Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fui ali, me perdoar, e já volto!

Oi amigos,

Hoje é uma postagem diferente. Estes dias não estou muito bem. A situação experimentada na última quinta ainda me machuca. Preciso colar alguns caquinhos, e escrever tornou-se um pouco mais difícil. Como sei que criei um padrão de atualizações diárias, e sei que tem amigos que passam por aqui, aguardando por isso, achei por bem avisar. Vou tirar uns dias para pensar, me reestruturar. Não entendo por que destemperei como fiz. O motivo talvez não seja assim tão intenso quanto estou pintando, marido acha que estou "pintando o diabo mais feio do que parece" ou "fazendo tempestade em copo d´água". Até acho que ele está certo, porém da mesma maneira intensa que sinto alegria, sinto tristeza. E ainda estou envergonhada pelo que aconteceu.

Como é algo que interfere com o blog, me sinto tirando casquinha de machucado cada vez que passo aqui. Atendi ao que estava combinado (e foi uma semana repleta), então fiz todos os textos que vocês leram desde lá: O anúncio de finalista do BlogBooks, o texto da Coletiva de sentimentos, a notícia do Bonfa Convida e a postagem de aniversário da Glorinha. Querem saber? Nunca me senti tão sem naturalidade para escrever como nestes dias. Parece que voltei lá ao início do blog, quando eu temia julgamentos, ser mal vista, sei lá. É como se o tempo todo tivesse que me justificar. Acho isso um pé no saco! (sorry o termo chulo).

Já entendi uma coisa sobre perdão e relacionamentos. Perdoar quem não nos é tão importante, pode até ser fácil e a gente segue em frente, mas para que o relacionamento se mantenha, a relação precisa ser maior do que a ofensa. E aqui no blog criamos relacionamentos muito rápido, e com pouca história, pouca vivência. Nunca olhamos nos olhos uns dos outros (salvo raras exceções e encontros), não conhecemos tom de voz, nem sabemos quem somos exatamente, a não ser pelas palavras. Não vivemos histórias em comum que solidifiquem, sustentem a relação. Ela se quebra com facilidade, e pode ser bem difícil retomá-la. Quando o desculpe, assim como o está desculpada saem por escrito eles podem ser verdadeiros, sentidos, ou apenas palavras soltas. Como saber?  E como a relação é muito frágil, pode ser rompida sem volta. Isso eu não sei. E não quero mais falar neste assunto. 

Para não me tornar chata, repetitiva, uma destas pessoas que parecem rastejar em busca de perdão, (Eu não sou assim MESMO!) vou ficar na minha por uns dias, me entender, me perdoar. 

Neste momento o perdão que me interessa é o meu. É estar bem comigo. Saber que errei, que sou falível, que refletirei para evitar novos deslizes. Estou em busca apenas disso. E isso só posso ter comigo. Será então uma semana daquele tipo, lua de mel de reconciliação, do tipo que tantos casais experimentam, sabe? Só que minha lua de mel é interior. No casamento vai tudo bem, obrigada!

Voltarei me amando mais, de preferência com boas histórias sobre outros assuntos. Para isso estarei com amigos do lado de cá, aqueles que conhecem meu sorriso e meu olhar. 

Desculpem a ausência forçada. Espero que entendam a necessidade que me assola. Não deixarei de visitar blogs amigos, só não pretendo publicar textos por estes dias, nem estar tão presente como costumo ser. Quantos dias? Não sei. Até me sentir à vontade de novo por aqui. Que seja rápido então, né?

Beijos a todos,
Tati.

sábado, 18 de setembro de 2010

Feliz aniversário, amiga querida!


