia a todos pelo nome e, não sei explicar como, conhecia cada casa (mesmo elas sendo todas iguais e ele não sabendo ver números...).

A mudança foi uma decisão nossa, bastante pensada e da qual não me arrependo. Só que não imaginava que traria dentro de mim tantas e tão queridas pessoas. Queria tê-los mais perto novamente... Como diz a Alice (outra vizinha que se mudou pouco depois de nós): Ah, se desse para trazer os vizinhos para a casa nova... Eu também penso assim!! Muitas saudades, muitas histórias, muita gratidão... muito amor por estas pessoas que fizeram o Torino inesquecível!