Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Por que hoje é hoje...

Por que hoje é dia 14/02, Valentines day em muitas partes do mundo (aqui, não, mas se importamos o halloween, por que não o dia dos namorados?);
Por que celebrar o amor é sempre uma ótima ideia.
Por que hoje é uma segunda feira com sol brilhando (ardendo) do lado de fora da janela;
Por que já recebi, e desejei, feliz dia dos namorados para o querido Antônio Rosa no facebook e também quero desejar a você, amigo (a) daqui, por que Valentine´s day também é uma oportunidade de reverenciar os amigos.
Por que, segundo nosso amigo Alê, hoje é dia de oferecer chocolates aos homens lá no Japão e eu acho que ele merece muitos Giri-choko. Os demais amigos deste blog também sintam-se presenteados. 
As mulheres, aguardem dia 14/03, que é nosso dia. Leiam mais no link (se já não leram). Enquanto isso a gente aproveita as dicas da dieta coletiva e entra em forma, ou não!

E também por que uma receita que deu errado pode ser apenas mais um ingrediente da receita que dará certo. E quando der certo você pode ouvir seu filho dizer: "Ah, mãe, mas da outra vez vamos deixar transbordar de novo? Eu me diverti!". E entender que nem sempre os momentos mais certos são os melhores. Que os melhores são aqueles em que você consegue aproveitar, do jeito que vier, com alegria. 

Por que sim e também... Ah, por que não?

É isso. Hoje acordei com muita vontade de ser feliz, de aproveitar o dia, de celebrar a vida.
Amanhã? Não sei. Quem se importa. Quero saber de hoje, ser feliz hoje. 
Então eu fui, mas volto logo. Esta é uma semana especial (sexta é aniversário do Bê) e quero falar mais sobre isso. 

Beijos a todos,
Tati.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre pais e filhos

Não existe pior mãe do mundo. Também não existe a melhor! A melhor mãe do mundo é aquela que você pode ser, com os recursos que dispõe, sejam eles financeiros, emocionais, intelectuais, de tempo, de informação. 
Toda mãe (e pai) acerta e erra. Dá bons e maus exemplos, de forma intencional e,  muitas vezes, sem perceber. Em alguns momentos sabemos exatamente como proceder e fazemos com firmeza, determinação. Na maior parte do tempo as coisas são diferentes do que pensávamos. Situações nos surpreendem todos os dias. E como agir? Isso compete a cada mãe e não deve ser argumentado, questionado, a não ser que ela peça. Cada mãe imprime na educação dos filhos (até que se prove o contrário) o melhor de si.  E não conheço quem diga que concorda com 100% do que recebeu dos pais. Nem quem deseje criar seus filhos exatamente como foi criado. Há sempre algo a se pensar diferente, seja por que os tempos são outros ou por que aquilo não soou legal para você. Para seu irmão a leitura será diferente, com certeza. As pessoas são diferentes. E ninguém é perfeito. Exemplos ensinam o tempo todo, são ideias e ideais de conduta da criança. Às vezes achamos que estamos ensinando o significado de uma palavra, mas a criança está aprendendo um comportamento, está aprendendo aquilo que não percebemos que estamos ensinando. Nós também somos fruto do que aprendemos. E quando nos tornamos adultos? Temos livre arbítrio, capacidade de raciocínio e de mudar o que quisermos em nós, certo? Então a desculpa de "sou assim por que me criaram assim" é limitada. Eu sou como quero ser! Eu posso mudar o que quiser em mim. Eu cresci, sou responsável por mim. 

Esta é outra parte da história. Os filhos crescem. E se a gente pensa naquela frase: "Filhos são do mundo", temos que vivê-la, por mais difícil que seja na prática. Filhos vão acertar e errar. E precisam faze-lo com suas cabeças. Vai doer, vão sofrer, mas eles precisam tomar suas próprias decisões, sem interferências. A gente vai poder ajudar, é claro, desde que seja solicitado, e desde que a gente queira. A questão é bilateral. Se os filhos cresceram você já não tem mais obrigações para com ele. Ajuda se quiser, se te fizer feliz, se for sua vontade. 

