Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vida Simples - Lugares



O melhor lugar do mundo está dentro de mim, basta eu querer.
Isso é o que tenho aprendido com a vida, mas nem sempre sei colocar em prática.

Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer a lista incluirá viajar. E com isso sou uma pessoa viajada? Se você considerar Pirajuí, Bauru e Bom Jesus do Itabapoana como destinos de viagem... pode ser. Não desmereça, são lugares que tem seus encantos (pelo menos para mim). Ainda não tive a oportunidade de conhecer os destinos dos meus sonhos, farei, pode ter certeza!

O mais longe que consegui chegar foi Recife, e o melhor desta viagem, uma tarde em Porto de Galinhas, ainda não como eu quero. Fui a trabalho e faltou meu amor ao lado, o destino é tão romântico... Estava com minha melhor amiga, foi ótimo, mas quero voltar com Vi e curtir o clima!

Só que não é sobre os destinos dos meus sonhos esta postagem. O que quero compartilhar com vocês é uma descoberta, que deveria ser uma noção inata, mas não é: O melhor lugar do mundo está dentro de mim, está na minha disposição, na minha alegria, na vontade de viver e ser feliz.

Se este lugar está ativado eu sou feliz dentro de casa, na rua, indo à padaria comprar o café-da-manhã. Isso é o que menos importa.

Se este lugar está triste, posso viajar para o Marrocos, para Fernando de Noronha, ver golfinhos nadando ao meu redor, posso estar às margens do Sena ou cercada pelo mar báltico, não importa. Soltarei um sorriso, um suspiro. Ficarei alegre para fotos, mas a felicidade é sensação interna, não depende de paisagens paradisíacas. Viajar não pode ser fuga, não resolve nossos problemas.

Tive a sorte de nascer num cartão postal. Na verdade, nasci na moldura do cartão postal e não na foto, ainda assim, com pequeno deslocamento de carro estou de frente para eles: o mar do Rio, o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Mirantes e mais mirantes (alguns proibidos de se frequentar). 

Já saí de casa por estar triste e dirigi até o mar, ele me tranquiliza, me mostra, em seus movimentos, que a vida é assim, como ondas, dizia Lulu: "num indo e vindo infinito". Não vou negar que é mais fácil estar tranquila quando a paisagem acompanha, que morar em Búzios deve ser especial, é uma das cidades que mais amo no mundo, mesmo sem conhecer muitas cidades. Esta me encanta! 

Se não posso viajar, posso mergulhar em mim. Na minha mente tenho o destino que eu desejar, posso ser bruxa ou princesa, posso ser menina ou mulher e até homem se eu quiser. Nas viagens do pensamento posso brincar de ser leoa, girafa, hipopótama. Posso tudo que eu desejar, basta estar disposta a sonhar!

Quando busco a felicidade dentro de mim, a encontro, e sigo viagem, rumo às profundezas do pensamento ou ao litoral das divagações, mergulho em ondas cerebrais, subo as montanhas do raciocínio ou submerjo nas águas límpidas da meditação. Tudo que eu quiser! Dentro de mim está o melhor dos mundos, é só eu estar disposta a me amar, ser meu destino e minha melhor companhia. Os demais acompanham, por que se estamos felizes, realmente felizes, atraímos companhia e divinas paisagens.
Vem comigo? Vai contigo?


Beijos,
Tati.
Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Mila, Vida Simples, esta semana o tema é: Lugares. Você ainda pode participar! Corre lá! Beijos

P.S: a primeira imagem é montagem minha; a segunda, é daqui

sábado, 12 de junho de 2010

A reforma da casa!

Oi amigos,

Espero que o dia dos namorados esteja quentinho por aí como está por aqui, apesar das baixas temperaturas que os termômetros insistem em marcar.

Vovó Mirian e vovô Pereira, com a generosidade que lhes é peculiar dividiram o dia, o que nos deu oportunidade de um almoço romântico, a sós, num restaurante super charmoso aqui do bairro, o namoro foi com hora marcada, por que o segundo turno era dos avós e tínhamos que buscar o Bê. Então, nosso fim de tarde foi um triângulo amoroso feliz, com brincadeiras e joguinhos.

