Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

É dando que se recebe

Oi pessoas queridas,
Não tenho conseguido conciliar o tempo de blogar. O Bê está de férias e, geralmente, madruga. Eu gostava de acordar cedo, escrever, postar e visitar na parte da manhã. De noite ando um caco... Vou me organizar para estes novos tempos. Hoje o Bê acordou de madrugada e voltou a dormir às 6h, acho que tenho um tempinho...

Quero compartilhar com vocês uns pensamentos que andam me rodeando. Para começar contar que passamos a virada em um local onde não tem fogos! YEEESS! Do jeito que gostamos. Estávamos num sítio, em Itamonte, encravado na Serra da Mantiqueira, dá para imaginar a delícia? Para quem, como a gente, adora mato, é claro!

O maior conforto era a companhia, maravilhosa, da família da minha amiga Martha. A Martha é a dinda do Bê, uma das maiores amigas da minha vida e está morando na Costa Rica (espero que só até 2012) e veio passar um mês de férias. Foi maravilhoso! Voltamos com uma sensação de transbordamento. A tia da Martha - dona do sítio - trabalha/estuda Permacultura, o que muito me interessa, já que um dos meus campos de estudo é agroecologia. A conversa nestes dias de retiro foi estimulante, intensa, animada, tão descontraída quanto enriquecedora. 

Juntando com tudo o que tenho observado, por aqui e pela vida, percebo que estamos caminhando para um ano mais intuitivo. Será que é só impressão minha? Percebo um movimento em direção à sensibilidade, ao auto-conhecimento, não só em mim, mas nas pessoas com as quais convivo (claro que não todas). Isso é um sacudir de tapetes, levanta muita poeira! Mas não há faxina boa sem arrastar de móveis...

Daí eu chego no título do post. A lei da doação: "Quanto mais se dá, mais se recebe". Acredito muito nela, só não tenho entendido como recebo tanto... É que acho que não me doo (assim mesmo, sem acento...) com toda esta intensidade com que recebo. A vida tem me presenteado demais! Ainda está em tempo e tenho me esforçado para ser mais generosa. Pois é, me esforçado. Pode parecer artificial, é apenas o iniciar de um movimento. Até que ele se torne mais natural, espontâneo. Quem é um pouco (nem muito) mais sensível deve perceber o quanto sou auto-centrada. Isso é interessante na busca pelo auto-conhecimento, mas ao nos isolarmos deixamos de conviver, e sem convívio a gente não cresce, cessa o desenvolvimento. Perde-se a razão de ser. 

Tem um furacão em mim (para variar). Só que desta vez ele é bom, está me impulsionando para a frente. Ainda não sei que rumo darei à minha vida, algumas portas começam a se abrir. Incrível como as coisas podem, sim, bater à nossa porta quando estamos abertos. As minhas já começam a se escancarar. Eu não defini o rumo, disse apenas o que desejo para a vida (aqui) e as situações confluem para isso. 

Este ano quero ser mais doação. Quero estar mais aberta e treinar a generosidade. Perceber que dar não implica coisas materiais. Dar um abraço, um sorriso, um comentário, uma oração, um bom pensamento... Não importa. Dar o que se tem! Quer vir comigo?

Pretendo reduzir o uso da palavra EU neste blog (se contabilizá-lo é o principal metablog... kkkk), usar mais o nós, apesar de saber que é um diário, escrito mesmo na primeira pessoa, por que são auto análises, mas desejo ampliar o pensamento. Se as ideias escritas aqui puderem ajudar mais alguém já me sinto realizada.

Que 2011 seja o ano da intuição, ou do crescimento de uma consciência coletiva. Que a gente entenda o quanto estamos ligados, o quanto nossas ações e intenções interferem no funcionamento desta grande rede. Que a gente se liberte do medo, das algemas, das culpas que tanto nos murcham e empobrecem. Vamos crescer, florescer, semear! Feliz ano novo!!

Seguindo a frase: "Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores" quero dizer que vocês tem mãos perfumadas, doces, ricas, amorosas. Obrigada por tudo de bom que compartilharam em 2010. Esta vivência do blog me deu muito mais do que eu esperava, e a razão disso são vocês, pessoas do outro lado. OBRIGADA!

