Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sendo vista do paraíso


Eu viciei no Who´s amung us. E já quase gosto de matemática, gráficos e estatísticas (mesmo que meu gráfico não seja lá estas coisas...), mas saber onde estão as pessoas que te visitam é o máximo, mesmo sendo pouquinhas, pouquinhas...

Daí que outro dia estava acompanhando quem lia minha postagem e vi a estrelinha brilhando em um lugar novo, que eu não reconheci no mapa (sou tão ruim de geografia quanto de matemática, tá bem?). Cliquei em cima e dizia: SEYCHELLES. Eu nunca, nunquinha, tinha ouvido falar neste nome.

Já contei para vocês que sou curiosa? hehehe São google! Fiquei encantada em saber onde é. Madagascar fica nas Seychelles! Um dos filmes favoritos aqui de casa. Será que Alex, Martin, Melman e Glória estão lendo o blog? Será um lêmure animadíssimo me acessando de uma rave? Ou será um(a) novo(a) amigo (a) chegando? Ai, curiosidade que só me cria mais perguntas... Ei, você tem uma resposta para mim?

Beijos a todos,

Tati.



domingo, 4 de julho de 2010

ESTRUTURA DE BASE


Aquela infiltração, que chorava pelos cantos do banheiro, foi a desculpa inicial. Na verdade o ar ali tornara-se irrespirável. Resolveu trocar tudo: piso, paredes, móveis. Fotos? Não, nada de fotos pela casa. Trocou a cozinha, trocou os banheiros, os quartos eram todos novos. Nem as portas escaparam. Tudo para fugir à lembrança que machucava fundo. Tantos meses após sua partida a dor era ainda tão presente como no dia da despedida. 

Envolveu-se com a obra, escolheu tudo de melhor que podia encontrar. Não trocou o apartamento por estar preso ao inventário, mas o que pôde fazer para descaracterizá-lo, fez. Mudou a organização e o estilo. Revestimentos modernos nas paredes, antes tão despojadas. Transformou quarto em sala, área em cozinha, sala em varanda. 

Pedreiros, poeira, barulho, algumas noites sem ter para onde voltar. Por três meses o esquecimento do que era almoço em família. Jamais os seriam novamente. 

Enfim, a obra pronta. Cansado após um dia de intensas arrumações, plantas no lugar, não muitas. Ela amava plantas pela casa. Suas favoritas já não seria mais suportável cultivar.

Olhou ao redor, tudo lindo. E o primeiro pensamento que lhe veio à mente foi o quanto ela se orgulharia de seu trabalho, de suas escolhas. E chorou!

Não há mudança estrutural que tire de nós aquela que é estrutura de base.

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Adendo: Está tudo bem comigo. É apenas um conto, ok? Obrigada pela preocupação... hehehe
Beijos a todos,
Tati

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O que me fez blogueira?

Amigos, good news (ou não): A NET ainda não desligou a internet, mas eu já liguei para lá e nossa assinatura está cancelada. Espero não ter problemas com isso depois... O bom é que podemos manter contato! EBA!!!

E para retornar, sem ter partido, vou postar um selinho que recebi da querida Ingrid, do Desconstruindo a mãe. O selo pede que eu responda a esta pergunta:

Por que me tornei blogueira?

Me expresso melhor por palavras escritas. Já falei antes sobre isso, né? Preciso escrever para desembaralhar meus sentimentos, por que minha mente é uma grande bagunça. Chamo de vulcão cerebral e está em erupções constantes, uma barulhada de pensamentos que não param nunca. Quando escrevo, eles se alinham e consigo entender o que me chateia, o que me entristece, e até para onde quero ir, ou o que não quero mais... 

Sonho um dia ser escritora, por que não há nada que me dê mais prazer no mundo. Seria maravilhoso poder viver do talento de que mais me orgulho e que, para mim, é um grande prazer. Sou capaz de passar dias inteiros escrevendo. Tenho muitos cadernos escritos, agendas e diversos arquivos no Word. Fora todas as cartas que já enviei Brasil e mundo a fora, para os amigos que tenho espalhados. 

