Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Minha cor preferida: Café!


Para hoje a Glorinha nos brindou com uma surpresa. Uma semana a mais na blogagem colorida. Como era para fechar, a sugestão foi escolhermos nossa cor favorita. Já tive a oportunidade de falar sobre ela no verde, então fiquei pensando qual seria minha cor favorita para hoje e nem precisei ir muito longe.

Aliás, nem saí do blog da Glorinha e já tinha a resposta: Café com bolo? Café! Café com papo, café com amigas, café em família, café com blog... café da hora que acordo até a hora de dormir. Café não me tira mais o sono...

Café ocupa grandes espaços emocionais da minha vida. Dizem que é preto, mas também pode ser dito marrom. Um objeto, uma roupa, um sapato café é um marrom queimado, cor do grão, não cor do líquido quente dentro da xícara. Seja como for não pretendo definir suas nuances, quero apenas apresentar o conforto que ele trás à minha vida.

Minha mãe é do interior de São Paulo, de Lins, uma terra do café. E na casa dos Pastorello o café não pode faltar. Repete minha mãe (e também meus tios) uma brincadeira de meu avô dizendo: Não popo pó (não economizou... hehehe). Sim, café forte e encorpado sempre.

Os Pastorellos espalharam-se pelo Brasil. Tem tio em Poços de Caldas, tios em Pirajuí, um foi para Brasília e voltou ao ponto de partida depois de aposentar. Tem primos em Londrina, Bauru, Itatinga, Brasilia, São Paulo e um nem sei por onde anda neste momento (é quase um andarilho por este mundo), e nós, no Rio. Reuniões de Pastorellos aconteciam nas viradas de ano. Delícia quando era assim. Nem sempre juntavam todos, mas os que juntavam faziam aquela algazarra de buona gente.  Falam alto, gesticulam, falam todos ao mesmo tempo. E quem está sempre por perto? O saboroso café, fresquinho a toda hora. Acaba uma garrafa já tem gente preparando nova na cozinha. Café, para mim, é sinal de família reunida!

Minha mãe, como não podia deixar de ser, está sempre com sua xicrinha em punho. Estamos de saída, chave do carro na mão, criança vestida e ela, peraí, deixa só eu tomar meu cafezinho... e a gente espera aquele minutinho sagrado! Nossas grandes conversas sempre foram regadas a café. Conversas sóbrias, profundas. Muitas vezes tomei café salgado de lágrimas e repleto de atenção e carinho. Era assim que ela extraía (e extrai) tudo o que quer saber. E dá conselhos, faz perguntas, participa. Café, para mim, é colo de mãe. É o cheiro da minha mãe!

Então conheci meu espelho. Minha grande amiga Alê que já foi homenageada em post anterior. E no trabalho, nos estresses e nas bonanças, lá está ele, o café. Alê é tão dependente dele quanto eu. A gente chega no trabalho e se telefona, quem já chegou encontra a outra na cafeteria. Um café, papo em dia, um bom dia! Às vezes desabafo, às vezes brinde, o café é presença obrigatória em nossas conversas. Engraçado que já ancorei isso, por que nestes meses que trabalhei de casa era só aparecer o nome dela piscando no MSN ou no google talk que me dava, instantaneamente, vontade de tomar café. Cafe, para mim, é confidência. É confiança!

De manhã sou uma lerda. Acordo pela metade, só corpo. Cérebro chega umas 2 horas depois. Perguntas feitas antes disso recebem respostas desconexas, atrapalhadas e muitas vezes irritadas quando o interlocutor é insistente. Mas as manhãs aqui em casa são corridas, são atarefadas. Criança pequena, escola, trabalho. Marido passou então a preparar o café antes que eu me levante. Acorda um pouco mais cedo, prepara tudo com muito amor, antes de sair para trabalhar. Quando começou com esta surpresa, preparava o café, colocava na mesa da sala sobre um jogo americano, com xícara ao lado e um bilhetinho. Como era bom ler o bilhetinho enquanto sentia o perfume do café. Que bom dia mais gostoso! Hoje os bilhetinhos estão guardados em uma caixa e restringem-se a datas especiais, mas o café está sempre ali, como uma declaração de amor. Como meu lindo Vi me dizendo "sinta-me ao seu lado". E eu sinto. Café, para mim, é calor e presença. É a total cumplicidade. É casamento perfeito!

