Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

terça-feira, 15 de março de 2011

Como assim?

Que ser é este que vinha me invadindo? Quero mais não! Esta parte de mim é como certos temperos, tem que vir em doses homeopáticas. Muito, envenena.

Até onde me lembro eu sou uma moleca bagunceira, palhaça, que detesta perder uma piada. Diz minha mãe que prefiro perder o amigo que a piada, mas quer saber? Nunca perdi um amigo assim... Perco quando fico chata e rabugenta... Ah, aí eu perco mesmo até a minha própria amizade! Rsrs

Então chega! Já foi, já deu. Eu fiquei na cadeira do pensamento tempo suficiente, não quero mais fazer pirraça, está bem? É, ontem olhei de cima para mim e percebi que me tornei uma menina mimada, dizendo: "Eu quero! E quero agora! E quero do meu jeito!" Sabe a menina na fantástica fábrica de chocolate, a Veruca Salt? Então? E para onde isto estava me levando? Para onde pode levar qualquer um?

Ah, cansei! Minha escolha de vida é outro canal, outra vibração.

Ontem eu queria dar um grito, mas resolvi me acalmar. Lembrei de uma frase que me veio como inspiração há um tempo atrás. Anotei de noite, meio dormindo e fui ler pela manhã. E é este pensamento que vocês leram na postagem de ontem. Leu? E por que tirei os comentários? Por que eu estava azeda, e sensível. E fiquei com medo das palavras, por que tinha uma falha no dique e qualquer palavra poderia romper a represa. Eu precisava muito ficar quietinha, no meu canto, pensar e renascer. O outro motivo, e talvez mais forte, é que pouco tenho comentado nos blogs amigos, e me sinto sem graça de colocar novas postagens e não retribuir. Então eu me proibi de receber comentários... rsrs Maluca total! 

Mas é isso. Eu quero colorir de volta minha alma, deixar o sorriso, e a gargalhada dominarem. Meu sorriso é minha marca registrada, por que escondê-lo? Estou abandonando o lado negro da força e voltando para a superfície. Quero continuar reflexiva sim, mas no caminho que estava seguindo não poderia ajudar ninguém, estava naufragando em minha própria vida! Para que refletir e não mudar para melhor? Reflexão só é válida se traz crescimento, amadurecimento. E amadurecer não significa endurecer, pelo contrário. Sem perder a ternura jamais, não é Che? 

LEVANTAR ANCORAS, ZARPAR!!!

Agradeço ainda as palavras da Mari Hart, que se não foram para mim eu peguei emprestado e vesti a carapuça. Claro que eu já estava neste processo de subida, mas um chacoalhão é sempre bem vindo.  
daqui
Beijos a todos, me aguardem que estou chegando,
Tati.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Para mim mesma

"O Universo tem todo o tempo do mundo para a gente aprender
Quando a gente acerta, ele se expande.
Acertar, na linguagem do universo, não significa fazer certo,
significa aceitar de bom grado"

Lição dura de aprender! Foi soprada no meu ouvido...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Doces vontades

daqui
Sabe quando a gente fica sem namorado e parece que todos no mundo estão em pares, apaixonados, e que só nós sobramos? Faz tempo que não me lembro desta sensação, mas... de uns tempos para cá a sensação que tenho é que todos estão trabalhando, estão crescendo em suas carreiras e eu estacionei! Eu sei que pode ser temporário, que o principal obstáculo neste momento é minha ansiedade, que preciso me acalmar, fazer os contatos necessários e aguardar. Ouvir com um sorriso uma possibilidade do tipo: "assim que tivermos um projeto em que você se encaixe..." E eu lá sou mulher de me encaixar em projeto? Eu quero participar das ideias, gosto de contruir os projetos...

Então hoje, final do carnaval, retorno da vida normal e a insônia voltou. Como tivemos uma noite ultra mal dormida os meninos foram cedo para a cama. E por que meu sono não vem? 