E para completar, marido-namorado-fofo me ajudou a dar jeito neste blog que vos fala. É que eu, curiosa como sou, saí mexendo nesta nova ferramenta de design que apareceu como mágica, mas fiz um monte de besteiras e no final, meu template ficou AZUL. Tava bonitinho até, mas não era eu, Ah, não era mesmo... Eu sou uma menina verde, estou muito mais para Fiona que para Cinderela. Então, o amor da minha vida, que tem muito talento para mexer em sites e etc, me ajudou a deixar como eu queria. E agora me senti em casa!

Espero que vocês gostem da cara nova, vai ser um prazer recebê-los no ambiente decorado! A casa é de vocês, mas lembrem-se de não colocar pés no sofá, hein!

Beijos,

Tati.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A festa de "amigos para sempre"

Quando o Bê saiu da escola, e nós saímos junto, percebi que estávamos deixando nossa família para trás. É como a experiência da Fran, em viver nova vida, em novo local, longe dos seus. É bom, mas é duro. A despedida no dia em que fomos conversar com a coordenadora foi difícil para nós e para ela, há uma relação de confiança, de amizade, e o medo de perdê-la. E como só fomos eu e Vi ficou faltando a despedida do Bê. Combinamos então uma festa de despedida. Na verdade a ideia não era de uma festa padrão, mas uma oportunidade de confraternizar, dele estar mais uma vez naquele ambiente, já sabendo que não faria parte da rotina.

Lá as festas acontecem às quartas-feiras, sempre. Como havia eventos marcados para as 2 quartas seguintes e querendo que o Bê já estivesse mais adaptado ao novo ambiente (para perceber que mais ganhou do que perdeu), dexamos o tempo passar. Um mês depois, eis que fizemos a festa.

Inspirada pelas amigas blogueiras que criam coisas lindas por aqui, resolvi me aventurar. Vocês criaram um monstro!!! E junto com marido, fiz uma lembrancinha pra os coleguinhas de turma, com uma tag (chique demais) de algo que chamei de craft fake (sim, tudo photoshop, não há colagens). Na tag (ui!) coloquei nossos contatos, todas as formas de mantermos alguma relação: endereço, telefone, e-mails, orkut do Bê. Só não coloquei Twitter e Facebook, por que, apesar de ter, não sei usar direito e seria uó não conseguir responder... Por favor, entendam a arte a gracinha como obra de iniciante!

  

E fizemos também algo semelhante para as professoras. As fotos estão toscas, basta dizer que eu terminava os caderninhos ontem às 13h, quando a festa era às 15h... Pouco tempo para fotos produzidas, certo? Mas queria muito contar para vocês tudo que estávamos vivendo e também por que prometi para marido, que queria ver como ficou pronto. Ele participou da parte gráfica, do design (alguém me leva tão a sério quanto eu?), mas não viu nem mesmo impresso, por que nossas 2 impressoras entraram em greve, e nem foi por falta de cartucho... 
  
A sequência: imagem jpg, colada no caderninho (caderneta) e embalada, em celofane, com um bombom. 

Apesar de simples, fez sucesso. Os textos são meus, marido mudou a ordem de algumas frases e achei que ficou melhor. Deu para presentear quem nos presenteou por tanto tempo, entre professoras, auxiliares, funcionárias.

A festa foi muito legal. Na verdade um lanche em companhia dos amigos: batata frita, suco, brigadeiro, bolo. O Bê, tão eufórico, que estava difícil controlar. A emoção era nova e assustava, eu acho. Ele foi recebido com tanto carinho, sabia que não podia ser diferente, quando a gente sente é especial.

Já na entrada tanta festa, tanto abraço, tantos sorrisos. Tia Regina da secretaria abraçou, beijou, e ele cheio de sorrisos. Depois tia Natércia, da limpeza. E aí as professoras, tia Sônia da cozinha... e assim por diante. Ele foi prestigiado por todos, até que... chegou na sua turma! Acabamos com a aula da tia Dani, todos eufóricos e felizes, os 15 da sala mais o Bê. Tentei tirá-lo de lá, não consegui. Ele foi incorporado à aula do dia, até o horário do lanche. A brincadeira rolou solta e ele estava muito feliz. A foto diz tudo, aquele sorriso pleno que só podemos dar abraçados com o melhor amigo. Este é o melhor amigo nº 1 que ele tem no mundo! hehehe 

O Bê estava tãããão feliz!! E eu fiquei também. A Elaine, como sempre, nos recebeu muito bem, com aquele carinho que lhe é peculiar. Como me sinto em casa na Bambalalão!! Vou sentir muitas saudades. Ontem consegui voltar para casa de alma lavada, finalmente me senti leve. As amizades aqui cultivadas mantém-se muro afora.