Há pouco tempo cheguei eu na blogosfera. Nem sei explicar de que maneira, comecei a fazer amigos. Até que um dia vi no Blog da Marli uma brincadeira e topei participar. O link me levou à Glorinha, ao seu café com bolo. Escrevi e me inscrevi. E assim meu mundo mudou! Coloriu-se, recheou-se, alegrou-se, interagiu. Colori minha vida, e aqui estou para dizer que o café, para mim, é amizade e companhia. É um doce compartilhar.

Que seja sempre forte, que seja sempre quente, que esteja sempre presente e perfume nossas vidas, colorindo todos os espaços. E que a vida seja ainda simples, por que assim é a felicidade!

Beijos a todos,

Tati.

sábado, 22 de maio de 2010

Reeditando: Normas e Diretrizes para ser espontânea

Amigos,

Fiquei com vontade de "reeditar" (repostar?) alguns textos de quando meus únicos leitores eram mãe, marido e a Alê. Quem sabe vocês gostam? Se estou colocando de novo é por que são os que eu gosto mais. E dava uma pena de deixá-los fazendo eco... eco... eco... 
Digam se vale à pena fazer esta triagem. Se valer, faço mais vezes, ok?
Este eu postei em dezembro de 2009.



"Chego à conclusão de que preciso exercitar a leveza em minha vida. Que se danem tantos compromissos e essa necessidade despropositada de ser tão certinha, esse compromisso ensandecido com o politicamente correto. Isso torna minha vida difícil, chata, enfadonha mesmo!!
Quero mais risadas, mais improviso, me permitir ser mais relaxada e feliz! Ser feliz é mais importante que estar certa. Ok, ok... mas eu sempre penso nisso quando acho que minha opinião é mais correta que a do amigo e “não pode bater no amigo”. Mas eu nunca tinha parado para pensar que eu também posso estar muito errada em querer estar certa, porque eu fico uma grande CHATA!!
É chato conviver com alguém com essa mania, quase TOC... Agora, preciso baixar uns tutoriais, manuais, fazer um curso, certificação (...) para aprender a ser mais espontânea. Como faço isso?
Como estar tranqüila em relação à agenda do Bê, os se ele está ou não levando lanche no dia de piquenique. Ou se o lanche que ele está levando é mesmo saudável... por que isso é tão importante assim?
Para quem preciso passar uma imagem de certinha, profissional, responsável, que dá conta de tudo?
Não quero mais ser assim. Claro que não quero negligenciar filho, nem largar meu trabalho de lado ou morar num ninho de mafagáfos cheio de mafagafinhos... mas eu posso deixar acontecer, né? A gente pode almoçar biscoitos num dia, só para fazer um passeio diferente, sei lá.... será que consigo tudo isso?
Como as pessoas fazem para ser espontâneas? Preciso de um check-list!"


E aí? Valeu a pena ler de novo pela primeira vez? 
Beijos a todos,
Tati

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Recebi uma surpresa e tanto!


Calma amigos,
Ainda não é a surpresa da Regina Coeli... Volto a citar meu amigo Lynce do Virtual. Isso por que vi uma chamada para seu blog que dizia: "Blogue da semana". Fui conferir, na intenção de fazer um novo amigo. E olha o que encontrei? Transcrevi na íntegra, mas pode passar por lá e prestigiar o Lynce. Ele é português, e tenho aprendido um pouco sobre sua cultura. Uma terra que tanto influenciou a nossa, mas que ainda assim tem suas diferenças. E eles passam agora por uma crise sem precedentes na história. Ele sabe contar estas coisas como ninguém. É muito bom acompanhá-lo e fiquei lisonjeada em saber que ele gosta do que escrevo. 

