Quando montei o blog minha intenção era explorar meus questionamentos, o mundo interior, aquele que sou eu em essência. Não era um
blog-de-mãe-sobre-filho, nada contra, adoooro e meu "Dèbú" no mundo blogístico foi num blog assim, lendo a
Lu Brasil, que acompanhei por mais de um ano antes de adquirir espaço para as próprias ideias. Só que revendo as últimas postagens, só deu Bê!! Pode ser pelo período: a viagem, a certeza da distância me assombrando, as coisas engraçadas que vivemos nestes últimos dias (semanas...), sei lá.
Pode ser por que os 5 anos do Bê estão reacendendo tantos momentos, tantas lembranças que eu já dava por perdidas, que estavam na penumbra da mente... Tenho revivido sensações, sentimentos, experiências. É uma coisa louca demais! Acho que minhas lembranças mais antigas datam dos 5 anos. Antes isso não acontecia, é sensação muito nova! Alguém já viveu (ou vive) coisa parecida? É bom demais, é louco demais. Tem coisas que eu nem queria lembrar... Tem sombras ruins que revisitadas agora tomam outro significado, é como se me permitissem curar certas feridas. Elas tomam outra dimensão. Agora vejo de fora, como espectadora, com mais vivência, numa posição mais confortável. Está sendo enriquecedor. Pode ser isso. O Bê, neste momento, me traz a Tati de 5 anos, e muitas coisas que sou hoje derivam do que fui antes, certo?
Mas o que quero falar é outra coisa, que tem influência da Tati de 5 anos, certamente. A viagem foi para o interior de São Paulo, terra da minha mãe e dos Pastorellos. Local onde passava as férias mais felizes e livres da minha infância. Minha tia tinha sítio, meus primos são tão especiais para mim até hoje, mesmo nos vendo a cada 5 ou mais anos... Tenho um amor tão grande por eles, e me sinto igualmente amada!
Quando chego no interior de SP (e tem que ser no interior, a capital não me traz os mesmos sentimentos) eu viro outra. Eu me sinto plena! Vejo aquela terra vermelha, o clima que é quente, mas agradável, o cheiro de mato, o farfalhar de folhas misturado com canto de pássaros, cigarras e barulho e cheiro de caminhão. Tudo isso é significativo demais em mim. Me sinto em casa! Lembrei da
Glorinha falando sobre a Itália. Eu sou mais modesta, meu canto é o interior de São Paulo. Lins? Piracicaba? São José do Barreiro? Bauru? Jaboticabal? São Pedro? Nada disso importa. O que importa é o cheiro, é a terra vermelha, os milharais, gado no pasto... Isso me preenche como nada mais.
Essa viagem mudou alguma coisa em mim. Acordou um gigante adormecido. Em muitos momentos de minha vida fiz um movimento em direção a esta guinada. Ela ainda não aconteceu. Acho que terá que acontecer. O Vi se coloca favorável, meus pais? Não sei. Gostaria que nos acompanhassem.
Isso influi diretamente na minha escolha profissional. Eu AMO o que faço, mas minha real vocação é para outra função. Eu nasci extensionista, antes mesmo de saber o que isso significava. Meu trabalho dos sonhos é na extensão rural. Meu chefe sabe disso e me delega funções onde possa exercer esta veia: entrevistas, apresentações, treinamentos, contato com pessoas... se forem simples, melhor... produtores rurais então... Aí sou pinto no lixo!
Passamos a semana no meio de pesquisadores da Embrapa, uma empresa que admiro muito. São grandes em seus papéis profissionais, mas costumam ser tão generosos, tão humildes como seres humanos. Não podemos tirar o todo por alguns, mas é assim que me sinto sobre os profissionais de lá, todos com os quais tive contato em minha vida profissional, desde meus tempos de estudante.
Se é a empresa dos meus sonhos? Pode ser tornar. Na realidade, se pudesse escolher qualquer lugar no mundo para trabalhar seria na CATI, que é de âmbito estadual, mas onde poderia exercer meu trabalho dos sonhos em algum dos municípios que me deixam equilibrada. Se ainda poderei fazer isso? Espero que sim. Me faz lembrar a paixão que tenho pela minha profissão. Quando me vejo extensionista não questiono se escolhi a profissão certa. Não há mais certa! Posso fazer alguma especialização na área de antropologia, e isso só me enriquecerá, mas ser veterinária volta a ter sentido...
Sei que não é uma função bem remunerada, ah, não é mesmo... Mas eu teria o que meu amigo Aloisio Sturm me ensinou - teria salário emocional! Neste quesito eu estaria muito bem paga!!!
Desde o início tomei para mim que este não seria um blog para falar de trabalho. É meu espaço para alongamento, é assim que o defino. Local para falar de coisas leves, espaço para não pensar na forma, só no conteúdo, e onde, mesmo o conteúdo, é livre e sem regras. Mas neste texto não estou falando de trabalho, e sim de sonho...
Vou rezar e vou pedir. Eu sempre recebo o melhor para mim, basta acreditar!
Beijos a todos,
Tati.