Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Felicidade é uma colcha de retalhos

Um mosaico de alegrias, costurado por tristezas.

A proposta hoje é escrever sobre FELICIDADE, na Blogagem Coletiva da Glorinha do Café com bolo. E foi a mais difícil de escrever. Os outros sentimentos e emoções podiam ser pontuados. Eu pensava em medo ou raiva e vinha uma história, mesmo algumas. Eram fatos isolados, com datas e personagens definidos.

Amo estes meninos.
Motivo de ser feliz!
Felicidade não é assim. É um tapete, um panorama. Felicidade é mais constante e, ao mesmo tempo, mais dispersa. Somos felizes quando estamos alegres, e também quando estamos tristes. Somos felizes em todos os tempos verbais: Sou feliz na cena presente, ao interagir, ao viver; no passado, ao recordar; no futuro, quando sonho.

Se folheio um álbum de fotos, sou feliz em rever cada momento. Tantas histórias são reveladas em imagens congeladas por uma câmera. As risadas ecoam na mente, o calor do abraço, a sensação daquele dia. Isso não está na foto, só quem vivenciou a cena pode saber o bom que foi. 

Amigas para a vida toda,
na fase mais bonita da nossa.
De modo geral é mais fácil saber-se feliz ao recordar um momento: "Naquela época eu era tão feliz!" "Ah, bons tempos aqueles"... e outras expressões do tipo. Para ser feliz no presente é preciso uma certa tomada de consciência. Eu faço um exercício de olhar-me de cima, de fora da cena. E ali tenho a certeza do ser feliz. Lembro a primeira vez que fiz, meio sem querer. Estava rodeada por meus amigos da faculdade. Uma turma que amo, mesmo não convivendo mais. Naquele dia estávamos reunidos, brincando, rindo, contando histórias, unidos como éramos. E eu parei no tempo. Fotografei com o coração: registrei as imagens, o som das gargalhadas, o carinho que tínhamos (e temos) uns pelos outros. Este dia não me sai da lembrança. Um dia comum, sem nada que valha relatar como fato. Marcante por intensidade no sentir. Hoje quando penso nestes amigos, este dia é lembrança certa. Quase todos os nossos dias juntos eram iguais. Por algum motivo que não sei, este foi o dia da tomada de consciência. Eu nos vi por cima. Eu me vi na cena, rodeada e feliz. 

Momentos simples,
 inesquecíveis!
Depois desta ocasião treinei, exercitei, e hoje sou capaz de fazê-lo de forma pensada. Quando vivo um momento que me deixa feliz, paro um momento, pareço distante, pensativa... Estou fotografando com o coração. Não preciso pedir que façam xiiiiis. Os sorrisos tem movimento e som dentro de mim. Em muitas situações, quando me sinto plena, faço este movimento. Me destaco e filmo, gravo, registro. 

Felicidade são as covinhas do Bê, o olhar doce e apaixonado do Vi, uma garrafa de café fumegante, a voz da minha mãe, o riso do meu pai, limpando as lágrimas de gargalhar, os braços do meu sobrinho dizendo que no meu abraço quem cabe é ele, numa brincadeira que é só de nós 2, é família reunida. 

Felicidade é uma caixinha no google talk, com a palavrinha Tati no topo da mensagem. É a oportunidade de escrever este blog, de ser lida e comentada com carinho. De interagir com pessoas distantes, e que se fazem tão presentes. É também a dúvida sobre os caminhos a seguir, e saber que isto só acontece por que tenho múltiplos talentos. É a superação pessoal.

Família reunida, intensa falicidade
Todas estas imagens somam-se a situações de dificuldades e tristezas. Elas também alimentam meu lado feliz, quando me dão oportunidade de refletir, crescer, valorizar o bom. Os contrastes são importantes para valorizarmos o que temos. Lulu Santos não errou ao dizer que não existiria som sem silêncio, nem luz sem escuridão. Ainda assim, o que mais gosto, o que me faz mais feliz nos momentos superados, é ver que cresci. Sempre crescemos mais nestas fases duras. E se crescemos, a felicidade cresce em nós.

Quando superamos algo, em especial quando superamos a nós mesmos, a felicidade jorra. Eu tenho passado por uma fase de auto-superação que tem me feito muito bem. Muitas vezes são coisas pequenas, insignificantes aos olhos desatentos. Só quem as vive sabe o valor que tem. 