Beijos a todos,

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Aviso aos navegantes

Oi amigos,
FELIZ ANO NOVOOOOO!! Amei as mensagens e vou respondê-las, se possível ainda hoje. Estou chegando de viagem. Passamos a virada em Itamonte - MG, num final de semana tão especial quanto simples. 
Não sumi. Estive desconectada, de verdade. A Inaie já passou para me lembrar que amanhã é dia de dieta e eu ainda nem entendi completamente como funciona esta coletiva... Mas estou lá! 2011 mais leve, se Deus quiser (e nem é só da balança que estou falando...)
Então, já sabem, em breve estarei por aí! 
Beijos a todos e obrigada pelo carinho.

Tati.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sem resoluções, mas mais resoluta!

Para este texto eu nem mesmo espero comentários. Foi mais uma conversa com meus botões, um "falar alto por escrito". Entendo se não tiverem paciência para ler, mas sugiro que façam o teste. Claro que se quiser deixar um beijo, vou adorar! Escrever me ajuda a me entender. E segundo o texto, os NFs são conhecidos como a personalidade que busca identidade. Concordo!

Eu adoro fazer listas (a maior parte delas eu perco ou "esqueço em casa", como a de mercado, mas eu faço!). Só que este ano quero fazer diferente. Não quero uma lista de resoluções do tipo: perder  3 kg, entrar para academia, blá, blá, blá. Quero entrar 2011 sem listas, deixando a pessoa controladora que sempre fui para trás, quero deixar o acaso fazer seu trabalho, interferir menos. 

Neste ritmo entrei no divertidíssimo blog do Ronda  (você tem que conhecer!) e ele sugeria um teste de personalidade que eu não conhecia. Adoro estas coisas e fui uma adolescente daquelas que comprava revista de testes (e fazia todos!). Claro que este é diferente, baseado na teoria de Jung (Então, no final dos anos 50, surge Isabel Briggs Myers, que com o auxílio das teorias de Jung, realizou o trabalho sobre o tipo de personalidade que levou David Keirsey à escrever Please Understand Me, o livro que reavivou o interesse popular pelos quatro temperamentos - daqui) Quando comecei a responder (40 questões) achei meio estranho. Tinha questões que me confundiam, eu retornava, não concordava com as opções... Pensei: Vai dar tudo errado... Mas quando fui ver a resposta levei um susto. Se eu tirasse medidas para uma luva não me cairia tão bem. Li para o Vi e a gente chegou a dar risadas de algumas partes, é que alguns traços estavam ali, tão reforçados que esboçavam uma caricatura. Fiquei apaixonada. O Vi fez também e encontrou o seu, apesar d´eu não concordar tanto com o resultado dele. Depois descobrimos que muitas empresas utilizam este teste em suas contratações, para conhecer perfil de candidatos. Divulgamos na família e minha mãe fez também.

O que é legal de testes assim, profissionais e sérios, é que você tem a chance de se reestruturar. Eu já sabia aquelas coisas que estavam ali, não era novidade, mas eu não saberia sistematizar tudo aquilo. Quando você vê seus pontos fortes e fracos descritos assim - listados- algumas dúvidas se dissipam e dá para pensar em estratégias de melhora pessoal. Sim, meu foco nesta vida é autoconhecimento e melhora íntima. O resto é oportunidade para chegar a este fim. Fiquei tão entusiasmada que fui em busca de maiores explicações. Cheguei a um outro site que sistematiza melhor, tem inclusive uma lista das profissões mais indicadas. Ah, como eu queria ter feito isso antes... 

Eu sei que meu perfl é todo de comunicadora. E foi este o resultado: ENFP - O Defensor de Causas. É o que vejo na vida, no meu mapa astral, no teste de personalidade, etc. Sabe-se lá por que motivo eu não levei isso em consideração quando fiz vestibular. Acho que nesta época eu não sabia disso. Minha personalidade não tinha desabrochado, estava embrionária em mim. Agora eu tento criar novas formas de lidar com as escolhas que eu fiz. Torná-las certas. Sempre há caminhos possíveis. Estou buscando.