Hoje eu queria te dar um abraço beeem apertado, te olhar nos olhos, sorrindo e dizer que sinto orgulho de ser sua amiga;
Confessar que fico inflada quando você diz que se parece comigo, por que te admiro muito! Admiro sua maneira destrambelhada, que é parecida com a minha, e me divirto com nosso jogo de comentários repletos de identificação. Solto uma gargalhada nestas ocasiões, te imagino fazendo o mesmo do outro lado.
Você é linda e autêntica e amo a maneira como junta palavras, enchendo-as de alma, de vida. Admiro demais o seu talento e sonho em vê-la autora de muitos livros, celebrada, reconhecida. Aclamada por crítica e público. Este é o seu destino.
Hoje rezo para minha amiga atéia, para que seu dia seja rodeado de flores, que o som seja de uma orquestra de pássaros afinados, que o abraço acolhedor da família te envolva, que não faltem palavras e gargalhadas de amigos.
Que em sua vida sempre haja espaço para o sonho, para a fantasia, a reflexão, a graça!
Eu tenho muito a dizer, tanto a te agradecer, foi nas esquinas do seu café com bolo que meu blog desabrochou, e tenho certeza, muitos outros também. Nas brincadeiras propostas por você perdi o medo de me expor, de falar de sentimentos e daquilo que me vinha na alma. Nestes caminhos fiz tantos amigos... você divide o bolo, e isso é pura generosidade! Obrigada por tudo, amiga. Tomar café com Glorinha é sempre um momento de intensa felicidade.
Você é especial para mim!

Um grande beijo com muito carinho.
FELIZ ANIVERSÁRIO AMIGA ALMA GÊMEA!!!!!!

Um beijo,
Tati.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Estou na casa ao lado

Amigos, 

Quis deixar o texto para escrever na hora, apesar de já saber disso há duas semanas. É que queria escrever no calor da emoção. Só que vou dizer, hoje é emoção demais para mim!!!

Sabe aquele blog que você se apaixona à primeira vista? Por que é lindo, por que tem conteúdo, por que.. por que... Então da primeira vez que você entra, você lê uma porção de postagens, ama uma porção de coisas, namora fotos, ideias, viagens; admira  criatividade e bom gosto, e resolve deixar um comentário tímido? E então esta pessoa, de um blog grandão, cheio de seguidores, retorna quase imediatamente ao seu blog, seu texto (não deixa mensagem genérica de agradecimento), é extremamente gentil e passa a ser sua seguidora (detesto este termo)? Então, eu vivi esta história com a Bonfa.

Cheguei até ela por um pedido da Margaret, que estava participando de um dos muitos concursos que a Kátia Bonfadini promove, e que são sempre muito criativos. Aliás, criatividade é com ela mesma! E capricho, muito capricho!

Eu me apaixonei primeiro pelo Casos e Coisas e na sequência, pela própria Bonfa. Ela é uma fofa! Se você não a conhece, não sabe o que está perdendo. Ela estava envolvida naquele concurso que ganhei, lembra, do dia dos pais, junto com a Mari?

Um dia, há pouco tempo atrás, eu decidi me tornar mais ousada. Fiz alguns movimentos, inclusive pedir votos por aqui, e deu certo. Então resolvi me arriscar mais um pouquinho. É que a Bonfa tem uma coluna às sextas, que chama Bonfa Convida. Eu, abusadinha que só, escrevi para ela pedindo que me convidasse. Eu queria muito ser recebida por esta grande anfitriã. Enviei o e-mail e... me arrependi! Que audácia! Que abuso! Como peço para entrar na festa dos outros? Não recebeu educação em casa, não? 

Não é que a fofa da Bonfa me responde dizendo que adorou a ideia? Me deixando super à vontade para escrever sobre o que falar? Então, de comum acordo, acabamos optando por reeditar o Amor ao Silêncio. Por que é um dos meus textos faoritos, e dela também. Conhece? Não conhece? Não deixe de prestigiar, vai me fazer muito feliz!

Por favor, passem no Casos e Coisas da Bonfa e vejam como esta grande blogueira recebe bem seus convidados. Eu me senti hóspede de honra (e olha que fui esta convidada folgadinha que eu confessei, hein!).

Bonfa querida, eu esperei a hora para ter as palavras certas, mas não consigo tê-las comigo, só coração palpitando, sorriso frouxo, uma gratidão sem tamanho... OBRIGADA por tanto carinho e gentileza.

