BOM DIAAA!!!
Eu tinha programado esta postagem (na verdade, repostagem) para o dia 7 de maio, véspera dos dia das mães. Mas sabe-se lá o que aconteceu, por que o blog está com a data de 7/5 em 2/5... rsrs
De qualquer forma posso usá-la então para iniciar a SEMANA DAS MÃES. Por que concordo que dia da mulher e dia das mães e dia do índio é todo dia!!!
Não dava para passar esta semana sem falar DELA!
Minha mãe é uma mãe aquariana, e apesar d´eu não ter conhecimentos aprofundados sobre isso (ajudem-me Astrid, Antônio e Marcelo), ela é uma mãe aquariana típica e formou um pouco do que vocês tem conhecido de mim.
Minha mãe é aquele ser que transforma o cotidiano em algo mágico. Não era uma mãe muito típica em certos aspectos. Ela não era daquele tipo que se preocupava com unhas cortadas, dentes escovados, cabelos penteados. Não, isso era muito pequeno para sua mente futurista. Minha mãe nos ensinava a sonhar.
Ela contava histórias ótimas, também lia livrinhos, mas gostávamos mesmo era das que inventava e pedíamos assim:
- Mãe, conta uma história da sua cabeça?
E até esta história ela contou. De como sua cabeça foi crescendo, de grão de ervilha até melão ou melancia, em todas as fases, com todas as esferas que conseguiu se lembrar.
Mas o melhor de minha mãe foi sempre a maneira que nos estimulou a criar, a pensar, a ter ideias, a expressá-las. Minha mãe é bem coruja. Nisso é tão típica como todas as mães (quem já viu comentários dela pelo blog?). E muito culta também. Lá em casa (casa de mãe é para sempre, né?) tem uma biblioteca imensa, com grandes clássicos e pensadores que leio desde adolescente. Ela nunca regulou. Pelo contrário, o estímulo era total!
Nossa casa sempre foi a Central de Encontro dos amigos. Todos queriam estar lá. Iam mesmo depois da escola, muitas vezes sem avisar, e ficavam até o cair da tarde. Pensa que ela reclamava? Que nada, inventava mais alguma coisa para o almoço e comíamos todos juntos, numa grande festa. Sempre à mesa. Isso em casa era sagrado e trouxe para minha casa. Nada de prato no colo em frente à TV. Refeições são horas de interação. Momentos felizes para compartilhar. E até hoje, após as refeições de domingo, passamos muito tempo sentados à mesa rindo, brincando, conversando.
Uma vez, num fim de tarde, muitos amigos em casa, nem sei dizer quantos, toca a campainha. No carro: a diretora da escola, a coordenadora, a psicóloga... enfim, uma junta educacional completa. Nós não tinhamos telefone na época e uma aluna não tinha voltado para casa. A mãe ligou para a escola. Informando-se por lá alguma professora deu a dica. Deve estar no "clube". Isso mesmo, foi assim que a professora referiu-se à casa de meus pais. Foram todas, e realmente, a amiga estava confortavelmente instalada em uma almofada na sala.
Muitas outras histórias deste tipo. Minha mãe me ensinou a ter asas! A acreditar nos meus sonhos, e a sonhar. Quantos de vocês tiveram a oportunidade de levar seu amado cachorro para cantar parabéns no seu aniversário? Eu pude. Quem tinha medo teve que se afastar. Na hora do parabéns ela deixou que eu o trouxesse, cantou parabéns juntinho dela e depois tiramos foto. Só então voltou para seu cantinho, na área de serviço do apartamento, até que a festa acabasse. É disso que falo quando digo que ela alimentava (e ainda alimenta) meus sonhos.
Sua maneira de estudar conosco era maravilhosa. As associações que criava para que eu não esquecesse Estados e Capitais: Se é um Rio Grande ele precisa de um Porto Alegre, para o desembarque; O que oferecemos para Santa? Flores, então, Florianópolis só pode ser em Santa Catarina... e assim aprendi todas! Só desta cabecinha iluminada poderiam surgir tantas ideias!
Fazia gincanas, com pistas escondidas pela casa inteira, embaixo de sofá, sobre prateleiras, em cada cantinho uma informação de história, ciências, geografia, um bis ou outro doce e novas pistas. Só éramos capazes de adivinhar a pista seguinte com a informação da matéria, mas nada decorado. Tudo entendido! Ao final, na última pista, uma barra de chocolate ou outro prêmio desejado, para TODOS, não apenas para o que chegou primeiro. Já havia em nossa casa um jogo de cooperação, destes que se tem falado hoje em dia... Minha mãe é do futuro!
Posso passar o resto dos meus dias contando momentos assim sobre minha mãe e a maneira deliciosa como nos educou. Eu e minha irmã somos pessoas de muita sorte.
Quando eu era mais nova ficava aborrecida por que, quando ía na casa de minhas amigas elas eram paparicadas pela própria mãe e eu era só uma amiga, mas quando as amigas estavam na minha casa elas eram super paparicadas pela minha mãe. Tirando o exagero escorpiano, eu não entendia que minhas amigas eram paparicadas por serem queridas para mim, e pelo amor enorme que existe nesta mulher que amo tanto.Assim também todos os namorados (meus e de minha irmã) sempre foram tratados como filhos. E precisa ver como ela mima meu marido, preparando seus pratos favoritos, comprando presentinhos ou apenas com palavras! Eu choro daqui já sabendo que ela vai chorar de lá. E vou encerrar por que a quero viva por muito tempo ainda.
Não posso finalizar antes de dizer que, depois de ser esta mãe maravilhosa, ela tornou-se uma avó como nem Dona Benta soube ser. Ela é puro amor, puro açúcar. O Bê e o João são abençoados em poder contar com ela.
E vou contar uma cena inesquecível e ilustrar: Quando o Bê era muito pequenininho eu tive alguns problemas para amamentar (história para outro momento) e minha mãe esteve ao nosso lado o tempo inteiro. Um dia, por fome, cólica, refluxo... nem sei, ele não parava de chorar. Eu, desesperada, já não sabia mais o que fazer. Ela o pegou, olhou em seus olhinhos e começou a conversar. Ele não tinha nem 2 meses. Parou de chorar e ficou olhando para ela, num olho no olho emocionante que eu fotografei, e nem precisava. A imagem é clara em minha mente, e muito mais rica em cores e sabores. Certos momentos são melhor fotografados com o coração.
Hoje repito a postagem do ano passado por um motivo muito simples. É a ela que desejo homenagear. Homenageá-la é uma forma de homenagear a todas as mães (inclusive a mim mesma) pela doação, pelo amor, pela presença, por nos apoiarem em nossos primeiros passos e nos seguintes, enquanto seus olhos podem acompanhá-los e mais além.
FELIZ DIA DAS MÃES!
Beijos a todos,
Tati.