"Minha vontade é de romper com conceitos e toda a ordem estabelecida, mas então eu pondero. Pondero e fico ali, parecendo uma pessoa sensata e cheia de juízo(?), enquanto na realidade o que penso é bem o contrário do que vivo".
Este parágrafo é parte do comentário que deixei para o Cacá e que rendeu o post passado. Então depois que escrevi ainda passei um tempo pensando. E me dei conta do quanto, irrefletidamente, fiz isso minha vida inteira. Eu sei onde estão minhas asas, mas eu sempre fugi delas, por medo de enlouquecer. Não enlouquecer em sentido figurado, mas medo da loucura, doenças psiquiátrica mesmo. Que loucura me dar conta disso agora! É tão libertador!!
Em muitas áreas da minha vida eu fiz assim. Foram sempre escolhas. Desde os amigos, os esportes, relacionamentos e questões profissionais. Eu sempre me encarcerei. Estou sempre aparando meus galhos, minhas asas. Eu me engaiolo o tempo inteiro. Sabia que fazia isso nos meus relacionamentos, não como gaiolas, mas como ninho. Eu sempre busquei pessoas que me dessem âncoras, um norte, por que sempre me senti tão perdida, sem estrutura...
Então optei por me apaixonar (e casar) com a melhor pessoa que conheço. E se você o conhece sabe que não é adulação o que estou dizendo. Mas também a pessoa mais calma, tranquila e equilibrada que já encontrei. E tentei aprender com ele a ser assim, só que na verdade eu nunca quis ser pacata, eu só tinha medo de expor esta explosão que mora em mim.
Sabe quando de repente tudo faz sentido? O período do final do ano passado e início deste ano, a angústia, a sensação de estar perdida, um grito que não dava mais para sufocar. Ele sairia sozinho se eu não o libertasse. Então a sensação de estar sem esqueleto. Que não saí contando por aí por que era difícil até para mim de entender. Mas agora está claro demais! Estou escrevendo um tanto eufórica em enxergar tudo isso. Talvez você não consiga entender, não sei. É que abriu a cortina e tudo fez sentido. Eu perdi o medo. Não tenho mais medo de ser quem sou, de mostrar O QUE sou! E nem do julgamento que possa sofrer. Faz parte, é um risco que se corre.
Outro dia estava conversando com o Vi sobre ousadia. Eu tenho enorme admiração por pessoas ousadas. Talvez por que, lá no fundo, eu soubesse o quanto desejava ser assim. E posso ser! Quando eu achava que outros estavam tolhindo minha liberdade não me dava conta que quem a tolhia era eu! Eu criei as muralhas e os alicerces, as algemas e amarras. Só eu posso soltá-las e é o que estou fazendo neste momento. Venho fazendo este tempo todo sem me dar conta. Agora é consciente, o que ajuda muito na caminhada.
Meu trabalho atual ajudou na reflexão e em breve vou contar tudo isso para vocês. É muito interessante e um julgamento que vivi me fez olhar para mim com olhos externos para então entender o que os olhos internos teimavam em não ver. Alê Nascimento, você tem noção do quanto isso está sendo interessante?
Não tenho mais medo dos livros que evitei, dos assuntos que encerrava antes de concluir, de estudar o que me fará refletir mais e mais. Não tenho mais medo de ouvir a opinião do outro, por mais divergente que seja da minha. E principalmente, a partir de agora, vou domar meu medo de não aceitar esta opinião, seja ela de quem for. Ousarei tomar minhas próprias decisões, levem-me elas onde me levarem.
Eu sou assim, e isso é ótimo!
Beijos a todos,
Tati.