E o presentinho deu certo. De noite, na própria quarta, o melhor amigo ligou e eles se falaram por muito tempo no telefone, já combinando o passeio. Eu e a mãe do amigo já conversamos, sabemos da responsabilidade de mantermos esta amizade, que é linda e pura. Eu tenho uma amiga desde os 5 anos e mesmo a distância não nos separou. Ontem, outra amiguinha, a Bia, também ligou. O pai disse que ela está tristinha desde que o Bê saiu da escola, sentindo muita saudade. É que meu pimentinha é muito cativante, gente!
Está difícil escrever esta história, foi mais sensação do que palavras, foi bom demais de viver, não sei como descrever. Entendam que é 100% emoção e carinho, que lá sabemos que estamos em casa, mesmo que esta não seja mais nossa casa de fato (ou seria de direito?). Que torço para que muitos laços criados possam ser mantidos, não apenas com amiguinhos do Bê, com os amigos que nós fizemos e que incluem a coordenadora, professoras, funcionários e mães de alunos.

Despeço-me com a foto da turma toda. Como estavam felizes... meu coração quase explode com tal demonstração de amor ao loirinho...

Tenho a certeza de ter feito a coisa certa. Saí mais tranquila e o Bê também, agora ele entendeu que não perdeu: ganhou novos amigos e mantém os antigos. A vida é assim! 

É muito gratificante quando conseguimos encerrar um ciclo sem fechar as portas. Estamos plenos!

Beijos a todos,

Tati.

P.S.: Amei a participação de vocês na pegadinha de português e vou escrever sobre isso na sequência, tá bem? Não esqueci. Adianto apenas que a maioria acertou. Foi um barato, e dei gargalhadas com algumas respostas!!

Mais beijos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Agradecimento e pegadinha


Oi Pessoal,

Obrigada pela força ontem. Ajudou, e não foi pouco. Desculpem a falta de comentários nos blogs de vocês, ontem foi dia de ficar bem quietinha. Resolvi viver minha dor até a última gota. Lembrei histórias que me fizeram chorar, outras que me fizeram rir e mesmo rir e chorar ao mesmo tempo, momentos vividos ao lado da Flor, ou em função dela. Histórias e mais histórias. Ontem eu me permiti (mesmo tendo ficado menos tempo sozinha do que eu desejava...). É que hoje vivemos um evento importante, que contarei para vocês em detalhes, talvez amanhã, e estava envolvida com os preparativos.

O evento? Ah, é... quase esqueço de contar... hehehe Hoje fizemos uma festinha de despedida para o Bê na escola velha, na verdade, uma festa de "vamos continuar amigos?" e foi linda, divertida, alegre. Não foi triste, como cheguei a sentir medo que fosse. Mas amanhã entro em detalhes (com fotos!).

Passei por aqui agora, tarde para mim (quase 10h da noite...), mas recebi um e-mail muito legal que quero compartilhar. Um teste de português. Yeeeeeeeeeeeeeeeessssssss!!! Mas é rapidinho e divertido. Faz aí, vai!
Posto o resultado amanhã. Será que você descobre? Aguardo ansiosa os comentários... não me deixe na mão, hein!

Então lá vai:

Na frase abaixo, deverá ser colocado 1 ponto, (além do ponto final, que já existe), e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido.
"MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA."

Não é impossível, eu acertei, mas é pegadinha... Tem que transcender, tem que transcender... hehehe
Beijos,
Tati.

terça-feira, 8 de junho de 2010

HOMENAGEM, AINDA QUE TARDIA


 

Odeio homenagens póstumas, parece coisa de quem perdeu o bonde. Para mim, homenagens devem ser feitas enquanto o homenageado está vivo, presente, pode receber todo aquele afeto. Depois, para quem é a homenagem? Claro que lembrar de quem já partiu é necessário, que falar de quem já foi é uma forma de trazê-lo de volta à vida... mas homenagens são sempre mais generosas quando podem ser apreciadas pelo homenageado! É assim que eu penso e pronto!