Um beijo a todos,

Tati.

Onde está minha inscrição da OAB?


Esta é minha participação na blogagem coletiva proposta pela Glorinha, do Café com bolo. O tema hoje é perdão, e não podia ser mais oportuno para mim. Aproveito a ocasião para um mea culpa

Vocês conhecem esta historinha? Eu já conhecia e já até a li algumas vezes para os assistidos de um trabalho que eu participava. A gente lia e interpretava, claro! 

Que fofo, né? Leia e depois conversamos:



Havia um menino que tinha um temperamento difícil.
Seu pai deu-lhe um saco de pregos e disse-lhe que, a cada vez que perdesse a paciência, pregasse um prego na cerca dos fundos de sua casa. 
No primeiro dia o menino pregou 37 pregos na cerca. 
Então foi diminuindo gradualmente. Ele descobriu que era mais fácil conter seu temperamento do que bater pregos na cerca. 
Finalmente chegou o dia em que o menino não perdeu mais a  paciência.
Ele contou isso ao seu pai, que sugeriu que agora o menino  tirasse um prego da cerca para cada dia que ele conseguisse conter seu temperamento.
Os dias foram passando e o menino pôde, finalmente,  contar a seu pai que não havia mais pregos na cerca.
O pai pegou o filho pela mão, levou-o até a cerca e disse:
-"Você fez bem, meu filho, mas veja os buracos na cerca. A cerca  nunca mais será a mesma. Quando você fala coisas ruins, ofende, elas  deixam uma cicatriz como estas. Você pode enfiar uma faca em um homem e tira-la. Não importa quantas vezes você diga que sente muito, a  ferida continuara lá. Uma ferida verbal é tão ruim quanto uma física".


Pois é. Li e reli tantas vezes... Pensa que eu aprendi? Coisa nenhuma...

Ontem eu magoei uma pessoa. E me sinto péssima por isso. Magoei por que julguei, por que interpretei tão mal uma situação... Criei um bicho, fui contra o bom senso. Se eu prestasse mais atenção ao que esta pessoa demonstra, jamais a colocaria em xeque. 

Eu não tenho a menor dificuldade em pedir desculpas. Este tipo de orgulho besta não me assola. No entanto eu me exponho muitas vezes ao expor as pessoas a isso. Se desse um tempo às questões, se as colocasse em perspectiva, poderia evitar muitos aborrecimentos.  Existe um exercício, que eu conheço, apesar de não ter feito, de pensar no que um fato afetaria sua vida daqui há uma semana, um mês, um ano. Era algo que não afetaria minha vida depois de poucos dias. Em uma semana seria passado, pior do que isso, nem era verdade!

Minha atitude foi mesmo mesquinha e desnecessária. A mesma conversa poderia ter acontecido de outra forma se eu partisse do melhor. Eu optei por partir do pior, do julgamento. Do MAU julgamento. Não à toa para ser juíz é necessário muitos anos de estudo, de dedicação. Ainda assim, há acusação e defesa,  testemunhas, provas, às vezes juri... Tantas e tantas coisas antes de se condenar alguém. Quem sou eu para dizer isso ou aquilo de outra pessoa, seja ela quem for? E se a pessoa em questão sempre foi doce e generosa, não apenas comigo, mas com as pessoas em geral, ao seu redor? É, ontem me senti pequena por que estava mesmo pequena. E hoje vou me perdoar, por que preciso, mas preciso, mais que isso, aprender.

É a primeira vez que erro feio assim? Não, nem a segunda. Eu tenho um instinto impulsivo que me irrita. Achei que estava sob controle, dei bobeira e ele se manifestou. Que vergonha senti de mim mesma quando percebi o quanto estava equivocada. 

