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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mãe insuficiente?

Chegou a hora de contar uma história muito difícil. Só quem já passou (ou está passando) por isso sabe do que se trata. Já ensaiei muitas vezes falar no assunto, mas sempre mudava de ideia. Por que há situações em nossas vidas que nos machucam de tal maneira... 

O Bê nasceu prematuro, mas com bom peso, como já contei outras vezes. E foi para casa no dia correto, junto comigo. Eu acalentei sonhos de amamentação, de ser uma vaca leiteira. Aliás, eu morava ao lado de uma amiga que jorrava leite mesmo com protetor de seio. Minha irmã, que tinha menos seios que eu, tinha amamentado até 2 anos. Meu sobrinho cresceu forte, saudável, só no peito. Ela doava leite para uma maternidade pública. Um orgulho! Eu também sonhei com isso. Afinal, a boa mãe, a mãe esclarecida, amamenta, não é? Só que a realidade pode ser um pouco diferente.

Entendam que meu texto NÃO é contra amamentação. Sou super favorável a ela, adoraria ter amamentado meu filho e vê-lo engordar SÓ com meu leite. A realidade não foi assim e quase matei meu filho por isso.

Quando eu tinha 16 anos fiz uma redução de mama. Eu tinha seios gigantes em uma época em que isso não era "moda", dificílimo encontrar sutiãs e eu era esportista, magrinha de seios enormes, que me atrapalhavam no esporte que era minha vida. Tenho certeza que se me contassem o que eu viveria aos 29 anos eu teria feito mesmo assim (eu tinha 16!).

A questão é: quando o Bê nasceu eu segui todas as instruções, ele mamava e dormia, eu feliz. Então fomos para a primeira consulta, de uma semana. E ele tinha perdido peso demais. A primeira pediatra - uma louca! - resolveu passar suplemento e umas pílulas para diluir nele, que depois fiquei sabendo é uma espécie de anabolizante. Comprei, mas não usei. Trocamos de pediatra. 

O novo pediatra se envolveu na minha luta para amamentar, e consegui chegar aos 8 meses, mas não somente. Tive que suplementar. Até me convencerem a usar a mamadeira, e devo isso ao Dr Mario (pediatra) meu filho quase morreu. Quase morreu de fome! Dói contar isso. Mas eu fiz pelo melhor. Eu queria muito fazer a coisa certa. Sou pesquisadora, fui em busca de respostas. Não saía de casa, mas internet ajuda, existem muitos materiais técnicos, científicos nela. Em todos, as únicas respostas que encontrei diziam coisas assim: "Não existe leite fraco"; "toda mãe tem o leite necessário para seu filho" "filho que mama no peito sente-me mais amado, é mais inteligente, desenvolve-se melhor, fala mais cedo...". Existem quadrinhos comparatórios entre os dois tipos de criança e a criança suplementada é quase o cocô do cavalo do bandido... A mãe? Ah, difícil não sentir-se como eu me sentia: mãe insuficiente. Tenho alguns textos-desabafo bem fortes escritos nesta época, mas fica para outra ocasião.

Deixei muitas vezes o Bê no colo do Vi, após mamadas frustrantes, para chorar angustiada, sentindo-me a pior mãe do mundo por não ser capaz de uma coisa tão natural. Se toda mãe tem o leite suficiente e eu, apesar dos esforços, não conseguia, que tipo de mãe era eu?

Todos os esforços mesmo! Mate da leite? Litros e litros. Canjica da leite? toneladas! Plasil aumenta o leite? Três dias seguidos a cada duas semanas (por recomendação do pediatra, que fique claro). Até cápsulas de alfafa eu tomei, na intenção de parecer-me com uma vaca, por suposto... Ah, e tome de aspirar ocitocina!