Meu sobrinho-filho,
um dos grandes amores da minha vida.
Ontem, após quase 3 anos, eu tive coragem de pegar no volante. Dirigi uma quadra apenas. Peguei o Bê na escola e voltei para casa. Foi uma vitória grande sobre mim mesma. Eu estou tomando posse da minha vida novamente. Este movimento pode parecer tão bobo, nem sei se vale relatá-lo aqui. Para mim, foi o passo gigante, significativo. Representa a retomada de minha vida. A ruptura com alguns nós que criei ao meu redor e me impediam de continuar. Estou saindo da crisálida, secando asas ao sol, planejando voos mais altos. Tudo se aproxima e se forma. Está ao alcance das mãos.

Sorrio, um sorriso discreto. Não há gargalhadas ou dentes expostos. Neste momento não é da alegria escandalosa que falo. Falo, sim, da felicidade. Um processo mais lento, mais calmo, aderido na alma.

Beijos a todos,
Tati.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Psicologia e nutrição

Este é um questionamento que me faço há anos. Intensificou-se depois que o Bê chegou... Vou tentar me explicar.

Sempre tentei oferecer uma alimentação relativamente saudável. Não sou fãzoca de cozinha. Tenho, entretanto, apreço por bons alimentos. Como, com prazer, uma bela salada. E dispenso, sem pesar, um hamburger ou qualquer outro tipo de fritura.

Durante muitos anos não comi carne. Quando casei, ambos não comíamos, fui preparar a primeira refeição com carne depois da gravidez. Isso por que fiquei anêmica e precisei suplementar. E por que senti vontade.

Eu não sou da turma que não faz restrições alimentares, ou tento não fazer. Eu como o que gosto. Tenho a sorte de gostar de coisas boas. A questão é que não gosto de preparar o que mais gosto de comer. Morro de preguiça de elaborar grandes saladas. Pratos com muitos legumes e verduras... Aqui em casa sou adepta da cozinha expresso. Massas, strogonoff, pratos em que a carne já esteja no molho e pronto: duas panelas, no máximo, meia hora de cozinha e bom apetite...

Isso precisa ser reformulado. O Bê adora frutas, sempre gostou e teve um caso de conseguir que ele trocasse, espontaneamente, um biscoito recheado por um prato de uvas. Alegria geral dentro de mim!

Acontece que o Bê não mora numa redoma. E apesar de não conviver com refrigerantes e biscoitos amarelos em casa, ele os encontra na rua. E a rua, algumas vezes, é casa. Como na casa da avó, minha mãe, e na escola. Quando ele era pequeno eu disse que estes biscoitos eram biscoito-porcaria. Ele confundiu as palavras e o chamava biscoito de meleca. Adorei a comparação, imaginei que se ele criasse esta imagem na cabeça jamais iria querer experimentar. Que nada... Esta semana veio da escola questionando.
- Mãe, sabia que não existe biscoito de meleca? Eu comi, mãe. O Matheus levou e é uma delícia. Eu quero que você compre para mim também.
Fui franca, expliquei o porque do termo, por ele ter se confundido e arrematei:
- Eu não quero comprar para você por que não faz bem para a saúde. Eu gosto de cuidar de você.
Ponto final nesta hora. Sei que ele retornará ao assunto. Consegui retardar a conversa, ele deve estar pensando em novos argumentos.

Com coca-cola foi o mesmo. Aqui em casa não gostamos, não compramos (sorry, Isa). Ele tem contato com refrigerantes em festinhas, na casa da minha mãe e na lancheira do colega. Bebidas eles não podem dividir. Sorte a minha! Sempre oferecemos muito suco. Festas, de modo geral também tem suco ou mate ou guaraná natural. Ele chegou me dizendo que gostava de coca-cola, e nas festas da escola aproveitava para se empanzinar. Ok, esta escolha é dele, infelizmente.

Agora a questão: ouvi outro dia uma nutricionista explicando que não se deveria deixar o refrigerante para os finais de semana, senão a criança o entenderia como um alimento (?) de dia de festas, especial, e o valorizaria mais.