Um antigo chefe meu dizia que, quando apontamos um dedo para alguém estamos, de forma simultânea, apontando 3 para nós mesmos, e um para o chão (baixando o nível ou o padrão). Ouvi está frase há muitos anos. Guardei, só não apliquei. Disfarcei de "quero entender" quando na verdade estava julgando. Está lá, por escrito. Eu reli e percebi que me sentiria mal se lesse algo assim. Agora já foi, e me arrependo. Tirei o prego e deixei o furo na madeira. Se tivermos oportunidade, podemos tratá-la, lixar, polir, envernizar... Isso o tempo mostrará. Por enquanto sinto que perdi um amigo, e que a responsabilidade está comigo. Ou eu cresço ou mais situações como estas acontecerão.

Para não terminar tão entregue e derrotista, lembrei de uma frase do Emmanuel, dita por Chico  Xavier em uma situação pior do que esta (quando descobriu que seu sobrinho estava cobrando por lugares na fila para o atendimento): 

"Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Com erros e acertos, nossa história continua. É isso, hoje não sei como encerrar. Ainda estou triste comigo.

Um beijo a todos,
Tati.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Obrigada é pouco...

Amigos queridos,

Eu pensei em ficar quietinha, e aguardar, com paciência, o dia 24, quando saberemos se deu ou não para virar livro. Só que me dei conta que estar entre os 10 não é uma vitória minha, não apenas. Sinto que é nossa... E se não virar livro? Provavelmente estarei tão triste dia 24 que não conseguiria agradecer o empenho. Então o dia de agradecer é hoje!

Agora não depende mais de nós. É com eles, equipe de editores da ediouro e o vencedor do ano passado: Pergunte ao Urso.

O que preciso dizer é que vocês me emocionaram demais. Me fizeram acreditar que é mesmo possível, está sendo. Não importa o resultado (avaliador, se você passar por aqui, esta frase não é para você, ok? Desconsidere este depoimento nos autos!) nós conseguimos! É, nós sim!! Por que foram tantos amigos comprando meu sonho. Quando eu entrava em um blog amigo e encontrava o link para a votação com o "Vote na Tati" eu me derretia. Vocês não fazem ideia da gratidão que habita em mim.

Ontem passei o dia em alta expectativa, coitados dos meninos... hehehe Só deram o resultado de noite, e como eu sabia que hoje tinha a blogagem da Cíntia deixei esta comunicação para o inicio da noite de hoje. 

Vou agradecer nominalmente, de novo, à Fran (Diário de Bordo- Lund/Suécia); Gi (Bordados e Retalhos); Nilce (A vida de uma guerreira); Lúcia  (De amor e de...); Denise (Tecendo Ideias); Regina (Faz de Conta); Tati (Vida Bicultural); Fefa (Fefa na holanda); Nika (Falações); Macá (Agenda Ilustrada); Cê (Cantinho da Cê); Manú (Light), Leci Irene (Vida: histórias, glórias...) por que além de força, colocaram links de votação em seus blogs. Vocês não fazem ideia do que é entrar, despretensiosamente para ler uma postagem e encontrar um "vote na Tati", ou outros dizeres tão ou mais fofos. Eu sei que já disse isso lá em cima, é que é emocionante demais para mim mesmo... Nossa quantidade de votos foi expressiva. Os organizadores optaram por não divulgar os resultados e respeitarei as regras, mas posso afirmar, com tranquilidade em função do resultado final, que vocês participaram ativamente, e que ficamos bem colocados! 

Comecei uma lista enorme de amigos a agradecer e apaguei. Tenho medo de ser injusta, o risco de esquecer de citar um nome neste momento é imensa. Então manterei apenas os dos links, mas os agradecimentos são muito maiores. São tantos a agradecer... não quero ser injusta com ninguém. Senti muitas pessoas ao meu lado, me apoiando. Aqueles que votavam, e até "ferraram a vota", né She?, aqueles que passavam para dar uma força, para dizer que acreditam no meu talento... Cada momento destes foi marcante e alimentou o sonho. Pode ser dia 24, pode ser um pouco depois, sei que vai acontecer. E devo muito desta confiança a vocês.

Obrigada! Obrigada! Obrigada! Infinitas vezes. 