Blogue da semana
Há poucos dias descobri o Perguntas em Resposta e fiquei encantado com os seus excelentes textos. Trata-se de um blogue generalista, escrito com muita competência e que vale a pena acompanhar.
A sua autora, Tati Pastorello, uma mulher com muitos valores, abriu um enorme oceano na blogosfera por onde todos podem passear. Os caminhos são muitos e variados e cada um tem acesso ao privilégio de escolher aqueles de que mais gosta.

Estou muito emocionada agora, pode parecer besteira para muita gente, mas para mim é importante e feliz!
Beijos e muito obrigada querido amigo DO virtual!!
Beijos a todos os demais amigos que por aqui passarem,
Tati.

Um quartinho abençoado



Já contei em algum lugar do carinho que temos por Francisco de Assis. Ele é quase um quarto morador da casa. Tem vaga cativa! Só não tem a chave por que não precisa disso para entrar.
De certa forma atuou como cupido entre a gente. O Vi levou um livro contando a história dele de presente quando eu estava doente, conversávamos sobre nossa simpatia por sua história (é o protetor dos animais, não se esqueçam!) e conversa vai, conversa vem fomos para outros temas menos sacros e... casamos! hehehe
Quando estávamos grávidos ganhamos da minha irmã uma pintura linda para o quarto do Bê (não, minha irmã não pinta. Ela contratou a pintora). Assim conhecemos a Dettinha, uma pessoa que apenas reencontramos nesta vida e hoje é uma amiga querida e profissional de primeira. 
 


Dettinha, querida, no primeiro dia, dando formas ao sonho


O quarto todo foi pintado em dois dias. Só vi o primeiro, entrei em trabalho de parto nesta madrugada e só vi o quarto pronto com o Bê nos meus braços (acho que ele quis ver com os próprios olhinhos o que me fazia sentir aquela emoção que chegava a ele pelo cordão umbilical). Isso fez com que ele chegasse beeeem antes da hora - 33 semanas! Mas isso é outra história...


   
Bê, desfrutando de seu cantinho 

Tudo o que desejávamos para o Bê era um cantinho de paz, tranquilidade, onde ele soubesse o quanto era amado e desejado. Fazendinha? Mar? Zoo? Não era bem isso... queríamos algo diferente. Então a ideia que passamos para a Dettinha foi: Queremos um quarto inspirado em Francisco de Assis, mas não no santo. Queremos "Nosso amigo Francisco" em meio à natureza que o representa. E assim foi feito!
 
Muitos animais e natureza, a água e os peixes tão queridos por ele e o próprio, rodeado por pássaros e coelhinhos (tinha ainda cavalinho, porquinho, borboletas e muitos pássaros, mas não dá para por todas as fotos).
  


O quarto ficou meio psicodélico, sem seguir muito uma escala de tamanhos para os animais, mas eu gostei demais. Tinha também um trenzinho, que apesar de fugir da proposta "ambiente natural" foi uma homenagem que quis fazer ao Vi, que é Ferroviário (filho, neto, irmão e cunhado de ferroviários, entendeu? - Não maquinistas, hein!)
 
Quando nos mudamos da casa foi uma das coisas mais difíceis de deixar para trás. Deu vontade de serrar as paredes e trazer junto. Juro que cheguei a pensar em desistir de vender a casa para não me desfazer das paredes. Este quarto tinha uma aura especial. Era um lugar para onde gostava de ir para me tranquilizar. A luz era diferente e todas aquelas figuras... Não tinha como não se sentir feliz naquele espaço. Ele tinha um sol particular! De verdade (ou de pintura).
   
Uma curiosidade foi este gato, com o rabo na tomada. A ideia não era maltratar um animal, mas deixar claro para o Bê, desde os primeiros momentos de berço, que dava choque. Eita mãe neurótica!!! Acabou que o gato virou uma brincadeira e tanto que fazíamos entre os três. Ai, que saudade!!!! Mas não recomendo, teve uma fase, perto dos três anos, que ele ficou com medo daqueles olhos esbugalhados (mãe de primeira viagem... aff!)