Você pode tomar a decisão de proteger seus filhos do mundo, enquanto crianças, se o mundo parecer cruel demais. Se a sensação for de que aquela situação afetará sua auto estima. É você quem decide se seu filho irá ou não acreditar em papai noel e coelhinho da páscoa. Com que idade ele vai experimentar bala e pirulito. Você escolhe os valores que pretende passar para ele, e lembre-se, a prática ensina mais do que a teoria. Serão os valores que ele professará na vida adulta? Não necessariamente. Seu filho não vive em uma bolha, ele tem interferências externas e fará suas próprias escolhas, quer você queira, quer não. Ele não é um apêndice seu, é um ser integral. 

O que não pode faltar na relação de pais e filhos, na minha concepção, é amor. É preciso que esta relação seja regida por este sentimento. Todos os demais derivam deste. Se há amor a gente supera as diferenças no pensar, as invasões ocasionais que a proximidade pode desencadear. A gente não precisa concordar em tudo. Mas com amor a gente respeita as escolhas, mesmo que não sejam as nossas. A gente aceita que pais não são perfeitos e erram. A gente aceita que filhos não são perfeitos e erram. 


Aceitar que os pais são falíveis é importante para amadurecer, aceitar que os filhos são falíveis é fundamental para que eles possam crescer. Eu não quero mais ser perfeita. Não quero ser a mãe perfeita, nem a filha perfeita. Quero testar, tentar, acertar e errar, aceitar os erros dos meus pais e do meu filho. Quero ser respeitada nesta minha decisão! Quero me preocupar mais em aceitar, e muito menos em acertar. Fui percebendo que, por mais parecidas que estas palavras sejam, há uma intensa diferença em seus significados. E que aceitar já é uma forma de acerto, na maior parte das vezes. Se há aceitação, não há culpa.

Beijos a todos,
Tati.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tirando o véu

Olá amigos. Saudade de vocês!!! esse negócio vicia e já criei coragem de criar o meu blog. Ele já está em construção, mas por enquanto vou ficando por aqui, já que me sinto tão aconchegada. Escrevi este texto há algum tempo, logo depois da intervenção da polícia no morro do alemão. Foi este texto que me fez estar aqui, o enviei para Tati e outros dois amigos somente como um desabafo. Daí a Tati gostou e me ofereceu este espaço no blog para postar minhas idéias. Depois de muito resistir decidi aceitar. Uma outra grande resistência era postá-lo aqui, porque ele traz muitas questões pessoais. Tentei em vão mudá-lo, claro que não deu certo. O apresento então na íntegra.