Sabe quando você inveja qualquer trabalhador simplesmente por que TEM um emprego? Se sentir útil, ter contra-cheques, descontar um monte de dinheiro que faz falta hoje e renderá uma aposentadoria mixuruca no futuro, vale transporte, ticket refeição, colegas de trabalho... Não importa! Estudei tanto, sonhei tanto, corri atrás, mas olhar possibilidades e não ter nada em mãos é como olhar vitrine de doceria com bolso e barriga vazios... Uma vontade de entrar, de escolher, de participar do banquete, e a certeza de não ter sido convidada, de não fazer parte.

Sinto a cobrança velada nos olhos e palavras da família, mas mais que tudo sinto a minha cobrança. Em cada limitação que precisamos enfrentar. No começar a duvidar que sou capaz, se aquelas expectativas depositadas em mim eram fundamentadas. Tenho fugido de escrever no blog por que até meu bom humor fugiu de mim. Estou uma chata rabugenta, a própria garota-enxaqueca. E não do tipo caricato, engraçado. Percebi que o blog estava tomando este rumo e tentei um texto mais bobo, engraçadinho (lembram como era há um tempinho atrás?). Quando terminei e li, percebi o fiasco. Podia servir de roteiro para programinhas tipo Zorra Total, daqueles que se não tiver claque você não entende que é para rir... Ó céus... Meu bom humor era o que me salvava... Alê, cadê você para trocar tiradas espirituosas? Acho que era em nossos cafés que eu me abastecia. Será?! Saudade de não ter tempo para nada por que tinha muito trabalho a fazer, mas também das ideias fervilhando, de colocar a mão na massa, de pilhas e pilhas de artigos para ler, projeto para escrever, a chatisse das burocracias... Ai, que saudade do meu trabalho!!!

Que este limbo não dure muito tempo. Dinheiro faz falta sim, e muita. Mas a saudade maior é de me sentir produtiva, integrada. Da alegria que o trabalho nos traz. E do sono no final de um dia exaustivo. 

Se eu demorar a aparecer é por que estou por aí, caçando aquela Tati brincalhona e divertida, acho que ela está num jogo de esconde-esconde, a sem graça... Ops, não... sem graça é essa Tati que ficou! Sem graça e sem sorriso no rosto. O que significa que perdi parte da minha identidade. Se eu voltar chatinha de novo vocês podem atirar sapatos em mim! De preferência os dois pés (Calço 37). Tá, tentativa infame de fazer piadinha. Claque, manifeste-se! 

Beijos a todos, desculpem aí qualquer coisa... Não reparem a bagunça...

Tati.

P.S.: Vocês viram que agora não dá para copiar meus textos? Obra da querida Elaine Gaspareto. Agora ficou mais difícil plagiar. Ela faz não só isso como muito mais: Deixa seu blog lindo e a sua cara, além de organizado e levinho. Quer saber como? Chama que ela vai!

Mais beijos e FUI!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Faz um ano...

Hoje o blog está completando um ano como Perguntas em resposta. Isso por que eu o criei em fevereiro de 2009, como Cartas ao Vento, mas o mantive inativo. Apenas em 2010, também em fevereiro, passei a escrever no blog com menos medo, e então em março, dia 03, mudei seu nome e passei a escrever da maneira como vocês veem hoje em dia.

Quer dizer, na verdade fui me soltando aos poucos. Eu tinha pavor da tal da exposição. A ideia de que um texto escrito por mim estaria disponível para qualquer um ver era assustadora! Tudo bem, eu duvidava muito que alguém perderia seu tempo com minhas palavras e ideias loucas, mas... aos poucos os amigos foram chegando, se manifestando na forma de comentários, e o medo foi se dissipando. Quanto mais eu expunha ideias, sentimentos, maior a reciprocidade. Eu percebia que relatar minhas experiências podia ajudar algumas pessoas a se libertarem ou a se enxergarem, e também me ajuda a me entender. Isso foi uma coisa muito boa, mas não a única coisa boa do blog. Neste primeiro ano conheci pessoas incríveis, histórias ímpares, novas culturas, brasileiros confrontados com novas visões de mundo, vivendo em outros países, extrangeiros, em geral de lingua portuguesa, mas que vieram acrescentar tanto, me ensinam tanto... Amigos, de mundos tão diferentes que eu provavelmente jamais conheceria se não fosse a blogosfera. Ganhei presentes, mas mais que tudo, ganhei amigos. Coisa que eu não procurava quando aqui cheguei.