O que sei é que tomei aversão à latinha de leite, como se ela fosse minha rival, minha inimiga. Ela era capaz de fazer pelo meu filho o que eu não fazia. Ela era melhor mãe que eu, mesmo que todo o resto ficasse para mim. Por que não há símbolo maior da maternidade do que a amamentação. A birra acirrou-se de tal forma que o Vi assumiu as mamadeiras. Duas diárias, o resto do tempo eu lutava para mantê-lo no peito. Não sei se foi bom, por que foi sofrido demais. Se hoje tivesse outro filho relaxaria e daria leite em pó sim, de forma mais feliz e relaxada. Não sofreria na véspera de consultas semanais como sofri por 4 meses, como se estivesse diante de um exame para o qual não estudei. O medo da balança, do Bê não ter atingido o peso estipulado, era aterrorizante!  Me tirava o sono. O período na sala de espera do pediatra era um calvário, sempre na expectativa que ele aumentasse o número de mamadeiras no período, que reprovasse ainda mais meu leite. 

Hoje uma amiga está passando por situação semelhante e eu queria dizer isso para ela. Dizer o que ninguém me disse, muito menos quem deveria informar: Meu filho sabe-se amado, falou mais cedo que a maioria, inclusive que o vizinho que só mamou no peito, aquele cuja mãe jorrava leite, é feliz, inteligente, magro, mas saudável, por que é um dos mais altos da turma. Não tem qualquer problema de dicção. Teve uma única gastroenterite em toda sua vida, aos três anos de idade, por um vírus que pegou no hospital. Hoje vejo que estas pesquisas, que direcionam à amamentação, e são válidas, são alarmistas, sim! Elas excluem mães que, como eu ou como a Rosi, em seu Mundinho Particular, não tiveram condições de amamentar exclusivamente. Existe leite fraco, existe leite insuficiente, não devemos tornar uma mãe insuficiente só por isso. A gente pode suprir esta falta de leite materno com mamadeiras oferecidas com amor, com tempo para nos dedicarmos ao filho. Há outras muitas formas de sermos boas mães. Um filho RN já é estresse suficiente para criarmos novos. Podemos encontrar mais leveza nesta nova fase de nossas vidas. Dedicarmo-nos mais à parte boa, ao aconchego, à felicidade que está ali. 

Talvez eu não esteja contando esta história da maneira como gostaria. Ela foi uma luta tão intensa, quando poderia ter sido algo mais leve. Eu poderia ter matado meu filho, que muitas vezes chorou de fome! Fazem ideia do que é isso? Claro que na época eu não entendia. Eu colocava no peito, por duas, três horas seguidas. E repetia: "não existe leite fraco" para todos que tentassem me dissuadir desta insanidade: Minha mãe, o Vi. Eu tinha certeza que assim que eu sucumbisse, que passasse para a mamadeira, encontraria a resposta, e não teria como voltar atrás. Por que há quem diga que criança que experimenta mamadeira desiste do peito. Com a gente não foi assim. Em casa o Bê mamava nos dois, e só dispensou meu peito, aos 8 meses, quando já nem gota saía direito. A mamadeira ele largou mais tarde, aos três anos. Mas aí ela já era minha aliada.

A parte boa de tudo isso? O Vi "amamentou" o Bê. Com isso, tornou-se um pãe. Estreitou laços, fortaleceu a relação. A intimidade entre os dois não deve em nada à intimidade mãe-filho. Hoje estou falando sobre isso, mesmo sem refletir mais e amadurecer o texto por que estou solidária à Rosi. Sei exatamente o que ela está vivendo por que vivi na pele. E tudo que eu queria, naquela época, era uma pessoa que me dissesse que tudo ficaria bem, que meu filho não perderia em nada por ser suplementado. Que eu era uma grande mãe em cuidar dele da melhor forma que eu tinha, com amor.

Rosi, você é uma grande mãe. E o Dudu tem sorte em tê-la ao lado dele. Não é o peito que nos faz mães, não é a amamentação que passará valores, qualidades, entendimentos. Há outras formas de exercer nosso amor aos filhos, tão ricas quanto o leite. Estou a seu lado. Conte comigo para o que puder te ajudar!

Beijos a todos,
Tati.

33 comentários:

Em busca de mim, como realmente sou. disse...