Fui falar sobre isso com a Regina Coeli e lembrei do quarto que deixamos para trás. Antes de entregarmos a casa tirei MILHARES de fotos das paredes. Tirei fotos da paisagem e de cada detalhe. Posto algumas partes para vocês. Se eu não consegui expressar a magia deste quarto as fotos o farão. Mostro ainda o dono do quarto, aproveitando-o da melhor forma que podia, melhorando ainda mais uma energia que já era boa!
 
Por que falo nisso agora? Então, já disse, tem a ver com uma conversa com a doce e querida Regina Coeli. Aguardem a surpresa! Eu estou na maior expectativa!!! 


Beijos com carinho,


Tati.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Quero gritar para o mundo ouvir:


ACABOOOOOOOOOOOOOOOOOOOUUUUUUUUU!!
É tudo o que quero dizer hoje!

Uma nova etapa se inicia com o encerramento de um ciclo. Foram dois anos de dedicação, de trabalho, de noites sem dormir ou mal dormidas, de trabalhos que não faziam sentido, e outros que faziam, de paixão por um projeto que eu amava (e depois de tristeza por que o projeto não chegou onde eu queria). Foram!
Acabou!! Hoje, aproximadamente 15h... ACABOU!

Saldo e balanço:

Três amigas queridas: Fernanda, Lili e Pati;
Rios de lágrimas e mares de lágrimas. Todas muito sofridas!
Decepções, frustrações, irritações;
Alegrias, conquistas, surpresas;
Uma montanha de pastas repletas de artigos, documentos, páginas marcadas, rabiscadas, resenhadas...
Período ótimo e horrível, tudo misturado.

Sumi no mapa, não liguei no aniversário dos amigos, não fui à festa dos amigos, faltei ao enterro da minha avó e também à missa de 7 dias.
Criei um blog por que precisava desabafar e conquistei muitos amigos. Apareci no mapa da blogosfera!
Descobri que sou capaz de levar algo até o fim, mesmo que me machuque. Sinto-me mais forte do que em qualquer momento de minha vida.

Pude contar com pessoas queridas, que já me eram caras, hoje são mais do que um tesouro: Vi, Mãe, Pai, Nãna, Alê, William, Denise. Se cheguei até aqui foi por que estiveram comigo, por que me carregaram no colo em diversos momentos. Sei que sentem-se coautores e o são!
Agradeço cada sorriso do Bê, suas covinhas, a gargalhada fácil, os bracinhos enrolados no meu pescoço. Por você eu faria tudo de novo, mil vezes. Que seu futuro tenha mais brilho e seja mais fácil por todas as lutas que travamos. Que possamos servir de exemplo, que você vá mais além.

Agradeço à Cris França pela mensagem de hoje de manhã, pelo carinho gratuito que fez com que meu dia tenso começasse acalentado. Você não faz ideia do bem que me fez!
Agradeço a cada amigo desta esfera blogo que me deu forças nos posts estressados, sem pé nem cabeça, descabelados... Pelo incentivo e até pelo chacoalhar, me fazendo encarar meus fantasmas. Também pelo tanto que me emocionaram e me fizeram rir com suas postagens. Agora estarei mais inteira por aqui.

Hoje, sou pura gratidão! E a única coisa que consigo pensar é:
ACABOOOOOOOOOOOUUUUU!!
U-Hu!

Beijos a todos,
Obrigada a todos!

Tati.

Se não for abusar...


Outro dia o Lynce, meu amigo do virtual disse que me sentisse em casa na sua casa (blog). Enquanto respondia pensava que aquilo dava samba (ou seria Fado?). Como não sei compor, mas sei escrever... Senta que lá vem a história:

Sabe essa coisa de se achar gentil e dizer: Sinta-se em casa na MINHA casa? O folgado só entende uma parte: Sinta-se em casa. Ele não absorve a parte do MINHA casa.

Muito cuidado ao usar esta expressão, você pode falar por simpatia, mas tem muitos por aí que a entendem no sentido literal e quando você perceber tem um (ou uma família) de soltinhos abrindo a geladeira, colocando pé no sofá, mudando canal da TV, usando seu computador e até mudando a configuração! Ah, se tem!!

Tenho certeza que só com o parágrafo acima quem leu já colocou rosto em vááárias figuras, estou certa? Pois é, mas a gente ingênua e de boa vontade continua dizendo isso por aí, para gente que parece amigo, parece tranquilo, parece ter noção... mas é sem!