Um dia, numa busca no google, por ideias para a festa do Bê, caí no blog da Lu Brasil, nesta festa. Foi meu primeiro contato com este universo. Comecei a acompanhá-la, apresentei-a à minha amiga-espelho. Chegávamos a comentar coisas do dia-a-dia da Lu Brasil e quem estava perto pensava que era uma amiga em comum... hehehe Um dia apresentei a Lu Brasil para minha mãe. Ela me perguntou: por que você não tem um blog? Ops... Sei lá... Não gosto de expor meus sentimentos... Não gosto que leiam o que eu escrevo...

Opa, opa, opa... Se eu não gosto que leiam o que escrevo, como posso querer ser escritora? Nesta fase estava enviando meus primeiros originais de um livro infantil para editoras e recebendo múltiplas recusas. Peraí, algo tem que mudar! Então comecei o blog. Precisava expor o que sentia e aceitar a critica, o olhar do outro, a interpretação. Foi um exercício difícil que me impus.

Claro que de início não contei para ninguém. Era um espaço secreto! Era aberto, mas só eu sabia da existência. Também não expus meus sentimentos de cara. Postei um poema do Fernando Pessoa, meu poema favorito. Aos poucos fui transcrevendo textos antigos, de arquivos word, para o mundo virtual. Um dia contei para poucos amigos. Tinha uns 3 ou 4 leitores (mãe, amiga, marido... kkk). O blog chamava-se Cartas ao vento.

Quando fiquei trabalhando direto em casa a solidão bateu forte. Passar o dia inteiro sozinha, todos os dias, era duro demais. Nesta fase comecei a procurar novos blogs, fui sendo descoberta por alguns, e fui formando meu grupo de amigos. Então percebi que Cartas ao vento não dava mais. Eu queria muito ser lida! 

Daí, pensando e pensando me dei conta que esta sou eu. Eu sou curiosa demais, estou sempre perguntando e, mais que isso, me perguntando. Desde sempre sou assim. Quando era criança, perguntava à mãe, à tia, à professora. Na faculdade, perguntei aos mestres, aos colegas de profissão com mais tempo de jornada, nas buscas espirituais perguntei aos padres, aos monges, aos gurus, aos espíritos... Em todas estas buscas perguntei aos livros... Chega uma hora que não há mais quem responda. Neste momento o que tenho são apenas perguntas em resposta. E elas acumulam-se na minha mente, me confundem, me sufocam. A única maneira de detê-las - e não de respondê-las - é escrevendo. E por isso estou aqui!

Sejam sempre bem vindos. Sua presença, palavra, sorriso, carinho, palpite... me faz feliz!


Além de responder, devo indicar 4 amigas. Vou naquelas que não sei por que escolheram blogar, ok? Acho que ouviremos (leremos) boas histórias. 

1) Isadora - Tantos Caminhos
2) Denise - Tecendo Ideias
3) Sheila - Cantinho She
4) Irene - M@mirene e A Vitrine de Sonhos (enviei para o M@mirene)

Tenho curiosidade sobre as histórias de outras amigas, mas era para indicar 4... 

Beijos a todos,
Tati.