Simplesmente linda a sua iniciativa de fazer pela Rose, o que gostaria que alguem tivesse feito por vc, te tranquilizado em um momento de tantas duvidas, tantas dificuldades. Que bom que seu bb cresceu forte e saudável. Parabéns mamãe Tati. E parabéns tbm para a mamãe Rosi...

Maria Célia disse...

Oi Tati
Maravilha de depoimento. Mãe de primeira viagem sofre, principalmente com amamentação. Comigo aconteceu algo parecido com a sua situação, com a minha filha mais velha.
Ela chorava de fome, não dormia direito porque meu leite não era suficiente, e todos falando, inclusive o pediatra, que não existia isto, que eu tinha que insistir com o peito. Tadinha dela, só aos 6 meses cai na real e comecei com mamadeira.
Com a minha 2ª filha já foi totalmente diferente, percebi que também não tinha leite suficiente, com 1 mês já introduzi mamadeira, leite de vaca. Aí a situação foi outra, sem estresse, sem choro e sem palpites.
Entendi muito bem o que você passou e sua amiga Rose está passando. Não deixamos de ser mães melhores porque não pudemos amamentar nossos bebês no peito.
Bjos

Elaine Gaspareto disse...

Tati,
Seu post devia ser impresso e distribuído por este louco mundo afora.
Mãe é quem gera, sim, é quem ama, mas é sobretudo quem se dedica. Dar ou não o peito não torna ninguém nem mais nem menos.
Tanto sofrimento, meu Deus! Como se não bastasse todo o stress que já existe, ainda enfiam mais esse em uma mãe, já aflita querendo acertar.
Como eu disse, seu texto precisa circular por aí, para aliviar essa carga absurda de sofrimento que pode ser evitado.
Beijosssss

Marisa Mattos disse...

Sempre que venho aqui me emociono com seus relatos de mãezona...que sorte a do marido e do filho por ter uma esposa mae assim tao amorosa e querendo acertar sempre....
Passando pra marcar presença e matar a saudade...Bom domingo!!!!

lolipop disse...

Oi Tati...
Não sou mãe. por isso não tenho qualquer experiência na área. Fui amamentada com leite materno, não sei até que idade...mas o bom senso me leva ao encontro de tudo o que vc diz aqui.
Com toda a certeza que não é ter ou não muito leite que faz uma boa mãe, e um filho saudável.
O essencial...pode ser uma vulgaridade, mas é o AMOR!!!!

Mil ternuras

Nanci disse...

Amei a coisa do Pãe. Tb tive uma prematura, so que com baixíssimo peso. Minha alana era pele e osso, nao tinha nem divisão na bunda (com duas almofadinhas, sabe?, era um sapinho. Tomou leite matero por seis meses sem tocar me mim. Tentamos duas vezes, uma no hospital e uma em casa. Não deu certo. O que sei é que só produzi leite com ajuda de medicação forte e nunca tive o prazer de ser comparada a uma vaca leiteira em ter minha filha mamando nos meus peitos. Aprendi várias coisas sobre amamentação e embora tente divulgar a maioria prefere acreditar em crendices populares. Eu sei, no desespero tb comi canjica e quse tomei cerveja preta. Uma das coisas que aprendi é que amamentar é excelente, mas nao deve ser uma obrigação da mãe, que filho sobrevive com leite em pó tb e ficam enormes: veja nossos filhos, que exemplos. Eu imagino que doa muito falar disso, mas fica em paz. Só da gente pensar em fazer sacrifícios pelos filhos já nos faz melhores que muitas mães em vários sentidos, então sem comparações, eu acho que estamos na média que Deus espera de nós como mães qdo nos deu esses presentes maravilhosos em forma de filhos lindos. Fica em paz, bjs

Manuela Freitas disse...