Incrível que o mundo que se descortinou para mim não era em nada o que tinha procurado aqui, mas era muito melhor. Não nego que atingi meus objetivos, perder o medo de ser lida (vocês não fazem ideia do pavor, da vergonha, que eu tinha disso!), só que agora o blog é outra coisa para mim: É um espaço de trocas, um mundo tão encantador que precisamos estar sempre vigilantes, para não deixar que domine todos os nossos espaços. 

Ontem, quando me preparava para escrever este texto de aniversário, e por isso entrei na ferramenta de estatísticas do blogger, me deparei com uma triste surpresa. Foi bem desconfortável. Só que, para não variar, a rede de apoio formada por vocês, os amigos que se chegam, que apóiam, participam, defendem, fez com que tudo mudasse de figura. De triste e chateada passei a um estado de gratidão, uma sensação de amparo. Ontem, vocês transmutaram uma energia em mim: de raiva para amor!

Então as palavras que tenho para este dia tão especial para mim (data de comemorar este novo mundo que se abriu) são de agradecimento. Obrigada por todo o carinho, por mostrarem outro lado, por tomarem as dores, não apenas ontem, mas em todo este tempo. Obrigada pelos comentários, pelos e-mails, por senti-los preocupados, cuidadosos do outro lado, como se aqui estivessem. Muitas vezes, quando estou triste ou sozinha, tenho em vocês o amparo. Quando estou muito feliz, quero também compartilhar. Vocês já são uma parte muito importante de minha vida.

Obrigada. Mil vezes obrigada!! Também quero dizer: É um prazer conhecê-los.

Há tanto a mais para dizer, mas nada pode ser maior do que a gratidão que sinto neste momento.

Beijos a todos,
Tati.

quarta-feira, 2 de março de 2011

PLÁGIO - Atualizado

Pessoal,

Hoje descobri uma coisa que me deixou estarrecida.
Encontrei um texto meu publicado em outro blog, como se fosse da pessoa.
Estou arrasada, de verdade. Sabia que as pessoas faziam coisas assim, mas encontrar meu texto copiado foi um balde de água fria. Está aqui, assinado como se dela fosse.
Pensei em escrever um comentário solicitando que tire do ar. Claro que estou com raiva, quem não estaria?
Vontade de tirar meus textos do ar, sei lá. Vi agora de manhã e ainda não sei o que fazer.
Escrevi um comentário sobre o fato. Vou aguardar o desenrolar da coisa. Mas que a sensação é muito estranha, ah, isso é!

Atualizando: Quero agradecer o apoio dos amigos. Já denunciei ao google e pretendo sim, se for necessário, tomar medidas mais drásticas, mas a princípio vou aguardar que ela se pronuncie e se retrate. A única coisa que peço, de coração, é que não ofendam. Agradeço que se posicionem sim, que me ajudem a descobrir como agir neste caso. Me sinto amparada. Mas não agridam. Quando fazemos isso perdemos toda e qualquer razão.

Beijos,
Tati.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mãe insuficiente?

Chegou a hora de contar uma história muito difícil. Só quem já passou (ou está passando) por isso sabe do que se trata. Já ensaiei muitas vezes falar no assunto, mas sempre mudava de ideia. Por que há situações em nossas vidas que nos machucam de tal maneira... 

O Bê nasceu prematuro, mas com bom peso, como já contei outras vezes. E foi para casa no dia correto, junto comigo. Eu acalentei sonhos de amamentação, de ser uma vaca leiteira. Aliás, eu morava ao lado de uma amiga que jorrava leite mesmo com protetor de seio. Minha irmã, que tinha menos seios que eu, tinha amamentado até 2 anos. Meu sobrinho cresceu forte, saudável, só no peito. Ela doava leite para uma maternidade pública. Um orgulho! Eu também sonhei com isso. Afinal, a boa mãe, a mãe esclarecida, amamenta, não é? Só que a realidade pode ser um pouco diferente.

Entendam que meu texto NÃO é contra amamentação. Sou super favorável a ela, adoraria ter amamentado meu filho e vê-lo engordar SÓ com meu leite. A realidade não foi assim e quase matei meu filho por isso.