Estou aqui ainda digerindo os últimos acontecimentos. A onda de terror no Rio de Janeiro e a intervenção do Estado no Complexo do Alemão. Foram cenas chocantes demais, tantos sentimentos passaram por mim ao mesmo tempo. Queria que todos aqueles bandidos em fuga fossem punidos devidamente antes que eles chegassem nas casas e se misturassem com as pessoas honestas. Me controlei para não chorar quando vi aquelas pessoas pedindo paz com tecidos brancos nas janelas. Num outro momento, enquanto lavava a louça do almoço me lembrei de quando era adolescente e de um episódio de preconceito racial que sofri. Aliás, acho que sempre que me sinto fragilizada me lembro disso. Fui convidada para uma festa por um amigo de outra turma do colégio, não conhecia ninguém além dele, apesar de frequentarmos o mesmo colégio. Um rapaz branco se interessou por mim e ficamos juntos. Isso causou indignação nos amigos dele. Dormimos todos nesta casa, ao irmos embora no outro dia, ninguém falava comigo, nem mesmo o rapaz que eu havia ficado. Foi um momento muito difícil, não posso dizer que foi traumático, porque eu tinha certeza que tinha sido muito bom para os dois e ele havia gostado de mim, só não agüentou a pressão dos amigos. Enfim, contei essa história, porque isso me lembra do preconceito de raça e de outros tantos preconceitos que sofremos e que muitas vezes ficam velados. Eu realmente não penso muito nisso... Eu estudei, me formei, conheci Marx, Rousseau, Freud, me casei, tenho uma boa casa... Quando penso na minha história, dentre outras músicas, lembro daquela música do Chico Buarque “... Hoje o samba saiu La La laia procurando você, quem te viu, quem te vê...” Tenho o samba em minhas veias, mas você não me encontra mais na quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel, talvez uma vez por ano eu vá à feijoada da mangueira, sábado à tarde. Assim como o samba, a desigualdade, a covardia, o preconceito também estão na minha corrente sanguínea. Eu sei o que aquelas pessoas estavam passando. Sei o que é não ter liberdade, não ter posses, não ter garantias de sua propriedade privada nem de sua própria vida. Há séculos atrás Rousseau discutia o Contrato Social, dando ênfase a proteção da propriedade privada. Isso nos dias de hoje não é mais objeto de preocupação ou estudo para a maioria de nós, simplesmente é. Se você compra algo, isso é seu e ponto final, existe papéis que comprovam as suas posses. Nas favelas isso não existe, o bandido ou o miliciano pode simplesmente tomar a sua casa ou até acabar com a sua vida. Não sei se todos compartilham esse sentimento, mas eu sei o que é, simplesmente está aqui. Não estou com isso, sentindo pena de mim, também carrego comigo aquele sentimento da certeza de que sou amada, de que aquele rapaz me desejou porque eu sou bonita e especial, isso também corre nas minhas veias. O que eu realmente desejo é que isso acabe, que as pessoa possam ter a posse de suas vidas e de suas casas. Que o Estado construído por todos nós, nos dê esta garantia. Pensei naquela frase do Rousseau “o homem nasce livre, e por toda parte encontra-se aprisionado”, ele coloca como se o homem nascesse bom e a sociedade o corrompesse. Eu realmente acredito que seria muito bom que todos fossem vistos pelos olhos do meu filho, para ele todos são marrons, o pai é marrom claro e eu sou marrom escuro. Mas aí eu não seria Psicanalista, e acreditaria que “todo homem é essencialmente virtuoso” como este Grande Pensador clássico. Portanto, acho que a única saída é continuar acreditando e construindo um Estado forte, uma polícia honesta, leis e punições, papéis e firmas reconhecidas. Desejo que todo favelado faça parte de toda burocracia a que todos tem direito e dever e que tenham principalmente a posse de suas casas, suas vidas, televisão, som, escola, saúde...

É isso que penso sobre a violência, sobre a desigualdade, e foi isso que eu senti naquele momento. Um fato tão chocante como esse sempre nos remete a outros momentos de nossas vidas. Comigo foi assim e com vocês?
E começaram as aulas!!! isso significa que terei mais tempo para retribuir as visitas. Aproveito para mandar um abraço especial para minha colega Norma Emiliano e dizer que seu blog mora no "meus favoritos" há muito tempo e tenho uma enorme admiração por você e pelo seu trabalho. Bjs a todos
Alessandra

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sendo Flor de Lótus

Sempre me considerei uma pessoa de sorte, protegida, cuidada pelo mundo, pelos anjos ou sabe-se lá o que. Mas às vezes as coisas por que passamos são duras demais, nos exigem um novo posicionamento. Quando alguns destes fatos acontecem de forma recorrente, intensa, em alguma fase, a gente pode perder o rumo, sei que é por certo tempo, até a série de ondas passar e a gente voltar a "dar pé", mas enquanto estamos embolando no caixote dá a sensação de que não conseguiremos voltar a respirar, que nosso biquine será levado com as ondas e que, quando levantarmos (se levantarmos) não teremos ideia da direção. Já não saberemos mais onde está nossa barraca. Foi o que nos aconteceu nos últimos tempos. Esta é a analogia mais próxima que consigo fazer, será que é por causa do verão carioca? 