Com todos estes pensamentos cicloneando minha mente resolvi pensar O QUE eu gostaria de fazer. Que tipo de trabalho me fará feliz? O que tem que ter? E eis a lista:
- Trabalhar com pessoas, oportunidade de trabalho em equipe;
- Trabalhar por pessoas: Sempre procuro isso, auxiliar pessoas, ajudá-las a encontrar seus caminhos, dar apoio, ensinar... é por aí...
- Uso da criatividade SEMPRE! Detesto coisas monótonas e repetitivas. Gosto da expansão, da criação.
- Atividade e movimento. 
- Poder pensar. 
- Chance de escrever: Ah, essa eu nem preciso explicar, não é?
- Ambiente agradável e não competitivo - colaborativo! Trabalhar juntos é sempre melhor.
- Espaço para crescer, onde ideias possam ser ouvidas. 
- Um trabalho comprometido com a melhora da sociedade.

Ele existe, em algum lugar. E é para lá que estou indo!

Beijos a todos (Grata se chegaram até aqui... rsrs) e lembrem-se, amanhã é Dia de Alê,
Tati.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Bem vindos ao meu mundo




Pensei em vários temas para abrir minha participação neste blog. Mas ao me sentar para escrever pensei na Tati e na história de nossa amizade. Nos encontramos num momento muito intenso de nossas vidas "A Maternidade". Um momento de licença maternidade, literalmente, porque ao ter um filho nada mais tem a mesma importância e naquele momento inicial do bebê , só ele nos importa. Então só falávamos sobre isso, enquanto Tati corria enlouquecidamente atrás do seu moleque que é mais velho que o meu. Morávamos num condomínio de casas geminadas, eu ainda moro, mas a Tati se mudou. Este tipo de moradia, decididamente não é como as outras, tem um jeito e um clima de casas antigas do subúrbio. Costumamos ir à casa dos vizinhos se nos falta uma xícara de açucar, sal ou para mandar uma provinha das receitas especiais que preparamos. Da casa dela eu me lembro de tomar a limonada do Vi, aprendi com ela a colocar o adoçante primeiro no copo e depois o suco pra não ter que mexer com a colher. Na frente da minha casa eu tenho vasos com temperos, como: manjericão, salsa, orégano, alecrim que estão a disposição dos vizinhos, nem todos claro, porque também não moro num paraíso e como nos contos de fadas, também mora aqui uma vizinha que todos chamam de Cruela. Felizmente tudo vira piada, na medida do possível, é claro. Neste clima começa a nossa história, cheia de identificações, inconformismos, insatisfações, projetos, muitos projetos sempre. Quando ela se mudou foi bem difícil, mas estava feliz e era isso que me importava. Daí por diante não tínhamos mais aquela calma, já era um outro momento, filhos maiores, escola, trabalho, correria. Então nos encontrávamos por coincidência andando pela rua, sempre apressadas, porém sempre deixávamos algum compromisso de lado para continuarmos a conversar. E nunca era um assunto qualquer, era sempre algo sério. O que me parece é que o destino nos coloca uma perto de outra quando estamos no limite. Discutimos nossos casamentos, nossos filhos, nosso trabalho... Só teve esta última vez que ela ligou, eu senti que era sério e então larguei tudo e fui ao seu encontro...
A amizade é algo precioso, tento sempre estar com meus amigos. As relações familiares e de casal são mais intensas e por isso, recheadas de culpas, frustração e alegrias também. As amizades são mais descompromissadas e aconchegantes, são pessoas que escolhemos para testemunhar nossas vitórias ou derrotas, pra dar um colinho quando precisamos e também pra dar boas risadas. Voltando a Tati, ela é tudo isso e mais um pouco, adoro estar com ela!!! Gostaria de agradecer a todos pelas mensagens de boas vindas. Me senti super bem acolhida por vocês, apesar de ter sentido um pouco de medo. Não costumo me expor, até pela minha profissão. Costumamos sempre falar de vários assuntos, casos clínicos, mas não falamos muito de nós mesmos, não assim em público. Apesar disso resolvi encarar, pensei em aproveitar o espaço e a oportunidade para ser apenas Alessandra, amiga da Tati, mãe do Vinicius... Terapeuta e agora blogueira. hahaha



Feliz Natal pra Todos!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quando eles prometeram o assalto em troca dos nossos votos? - Atualizado