Só que hoje vou morder a lingua. E vou dizer o motivo de minha homenagem póstuma: CULPA!!
Sim, muita culpa. Hoje, minha gatinha, minha filhotinha linda, minha japonesa, minha gorda, minha neném partiu. Ela já não era um neném há muito tempo. Estava velhinha, doentinha, magra... E também já não era minha há muito tempo. Eu dizia que era minha "filha casada", pois morava em outra casa - a da minha sogra - que a acolheu com muito carinho e por isso serei eternamente grata!

A Florzinha é uma gatinha vira-lata tricolor, por quem me apaixonei nos idos de 1995, quando a vi, junto com seu irmão amarelinho, dentro de uma gaiola de pássaros, na porta de uma pet shop. Estavam ali à espera de alguém que os adotasse. Não resisti, levei os dois para casa. Inventei uma história maluca, que minha tia-avó tinha me dado de presente e que não pude recusar (meu pai ODIAVA gatos). Os dois foram morar no meu quarto. Eram tão pequenos!! Ela era menor que ele, e queria imitá-lo em tudo, só que se atrapalhava, caía... Ela era meu alter-ego desde sempre: estabanada, de lua, mal humorada, agitada, preguiçosa, manhosa... Passava horas do dia observando-os.

Recebi um ultimato: dois não dava! Ok, vou escolher um dos dois. Fiquei com ela!! Não dava para ser diferente! Coisa mais linda, fofa, levada e muito, muito engraçada.

Vivemos grandes aventuras. Havia tanta intimidade e cumplicidade. Primeiro cio, a bichinha enlouqueceu. Miava, gritava, esfregava-se por tudo. Tentei manter as portas fechadas, ela era ainda uma criança, não podia deixá-la solta, um gato mal intencionado podia comprometer-lhe a reputação! Não deu certo, minha adolescente fugiu e voltou grávida. Assumi meus netos: 4! Ela teve uma gravidez tranquila, e me aguardou chegar do cursinho (sim, pré-vestibular na época...) para ter seus bebês: Cheguei, ela pulou no meu colo, rompeu a bolsa, molhou meu jeans. Fomos para seu ninho no meu quarto. Sentei ao lado dela e fiquei lá até o último filhote. Minha mãe levou lanche para mim, ela não queria que eu saísse de seu lado. Tive que correr para o pipi, minha mãe disse que ela ficou ansiosa, me procurando. Não saí mais! Foi mágico e intenso!

Foi ótima mãe, mas tinha clara predileção por um dos filhos. Um macho amarelo, muito sabido, que ganhou o nome de Simba da família que o acolheu.

Vivemos grandes histórias, muitas e muitas ao longo de sua vida. Quando o Vi me chamou para morar com ele avisei, sou pacote completo! Ela foi morar com a gente. Aos poucos o conquistou de tal forma que quem ficava de fora das brincadeiras era eu! Era a ele que ela cumprimentava primeiro quando chegávamos.

E onde está a culpa nisso tudo? Foi a primeira mordida de lingua! Quando estava grávida ouvi muitas vezes: "agora você precisa se desfazer da gata..."  gente, sou veterinária. Sei que toxoplasmose tem muito menos a ver com o gato do que com carne mal passada. E eu nem comia carne!!! Para pegarmos toxoplasmose do gato temos que engolir fezes de gato ou carne de gato, e isto nunca fez parte do cardápio lá em casa.

Só que quando o Bê nasceu começaram as crises de asma, cada vez mais fortes. Fui pensando no assunto, me fortalecendo e num dia, numa consulta pediátrica de urgência, no meio de uma crise horrível, tomei coragem e perguntei para a médica dele: "A gata pode estar agravando o problema?" Sim, pelo de gato é muito fininho, pode e muito piorar o problema, além disso, saliva de gato é extremamente alergênica... Well, o que fazer? Minha gata já tinha mais de 10 anos, era uma senhora madura, gorda, castrada, linda, mas idosa. Como entregar minha filha assim? Chorei horrores e procurei uma casa que eu confiasse. Na da minha mãe não podia mais, pois o Bê ficava com ela durante o dia, enquanto eu trabalhava.