Quando eu tinha 16 anos fiz uma redução de mama. Eu tinha seios gigantes em uma época em que isso não era "moda", dificílimo encontrar sutiãs e eu era esportista, magrinha de seios enormes, que me atrapalhavam no esporte que era minha vida. Tenho certeza que se me contassem o que eu viveria aos 29 anos eu teria feito mesmo assim (eu tinha 16!).

A questão é: quando o Bê nasceu eu segui todas as instruções, ele mamava e dormia, eu feliz. Então fomos para a primeira consulta, de uma semana. E ele tinha perdido peso demais. A primeira pediatra - uma louca! - resolveu passar suplemento e umas pílulas para diluir nele, que depois fiquei sabendo é uma espécie de anabolizante. Comprei, mas não usei. Trocamos de pediatra. 

O novo pediatra se envolveu na minha luta para amamentar, e consegui chegar aos 8 meses, mas não somente. Tive que suplementar. Até me convencerem a usar a mamadeira, e devo isso ao Dr Mario (pediatra) meu filho quase morreu. Quase morreu de fome! Dói contar isso. Mas eu fiz pelo melhor. Eu queria muito fazer a coisa certa. Sou pesquisadora, fui em busca de respostas. Não saía de casa, mas internet ajuda, existem muitos materiais técnicos, científicos nela. Em todos, as únicas respostas que encontrei diziam coisas assim: "Não existe leite fraco"; "toda mãe tem o leite necessário para seu filho" "filho que mama no peito sente-me mais amado, é mais inteligente, desenvolve-se melhor, fala mais cedo...". Existem quadrinhos comparatórios entre os dois tipos de criança e a criança suplementada é quase o cocô do cavalo do bandido... A mãe? Ah, difícil não sentir-se como eu me sentia: mãe insuficiente. Tenho alguns textos-desabafo bem fortes escritos nesta época, mas fica para outra ocasião.

Deixei muitas vezes o Bê no colo do Vi, após mamadas frustrantes, para chorar angustiada, sentindo-me a pior mãe do mundo por não ser capaz de uma coisa tão natural. Se toda mãe tem o leite suficiente e eu, apesar dos esforços, não conseguia, que tipo de mãe era eu?

Todos os esforços mesmo! Mate da leite? Litros e litros. Canjica da leite? toneladas! Plasil aumenta o leite? Três dias seguidos a cada duas semanas (por recomendação do pediatra, que fique claro). Até cápsulas de alfafa eu tomei, na intenção de parecer-me com uma vaca, por suposto... Ah, e tome de aspirar ocitocina!

O que sei é que tomei aversão à latinha de leite, como se ela fosse minha rival, minha inimiga. Ela era capaz de fazer pelo meu filho o que eu não fazia. Ela era melhor mãe que eu, mesmo que todo o resto ficasse para mim. Por que não há símbolo maior da maternidade do que a amamentação. A birra acirrou-se de tal forma que o Vi assumiu as mamadeiras. Duas diárias, o resto do tempo eu lutava para mantê-lo no peito. Não sei se foi bom, por que foi sofrido demais. Se hoje tivesse outro filho relaxaria e daria leite em pó sim, de forma mais feliz e relaxada. Não sofreria na véspera de consultas semanais como sofri por 4 meses, como se estivesse diante de um exame para o qual não estudei. O medo da balança, do Bê não ter atingido o peso estipulado, era aterrorizante!  Me tirava o sono. O período na sala de espera do pediatra era um calvário, sempre na expectativa que ele aumentasse o número de mamadeiras no período, que reprovasse ainda mais meu leite. 