Há também aquelas correntes que dizem que alimentos não devem ser forçados, e que as crianças seguem o exemplo dos pais. O Bê não me vê comer muitas saladas, por que o faço em horários de almoço, em restaurantes mais do que em casa. Isso poderia explicar sua não aceitação de legumes e verduras. Que um dia ele adorou, e hoje rejeita... Agora, o que explicaria ele gostar/ adorar, um alimento que sempre foi entendido como "meleca"? Querer algo para o qual sempre fizemos careta?

Se eu começar a proibir alface ele terá curiosidade e irá amar saladas? Posso fazer isso. Se eu força-lo a comer biscoitos recheados, beber refrigerante sempre que tiver sede, obrigá-lo a ingerir um pacote inteiro de balas ele passará a ter aversão? Como é isso?

Por que esta filosofia só funciona para alimentos saudáveis? Eu não acho que são piores em sabor. Eu prefiro uma maçã do que um pirulito. Sempre preferi. 

É confuso, não é? Não consigo perceber enlatados, processados, artificiais como mais saborosos. No entanto há uma aceitação mais fácil. Não há rejeição mesmo quando são forçados. Há um forte apelo que não faz parte de mim, por isso não entendo.

Aí vem também as propagandas. E uma que me irrita profundamente é do Mac Donalds com seus lanches tristes. Pagar por um brinquedo e receber um lanche-bomba de brinde é o fim! O Bê não gosta do lanche, nem das batatas, nem do hamburguer ou nugguets. Toma só o suco, que é ultra-processado e artificial. Só que ele assiste a propaganda, e os brinquedos são tão interessantes, seus amigos da escola colecionam, seus primos também. Ele sempre nos pede para ir ao Mac. Diz, desta vez eu como o lanche... ele ainda não entendeu que não fazemos a menor questão que ele coma. Também não queremos comer. É ruim, e ainda por cima, faz mal... A rede girafas inseriu brinquedos no seu prato infantil também. Testamos e achamos mais interessante. Ele ainda quer colecionar os dois. Ah, este tipo de marketing devia ser proibido por uma saúde pública que insiste em dizer que há epidemia de obesidade... Tanta demagogia...

Muito mais saboroso um suco de laranjas fresquinho do que um copo de refrigerante, não é? Sou um ET? Será que meu paladar que é alterado? 

Tudo muito estranho... Alguém me explica este mundo?

Vou tentar ser mais clara na minha questão: Se eu obrigá-lo a tomar refrigerante e comer bala em todas as refeições, ele vai detestar estes itens?
Se eu disser que brócolis só nos finais de semana, se tornará o prato favorito? A filha da minha prima ama brócolis. Troca qualquer coisa por brócolis. O Bê já foi assim com beterraba, hoje não gosta mais... Se eu proibir, disser que de jeito nenhum, ele se tomará de paixão por estes legumes? Esta é a dúvida: a mesma psicologia serve nos dois sentidos?

Beijos,

Tati.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os primeiros versos

Hoje será rápido e intenso. O tempo está muito curto. Peço desculpas aos amigos pela ausência, tenho conseguido me dedicar menos do que gostaria. Agradeço ainda a presença constante e todo o carinho que tenho recebido. Vocês são mesmo especiais!!!

Ontem, no último dia de agosto, o Bê escreveu seus primeiros versos. Ok, ele não sabe escrever ainda, mas sabe falar, né? Fingia que escrevia, fazendo risquinhos no papel, como se escrevesse com letra cursiva,  recitava o versinho, que anotei no papel, e é assim:
Bienal do Livro - 2009

"Colecionar beijinhos
Próprios do amor
Lindos, fofinhos, gigantescos"

Ele falava inclusive com as pausas corretas. Tudo da cabecinha dele. Nunca usamos esta expressão colecionar beijinhos. Por que coleção? Por que é o que estão trabalhando na escola. Até agora falamos de minha coleção de fofoletes, da coleção de bolinhas de gude do Vi, as figurinhas do Ben 10 dele e outras... Beijinhos é nova!!

Gente, vocês podem imaginar o nosso orgulho? O Bê tem 5 anos!!! Eu e Vi nos olhávamos e riamos, o riso frouxo dos pais apaixonados, aqueles, que dão beijinhos próprios do amor para que o filho colecione... 

E para não perder o que se construiu, resolvemos transformar seus primeiros versos em um adesivo, que ilustrará a parede verde que leva da sala ao corredor, e é a primeira que se visualiza assim que abrimos a porta! 

Orgulho grau 257 numa escala de 10!!!!!!!