Como te compreendo Tati, vc fez-me lembrar os meus dois filhotes. O primeiro foi um drama, muito leite eu tinha, mas aguado e o bebé emagrecia, por outro lado agarrava-se ao peito com tanta força que fiquei com o peito em sangue. Única hipótese secar o peito e utilizar a latinha e eu vem queria dar o peito!...No segundo filho o drama foi menor, mas tb não pude amamentar!
Ó Tati, quando nossos filhos são pequenos ficamos tão frágeis, pensando e penalizando-nos sempre de tanta coisa, perante aquela riqueza que nos foi dada e que nos motiva tanta preocupação!.
Beijos,
Manu

Liza Souza disse...

Tati, lindo depoimento. Tbm tive problemas com a amamentacao. Eu era uma vaca leiteira, mas o Miguelzinho nao queria mamar mais que 2 ou 3 minutos e nao ganhava peso. Com 4 meses tive que entrar com outros alimentos por que ele estava sentindo fome e muito magra. Foi dificil demais e com 11 meses acabei desistindo de amamentar. Cada mae e cada crianca tem o seu tempo. Nao existem regras para se nomear a "mae perfeita ou a insuficiente". Claro, a gente sofre e chora, queria que tudo fosse perfeito segundo as regras que a sociedade impoe. Mas, no fim o que importa é o amor. É ele, e somente ele que faz toda a diferenca no desenvolvimento e crescimento da crianca. Estou grávida de novo e agora mais madura e mais tranquila nao vou sofrer ou cobrar tanto de mim como mae. Vou amamentar, se puder; senao vou dar a mamadeira com todo o amor e carinho que tiver, e me espelhando sempre em super maes como voce e outras tantas que tenho lido por aqui.
Beijos

pensandoemfamilia disse...

Oi Tati

O aleitamento materno é importante quando se pode fazê-lo. Não tive leite suficiente e fui muito bem orientada pelo pediatra em todas as duas vezes em que tive as filhas. Ambas foram ganhando peso, mês a mês,de acoro com a tabela com o leite em pó da época e sem necessidade de suplemento alimentar.
Lamento o sentimento que teve e fico feliz por hoje está passando sua experiência para outras mães.

Unknown disse...

Tati, muito corajoso esse teu desabafo! Eu amamentei meus 5 filhos, mas com todos tive algum tipo de dificuldade, principalmente com as gêmeas que só consegui amamentar até os 4 meses e mesmo assim alternando com a mamadeira. Elas também foram prematuras e eu quis muito amamentá-las para crescerem logo e mais saudáveis, mas a luta foi inglória. Tem até um post sobre iss no meu blog onde conto meio por alto as minhas experiências com a amamentação.
Também sofri e sofro por não ter sido capaz de realizar essa tarefa que muitas dizem ser tão fácil, e também sofro com o julgamento de pessoas que desconhecem o contexto da minha história.
Como se mãe já não tivesse culpas suficientes, tratam logo de nos colocar mais algumas.

Abraços. Boa semana pra você!

estela campos disse...

Oi querida,

Vim ler seu texto hoje, como faço todos os dias, e me deparei com esse assunto tão importante. É, você tem razão, amamentar um filho é uma experiência única, e deveria ser fantástica para qualquer mãe. Infelizmente, nem todas as mães têm essa felicidade, o que não faz com que sejam menos mães. O Diogo mamou até os seis meses, pois eu era a tal vaca leiteira...rs No dia que completou seis meses, exatamente no dia, começou a rejeitar meu leite, me empurrava com as mãozinhas como se eu estivesse oferecendo veneno. Aí, o jeito foi doar um pouco daquele amor, e tomar remédio para secar o resto. Meu leite era abundante, mas quando ele tinha quatro meses, depois de uma noite insone, com ele aos berros, ouvi da pediatra: vai na cozinha, faz uma papinha de farinha com mel, esse menino tá com fome!!!! E lá fui eu, às 4 da matina para a cozinha fazer mingau e matar a fome do meu queridinho.Viu só como ter tanto leite não é necessariamente a resposta para tudo?
Então, embora não conheça sua amiga Rosi, espero que ela continue feliz com seu filhote, leite ou não leite. Amor entre mãe e filho vem da alma, não importando se o leite vem na latinha ou não!

Silvia Cristina disse...

Menina..