A semana passada foi dolorosa, uma raiva de mim, queria ser diferente e fui percebendo que não queria ao mesmo tempo, entendem? Estava com vergonha dos meus pensamentos, confusa, até que no domingo tive coragem de falar com o Vi sobre isso. Ele ouviu sem julgar (foi o pedido que fiz) e depois de me acalmar falou: "Por que você não escreve sobre isso no blog? Acho que vai te ajudar". E escrevi! Cada comentário maravilhoso, quero agradecer a cada um pelo guindaste que me mandaram em suas palavras... Entre eles estava o comentário do Alê (Lost in Japan). 

Se você o conhece e já recebeu um comentário dele, sabe do que estou falando. O Alê tem um dom, ele sabe dizer as coisas certas. Muitas vezes ele te chacoalha, mas sempre da forma mais delicada e positiva possível. Ele parece que enxerga coisas que ninguém mais vê. O Alê não deixa comentários do tipo genérico ou apenas de "estive aqui", ele lê as entrelinhas! Apesar de morar no Japão seu português é perfeito, por que ele entende a subjetividade da lingua e consegue dar a resposta ideal. Você já viveu isso com ele? E não só de comentários inteligentes vive o Alê, seu blog mostra o Japão através destes olhos perspicazes, inteligentes, sensíveis. É muito bom conhecer um país tão distante assim, adoro cada postagem!  Mais do Alê aqui.

Voltando ao comentário, ele enviou o link para um vídeo feito por ele num jardim de Flor de Lótus, com o seguinte comentário: 


"Lembre-se da sabedoria da flor de lótus. mesmo no meio do lodo ela emerge limpa. que o mundo se acabe no lodo, só não traga esse lodo para suas pétalas. qdo eu tenho esses pensamentos, eu me lembro deste lago de lótus que tem aqui perto de onde moro, vou te levar lá agora" 



E me levou mesmo! As flores são lindas, mas o principal é a analogia. Me fez um bem enorme, me deu a resposta que eu já sabia que era a que eu queria. Eu não quero me contaminar no lodo! De noite, quando o Vi chegou e leu o texto, disse: "Sabia que te faria bem". Colocamos o vídeo e o Bê:

- Posso ver com vocês? 
- Claro Bê, olha, chama Flor de Lótus e elas nasceram lá no Japão.
- Eu posso ir lá? Eu e meu pai vamos lá no Japão colher uma e a gente traz para você, para te fazer feliz!
- Por que? Você acha que eu não estou feliz?
- Acho que sim, acho que você é feliz! - E abriu seu melhor sorriso, aquele que me dá a certeza de que não há lodo capaz de sujar o melhor de mim. 

É isso, um dia de cada vez, lembrando de ser qual Flor de Lótus, e que meu filho iria até o Japão para buscá-la só para me fazer feliz, quando não há neste mundo nada capaz de me fazer mais feliz do que o sorriso que vejo estampado em seu rosto.

Está passando!

Um grande beijo a todos, 

Tati


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pois não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti




Amigos,

As férias aqui em casa continuam frenéticas. Me sinto em débito com muitos amigos, diversos comentários pendentes em minha caixa postal que não consigo retribuir. Sorry, "estamos trabalhando para melhor servi-los"... rsrs

Somos contra a hidrelétrica de Belo Monte
Hoje o motivo é sério, mas não vou explorar o assunto. A Beth, querida amiga do Mãe Gaia, já o fez com maestria. Então, se você passou por aqui, vem comigo passear no blog da Beth (O título do post está no cabeçalho do blog dela, percebe como é especial?). Leia o texto, se concordar, assine a petição. Podemos prevenir novas tragédias em nosso país. Quando o assunto é Amazônia, então. Estamos prevenindo desastres ambientais mundiais, e isso não é exagero.

Pule aqui: Mãe Gaia e aproveite os textos, as reflexões, as mensagens, o carinho... Também não deixe de se informar sobre Belo Monstro e, se possível, assine a petição, divulgue-a por twitter, facebook, orkt, e-mail... 