Beijos,
Tati.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas sobre meus NÃOS na moda


A Isa, em seus Tantos Caminhos, me indicou para um selinho, que inclui contar 9 coisas sobre mim. Eu acho isso mega difícil pelo seguinte: Meu blog só conta coisas de mim. Como selecionar mais 9 coisas assim, de uma só vez? 

A outra brincadeira foi uma indicação da Eliane, em sua Casinha, e a proposta é dizer meus 7 nãos da moda. Eu já tinha lido esta brincadeira no blog do Alexandre - Lost in Japan. E ele o fez de uma forma tão engraçada que nem me atrevi a pensar no assunto, jamais seria tão divertida como ele foi naquela oportunidade. Se não leu, leia e gargalhe

Para aproveitar as duas indicações, falarei sobre 9 coisas sobre minha maneira de lidar com meus NÃOS da moda. Vou tentar, está bem? Se não gostarem procurem o SAC do Perguntas em Resposta. Lá uma atendente treinada em gerúndios irá transferir sua ligação indefinidamente entre os muitos departamentos enquanto você ouve valsas lindas convertidas em um som eletrônico até que você passe a odiar música clássica e peça, por favor, que eu coloque o Rebolation para escutar... brincadeirinha...

Vamos lá:
1- A primeira coisa sobre mim é que não sou nada ligada em moda. Eu uso o que gosto, e isso não tem tempo definido. Dura o tempo que a peça de roupa durar ou o tempo que durar meu apreço por ela. É, às vezes enjôo de algumas coisas... Seria capaz de usar roupas com tecido de cortina se achasse bonitas e confortáveis. Ou se fossem feitas por uma tia que canta tão bem!

2- Até pouco tempo atrás, quando acontecia uma catástrofe no Brasil, eu fazia uma limpa daquelas no guarda-roupas. A última foi para Santa Catarina. Nesta ocasião, doei coisas que vocês nem podem imaginar, inclusive mochilas e bolsas de viagem. Legal, né? É, o problema é que não posso renovar meu guarda-roupa na mesma intensidade, portanto, na primeira ocasião em que precisei de uma mochila, um boné, uma determinada blusa, casaco... Eles já não me pertenciam mais! Torço para que tenham feito a alegria de algumas pessoas... Agora estou um pouco mais seletiva... 

3- Eu coleciono vestidos.  Ah, nada de mais colecionar vestidos, né? O que tem isso? É que estes vestidos que eu coleciono não são de tecido, na verdade são, eu é que não os tenho no guarda-roupa. Não entendeu nada? Eu explico: Tenho uma mania maluca de colecionar FOTOS de vestidos. Um tempinho livre, uma ocasião especial, whatever, lá vou eu para google imagens com as palavras-chave que me levem aos vestidos desejados. Pode ser por modelo, por ocasião e até por cor, não importa. Vejo um monte, gosto de vários, salvo em pastinhas... Tenho pastinhas nos pendrives e no HD. O estranho disso tudo é que nunca confeccionei nenhum dos modelitos. Ainda não achei a tal da costureira... 

4- Eu jamais usaria calça saruel. Acho que é quase unanimidade isso. O que me deixa cabreira: como pode sobreviver um item que todos dizem que não usariam? 

Foto retirada da internet
 e modificada por mim
5- Tenho pernas grossas (gorda é o... piiiiiiiii) e não é qualquer coisa que me cai bem, então cuido muito desta escolha. Algumas coisas que acho lindo, em mim sei que seria ridículo. Esta moda de short com meia calça, por exemplo... estou fora! E tenho visto cada coisa feia por aí... Acho que cada um deve usar o que gosta, só que as pessoas deveriam conhecer melhor seus biotipos, né? O fato de achar lindo não significa que ficarei linda usando...

6- Unhas verdes ou azuis. Sei lá, acho estranho. Me sentiria marciana ... Ah, nestas horas sou tradicional. Esmaltes vermelhos ou rosas. Aí, todas as possibilidades! Mesmo sendo fã da Fiona, prefiro ser Cinderela!

7- Saia Balofê... ops, Balonê... hehehe Pelo mesmo motivo dos shorts com meia calça. Eu me sentiria uma cúpula de abajour ... Estranho demais... Coisa para pouquíssimas!