Hoje uma amiga está passando por situação semelhante e eu queria dizer isso para ela. Dizer o que ninguém me disse, muito menos quem deveria informar: Meu filho sabe-se amado, falou mais cedo que a maioria, inclusive que o vizinho que só mamou no peito, aquele cuja mãe jorrava leite, é feliz, inteligente, magro, mas saudável, por que é um dos mais altos da turma. Não tem qualquer problema de dicção. Teve uma única gastroenterite em toda sua vida, aos três anos de idade, por um vírus que pegou no hospital. Hoje vejo que estas pesquisas, que direcionam à amamentação, e são válidas, são alarmistas, sim! Elas excluem mães que, como eu ou como a Rosi, em seu Mundinho Particular, não tiveram condições de amamentar exclusivamente. Existe leite fraco, existe leite insuficiente, não devemos tornar uma mãe insuficiente só por isso. A gente pode suprir esta falta de leite materno com mamadeiras oferecidas com amor, com tempo para nos dedicarmos ao filho. Há outras muitas formas de sermos boas mães. Um filho RN já é estresse suficiente para criarmos novos. Podemos encontrar mais leveza nesta nova fase de nossas vidas. Dedicarmo-nos mais à parte boa, ao aconchego, à felicidade que está ali. 

Talvez eu não esteja contando esta história da maneira como gostaria. Ela foi uma luta tão intensa, quando poderia ter sido algo mais leve. Eu poderia ter matado meu filho, que muitas vezes chorou de fome! Fazem ideia do que é isso? Claro que na época eu não entendia. Eu colocava no peito, por duas, três horas seguidas. E repetia: "não existe leite fraco" para todos que tentassem me dissuadir desta insanidade: Minha mãe, o Vi. Eu tinha certeza que assim que eu sucumbisse, que passasse para a mamadeira, encontraria a resposta, e não teria como voltar atrás. Por que há quem diga que criança que experimenta mamadeira desiste do peito. Com a gente não foi assim. Em casa o Bê mamava nos dois, e só dispensou meu peito, aos 8 meses, quando já nem gota saía direito. A mamadeira ele largou mais tarde, aos três anos. Mas aí ela já era minha aliada.

A parte boa de tudo isso? O Vi "amamentou" o Bê. Com isso, tornou-se um pãe. Estreitou laços, fortaleceu a relação. A intimidade entre os dois não deve em nada à intimidade mãe-filho. Hoje estou falando sobre isso, mesmo sem refletir mais e amadurecer o texto por que estou solidária à Rosi. Sei exatamente o que ela está vivendo por que vivi na pele. E tudo que eu queria, naquela época, era uma pessoa que me dissesse que tudo ficaria bem, que meu filho não perderia em nada por ser suplementado. Que eu era uma grande mãe em cuidar dele da melhor forma que eu tinha, com amor.

Rosi, você é uma grande mãe. E o Dudu tem sorte em tê-la ao lado dele. Não é o peito que nos faz mães, não é a amamentação que passará valores, qualidades, entendimentos. Há outras formas de exercer nosso amor aos filhos, tão ricas quanto o leite. Estou a seu lado. Conte comigo para o que puder te ajudar!

Beijos a todos,
Tati.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sem sonhar não se é

Hoje a querida Liliane propôs uma blogagem coletiva para comemorar o aniversário de um ano de seu blog: Sonhar e Ser. É um espaço encantador, que faz pensar e onde já me emocionei muitas vezes. Parabéns Lili, que seu blog seja um sucesso maior a cada dia. Você merece!! Estarei sempre por lá! Não conhece? Segue o link! Quer participar? Ainda está em tempo. É só avisar a Liliane nos comentários. Válido de 22 a 25/02.

O tema proposto foi o nome do blog: Sonhar e ser. Achei que veio a calhar e vou contar um pouco do que experimentei por estes tempos.

Quando matamos os sonhos dentro de nós?
daqui
Quem acompanha o blog sabe que eu não vinha numa fase muito boa. Não que tenha sido a mais difícil em questões práticas, mas é que uma sucessão de fatos atrapalhados ou mal sucedidos fizeram com que eu parasse de sonhar, de acreditar. E isso tira toda a razão de ser. 

Se não sonhamos, não visualizamos futuro. Se não acreditamos mais no futuro, se não investimos nos sonhos, fica impossível suportar as dificuldades do dia-a-dia. Qualquer obstáculo torna-se intransponível: não vale o esforço. É entregar o jogo. 

Quando vivi este momento veio o mal humor, a falta de paciência, a angústia, a insônia. E eu não entendia, nada disso se mostrava tão claro assim para mim. Eu só via que "não deu", "foi em vão", "não vale à pena" entre outras entregas. 