Beijos a todos,
Tati.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Minha carta para Julieta

Tenho tantas coisas a dizer que nem sei por onde começar. Estou trabalhando com tantas coisas, montando meu site e outros tantos projetos. Mas acho que vou falar sobre o medo, que de certa forma está presente em quase todos os temas. Medo de crescer, ser feliz, se aventurar, envelhecer, morrer...
Tudo implica perda, até quando ganhamos. Pois ao ganharmos algo, necessariamente temos que abrir mão de outra coisa. É assim quando a criança cresce e abre mão de ser bebê ou quando o adolescente abre mão de ser criança. Tudo isso demanda trabalho psíquico. O nosso desenvolvimento está muito além do desenvolvimento biológico ou etário. Implica amadurecer afetivamente, ser feliz com o que se tem, se perdoar nas dificuldades ou mesmo nos fracassos e continuar crescendo. Escutei de um médico amigo meu que falando sobre o desenvolvimento mental, comparou o cérebro de um chimpanzé com o de um ser humano. Ele afirma que os dois são muito parecidos anatomicamente. Contudo, a diferença é que o cérebro deste animal é capaz de aprender muitas coisas até uma certa idade, depois deste período ele não aprende mais nada, conservando apenas o que foi aprendido. Nós somos capazes de aprender por toda a nossa vida. Aprendemos sempre e com isso temos a capacidade de nos superar todo o tempo. Um outro exemplo é olharmos para uma criança pequena. Ela não seleciona seus interesses, ela quer saber sobre tudo. Quando crescemos nossas censuras nos impedem de conhecer muita coisa.
Nosso grande desafio é superar nossas próprias barreiras: medos, traumas, inibições...
Não quero, com isso afirmar que nossos limites são impostos apenas por nós mesmos. Temos sim nossos limites culturais, sociais, financeiros... Neste ponto concordo com Marx. Cheguei a uma conclusão pessoal de que Marx e Freud se complementam. Nem tudo pode ser considerado consequencia do Modelo de Acumulação Capitalista e nem tudo pode ser colocado como uma questão do Sujeito. Entretanto, acredito que mesmo levando em consideração todos estes limites externos, há um conflito interno.
Dirigir, por exemplo, pode significar para muitos, ser livre, ir onde quiser, ter autonomia. Mas também implica ter responsabilidade, se expor, deixar de ser apenas um acompanhante. E sabemos que há vários ganhos secundários em se colocar em segundo plano. Sentar numa máquina, dominá-la e dar partida tem outros tantos significantes. Por isso, torna-se algo tão difícil para alguns. Este é um exemplo simples do quanto somos complexos.
Parei de escrever neste ponto e fui assistir ao filme " Cartas para Julieta". Nossa! O filme tinha tudo a ver com a idéia deste texto. Fala de coragem, busca, perseverança, encontros e desencontros. É a história de uma pessoa que escreveu uma carta, outra pessoa a achou, respondeu e tais atos mudaram a vida de ambas.
Toda mudança implica conflito e temos muita resistência em mudar. Eu definiria este comportamento, comum a todos nós, como algo que beira o biológico. Então, que tal se encher de coragem e mudar. Mudar o cabelo, aprender outro idioma, fazer ginástica, dirigir, pedir ajuda, encontrar um amor, ou mesmo ser feliz com a família e o amor que se tem.
Beijos e carinhos no coração de todos.

Alessandra

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma história de amor

Oi amigos,

Hoje o Cantinho She, da amiga e mosqueteira She, está fazendo 3 anos. E para comemorar a She propôs este tema para a blogagem coletiva. Nossas vidas são repletas de histórias de amor, não é mesmo? E aqui estou eu, sem conseguir pensar no que escrever... 
Então olho para o sofá, onde um menininho toca sua guitarra de brinquedo enquanto assiste um desenho na TV. Naquele garotinho de quase 6 anos há tantas e tantas histórias de amor... E fico pensando o quanto somos um quebra-cabeças, com peças de amor. Já se imaginaram assim? Há amor em cada célula de nosso corpo, há amor nos nossos pensamentos, há amor pelo simples fato de sermos vida. Não dá para olhar para nosso filho e pensar em sentimento diferente. O amor está ali, mesmo quando nos zangamos, quando perdemos a paciência. Basta olhar e deixar o coração bater. Se ele sorrir, então... Já é o amor que faz nossas células vibrarem, jorrarem cores, luzes. Dá para ouvir a música da alma, que é uma música que toca em silêncio. 