Minha sogra, de forma muito generosa, aceitou abrigá-la. Mora em uma casa enorme, com quintal idem, sempre tem gente em casa. Para a Flor foi melhor, eu acho. Lá em casa era uma vila, casa pequena, sem quintal, ficava presa e sozinha o dia inteiro... Mas e a saudade? E os laços criados?

No início mantive a compra da ração premium que era seu cardápio gourmet, visitava com mais frequência, ainda assim não era a mesma coisa, não tinha mais aquela coisa de carinho no colo, no sofá da sala... Aos poucos, vida corrida, comecei a vê-la apenas quando íamos à minha sogra (quase todo final de semana). Então veio nossa grande recessão e parei de comprar sua ração. Minha sogra assumiu o papel de provedora. A idade começou a pesar, ela ficou doente algumas vezes (entendam, sou veterinária, mas NUNCA fui clínica), precisava levá-la ao clínico. Como? De verdade, não tinha recursos para isso. Chorei algumas vezes a raiva da indignidade que isso representa. Queria poder oferecer-lhe coisa melhor, naquele momento não podia. Liguei para alguns amigos, consultas por telefone, o que sabemos não é o mesmo. Sei que não cuidei dela como devia, como ela merecia. Sei que também não ando cuidando de mim como devo, mas isso tudo se resolverá em breve! Minha filhotinha não estará por perto para receber o tratamento que merece.

Este domingo ela já estava muito caidinha, eu fiquei com ela, no chão, rezando para que aquilo não se prolongasse, para que ela partisse em paz. Que dor a da despedida, que dor maior despedir-se com culpa... Saí de lá e disse para o Vi: "Sabe que hoje foi a última vez que vimos a Florzinha, né?". Achei que ela não chegaria ao dia seguinte. Estava serena, mas de partida.

Hoje o Vi ligou, a Flor despediu-se. Viveu muito e bem. Recebeu amor, distribuiu amor. Foi especial, e eu queria ter feito mais por ela.

Hoje faço aquilo que acho horrível, a tal homenagem póstuma, por que preciso dizer, para mim e para quem quiser ouvir, que a Flor merecia mais. Merecia melhor. E que eu sinto saudades!!

Tati.

TEMPOS MODERNOS


Às vezes me pego pensando no que ganhamos e no que perdemos com a tecnologia. Nem preciso ficar detalhando o que ganhamos, né? Computadores, conexões, blogagens... Impressoras, scaner, DVD, I-pod... Celular, wireless... enfim, lista enooorme...

Mas o objetivo da postagem é falar do outro lado da moeda. Sempre tem, pelo menos, dois lados (uma história, não a moeda, ok?).

No dia das chuvas aqui no Rio, "aquelas", eu estava assistindo Globo News pela manhã e aquela noticiazinha que fica em uma caixa dizia: "Tempo bom no Rio". Aquela caixinha fica tempo demais na tela. Eu olhava pela varanda, tudo nublado, tempo muito encoberto, e aquela notícia dizendo o contrário... Como moro em um bairro distante da zona sul, e por isso não é considerado Rio de Janeiro para muitos, me conformei e imaginei: do outro lado da cidade deve estar sol!

Mais tarde, quais as notícias? Nem é bom lembrar, né mesmo...

Então fiquei pensando... Meteorologista tem tantos equipamentos para olhar, que não olha mais para o céu. De repente (pode ser até devido ao mal tempo... hohoho) o sistema deles caiu... ou entrou um vírus H1N1 na máquina... sei lá. E nesta hora eles acharam que o dia estava bom. Acho que sala de meteorologista não tem janela... Estudam tanto o tempo que não tem tempo de olhar para o céu. Coitados...

Aí, volto lá na Faber Castell, e uso o que a Cris comentou: Departamento de marketing não consome? Claro, o departamento não, mas até onde sei, departamentos são compostos por pessoas (ou pessoa, em alguns casos). Será que com tanta modernização, temos tantas normas e regras a cumprir que esquecemos do elementar: usar nossa experiência? nossa intuição? Como se vive assim? Ou não se vive mais?

Marketing bom deveria seguir menos palestras motivacionais e mais aos reais anseios das PESSOAS! Os profissionais de diversas esferas esqueceram-se que o ponto de partida (e de chegada) é a pessoa a que ele quer atingir?