8- Qualquer coisa que custe mais que um salário mínimo. E não é por que ganho pouco não (ok, também é). O principal é que acho meio desaforo. Me assusto com os editoriais de moda da Nova ou da Cláudia. Pior ainda na Vogue ou Marie Claire. Quantas de nós, mortais, pode dar 900 moedas numa blusinha que faz par com uma calça de 700, sapato de 1500 e bolsa de mais sei lá quanto... E há ainda os acessórios... Com o valor de uma produção compra-se um carro! Ah, fala sério...

9- Blusa branca com sutiã preto. Tá, podem dizer que é moda. Para mim, o que é feio quando não é moda continua sendo feio quando é. E isso é horrível!!! Tétrico, medonho!!

10- Para finalizar os Nãos da moda vou colar da Eliane: Nada de pele de bichos. E nisso incluo roupas com estampa de bicho. Um detalhe acho lindo! Tenho lenço, bandana, bolsa, sapato... e teria mais coisas se pudesse, agora sair por aí com calça, blusa, vestido, máscara de onça, zebra, girafa, elefanta... estou fora! Pior ainda se forem peles verdadeiras. Acho mórbido!

11- Finalizando coisas sobre mim (já foram mais de 9, né? Olha que texto gigaaaante...). Eu não ligo para como as pessoas se vestem. Acho que cada um expressa sua personalidade à sua moda. E isso deveria ser o significado de "moda". Seu estilo, sua maneira de ser. Sou despojada, simples, bem Tati. Gosto de cores e estampas, não necessariamente juntos. Amo saltos, usando-os com parcimônia. E se pudesse escolher (um dia poderei) só andaria de vestido! Tem uma amiga dos meus pais que me chama de Tati-vestidinho... por que será, né? hehehe O que não significa que abriria mão da deliciosa calça jeans, daquelas com boca mais larga um pouquinho, disfarçando a grossura das pernas. Essas skinning não me agradam nem um pouco. Odiaria ser a mulher-kibe!

Eu não vou oferecer a ninguém não, tudo bem? Quem achar legal e quiser repetir a experiência pode até desmembrá-la: 9 coisas sobre você; 7 nãos da moda. Ou bate no liquidificador  e faz essa vitamina aí! hehe

Beijos a todos,
Tati.

Casas e lares


Incrível que ontem eu escrevia aquele texto sobre meu lar. Sobre tornar a casa de outro, a nossa casa. 
Hoje pela manhã, entrei no Agenda Ilustrada, da querida Macá, com uma postagem com este título: O que é uma casa? Foi instintivo, o primeiro blog que eu queria entrar, queria mesmo ler. Imaginei coisa bem diversa.
E saí de lá aos prantos, rosto melado de tanto chorar, choro com soluços... Que história mais linda!

Então minha postagem de hoje, ou pelo menos, de agora, não é minha. É da Macá. Visitem-na, conheçam, apaixonem-se. E emocionem-se com o texto de seu marido, que ela reproduziu na íntegra e conta a história de todos nós ao contar detalhes que são só deles.

Aos que já passaram por aqui, corrijo, o Júlio é marido da Macá e não cunhado... ops... Corrigido, amiga!

Agora dá licença que vou me recompor. Muita emoção!!

Beijos a todos,
Tati.

sábado, 28 de agosto de 2010

A lógica infantil

Instalação criada para o Pré-II,
com foto de cada aluno! 

Hoje foi a feira de ciências da escola do Bê. Uma festa linda, muito caprichada, como são todas por lá. A gente vê que eles investem em cada detalhe. E sabe de uma novidade? Nada a mais nos é cobrado por isso!! Sim, isto é uma novidade para mim! O stand da turma do Bê era uma instalação, simulando uma caverna da pré-história. O tema era o lixo da pré-história. As paredes da caverna eram forradas com desenhos deles, em papel pardo, o chão, forrado com folhas secas. Lindo demais! Seguem as únicas fotos que conseguimos tirar...

Chegamos na festa às 9h. Vários estandes montados, muitas famílias reunidas. Bê, logo de cara, encontrou o André e o Matheus, dois dos novos amigos. Agora ele está mais enturmado e resolvemos deixá-lo um pouco mais livre, para que pudesse dar intensidade ao relacionamento... hehehe

O lindo desenho do Bê.
Claro que conhecendo nosso anjinho como conhecemos demos espaço, não asas! Ficamos com os 4 olhos ligados nele, numa estratégia friamente calculada de cada pai num canto do salão, cuidando de um ângulo de 90º. Até que ele foi para uma parte mais externa, onde muitas crianças brincavam sob uma grande rampa que leva ao ginásio. É um espaço vazado, tornando-se um túnel tão chamativo quanto perigoso. Detestei a brincadeira, não vi modos de evitá-la. Era o que faziam os coleguinhas da mesma idade. Ai, mãe super protetora, né? E por que não ouvi meu feeling?