quarta-feira, 30 de junho de 2010

Da arte de perder tempo: Estaremos fazendo isso com você


- Chefe, vou precisar faltar amanhã, talvez não consiga retornar no dia seguinte também...
- Algum problema?
- Nada de grave. Preciso solicitar reparos no meu telefone e estarei à disposição do "disque-oi-tu, tu, tu...": Discarei 9, depois os últimos dígitos do meu CPF, em seguida recitarei o alfabeto musicado, então repetirei a data do meu aniversário plantando bananeiras. Nesta hora um atendente virtual dirá que não entendeu e me solicitará que repita os dados na ordem inversa e me transferirá para outro departamento. Então ouvirei uma musiquinha que já foi bonita e hoje é irritante... aguardarei heróicamente, na vã tentativa de ser atendida, até que, de maneira surpreendente, a ligação cairá. Se eu já tiver um protocolo, ligarei de novo e o digitarei, se não tiver chegado nesta fase começo o jogo todo de novo... Isso pode durar só o dia de amanhã ou estender-se por mais um. Quando eu conseguir que um atendente de carne, osso e gerúndio me atenda farei um escarcéu, ameaçarei contato com a Anatel e pode ser que eu resolva... ou não... 
- Tá liberada por uma semana. Depois, traga atestado de saúde mental, se estiver ok pode voltar ao trabalho.

Isso tudo é para dizer que ficaremos sem internet por uns dias. Resolvemos trocar de NET (por que ser um NET é quase morar na Sibéria...) para Oi FIXO e nem sei se estou satisfeita. O atendimento da NET é fácil, rápido e tranquilo, infelizmente precisava usá-lo com mais frequência do que gostaria... ô linha de telefone para dar problemas... 
O fixo da Oi (ex Telemar, ex Cetel) assim como o VELOX, são mais estáveis que os mesmos serviços da NET, mas o atendimento... sofrível!

Hoje instalaram o telefone fixo, mas não estou conseguindo CONTRATAR o oi conta total... Isso mesmo! Se comprar um serviço deles já é tão difícil fico imaginando da hora de solicitar reparos... Ligo para o 0800-285-3131, chama duas vezes, depois fica mudo. Já tenho o número do pedido, por isso não quero tentar pelo site... 

Solicitamos o cancelamento da NET, que se extinguirá à meia noite de hoje. Até que consiga o Velox estaremos sem internet, isso significa, sem blog... snif, snif... 

Espero que seja rápido, até por que internet aqui em casa é instrumento de trabalho de dois e lazer do terceiro.

Mais uma vez, volto logo, me aguardem!! Já vou com saudades...

Beijos a todos,
Tati.

eXtendendo o papo...



Isso mesmo! No post anterior eu falei da minha paixão pela Extensão Rural e, pelo Who´s.amung.us vi até que esta palavra foi copiada, imaginei que para lançar no google e descobrir do que se tratava... será?

Pois é. Quando entrei na faculdade (faz tempo, viu...) eu sabia que queria ser pesquisadora, mas como sonhar não paga pedágio, eu queria pesquisar fisiologia de golfinhos em Fernando de Noronha. Claro que eu não completaria 10 anos de formada e estaria tratando o câncer de pele adquirido no exercício profissional, sim, por que se alguém já viu alguma foto minha sabe que estação observatória em Noronha não há bloqueador solar que resolva no meu caso... Eu sou daquelas branquelas que no máximo ficam vermelhas, quase roxas... 

Não foi por isso que não segui este sonho, foi por que não consegui nem estágio nesta área, quanto mais emprego, né? Tudo bem, fui seguindo o meu caminho e talvez o meu caminho seja triste prá você...

Em determinada altura da faculdade a gente tem esta disciplina: Extensão Rural, minha professora era ótima, mas não passou a ideia exata do que seria, ficou muito filosófica, sei lá. Passei na matéria por que fiz todos os trabalhinhos, ganhei estrelinhas da tia e segui rumo ao hexa, mas não entendi do que se tratava.

Eu sempre fiz muitos estágios. Entrei no primeiro com duas semanas de aulas... kkkkk Era só felicidade!!! Me sentia a própria vet. Entendam que NUNCA foi em clínica, acho lindo, mas não para mim. Num destes estágios fui parar em uma Fazenda da família Sendas, em Magé, aqui no Rio. Lá minha vida mudou, de verdade. Lá, eu mudei! 