E sabe onde erramos mais? Nós aceitamos isso. Aceitamos que comercial de margarina dite a família perfeita, que comercial de cigarro (graças a Deus não existe mais) diga o que é radical, que comercial de remédio diga como devemos nos cuidar... Comercial de banco diz COMO SER FELIZ!! Gente, ninguém sabe menos como fazer alguém feliz do que um banco!!!! De modo geral (entendam bem, MODO GERAL), bancos são péssimos com seus funcionários e com seus clientes. Banco só faz o banqueiro feliz, mais ninguém.

Eu não preciso ler um livro que me ensine: "Como ser uma escorpiana com ascendente em aquário". Eu já sou!! Não há livro que possa me ensinar a ser melhor mãe, melhor esposa, melhor filha. Claro que muitos pensamentos podem nos levar à reflexão, mas não são receita de bolo nem de coisa nenhuma. Não há receita com medidas graduadas de ingredientes para a vida. Cada um é do seu jeito, no seu tempo. E neste parágrafo quero chamar atenção para uma coisa: não estou falando contra os livros, meus amados amantes e companheiros de jornada. Aprendi e aprendo muito com eles. Estou questionando aqueles com títulos que começam com: "Saiba como ser/ fazer/ ter..." .

Que tal tentarmos olhar pela janela para saber como está o tempo? Usar nossa experiência de vida para aprender como ser determinadas coisas, sem copiar do livro de auto-ajuda? Ser mais do que ter ou aparentar? Tratar o outro como gostaríamos de ser tratados? E lembrar que clientes estão incluídos na categoria "os outros"?

O que podemos fazer, na nossa profissão, para humanizá-la? Para simplificá-la? Tecnologia é bom, mas conviver é muito melhor!!!

Já sigo na tentativa. Quem me acompanha?

Beijos,

Tati.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vida Simples com amigos


Esta é a segunda semana da Blogagem Coletiva Vida Simples, proposta pela Mila Viegas. Está curioso? Quer participar? Ainda tem mais duas semanas. Corre que dá para participar da de hoje. Falar de amigos é sempre bom!! Vem saber do que todos falam... Junte-se a nós!!! 

Vou dizer que quando li o tema fiquei preocupada. Não por não ter de quem/ do que falar, mas por não conseguir escolher um grupo de amigos... Tive sorte na vida! Fiz grandes amigos. Não sou aquela pessoa popular, que faz uma festa para 60 pessoas... não... Acho que sou tão tímida que me fecho demais para isso. Sou uma pequena ostra, MESMO! Mas tive sorte! Se não sei fazer amigos, bons amigos me fizeram seus! Só que quando juntei amigos + vida simples, achei que nenhum amigo se encaixaria melhor do que aquela que é simplesmente minha amiga, não por que nos fizemos, mas por que somos envelope com mesmo destinatário!

Minha irmã é a primeira amiga da minha vida. Não há lembrança de infância, em que ela não esteja presente. Ela é minha antítese, isso gerou muitos conflitos entre nós. É ruim? Não. Já foi, em muitas fases. Hoje percebo que servimos ao crescimento uma da outra.

Ela é mais nova, apenas 1 ano e meio, o que no final das contas não faz a menor diferença. Para quem não convive somos muito parecidas fisicamente, e as vozes ao telefone são idênticas. Somos tão parecidas que, quando crianças, alguém na rua perguntou: "São gêmeas?" Ela, que era (é) muito traquinas, respondeu. "Somos!" Minha mãe a repreendeu. Nãna, com aquele seu jeito moleque, retruca: "Só de cara, não de anos..." Esta é a Nãna! Até hoje é assim. Uma taurina turrona, brigona, de temperamento forte, mas que desmancha a todos, por que fala de um jeito que te deixa sem saber como dizer não. Depois eu me irrito sozinha, acho que ela é folgada, mas aí já foi.

Em compensação tem um coração sem tamanho, é generosa, amiga, animada, divertida. Minha irmã, sim, faz as melhores festas de aniversário. Repletas de amigos, todos dançam, divertem-se, e no final boa parte deles ajuda a arrumar. Ela tem um potencial para agregar pessoas que eu amo e admiro. E entrega-se como poucos. Já veio para minha casa fazer faxina. É super vaidosa, sempre arrumada e perfumada, de unhas muito bem feitas. Veio, pegou balde, pano, esponja, sentou no chão da sala e esfregou a cerâmica, como eu NUNCA fiz. Deixou brilhando! Em outra ocasião me emprestou uma blusa que nunca tinha usado, para um evento importante. Tudo isso sem que eu pedisse. Se ofereceu! Pura generosidade, solícita, desprendida...