Não demorou muito, numa das travessias, Bê calculou mal a saída, levantou antes da hora e deu com a cabeça na quina de concreto do túnel-rampa. Abriu a cabeça. Sangue demais, susto demais, choro demais... Havia uma ambulância do corpo de bombeiros a postos para situações como esta, três bombeiros muito atenciosos prestaram primeiros socorros. A enfermeira localizou um corte e indicou irmos para o pronto-socorro. Óbvio que iríamos mesmo, né? 9h30 da manhã. meia hora após chegar na festa, saíamos correndo, tremendo, enlouquecidos...

Chegamos ao PS, com Bê no meu colo, o sangramento tinha diminuido, ainda assim mãos, rosto, tudo sujo. Entramos direto para a emergência. Coisa boa esse PS infantil na emergência. Nem carteirinha ou nome da criança - ou do PLANO - foram solicitados. Tudo isso foi feito depois. Em primeiro lugar, cuidar do ferimento. Quando Vi entrou, após ter estacionado, Bê já estava sendo atendido, com limpeza iniciada. Tudo muito rápido, primeiro mundo! Pais muito satisfeitos com o atendimento nota 10. Dois pontos na cabeça e um rapazinho muito corajoso depois, solta a pérola:

- Ah, não gostei de entrar direto! Eu queria ficar lá fora esperando... Eu nem vi desenho!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Aquilo que é o castigo de qualquer pai, ficar na sala de espera séculos, é a melhor parte do atendimento para ele: momento em que assiste desenhos do Cartoon (que não tem aqui em casa) e interage com outros melequentinhos... O que seria do PS infantil sem a troca de bactérias? 

Gente, fiquem tranquilos, passado o pânico, a tremedeira e a sensação de ter tomado uma surra ou corrido uma maratona... agora já está tudo bem. Se não estivesse eu não estaria aqui contando para vocês e rindo, né?

Beijos a todos, ótimo final de semana.
Tati.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Juma Marruá domesticada

Esta é minha participação na blogagem coletiva (ou terapia de grupo?) proposta pela Glorinha do Café com bolo, emoções e sentimentos.

Prato do dia: Raiva

Eu sempre fui a estressadinha, brigona, mal humorada do grupo. Isso desde que me lembro, ou desde que me contam... Ué, não é assim que você me vê? É que eu mudei! Um pouco... hehehe

Quando eu era criança brigava muito, e em geral meus oponentes eram meninos e mais velhos. Por que eu era corajosa mesmo! Me achava com isso... que feio...

Minha irmã era folgada, mexia com os outros, quando eles vinham tomar satisfação eu me colocava na frente e comprava a briga. Dia seguinte minha irmã já brincava novamente com seu desafeto enquanto eu, me tornava sua inimiga mortal, para sempre!

Por ser assim tive alguns apelidos como Mônica (e achei engraçado saber que a Beth chama a Glorinha assim), Juma Marruá (por que virava onça), entre outros. Todos nesta faixa...

As pessoas tinham medo de mim. Até minha mãe dizia isso. Meus berros eram mesmo assustadores! E até despedi uma empregada (aos 8 ou 9 anos de idade), por que favoreceu minha irmã em uma disputa, na qual ela estava errada, mas era fofa, né? Muitas coisas aconteceram ao longo dos anos. A maioria reforçava este meu estereótipo, do qual não gosto nada nada. É ruim ser a chata, zangada da história.