Foi lá que conheci o Aloisio Sturm (lembram? Do salário emocional?). Ele foi uma pessoa tão importante na minha vida que nem sei como descrevê-lo. Foi um guru, um amigo, um exemplo, foi também mola propulsora e aquela chave que muda a rota dos trilhos (sei o nome não). O Aloisio é agrônomo e administrava as fazendas. Nossa identificação foi grande e rápida, ele me escolheu para estagiária e eu aceitei! Passei anos por lá. Quando um grupo de pescadores resolveu montar uma cooperativa ele me convidou a acompanha-lo. Me encantei por aquela gente simples e sofrida, cheios de dúvidas, sonhos, esperanças. A partir desta data, não perdia uma reunião! Éramos o apoio técnico, os extensionistas, do projeto de implantação cooperativa. 

O extensionista faz a ponte entre o saber técnico, o resultado de pesquisas, e o saber local, os produtores, o povo. Tem que dominar as duas linguagens, tem que saber se portar no salto alto e na butina com a mesma naturalidade. Infelizmente a extensão rural hoje tornou-se quase uma distribuição de sementes e mudas para os produtores, mas não é este seu papel, não somente. Quando o Aloisio me apresentou aos pescadores de Magé fui absorvida, não de cara... pescadores são muito reservados, desconfiados. Aos poucos me aceitaram, no fim confiavam integralmente. Foi um tempo bom demais! Aprendi muitas coisas sobre marés, redes, defeso, injustiças e também sobre jogo de cintura, lidar com incertezas, durezas da vida e suas superações. 

Quando eu estava para me formar me sentia perdida, gostava de produção animal: de búfalos, de peixes, de gado de leite e até de jacarés. Achei que era confusa, o Aloisio me esclareceu: O tipo de produção é apenas meio, isso não é o mais importante. O mais importante são as pessoas que auxiliaremos! Não sei se sou capaz de traduzir o que isso mudou em mim. 
Uma das poucas fotos que tenho com o Aloisio, junto com Jeferson e Tinha

O Aloisio me ajudou a desenvolver este meu potencial humano, que eu nem sabia que tinha. Alguns anos depois ele assumiu como Secretário de Agricultura do município de Magé e me convidou a trabalhar com ele, num projeto de extensão que ele pretendia desenvolver. Era o governo Narriman Zito, e parecia que alguma coisa seria feita, começamos a estudar a viabilidade de um projeto de consorciação entre peixe e palmito. A paixão do Aloisio são as tilápias, e elas estavam contempladas no projeto. Sabe qual a principal atividade do extensionista? Visitar pessoas, conversar com elas, interessar-se por suas histórias, por suas necessidades, por seu saber. Não desmerece-lo por ser popular, por ser empírico. Incorporar suas práticas, mas melhorar sua qualidade de vida, suas possibilidades, sua auto estima. O extensionista precisa gostar de café, por que toma muuuuito, leva para casa presentes como: inhame, batata, cará, peixe defumado, camarão, mesmo que volte de ônibus! Ouve piadas engraçadas e outras nem tanto. Mas também precisa entender de capim, saber o que é calda bordalesa, conhecer raças de gado, a melhor aptidão para aquela terra e para aqueles produtores, e outras coisas que estudando, e vivendo, a gente descobre! 

Minha intenção era um esclarecimento, acabou virando um testamento. Nele estão descritas as previsões para os próximos anos, não apenas uma memória de um tempo passado. E aqui fica também registrada minha saudade deste amigo, que está vivo, graças a Deus, mas com o qual faz tempo que não falo... 

Se você teve paciência de chegar até aqui, neste samba do crioulo doido, meu muito obrigada!
Um beijo,
Tati.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Repensamentos

Quando montei o blog minha intenção era explorar meus questionamentos, o mundo interior, aquele que sou eu em essência. Não era um blog-de-mãe-sobre-filho, nada contra, adoooro e meu "Dèbú" no mundo blogístico foi num blog assim, lendo a Lu Brasil, que acompanhei por mais de um ano antes de adquirir espaço para as próprias ideias. Só que revendo as últimas postagens, só deu Bê!! Pode ser pelo período: a viagem, a certeza da distância me assombrando, as coisas engraçadas que vivemos nestes últimos dias (semanas...), sei lá. 