Eu estou ensaiando este texto desde ontem e não consigo encontrar palavras que representem o que me vai por dentro.

Aproveitando o tema da Cintia: Vocês me deixaram repleta de amor!!!

Um beijo a todos,
Tati.

Amar nem sempre é fácil

Quando meu pai operou o coração, seja pelo desgaste, seja pela medicação, ele entrou num processo de depressão. Meu pai é aquela pessoa com uma energia intensa: Se está bem, a energia da casa inteira flui, em contrapartida, se está mal, afunda com toda a família. Ele tem um magnetismo muito forte. Sendo assim, esta foi uma fase muito dura para todos nós.

Tínhamos passado por um período tenso com a doença do coração, cuidados intensivos em casa, tanto antes como depois da cirurgia. Ele inspirava atenção e estávamos ali, disponíveis. Quando a depressão instaurou-se a coisa ficou bem mais difícil. Não é nada fácil lidar com um depressivo. Ele ficava ali, prostrado, amuado, sem vontade para nada. Era estranho, chato, desgastante... Por um tempo nos empenhamos; sem ver melhoras, vai dando uma vontade de entregar os pontos. Chega uma hora que você sente raiva da pessoa! 

Nesta fase eu li em uma revista a seguinte frase: "Me ame quando menos mereço, é quando mais preciso".

Estes dizeres tocaram fundo em mim. Foi a partir disto que escrevi o texto que agora transcrevo. Ainda acho que um anjinho soprou cada uma dessas palavras ao meu ouvido. Deixei-o sobre a cama de meus pais, para que minha mãe e minha irmã lessem. Para que entendessemos que ele não estava bem e precisava, mais que nunca, de nós. Pensar sobre isso foi fundamental neste período. Agora compartilho com quem as quiser ler. Que possa ajudar outros que passam pelo mesmo drama. E saiba, tudo passa!

Me ame quando menos mereço, é quando mais preciso.
Família não é um aglomerado de pessoas reunidas numa casa. É um grupo, composto por pessoas que se amam, se respeitam e se admiram. Que se conhecem ou, pelo menos, tentam. Que quando não conhecem buscam compreender, aceitar.
Tolerância, carinho, diálogo, cooperação. São palavras-chave para a convivência feliz, na busca da harmonia.
Não devemos estar unidos apenas quando a doença se exterioriza no corpo. A doença da alma deve ser vista com maior atenção.
Unir forças para tentar detê-la. Visitas diárias ao coração machucado, à alma ferida.
Alimentar o espírito fraco com palavras e gestos nutritivos e saborosos.
Juntos tudo ficará mais fácil. A crise existe, está aí. Todos conhecemos, apesar de não sabermos lidar com ela. Também sabemos do grande amor que sempre reinou neste lar.
Cabe a nós consertar. É uma prova, um teste. Vamos passar por ele, de mãos dadas, mentes fortes e confiantes.
Estejamos juntos, em amor, e nada pode abalar um lar.
Beijos, Tati.  (ago, 2000).

Na minha família, prima é irmã!
Este foi um primeiro passo. As coisas não são simples, e não foram. Hoje meu pai está bem, é um homem ativo. Apesar de aposentado, trabalha e é reconhecido no que faz. Se dá muito bem com minha mãe, com quem está casado há quase 36 anos, numa relação de cumplicidade e carinho. Depois disso meu sobrinho JP nasceu, trazendo muita alegria. Acho até hoje que foi ele que salvou me pai, foi seu grande anti-depressivo, tomado em grandes goles, já que moram juntos, e sem contra-indicações. Nossa família se fortaleceu. Outras crises já nos acometeram, superamos todas! Juntos! Por que há muito amor entre nós!

Esta foi minha participação na blogagem coletiva proposta pela florzinha Cintia do Meu Cantinho, em comemoração aos 2 anos do seu blog. Parabéns, querida!