Vou ilustrar: Eu e Vi somos meio matutos, achamos que todos serão amigos e ficamos felizes por cada pessoa nova que conhecemos. Quando vendemos nossa casa, o casalzinho que comprou era tão simpático, novinhos, sorriso largo...

Como estávamos na ansiedade, comprando um apartamento, cheios de expectativas, quisemos oferecer a eles o que gostaríamos que nos oferecessem e, na assinatura do contrato, ofertamos: "Fiquem à vontade para visitar a casa, afinal... hohoho... a casa é de vocês, né! hohoho E rimos com o trocadilho...

Teríamos ainda perto de três meses morando na casa. Semana seguinte o comprador liga dizendo que quer ver a casa, que tinha visto com pressa, blá blá blá... Os bobões, que somos nós, todos solícitos. Fizemos uma surpresa (hahaha Tô rindo do quanto somos patinhos). Como nossa vaga era na frente da casa, colocamos nosso carro no estacionamento de visitantes para que ele "tivesse a sensação de chegar em casa". Gente, fazem ideia? O cara entendeu mesmo que tinha chegado em casa!

Ficou até tarde. A gente com criança pequena, que dorme cedo (na época tinha 3 anos, dormia mais cedo ainda) e o cara lá, todo amigo, contando histórias, olhando tudo... enfim, uma lástima. Acabou por aí? Claro que não...

A partir deste dia, ele ligava o tempo todo e, pelo menos uma vez por semana queria ir lá em casa. Eu p. da vida, querendo falar um monte e marido: Deixa que eu resolvo. Só que meu Vicente é um São Vicente, vocês não fazem ideia. Só quem o conhece pessoalmente para confirmar o que digo (manifeste-se aí pessoal). E eu me segurando para não ferir o santo de casa, que contrariando o dito, faz muitos milagres sim!

Ele trouxe a mulher, ele trouxe as TINTAS! Ele trouxe caixas de mudança... Aí, marido já sem paciência nenhuma, deixou na varanda, do lado de fora. Dane-se se chover em cima! Tolerância tem limite, mas acho que falta de vergonha na cara não tem...

Esta invasão de privacidade tornou os dois meses e pouco que ainda ficamos lá um caos. Chegou ao cúmulo de aparecer com a família toda no dia em que estávamos empacotando nossas coisas. Neste dia dei um ultimato no marido: Ou você age ou eu vou agir. Conhecendo a mulher que tem e preocupado em manter a política de bom samaritano... neste dia, ele não deixou que eles entrassem, mas com sua polidez habitual. Voltaram da porta, nem vi ninguém. Devem ter nos achado muito sem educação, os simpáticos!!

Por isso que eu digo: Protejam-se dos folgados desde o primeiro dia, assim não terão que passar por deselegantes na hora que não der mais para tolerar os abusos!

Teria muitos outros causos para contar, mas não quero abusar do seu tempo (kkkkk Típica frase de folgado!)

Beijos a todos.
Fiquem à vontade, a casa é nossa! Mas nada de pé no sofá, hein!

Tati

terça-feira, 18 de maio de 2010

O tal coração de mãe




 

Quarta-feira foi o primeiro dia do filhote na escola nova. Ele agora fica só o período da manhã, minha mãe o busca na hora do almoço e então passam a tarde juntinhos, até que de noitinha marido passa lá, depois do trabalho e traz nosso pacotinho de volta. Isso está sendo uma coisa maravilhosa para ele que, em 5 anos de vida, passou 3 na creche em período integral. Sem falar no ganho que é passar a tarde inteira com a avó que ele ama enlouquecidamente.

Sexta-feira resolvi fazer uma surpresa. Interrompi meu trabalho/ estudo e fui buscá-lo na saída, cheia de expectativas. Curiosa por esta nova etapa na vida do pequeno. Coração radiante, segui até a escola caminhando (é perto de casa). Cheguei bem antes, o medo de atrasar me fez adiantar quase 20 minutos...