As palavras a seguir não são minhas. Copiei do site do deputado Chico Alencar, em quem voto há muitos anos, o que me faz sentir aliviada por minha escolha, apesar de não reduzir a sensação de abuso que sinto quando coisas assim acontecem. Precisamos aprender a votar. Se apenas 35 deputados votaram contra, significa que a maior parte dos nossos eleitos (e me incluo nesta por que faço parte do Brasil) mentiu nas campanhas. Dããã, a gente já sabia... Mas por que votaram? Segue um texto ótimo e o nome dos 35. Guarde e, daqui a 4 anos, lembrem-se deles. Esqueçam os demais! Depende mais de nós que deles. Eles estão defendendo seus próprios interesses, e nós, quando votamos neles? O que passou em nossas cabeças?
Chama-los de ladrão não faz cosquinha, por que para isso eles precisavam ter consciência, e basta olhar o Maluf dando "entrevistas" para o CQC para ter certeza que não há nem gotas de ética, cidadania ou verdade naquilo, mas ele foi reeleito! Voto popular...


Recebi da Flávia Mergulhão o link para um abaixo assinado online contra o aumento ABUSIVO dos parlamentares. Lembrem-se que é por tantas manifestações que Sakineh está viva e que o Ficha Limpa "quase" existiu. Não se omita! Votei, é rapidinho. Neste endereço.

Segue o texto:

O Céu é o limite?


A maioria de deputados e partidos – só o PSOL encaminhou contra, e apenas 35 deputados votaram ‘não’ – aprovou, em urgência urgentíssima, aumento da remuneração de congressistas (62%), presidente da República e ministros (mais de 100%). Esta ‘equiparação’ com o STF é elitista e indefensável. Nesses parâmetros, jamais foi apresentada na recente campanha eleitoral por nenhum dos milhares de candidatos.


Trata-se de um soco na boca do estômago dos servidores públicos das atividades fins, que lidam com o cotidiano sofrido da maioria da sociedade, e com aposentados e pensionistas. Uma insensibilidade total em um país onde apenas 1,5% da população aufere renda mensal familiar de R$ 10.200,00.



A autoridade pública da cúpula do Executivo, do Legislativo e do Judiciário deve, sim, ter subsídio digno e ter plenas condições materiais de exercer seu mandato.



No Parlamento essas condições já estão dadas, por isso o PSOL apresentou, em projetos (desde 2003, até hoje não apreciados) e votos, sua posição: reajuste só de acordo com a inflação do período precedente, ou na média do concedido, em igual período, ao servidor público federal.



Ao Senado caberia corrigir esse abuso, essa votação terminal que só aprofunda o abismo entre a representação política e a sociedade. Mas a ‘Câmara alta’, também com suas exceções, confirmou em tempo recorde essa demasia.



No início da próxima legislatura apresentaremos uma PEC para corrigir todas essas distorções, inclusive seu devastador efeito cascata etambém estabelecer limites para os gastos das instâncias máximas dos Três Poderes.



35 deputados que votaram contra o aumento de salários


Alfredo Kaefer (PSDB-PR)

Assis do Couto (PT-PR)

Augusto Carvalho (PPS-DF)
Capitão Assumção (PSB-ES)
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Cida Diogo (PT-RS)
Décio Lima (PT-SC)
Dr. Talmir (PV-SP)
Eduardo Valverde (PT-RO)
Emanuel Fernandes (PSDB-SP)
Ernandes Amorim (PTB-RO)
Fernando Chiarelli (PDT-SP)
Fernando Gabeira (PV-RJ)
Gustavo Fruet (PSDB-PR)
Henrique Afonso (PV-AC)
Iran Barbosa (PT-SE)
Ivan Valente (PSOL-SP)
José C. Stangarlini (PSDB-SP)
Lelo Coimbra (PMDB-ES)
Luciana Genro (PSOL-RS)
Luiz Bassuma (PV-BA)
Luiz Couto (PT-PB)
Luiza Erundina (PSB-SP)
Magela (PT-SP)
Major Fábio (DEM-PB)
Marcelo Almeida (PMDB-PR)
Mauro Nazif (PSB-RO)
Paes de Lira (PTC-SP)
Paulo Pimenta (PT-RS)
Raul Jungmann (PPS-PE)
Regis de Oliveira (PSC-SP)
Reinhold Stephanes (PMDB-PR)
Sueli Vidigal (PDT-ES)
Takayama (PSC-PR)
Vander Loubet (PT-MS)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O que deixo para trás em 2010

Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Crica Viegas, do Um pouco de tudoComo ela mesma sugeriu: "Pode ser um projeto que não se concretizou, um passado definitivamente enterrado, um projeto que tá na gaveta com possibilidade de ainda sair dela, algo bom ou ruim que tenha ficado no ano de 2010, uma lembrança boa, uma vontade, o tema é seu!!!" Quer participar? Escreve seu texto e avisa para ela! 


Este é o tema sobre o qual mais desejo falar por ora. Isso por que fecharei 2010 deixando muitas coisas para trás. A principal delas é o meu trabalho. A equipe para a qual trabalhava desde 2007. Ok, nem é tanto tempo, para mim foi uma vida. Aprendi muito, conheci minha amiga-espelho (hoje nem imagino minha vida sem ela), experimentei coisas que jamais havia imaginado, inclusive participar da produção de vídeos educativos - ponto alto deste tempo na equipe. Muitas coisas boas aconteceram, algumas ruins também, mas saio com um saldo de boas recordações superior ao das tristezas. Isso é ótimo. Não está sendo fácil. Muitas coisas interferiram neste desfecho. A principal é que o tema, a área de trabalho do meu chefe mudou. E eu não quero mudar a minha! Levei algum tempo para entender, ter certeza, aceitar. Agora é começar de novo. Do zero. A Alê (daqui) disse que a gente nunca recomeça do zero, a gente tem bagagem, não volta ao ponto de partida. Pode ser, mas eu me vejo começando 2011 no mesmo ponto em que estava em 2007, quando escrevi para meu chefe pedindo espaço em sua equipe. É diferente, mas tão igual... Dizem que atitudes iguais levam a resultados semelhantes. Eu quero que algumas coisa se repitam, mas não tudo. Estou pensando nos caminhos possíveis. Sei que quero continuar na mesma instituição.

Ontem, quando escrevi para a Astrid, ela me respondeu dizendo que se identificava muito comigo, que quando lia o que eu escrevia lembrava-se dela mesma com a minha idade. Comentei no jantar com o Vi, dizendo "que bom, não é? Quem sabe quando eu tiver a idade dela também serei assim, terei produzido alguma coisa, evoluído?"  A sensação atual é de estar como um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Sim, pode parecer engraçado, mas não é. Não sei se em algum momento já se sentiu assim:  Repetindo tarefas inúteis, que não trarão qualquer resultado ou consequência. Apenas movimentos mecânicos. 

Estou de cabeça fria e sei que é o que amo. É o que faço de graça, se preciso for. Faço de alma, coração, cérebro. Sorriso aberto. A questão é que quando não temos uma boa condição socioeconômica não dá para dizer "vou me realizar profissionalmente", e pronto! Todo o peso nas costas do marido. Ajuda frequente dos pais. Tenho 35 anos! Uma casa, marido, filho. Não posso viver meu sonho cor de rosa se ele não trouxer "divisas" para minha casa. 

Deixarei em 2010 um sonho, e entrarei 2011 com mais questões: O que faço agora? Bolsista novamente? E até quando? Isso supre as necessidades de minha família? Quais as outras opções que me restam? A parte boa de começar de novo são as muitas possibilidades, a parte assustadora é ter que definir uma direção. E, de preferência, acertar!


É, eu poderia, tranquilamente, deixar em 2010 o perfeccionismo, essa necessidade carrasca de fazer certo, de perfeição e graça. Mas acho que ela ainda entra comigo no próximo ano.

Começarei 2011 como mãe e dona de casa. Não me agrada. Desculpe se acabo com a boa imagem que fazem de mim. Sou péssima nesta função. Eu adoro ser mãe e até acho que sou boa nisso, desde que eu não precise ser 24h/dia. Assim não funciono bem. Cuidar da casa então... Sou uma negação nesta função. Não sei fazer bem e não gosto. Faço, por que tem que fazer. Não sinto qualquer prazer nas tarefas. Nem aquele papo de satisfação em ver limpo e arrumado. Nesta hora eu me sinto uma bagaceira, suja e suada, cansada, e fico ainda mais estressada em verem bagunçando e sujando. Viro uma bruxa! 