Eu também tinha certeza que amamentaria meu filho até os dois anos pelo menos, e não cheguei a quatro meses. Sei o tamanho da frustração. Mas, graças a Deus, assim como o seu, ele é forte e inteligente. É como você disse, existem coisas que nos fazem boas ou más mães, que vai muito além de amamentar no peito...

Beijos

Bombom disse...

Parabéns, Tati, pela coragem do teu depoimento. Muitas situações da nossa vida, são regidas por modas ou por impulsos comerciais. No caso da amamentação, que era uso antigamente, ela foi destronada quando surgiu no mercado o leite em pó. E era tão prático que quase todo o mundo embarcou nisso, esquecendo os benefícios da amamentação ao peito. Depois os médicos e os psicólogos descobriram os dados científicos que vieram deitar abaixo o leite em pó e implementar de novo a amamentação ao peito. E, como sempre acontece, há exageros e fanatismos. Daí até chegar ao ponto de rebaixar uma Mãe por não poder amamentar o seu Filho, é um pequeno salto.
Ninguém apaga o teu sofrimento, mas por tudo o que nos contas, a Família saíu reforçada nos seus laços de ternura. E tu "cresceste" muito para te libertares desse peso. Parabéns por isso.
A minha experiência foi diferente da tua. O 1° filho foi amamentado até começar a comer comida sólida. O 2° apenas consegui amamentá-lo nas primeiras duas semanas. Depois tive uma mastite que me obrigou a secar o leite e a amamentá-lo com leite em pó para lactentes. Não notei qualquer diferença no desenvolvimento deles. acho que isso tudo é "uma grande conversa". O importante, como já foi dito, é o Amor e o Carinho que lhes dedicamos e a Educação que lhes damos. Isso, sim, faz a diferença!
Um abraço para ti e para a tua amiga Rosi, da Bombom

Anônimo disse...

Tati teu depoimento ´´e o maximo. O mundo exige tantos padrões! Com certeza voce é uma mae suficientemente boa. E uma otima mulher de compartilhar isso com outras. Tenho uma historia "engraçada" dessas pra te contar. Vou ver o Oscar, depois conto! Bjos e boa semana!

Mari Hart disse...

Tati, é isso aí! Não sei se é verdade ou não que não existe leite fraco, mas sei o que é querer alimentar seu filho com a 'naturalidade' do LM e não poder, ou conseguir.
Meus meninos tomavam meu leite na uti neo natal via sonda, passei 1 mês tirando com bomba e levando congelado para o hospital. Uma bomba não suga igual um bebê então a produção diminuiu (sem contar todo estresse do parto prematuro), e qdo eles foram p/casa não consegui amamentar os 2 só com meu leite! Apelei para fórmula na mamadeira. E não são menos amados ou saudáveis por isso!
Tô contigo!

Beijoos!

Rosi disse...

Aff, amiga

Tô em lágrimas!!!!!!!!!

Obrigado, obrigado, mil vezes obrigado pela sua força, palavras e apoio.

Obrigado por me fazer sentir amparada e melhor.

Um beijo enorme no seu coração

Leci Irene disse...

Tati, é para ver como não existem pessoas iguais. Cada mãe é um universo diferente. Mas a gente acaba sendo levada pelo estudo de alguns e estes "alguns" não conheceram todas as mães! Ops... não quero me complicar - eu, desde o terceiro mes tive que incluir outro leite para a minha filhota. Não existe leite fraco? Então, pq minha filha não aumentava de peso???

Cristina Ramalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cristina Ramalho disse...

Ai Tati... seu tivesse te conhecido antes, teria conversado com vc sobre esse assunto, na maior tranquilidade, não pq sei como mãe, mas como filha, minha mãe nunca conseguiu nos sustentar só com o leite materno, ela conta isso na maior naturalidade, e ainda diz, "-se fossemos na onde daqueles medicos, vcs nao teria sobrevivido"...rs... Por isso, sempre levei numa boa esse lance das mães que nao tem, ou tem leite que nao sustentam apelar para as mamadeiras, numa boa, sem culpas... O importante e barriguinha cheia no colinho de mae...rs...bjos,

P.S. Flor vc me dar um toque, como faz para colocar link no texto, tipo... vc falou da sua amiga, e o nome do blog dela já dá acesso, como faço isso?1 vc pode me explicar pelo email?!