Beijos a todos,
Tati.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Do seu tamanho

Olhou para as sapatilhas: Lindas, vermelhas. As fivelas, delicadas, tinham o formato de joaninha. Era sem sombra de dúvidas seu par de sapatos favorito. Tentou mais uma vez... como doía apertar-lhes contra os dedos, mesmo com estes encolhidos, não estava fácil entrar. Por fim, conseguiu! Doía um pouco, andaria menos... Não importava, não poderia abrir mão destes sapatos.

Com eles foi, pela primeira vez, ao grande teatro, levada pelas mãos de sua tia. Combinavam com as roupas mais bonitas, ficavam lindos com seus jeans da moda, e também com os vestidos, inclusive o branco rendado, que usara em sua festa de aniversário. Estavam presentes, emoldurando seus pés, em tantas e tantas fotos, fotos de tantos e tantos momentos felizes. Não podia se desfazer assim desta sapatilha, justo desta? Lembrou de sentir-se leve usando-a, correndo, fingindo-se bailarina, nas pontas dos pés...

Olhou o solado, tamanho 32. Calçava ela agora 33/34. Chorou! A mãe, vendo Sofia tão sofrida, tentou ajudar. Procuraremos outra sapatilha igual. Foram às lojas, entraram em contato com o fabricante... nada! Até encontraram novos pares em vitrines, só que a numeração encerrava-se no 32. Não havia tamanho maior para aquele modelo.

Sofia chorou, sofreu. Por que abdicar de seus sapatos favoritos? A vida não era justa...

Quantas vezes agimos como Sofia em nossas vidas? E não falo do jeans 38 quando agora usamos 42... Falo de ideias, de pessoas, de situações. Quantas vezes crescemos, não cabemos mais naquele antigo pensamento, e ainda assim fazemos questão de desfilar, com dedos apertados, em nome do "eu sou assim"?

Crescer dói. É necessário refletir e perceber o que deve caminhar conosco e o que deve ficar para trás. Nunca somos os mesmos. Às vezes precisamos passar por grandes provações para mudarmos, outras vezes basta um livro, uma conversa, e uma nova percepção sobre o mundo se abre para nós. Quando isso acontece, é hora de ir em frente. Abandonar as velhas crenças, velhas ideias, sem medo. Sem crises de consciência. Sem apegos vãos. Por que insistir em ideias ou rotinas que já não nos acrescentam? Se você já não se sente feliz numa tarefa, executa por simples ação do hábito, é hora de trocar seus sapatos. Estes, estão menores que seus pés.

Com amigos dá-se o mesmo. Não falo de sermos ingratos, frívolos, nada disso. Há amigos que nos são vitais em certos pontos de nossas vidas. Em determinado momento, entretanto, seguimos caminhos diversos. Isso é natural. As experiências são individuais. Cada um as processa a seu modo. Quando tudo o que conseguimos com um amigo é "relembrar os bons tempos", sem criar novos tempos, é hora de seguir. Encontrá-lo de vez em quando, trocar e-mails ou mensagens de orkut, facebook, twitter ou seja lá qual nova moda surgir. Agora, por que forçar o convívio se nada mais se acrescenta? Vocês cresceram, e foram para lados opostos.

Se Sofia insistir em manter-se nos sapatos que não lhe servem, caminhará cada vez menos, novos passos serão tão dolorosos... Se aceitar o inevitável, entender que seu sapato vermelho ainda é especial, mantido onde deve permanecer, nas lembranças e nas fotografias, estará pronta para novos desafios. Em breve poderá experimentar seu primeiro par de salto alto, e desfilará como uma mocinha. Poderá descobrir o prazer, que só uma mulher é capaz de entender, de entrar em uma sapataria, de admirar uma bela vitrine onde os mais variados modelos exibem-se, majestosos ou despojados. E desejá-los!

Pense em sua vida. Quais as ideias ultrapassadas que insiste em arrastar, como correntes, atrasando sua caminhada? Que tal uma bela faxina nos gaveteiros de sua mente? Há tanto por se renovar, não acha?

Beijos a todos,
Tati.