Demorei a entender algumas coisas. Já ouviu uma frase assim:
"O feliz agrada, o infeliz, agride". Conhece? Acho que existe um lado positivo na raiva, quando ela mobiliza a pessoa para mudar uma situação. Eu tenho uma amiga ultraquerida que usa a raiva a seu favor. Eu não sei fazer assim. Eu sou uma escorpiana que, como o animal, me enveneno nestas horas. A raiva, em mim, só faz mal. Sou lutadora, gosto de exigir meus direitos, muitas vezes apelo por exigir minhas vontades. Sou uma criança mimada, sei disso. E quero crescer neste sentido. Quando algo não me agrada, ou quando invadem meu espaço (motivo que mais me enfurece) eu tomo satisfação. E o faço com meus pais e com a corja de Brasília. Não tenho limites para isso. Vou em busca das minhas respostas, dos meus interesses. Que fique claro que respeito o espaço dos outros, e justamente por isso exijo que respeitem o meu. Eu não sou uma pessoa invasiva, folgada. Não costumo ser assim. Na adolescência meu fígado era uma bomba, puro veneno, muita raiva, uma menina com fumacinha sobre a cabeça.

Quando entrei para a faculdade, meus horizontes se alargaram. Lá eu era mesmo muito feliz! E as pessoas gostavam de mim, por que eu era sorridente, amiga, participativa, animada! Ainda não sei explicar muito bem o que faz toda a diferença. A liberdade, talvez. 

E fui mudando. Muita coisa ainda aconteceu neste período. Eu não me tornei um anjo de candura, entendam bem. Fui só melhorando aos poucos. E se tiver que me definir em um dos 7 pecados, infelizmente, o meu é a Ira. Não gosto nada disso, entendam bem. Não sou barraqueira, odeio espetáculos, na rua não me exponho assim, não exponho quem está comigo. É uma coisa mais interna. Só não deixo de exigir o que acho que me é devido. E o faço com, e por, justiça.

Quando me formei a música que minha turma escolheu para mim foi "Rindo à toa" do Fala Mansa. E isso foi surpresa para minha família, que me achava carrancuda.

Muito tempo ainda e muitas tempestades depois eu conheci o Vi. Me apaixonei, fui correspondida. E o Vi é a pessoa mais doce que conheço. Eu ainda era impetuosa demais, mais raivosa do que gostaria de ser, e muito impulsiva nestes meus rompantes.

Uma vez, numa discussão (em que eu discutia sozinha), estávamos sentados à mesa e eu empurrei uma caixa que estava na minha frente. Claro que não era esta minha intenção, mas a caixa encostou no cotovelo do Vi, que estava apoiado à mesa. Foi sem querer, no entanto, doeu.

Se fosse eu, tinha gritado um palavrão bem alto e rancoroso, e brigado mais ainda. Sabe o que ele fez? Gemeu um ai, que foi mais para ele que para mim, colocou a mão no cotovelo magoado e baixou a cabeça. Ele encerrou o ciclo de raiva ali. Eu me senti mal naquele momento, muito mal mesmo, por que não tinha motivo para grandes discussões (não faço mais ideia de qual era o motivo da peleja) e eu magoara o meu amor. Recuei, pedi desculpas. E hoje tomo muito mais cuidado ao agir, não apenas com o Vi, com todos.

Se eu ainda escorrego? Muito mais do que gostaria. Sei, entretanto, que estou melhorando. E isso me consola. O caminho é longo e árduo. Hoje eu sou muito mais feliz, e por isso é mais fácil agradar. Não sou infeliz, só que não sei lidar muito bem com frustrações e contrariedades (não falei que sou mimada?), nestas horas acabo deslizando até o comportamento que conheço melhor. A PNL tem me ajudado também. Existem técnicas que nos ajudam a mudar comportamentos inadequados, que não nos agradam. Ao sentir raiva, posso respirar fundo, pensar em coisas boas, olhar o lado da outra pessoa, entender que não fez por mal, etc. Tem muitas maneiras de mudar um padrão ancorado. Eu me esforço!
Meu professor de PNL, inclusive, dizia uma frase assim: "Sentir raiva é como tomar veneno e querer que o outro morra." E não é mesmo isso? O mais envenenado da história é o raivoso!

Que vocês não me abandonem depois de uma confissão como essa. Assumirmos certos defeitos, aqueles que mais nos machucam, é bem difícil e eu pensei, repensei. Escrevi há dias e venho ajeitando... preocupada de como este texto será recebido. Abrir nossa alma de maneira escancarada é assustador! Que o carinho que tenho recebido por aqui não deixe de acontecer. Olhar uma pessoa além das projeções que fazemos, e enxergá-la como realmente é, pode ser um balde de água fria. Mas esta sou eu!

Uma Juma Marruá domesticada ainda pode virar onça.

Beijos a todos,
Tati.