Como mãe 24h/dia não tenho conseguido trabalhar muito, aliás, estou trabalhando NADA. Tem um garotinho que me chama de 5-5 minutos, até para não dizer coisa nenhuma. Como me concentrar? Quero me recolocar, fazer alguns contatos, mas está difícil conseguir. Sei que a única alternativa é relaxar e esperar fevereiro, quando as aulas recomeçam. Aí poderei trabalhar no tempo em que ele estiver na escola. Mas ainda não consigo deixar para trás meu lado ansioso, tenso. Eu quero, quem sabe chegou a oportunidade que faltava?

Voltando à entrevista da Astrid, fiquei pensando se não seria a hora de me entender como mãe. De aceitar melhor este desafio. Nada fácil, convenhamos. Quem sabe aceitar como férias, um tempo para nos curtirmos. Pensar em trabalho quando as aulas retornarem? Está sendo pesado, sabe? Uma vontade de girar a roda, de movimentar meu mundo... Sou ansiosa, controladora. Pode ser mesmo o exercício que faltava, para que eu aprenda esta lição, do ponderar, da paciência e tranquilidade, mais fé, mais confiança. Sei lá. Se eu aprender a me dominar, nas últimas semanas que me restam, posso entrar 2011 como uma nova Tati. Será que consigo mudar assim, tão rápido? 

Com tudo isso pode ser que eu esteja deixando em 2010 uma Tati mais tensa, tornando-me uma pessoa mais ponderada, em busca de equilíbrio. Mais envolvida com minha casa, com minhas funções domésticas. Não sou uma mulher deste tipo, mas ela pode emergir em 2011. Não será uma perda e sim um ganho.  E quando, em 2011, eu retornar ao mercado de trabalho (nem cogito outra hipótese), voltarei cuidando melhor da minha casa também.

Sendo muito sincera não sentirei saudades de 2010. Não foi um ano repleto de realizações. Ainda assim foi um ano de família unida, saúde tranquila, pequenas conquistas. Foi o ano em que tornei este blog público e que conheci tantos amigos, ano em que me permiti escrever para ser lida. Pode ter sido um ano de semeaduras, algumas BEM duras. Que venha 2011, e que seja mais macio. Os pés estão cansados! Obrigada por estarem comigo em 2010. Não quero deixá-los para trás. Vamos pular sete ondas de braços (virtuais) dados? Vamos juntos? E que novos sonhos possam nascer neste ano. Que a certeza do caminho a seguir se faça, por que não é mais tempo de procura, é tempo da jornada.  Em 2011 quero apreciar mais a paisagem do caminho, esquecer um pouco do destino e aproveitar a viagem. Mas quero ir na janela desta vez!  


Beijos a todos,
Tati.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Entrevista da Astrid na Cova do Urso

Amigos,

Hoje é o dia da entrevista da Astrid para o Antônio Rosa. A entrevista é longa e estou lendo há um tempo, mas vale muito à pena. Não comentarei ainda aqui, por que estou processando tudo o que li. Eu não enviei perguntas, estava no olho do furacão e não conseguia concatenar ideias, não estava numa fase em que achava que podia acrescentar alguma coisa. Já saí dela, estou subindo, e as respostas da Astrid estão me ajudando a tomar as rédeas. Sim, palavras e letras me ajudam demais. Quando vem de alguém com a experiência de vida que ela tem e que admiro muito, melhor ainda.

Hoje não tem texto meu, mas tem um convite para que passem na Cova do Urso e leiam as respostas da Astrid. Não dá para sair igual de lá. Se eu já gostava muito dela, agora o respeito e admiração cresceram muito. Ela tem tanto para nos ensinar. Ensinar principalmente a nos ouvirmos, a aceitarmos quem somos e entendermos nossa luz. Eu preciso parar de fugir da minha!

E agradeço também ao querido Antônio Rosa, que nos deu este belo presente.

Beijos a todos,
Tati.