Não sei se estou conseguindo explicar, neste momento da minha vida estou mais introspectiva e as palavras não ficam tão claras. É mais fácil sentir do que dizer. Só sei que ele é minha história de amor mais bonita. Ele veio para me ensinar aquilo que eu PRECISO aprender, e por ser tão difícil, vem no filho, que assim não temos como fugir! 

Filhos nos ensinam resignação, persistência, paciência, nos ensinam a doar sem saber se haverá retribuição. Nos ensinam a vivenciar a felicidade em outro corpo.

Hoje o Bê é minha história de amor, e não é singular, é plural. Naquele pequeno menino há muitas histórias de amor. Me lembro do dia em que contamos para nossas famílias, num dia dos pais mais do que especial. E de todos os sorrisos, abraços, olhares amorosos que recebemos. Me lembro do olhar simpático que recebia, apenas por estar grávida, de estranhos na rua. No carinho dos amigos, na minha melhor festa de aniversário, com a presença de todos, com presentes que já não se restringiam a mim, mas eram para ele - o pequeno que chegava! Sabia que as grávidas recebem amor espontâneo? Comigo foi assim.

Então ele chegou, e o amor se ampliou em nós. Em cada conquista, no reconhecer os pés, levantar a cabeça, virar, sentar, primeiras palavras, primeiros passos, primeiras letras... Também em cada susto, nas febres, nos choros, no refluxo, nos machucados. Em cada exame, consulta, vacina e injeção. Nossa cumplicidade como casal amadureceu com a chegada do Bê. E só se reafirma, se fortalece.

Hoje eu sei o que é amor. E ele é muito maior do que o palpitar descompassado quando o telefone toca e "é ele" do outro lado, embora não exclua esta parte. É intenso, mas muito mais calmo que aquele sentimento de paixão. É aconchego, conforto, uma alegria sem euforia. Nosso amor é lar e não hotel cinco estrelas. 

Suas gracinhas são gargalhadas, são olhares cúmplices de um casal que se ama, e que vê a mútua admiração se expandir na presença de um filho. A confiança se amplia no superar revezes, no saber que pode contar. No perdoar quando não deu. 

Hoje minha história de amor, para a festa da She, é o Bê. Um garotinho que veio ao mundo para viver sua história, sei que um dia seguirá seu caminho, espero fazer parte dele, mas não espero sê-lo. Que ele seja um homem correto, justo, amoroso, que reconheça o valor da família, mas que seja confiante e indepentente para seguir sua jornada, fazer suas próprias escolhas, sem precisar de minha opinião, de minha aprovação para suas dicisões. Um dia quero que ele seja livre e feliz, e que possa entender que não há legado maior do que plantar amor, espalhar pequenas sementes, por onde passar. Grandes feitos não os únicos importantes, os pequenos gestos, feitos com entrega, com a alma, também fazem diferença. Mudam o mundo, por que mudam o nosso mundo. Nos mudam por dentro.

O Bê é a melhor parte de mim, unida à melhor parte do homem que eu amo. E nesta mistura, uma alquimia perfeita, há a melhor parte dele, que não vem de ninguém, e que nos faz admirá-lo, reconhece-lo. Se prestarmos atenção, percebemos o quanto há para aprender. Desde que o Bê chegou eu me sinto crescendo como ser humano. Eu entendo a divindade em mim, não de uma forma esotérica, mística, religiosa. Não é nada disso. É apenas a certeza que somos divinos quando somos capazes de dar a vida a alguém, de deixar o amor, que há ali, manifestar-se, fermentar, expandir-se. Ensinar a superar dificuldades e frustrações enquanto aprendemos a mesma coisa. Isso só pode ser divino.

O Bê, sem dúvida, é minha história de amor mais bonita! 

E vida longa ao Cantinho She!!! 

Beijos,