Pode ser por que os 5 anos do Bê estão reacendendo tantos momentos, tantas lembranças que eu já dava por perdidas, que estavam na penumbra da mente... Tenho revivido sensações, sentimentos, experiências. É uma coisa louca demais! Acho que minhas lembranças mais antigas datam dos 5 anos. Antes isso não acontecia, é sensação muito nova! Alguém já viveu (ou vive) coisa parecida? É bom demais, é louco demais. Tem coisas que eu nem queria lembrar... Tem sombras ruins que revisitadas agora tomam outro significado, é como se me permitissem curar certas feridas. Elas tomam outra dimensão. Agora vejo de fora, como espectadora, com mais vivência, numa posição mais confortável. Está sendo enriquecedor. Pode ser isso. O Bê, neste momento, me traz a Tati de 5 anos, e muitas coisas que sou hoje derivam do que fui antes, certo?

Mas o que quero falar é outra coisa, que tem influência da Tati de 5 anos, certamente. A viagem foi para o interior de São Paulo, terra da minha mãe e dos Pastorellos. Local onde passava as férias mais felizes e livres da minha infância. Minha tia tinha sítio, meus primos são tão especiais para mim até hoje, mesmo nos vendo a cada 5 ou mais anos... Tenho um amor tão grande por eles, e me sinto igualmente amada!

Quando chego no interior de SP (e tem que ser no interior, a capital não me traz os mesmos sentimentos) eu viro outra. Eu me sinto plena! Vejo aquela terra vermelha, o clima que é quente, mas agradável, o cheiro de mato, o farfalhar de folhas misturado com canto de pássaros, cigarras e barulho e cheiro de caminhão. Tudo isso é significativo demais em mim. Me sinto em casa! Lembrei da Glorinha falando sobre a Itália. Eu sou mais modesta, meu canto é o interior de São Paulo. Lins? Piracicaba? São José do Barreiro? Bauru? Jaboticabal? São Pedro? Nada disso importa. O que importa é o cheiro, é a terra vermelha, os milharais, gado no pasto... Isso me preenche como nada mais.

Essa viagem mudou alguma coisa em mim. Acordou um gigante adormecido. Em muitos momentos de minha vida fiz um movimento em direção a esta guinada. Ela ainda não aconteceu. Acho que terá que acontecer. O Vi se coloca favorável, meus pais? Não sei. Gostaria que nos acompanhassem. 

Isso influi diretamente na minha escolha profissional. Eu AMO o que faço, mas minha real vocação é para outra função. Eu nasci extensionista, antes mesmo de saber o que isso significava. Meu trabalho dos sonhos é na extensão rural. Meu chefe sabe disso e me delega funções onde possa exercer esta veia: entrevistas, apresentações, treinamentos, contato com pessoas... se forem simples, melhor... produtores rurais então... Aí sou pinto no lixo!

Passamos a semana no meio de pesquisadores da Embrapa, uma empresa que admiro muito. São grandes em seus papéis profissionais, mas costumam ser tão generosos, tão humildes como seres humanos. Não podemos tirar o todo por alguns, mas é assim que me sinto sobre os profissionais de lá, todos com os quais tive contato em minha vida profissional, desde meus tempos de estudante.

Se é a empresa dos meus sonhos? Pode ser tornar. Na realidade, se pudesse escolher qualquer lugar no mundo para trabalhar seria na CATI, que é de âmbito estadual, mas onde poderia exercer meu trabalho dos sonhos em algum dos municípios que me deixam equilibrada. Se ainda poderei fazer isso? Espero que sim. Me faz lembrar a paixão que tenho pela minha profissão. Quando me vejo extensionista não questiono se escolhi a profissão certa. Não há mais certa! Posso fazer alguma especialização na área de antropologia, e isso só me enriquecerá, mas ser veterinária volta a ter sentido...