Fiquei no pátio externo aguardando, sentindo o clima agradável e tranquilo da escola. Até que ele saiu, com sua mochila enorme do pokemon escolhida por ele, uniforme de menino grande, merendeira na mão e... me viu... olhares se cruzaram... grande emoção ... um olhar de... de decepção... de frustração tamanha que nem sei descrever. A merendeira foi ao chão, ele andou em círculos, quase desorientado, ou mesmo numa desorientação total, nem sei. Meu coração apertou sofrido.

Me antecipei em dizer que iríamos para a casa da vovó Mirian antes de qualquer "oi, como foi seu dia". Não havia espaço para cumprimentos. Eu entendi a questão por trás de tudo. Eu sei que o prazer do novo, da casa da avó, da presença de minha mãe, etc, etc tem feito deste um novo momento, mas coração de mãe não foi feito para racionalizar e eu sofri ali, aguardando as covinhas, que não apareceram, sua voz dizendo um Mããããee comprido, como ele sempre disse quando me via na saída da outra escola, mesmo quando a rotina era EU pegá-lo e nunca atrasei... Não posso negar, doeu.

Sei que ainda doerá muitas vezes. E que em alguns anos eu serei um mico ou qualquer outra gíria que se crie para dizer a mesma coisa; sei que não vai mais pedir minha presença em seu quarto para brincar ou para dormir, que não serei mais requisitada para ler histórias ou ouvi-las do seu jeito... sei de tudo isso... mas e daí?

Naquela hora só fiquei triste. E feliz também, por que ele está adorando a nova rotina. Por que aceitou bem e já está adaptado à escola. Em três dias já fez amigos, chega em casa com muitas histórias para contar. Tudo bem se não sou mais a grande novidade. Meu filhote está satisfeito com a vida, adaptou-se tão rápido, eu preocupada com o como seria e ele já é! Filhos são criados para o mundo, não é assim? Estamos fazendo a lição direitinho...

Aí a gente entende o tal do padecer no paraíso. Como mãe, sempre se ganha de um lado, sempre se é feliz de alguma forma. Mesmo uma rejeição pode ser encarada como uma conquista.

E fomos juntos, de mãos dadas, conversando sobre aquele dia, fazendo planos para os próximos, rumo à casa da vovó Mirian. Mas ele já me pediu: "Deixe a vovó vir me buscar, tá bom?"


Amigos, Esta postagem merece um adendo: Eu postei meio insegura se iriam entender o que vivi e percebi que é mais normal do que poderia supor, quem não passou por isso vai passar e TODAS entendemos a dor e delícia do momento. Não consegui responder individualmente, mas agradeço a cada amigo que aqui passou. Eu perdi o comentário do Lynce e da Chica por que postaram ontem (eu errei na programação e acabei tirando do ar, mas está guardado na caixa de e-amail) se alguém souber como restituí-los, agradeço.

O que quero na verdade adicionar (quantos preâmbulos...) é um comentário em especial, por que me fez chorar. A Yvone do Casas Possíveis contou uma história semelhante e invertida. Então, todas nós, mães (ou mesmo pais) podemo entender nosso valor, mesmo que em alguns momentos eles desdenhem um pouquinho... Depois aproveita e visita a Yvone, vocês não vão se arrepender!

Segue parte do comentário: 

"Seu post me fez lembrar da minha filha caçula que costumava ter medo de chuva. 
Numa noite, cheia de medo dos trovões me chamou e dise:
“Vem aqui mamãe estou morrendo de medo..."
- Minha filha respondi; - Deus vai cuidar de você e te ama muito, ou disse algo parecido. Mas a resposta eu gravei:
“Eu sei que Deus me ama” respondeu de pronto; “mas o que eu quero agora é alguém de carne e osso”.
 Fiquei refletindo por muito tempo àquelas palavras, na mensagem contida. E a prova disso é que nunca mais me esqueci.
 Hoje os tres estão belos e criados mas, ainda penso que se eu pudesse começar tudo de novo, era isso que eu queria ser acima de tudo:
O amor de Deus, mas em carne e osso. 

Você é, amiga! Toda mãe é! 

Beijos a todos,

Tati.