Eduardo Medeiros disse...

tati, realmente sua experiência é emocionante. minha esposa é essa tal da "vaca leiteira" mas no início ela sofreu bastante com o bico do peito machucado; eu sofria com ela mas não podia fazer nada.

creio que seja verdadeiro que o leite natural da mãe seja o mais recomendado mas sabemos que imprevistos acontecem. e você, sendo mulher e mãe, como não deveria sofrer com a situação!!

parece que o leite em pó também cumprem bem sua função (já que são tão caros!). e amor, carinho, atenção, não dependem do leite materno.

quando eu era um rn, minha mãe contava que eu tive de beber leite em pó pois eu quase não pegava o peito. cresci bem, sempre tive ótima saúde e me considero bem inteligente. rssss

no fim, tudo se ajusta.

beijos

Isadora disse...

Oi Tati, acho que consigo imaginar o quanto você deve ter sofrido e ficado triste. Sem dúvida poder amamentar é muito bom, mas, sinceramente, não creio em diferença entre crianças amamentadas pelo peito materno, ou pela mamadeira. É claro, que tem toda a questão do que está contido no leite materno, mas se fosse tão insubstituível assim, não veríamos outras crianças correndo felizes e amadas por aí.
Viva a maturidade e quando pensamos no segundo tudo fica mais fácil e suave.
Um grande beijo para vocês

chica disse...

O amor que deste a ele supriu a falta do leute...Mas mães de primeira ficam inseguras. Comigo aconteceu essa insegurança no 2 filho.Pode? Sou lerdinha,rsrs beijos,chica e adorei teu jeito de ajudar a Rosi!

Misturação - Ana Karla disse...

Amamentar é muito bom, mas requer alguns cuidados.
O melhor de tudo é a experiência, a atitude, o amor.

* Tati, agradecida por sua visitinha. Hoje fiz o post do Paço Alfândega.
Xeros

c r i s disse...

Ô Tati, quando a gente tem um filho, quer fazer tudo certinho, prá não deixa nenhuma margem prá erro, tenta ir no melhor pediatra, o melhor tudo...fica estressada, precionada, insegura, morta de medo de alguma coisa dar errado, às vezes não dá prá ouvir o bom senso, que bom que você teve o Vi e tua mãe, que persistiram, não é? Que bom também, por tudo isso prá fora...

Que bom!! Bjokas!

Bordados e Retalhos disse...

Tati, fico as vezes lendo as nossas postagens e fico pensando como somos próximas. Nossos problemas de alguma forma se parecem. Enviei pra vc um texto onde conto minha experiência com a amamanetação. Meu grande problema foi estar numa família onde todos sabiam mais do que eu, todas tinham amamentado mais do que eu, todas eram mais cuidadosas do que eu. Ai que horror, só de lembrar me arrepio. As vezes fico pensando se meus problemas com o Vinicius não começaram aí, com a intereferência de outras pessoas. Achei linda sua iniciativa de contar tudo. Eu escrevi e ainda estou em dúvida se conto da forma que coloqui no papel. De qualquer maneira, devo dizer, que meu filho que não amamentei direito, falou primeiro que os primos que eram amamentados até tarde. Foi sempre brilhante na escola e sempre teve uma ótima saúde. Acho que o coração é quem melhor diz pra gente o que devemos fazer. Bjs

Carmem Tristão disse...