Sei que não é uma função bem remunerada, ah, não é mesmo... Mas eu teria o que meu amigo Aloisio  Sturm me ensinou - teria salário emocional! Neste quesito eu estaria muito bem paga!!!

Desde o início tomei para mim que este não seria um blog para falar de trabalho. É meu espaço para alongamento, é assim que o defino. Local para falar de coisas leves, espaço para não pensar na forma, só no conteúdo, e onde, mesmo o conteúdo, é livre e sem regras. Mas neste texto não estou falando de trabalho, e sim de sonho...

Vou rezar e vou pedir. Eu sempre recebo o melhor para mim, basta acreditar! 

Beijos a todos,
Tati.


domingo, 27 de junho de 2010

Um bezerro na mala... (A saga da viagem - parte 1)

- Mãe, traz um bezerro na sua mala?

Este pedido me soou tal qual o do pequeno príncipe: "Desenha-me um carneiro?" e pensei que seria preciso uma solução tão criativa quanto a de Saint Exupéry. Lembram-se? Ele desenhou uma caixa com buraquinhos e disse que o carneiro estava lá dentro. Assim o pequeno príncipe sossegou.

Pois bem, meu pequeno príncipe fez este pedido na véspera da viagem, enquanto o colocava para dormir. Eu estava a caminho de um hotel fazenda, perguntei se o bezerro podia vir numa foto. Ele foi taxativo, assim não servia... Alguns dias para pensar na solução? Ledo engano, muito pouco tempo para pensar... A viagem foi de muito trabalho e pouquíssimo lazer.

Primeira ligação de casa, antes do embarque: "Mãe, não esqueça do meu bezerro, hein!" Ligação da noite, marido conta: "ele estava brincando e me perguntou o que bezerro come?..." Ai, estou perdida!!!

Eu tinha uma encomenda, e no último dia, já bem cansada, dei uma fugida. Consegui recrutar duas amigas, que me acompanharam em minha missão: Encontrar o bezerro! Fomos caminhando até a fazendinha, que ficava dentro do Hotel Fazenda, mas mais de 1km de distância da área que habitávamos: quartos, anfiteatros, restaurante...  

Chegamos à pequena "fazendinha": algumas cabras, cabritos e um bode, dois leitõezinhos, uma búfala, alguns cavalos um boi (que finge que era touro, tá?) e um pequeno cabritinho preto, muito bebê. Mas e o bezerro? Não tinha nenhum... Ai, e agora?
 

Comecei a criar a história (estória, na verdade), com a ajuda da Alê (mãe de 2 tem grandes idéias!!). Claro que tive que adaptar. "Quem não tem bezerro, caça com cabrito", ou qualquer coisa assim...

Demos mamadeira para os leitõezinhos e para o cabrito-bebê. Tiramos fotos! Montei um touro (não me desminta, por favor!!!).

No aeroporto procurei um bezerro: de brinquedo, de chocolate... o que fosse. Vira copos é pequeno, mas nem tão pequeno assim, só que tínhamos muito pouco tempo. Acabei encontrando um livrinho que falava sobre os bichinhos da fazenda e o que eles comiam. Tinha vaca, tá valendo!! E dei sequência ao plano.

Cheguei em casa e contei que não tinha bezerro, mas que tinha cabritinho. Que o convidei para vir comigo, mas ele queria ficar perto da mamãe dele, então agradeceu e mandou um presente, e entreguei o livrinho. Ele ficou tããão feliz que o cabrito deu o presente! Perguntou: "Quem foi mesmo que me deu o presente?" E adorou a resposta. Questão resolvida!!!

Este é o primeiro capítulo da viagem. Tem muuuitas histórias. A vontade de contar tudo para vocês era tanta que eu não largava meu caderninho e anotei várias. Não contava de encontrar o Bê dodói. Ele ainda está com febre, mas melhorando. Hoje pediu para dormir com o pai e eu corri para cá. Tanta saudade...

Em breve tem mais! Não me abandonem, tá bem?

Beijos a todos,
Tati.