Hoje compartilho com vocês um texto que escrevi aos 15 anos, nos idos de 1991. Ainda é um texto que gosto muito, mesmo passado todo este tempo. Acho que minha interpretação dele, hoje, seria bem diversa. Nesta fase eu estava vivendo minha primeira dor de amor, pelo fim de um relacionamento que durou 6 meses. A paixão platônica, mais de 2 anos... hehehe Essa era eu!
Espero que gostem, posto como se fosse um de meus bebês.
Estive caminhando por um mundo morto, onde não havia primaveras, onde não havia felicidade, e muito menos sorrisos. E tudo isso estava perdido, por que eu descobri que perdi você.
De repente, o inverno acabou, o frio passou e eu percebi que além deste, havia milhares de outros mundos ao meu redor.
Esquecer você não é fácil, nem eu consegui. Mas descobri um lindo caminho pela estrada da esperança, onde o sol, as flores, os mares, os sorrisos, as primaveras eram feitos de papel.
Com a primeira tempestade meu mundo se desfez. E eu voltei a procurar você e o meu mundo, já cansada de viver o seu.
Encontrei-o sorridente, como sempre, consertando um pequeno furo em seu mundo, ainda assim, sempre sorridente! Uma primavera havia se ferido e você a medicava. Para disfarçar, um pouco de rosa, um pouco de azul, amarelo... e pronto! Sua primavera estava mais linda do que nunca.
E foi então que eu descobri que seu mundo também era uma criação*, mas seu papel era marché.
* Eu troquei uma pequena parte, que acho que fez muita dferença: Onde diz agora criação, dizia, seu mundo também é de ilusão. Achei que assim ficou melhor com a interpretação que faço agora deste texto.
E ai? O que você tem feito com o papel ordinário que aparece em sua vida? Acho que seria esta a interpretação que eu daria hoje. Todos recebemos da vida o mesmo material, todos estamos expostos a dor, frustração, mágoa, injustiças. Alguns reclamam que o material não é de primeira, cadê meu papel de seda? por que não vem embrulhado em belo papel de presente? Outros, aproveitam este material - papel ordinário- para criar arte. E tornam tudo mais bonito ao seu redor. Tem ainda mais valor se não veio com facilidade, não é mesmo? Muitas vezes é a escassez que nos dá a chance de estimular a criatividade.
Um beijo a todos e ótimo final de semana,
Tati.