vocÊs são muito mais mães do que a gente vê por aí. vocês estão fazendo de tudo pro bebê se alimentar. eu tenho duas irmãs de leite. Renata e Dani. Elas são sobrinhas da minha tia Rose (Rose é irmã de mamãe. Rose é casada com tio Paulo. tio Paulo é irmão de REnato, cardiologista da família toda, pai de Dani e Renata). Pois a mãe delas recusou-se, isso mesmo: recusou-se a amamentar ambas quando nasceram. mas Deus é sábio. Sabe o que faz. Eu e Dani nascemos na mesma semana. mamãe tinha leite demais. ela passava dias e dias na casa da ângela (mãe de Dani) pra amamentar a Dani também. tá vendo???? mamãe tinha que ir até lá!!!!! e dois anos depois veio a Rê, na mesma semana em que nasceu a minha irmã. E mamãe fez a mesmíssima coisa. com dor e pesar pela criança, mas com todo amor que um bebê poderia receber. Hoje estão aí, 29 e 27 anos, ambas com Ataxia de Friedeich. Por quem elas chamam? Pela "mãe" delas. É por isso que digo: dar o peito é fácil. Difícil é ser mãe como vocês são.

Nilce disse...

Oi Tati querida

Fiquei assustada com teu post. Como uma médica pode ter feito isso contigo?
Fiquei possessa. Ah se eu pego essa louca.
Nenhuma mulher é igual. Eu amamentei os meus enquanto fez bem a mim e a eles. Os meninos até os 8 meses e a Emiliana até mais de um ano.
Tenho seios pequenos e também tinha muito leite. Cheguei a amamentar meus sobrinhos da mesma idade dos meus.
Mas tomar remédios dessa espécie é uma verdadeira loucura. Sinto por você não ter tido uma orientação melhor à época e ter passado por tudo isso. Um verdadeiro absurdo.
Que sua amiga siga seus conselhos e entenda que amamentar é um ato de amor sim, mas quando nenhum lado sofre.
Por isso mesmo há os substitutos.
E amar não é só amamentar.

Bjs no coração!

Nilce

Mamãe caprichosa disse...

Meus DEus...nem pense nisso!! "Mãe insuficiente"!. Jamais....
O simples fato de vc ter tido pouco leite, não quer dizer nada.....o que importa é o vínvulo, o carinho, a atenção e todo o amor envolvido no processo de "alimentação", quer seja natural, quer seja de outra maneira!!!
Eu amamentei os meus três, mas se não tivesse dado, fazer o quê???!!
Tem muitas campanhas boas sobre amamentação, mas tb tem muito exagero por partes de mães um tanto quanto radicais!!!
Bjs
Carla

Caca disse...

Oi, Tati. Dois exemplo em minha casa. Minha filha mais velha nasceu com um quilo duzentos e cinquenta gramas, uma coisica de nada. A mãe dela tinha muito leite mas a pequena era tão pequena que não tinha forças para mamar no peito. Tínhamos que recorrer aos anjos chamados "mães de leite". Foram trinta e cinco ao todo. Ela tomou leite materno até atingir os dois quilos e poder sair do hospital. Resultado: está com 24 anos e é uma mulher extremamente saudável e não amou menos a mãe por isso.

A segunda filha mamou até os dois anos de idade. Até dois anos ela sequer tomou água, nunca soube o que é mamadeira nem chupeta. Está com 13 anos e também é saudável ao extremo. Também á amada e amável.

As campanhas para aleitamento são esenciais por causa das mães que por vaidade (na maioria dos casos) se recusam a deixar a criança amamentar, mas o fato de haver complementos alimentares não tira a saúde da criança nem diminui o amor da mãe por ela.

PS: sua dignidade humana impressiona muito. Parabéns e o meu abraço. paz e bem.

Lu Souza Brito disse...