Enquanto eu morro por cada problema, vou ao fundo do poço, me afogo em lágrimas, a Nãna não se abate. Problemão? Ela chora enquanto fala, sempre chora, mas sacode a poeira e dá a volta por cima. Nunca a vi sofrer fossa. Eu me trancava no quarto, escrevia páginas e páginas de desabafos tão profundos que quase saía petróleo do pré sal, ouvia as músicas mais deprimentes... mil vezes seguidas... Ela proibia músicas tristes, colocava um pagode, ligava para as amigas próximas, não encontrou companhia? Ligava para os distantes, até encontrar "a boa da noite". Se arrumava mais bonita do que nunca, e saía. Se divertia, voltava nova. Não estava sofrendo? Estava, mas de outra maneira. Eu queria ser um pouco mais como ela. Talvez eu produzisse menos textos, mas a vida seria mais leve. 

Eu gosto de tudo o mais original possível, invento minhas modas, minhas coisas são muito coloridas, não tenho medo de ousar. Não posso passar receitas por que mudo tudo, meço ingredientes de olho, testo coisas que tenho na cozinha naquele dia. Difícil repetir sabores. Ela segue a receita milimetricamente. Nós juntas na cozinha é confusão na certa. Eu falo: - Já sei, e se a gente... Nem termino a frase. Ela reclama, quase chora (como chora essa menina). - Ai, lá vem ela com seus "E ses", ô manhêêê ... 

A Nãna trabalha muito. É técnica de enfermagem e trabalhou num hospital com tantos problemas... Trabalhou lá por 5 anos. Eles atrasavam pagamento, deixavam de pagar o devido, liberavam para férias sem pagar férias, faltava material, faltava pessoal, tinha gente incompetente no comando, trabalhava madrugada a dentro. E a Nãna é aquela profissional que todos querem por perto. Dedicada, correta, empenhada, procura soluções para os problemas ao invés de ficar reclamando. Ela é prática! Eu já teria chutado o balde no primeiro ano. Ela segurou as pontas. Era a funcionária mais antiga. Falava: - Estou melhorando minha carteira, estou ganhando experiência. E ficava parada, esperando cair coisa melhor do céu? Claro que não. Ela não é deste tipo. Estudava, se preparava, fazia concursos e mais concursos. E passou! Hoje é funcionária federal e trabalha no hospital que escolheu trabalhar. Gosta do que faz, é reconhecida. E estuda, para um dia assumir cargo maior, fazer novos concursos. Faz faculdade de manhã, trabalha à tarde. Todos os dias! Eu sou mais preguiçosa. Sou dedicada e feliz no trabalho, mas se não estou feliz não penso no ano seguinte, chuto o balde hoje! O engraçado é que, de modo geral, ela que é a impulsiva da história!

Esta postagem já está enorme e não falei sobre nada ainda da nossa relação, só de nossos contrastes. É que eles são muitos! Mas quer saber? Não há, na vida, alguém que tenha acompanhado minhas fases como ela. Torcemos uma pela outra, admiramos e amamos uma à outra. Não há, no mundo, alguém mais próximo em muitos aspectos. Ao lado dela formei meu caráter, reforcei, ou enfraqueci, minha personalidade. Com ninguém vivi mais fases da minha vida. Só ela pode criticar meus pais para mim, por que sei exatamente do que está falando. 
Sabendo que estamos unidas por estes laços para aprender a lidar com as diferenças, chegou a geração seguinte. E dizemos que nossos filhos vieram trocados! Sim, meu sobrinho JP tem esse meu jeito denso, profundo, complexo, e o Bê é o engraçado, descontraído, canastrão, faz amigos até andando na rua, todo o jeito da Nãna. A gente diz que, o que não aprendemos como irmãs, tivemos nova chance na maternidade. E eles sentem-se irmãos! A história se repete, agora na versão masculina! 

História enorme? São mais de 30 anos... Como contar de forma resumida? Na verdade, retornarei ao tema dia desses. Lembrei de tantas coisas legais... 

Beijos a todos, prestigiem os amigos da Vida Simples. Tem muitas histórias legais por lá.

Tati.