Daí um sábado já acordei  sem vontade de levantar, levantei pela obrigação de fazê-lo. Não sabia explicar as sensações. Família em casa, sol brilhante, um dia feliz pela frente, repleto de possibilidades e nenhuma vontade de tentar. Mal humor!!! Todas as tarefas eram obrigações enfadonhas.  

Fui para a cozinha, me isolei, e aproveitei para me questionar. Tanto a me perguntar, tanto a me responder... Então caí no choro! Chorei até não poder mais. Vi, sem entender nada, se perguntando o que fez de errado, me olhando com um ar triste de quem não sabe mais o que fazer, de quem não entende o que está se passando. Entrou na cozinha, minhas lágrimas não eram de cebola. Eu o abracei e me entreguei a um choro sofrido, tão intenso quanto vazio. Já era a segunda vez que acontecia, mas da primeira não entendi. Caí no choro quando ele disse que estava com saudades de mim. Meu pensamento foi: "eu também" e desatei a chorar. Desta vez eu consegui expressar melhor, eu consegui entender e colocar em palavras:
- Eu deixei de acreditar. Não existem mais sonhos em mim. Não consigo fazer planos... Matei a menina sonhadora que sempre fui. Afoguei-a em frustrações. Em desejos e vontades não atendidas, adiadas indefinidamente.

Naquele momento de conversa uma coisa muito importante aconteceu. Eu entendi que a questão a ser resolvida era entender como se sonha. Pontual (apesar de não tão óbvio). Isso eu sei fazer! 

Foi nisso que me foquei: O que me falta para sonhar? Quais foram os sonhos dos quais abri mão? Por que? Deixaram de ser importantes? Quero/ não quero mais? O que preciso para voltar a investir? Como voltar a acreditar?

E assim foi meu processo de reconstrução. Está sendo. Concordo que com terapia seria mais fácil, mas nesta fase da minha vida não dá. Analistas são pagos, não é? Eu estou desempregada desde dezembro. E este assunto me leva de volta aos sonhos, ou à negação de muitos deles.

Nestes questionamentos percebi que nunca tive dúvidas do que quero, que nunca deixei de querer, mesmo quando as frustrações são muitas. Lembra do "quem desdenha quer comprar?" Eu faço isso quando meu objetivo fica muito distante. Desdenho por medo de não chegar lá. Neste momento em especial algumas decepções doeram demais e me anestesiei por um tempo.

Daí veio a decisão de viver um dia de cada vez. E de reaprender a sonhar. Começar em etapas. Sonhar com um sorvete no fim de tarde ao invés de uma viagem à Nova Zelândia (tinha esquecido deste sonho!). Não dá para consertar o piso? Que tal algumas fotos na parede? Enfim, comecei com estes sonhos pequenos, sendo feliz hoje. Sonhar com uma comida gostosa, com uma boa noite de sono, com carinho do Vi, com sorrisos do Bê. Então fui tomando coragem. Coloquei só o dedinho na água por medo de ser fria e fui percebendo que estava agradável. Fui retomando sonhos maiores e estou tentando. Tem dias mais fáceis e dias mais difíceis. Para os mais difíceis ligo para amigas próximas, tomo um banho gelado, leio um livro, ouço muitas músicas. Mas estou aprendendo. Me conhecendo, me perdoando e tentando. Errando e aprendendo. 

Vejo portas entreabertas e já não tampo os ouvidos, achando que vão bater. Aceno para dentro, na certeza que oportunidades vão aparecer e me convidar a entrar. Estou voltando a sonhar, e o horizonte me parece mais luminoso, os obstáculos já não são tão grandes. Agora consigo dormir e, nestas horas, também sonho!

Beijos a todos em especial à Liliane. Está sendo um prazer comemorar com você este primeiro aniversário. Sonhe com muitos outros. Estarei a seu lado, para aplaudi-la, sonhando também. 

Tati. 

P.S.: Estarei ausente toda a terça-feira, mas volto rapidinho, assim que der, para retribuir as visitas. Ainda estou atrasada com os lindos comentários pelo aniversário do Bê. 'Guenta aí que estou chegando! Mais beijos.