Oi Tati,

Tendo imaginar seu sofrimento, uma barra passar por tudo isso. Mâe insuficiente? Esta louca, com tanto que fez pelo seu filho?
Hoje em dia fala-se muito da importancia da amamentação, do vinculo, do controle de doenças e obesidade. Acho válido para quem pode fazer isso. Ás vezes não é nem questão de ter ou nao ter leite, mas da criança aceitar o peito ou não, da mãe poder amamentar por 2 anos ou apenas no período de licença maternidade.
Tenho duas amigas que passou por algo parecido. Uma delas novinha (22 anos). Ela ficava horas com o bb no peito e ele mamava e só chorava, sempre perdendo peso, tals. E ela batendo na tecla que não existia leite fraco. Tomava até cerveja preta, para ter mais leite, tals... A única solução foi suplementar, primeiro com frutas, papinhas caseiras e...leite! Hoje ele está bem (menos de 7 meses). Mama no seio e também suplemento.
Bom, minha mãe sempre conta que eu nunca aceitei o peito, ela tinha leite pra caramba e eu nunca quis saber. Fui criada com leite de vaca
(direto da roça mesmo) e mingau de fubá. Rsrsrrs.
Força para sua amiga. Ainda bem que ela tem você. Sua experiencia para dividir, seu carinho e atenção com ela!
Você é uma mulher corajosa Tati! Te admiro muito.
Beijos

Taia Assunção disse...

Lindo depoimento e certamente muitas mães encontrarão acalento aqui. Cada uma de nós têm suas peculiaridades, até na amamentação. O fato é que nos condicionaram a pensar que só seremos completas se amamentarmos. O que nem sempre é possível, infelizmente. Quisera nós tudo ser tão perfeito assim, mas não é...façamos a perfeição doutro modo. O que os médicos têm que compreender é que entre o discurso e a prática há uma coisa chamada REALIDADE. Beijocas!

Unknown disse...

Em saúde mental usamos muito a frase "cada caso é um caso". Por um tempo até eu contestei tal termo, pois ele cabe em qq situação e serve pra justificar coisas q não tem explicação. Hoje é fundamentalmente o q acredito fielmente. Ao final de uma palestra dada por mim numa escola sobre adolescência, uma mulher disse q gostou muito pq, principalmente eu não havia dado "receitas de bolo", isso pode e isso não. Cada caso é um caso, cada organismo é único. O imnportante é q um filho precisa de afeto pra se desenvolver e por isso, segundo Winnicott, a Mãe ou função materna (nem todo mundo tem mãe) precisa ser suficientemente boa. Boa do jeito q puder ser, q desejar ser, q suportar ser naquele momento. vc é ótima mãe, ótima esposa e ótima amiga. te Amo!!! A Rosi tem sorte como eu tb tenho de ter vc
Eu amamentei até 8 meses, foi difícil, acho q pra ninguém é uma tarefa fácil e eu consegui graças a uma amiga, q passou pela experiência meses antes, não conseguiu e sublimou sua dor me ajudando. No final das contas bom mesmo é ter amigos e filhos sadios. Isso é quase um texto, vamos fazer meu blog. hahaha

Lalá disse...

Olá Tati e todos os leitores!!

Gostei muito do seu depoimento...nasci prematura,de 28 semanas de gestação da minha mãe...fiquei 3 meses na maternidade,na incubadora,e o leite de minha mãe secou...tomei Nestogeno e veja só!!!SOBREVIVI!!!!!!!!!!!!!
Inteligente(eu acho),fiz até faculdade...de odontologia!
Ah...e cresci muito bem...diria bem até demais!!!Sou bem gordinha até!!!rssss...
Tive dois filhos e amamentei os dois...mas também tive algumas dificuldades...bico rachado,etc...
A Nina largou meu peito aos 4 meses...fiquei super decepcionada,pois trabalhava em casa e tinha todo tempo do mundo para ela...
Mas respeitei o tempo dela e dei mamadeira...fazer o que???Está tudo certo,querida...ninguém tem que ficar se culpando por não ter conseguido amamentar...isso tem influência de vários fatores...hormonais,psicológicos,ansiedade,alimentação...tudo influencia...
Quando meu filho mais velho nasceu,amamentei por 4 meses também,e de um dia pro outro,por estresse,meu leite secou totalmente!!!!E eu tinha muito leite!
Parabéns pela coragem de nos contar o lado "B" da amamentação...pois todos gostam de mostrar quando dá certo,mas quando não dá,ninguém fala...
Beijos e saiba que tenho muito respeito por vc e todas a mamães que fazem o que podem pelos seus bebês!