Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sobre a confiança





            Minha mãe sempre disse: “Confiança, a gente leva a vida inteira para conquistar, e apenas alguns minutos para destruir”. Já tinha ouvido esta frase? Pare para pensar como faz sentido.
            Como é difícil confiar em alguém, confiar de verdade! Tente contar em quantas pessoas você confia. Agora, usando esta lista, pense em para quantas destas pessoas você daria a chave da sua casa? mostraria seu contra-cheques? revelaria sua senha no banco? entregaria seu filho para cuidar? Quantas?
            Eu tenho a sorte de ter um casamento de muita cumplicidade e confiança. E tenho amigos de total confiança, mas sou muito reservada, o que significa que mesmo que eu revele e entregue os itens acima, para poucos eu revelo algumas faces minhas. Acho que a maior parte das pessoas com quem convivo não sabe bem quem sou eu.
            Veja bem, não estou dizendo que sou falsa, que tenho duas caras, não é isso. Só que tem particularidades minhas que não consigo compartilhar. Muitas verdades que estão dentro de mim são só minhas, não sei para quem poderia revelar. Poucos me ouvem a este nível. Tem amigas para quem falo certas coisas, algumas só conto para minha mãe, minha irmã entende outras partes, o Vi outras tantas...
            Retornando à frase do início do post, como a gente age quando perde a confiança de alguém querido? Essa pessoa não deixa de ser querida, apenas não confiamos mais nela, seja em suas ações, seja nas palavras. Eu tenho uma amiga assim. Que eu amo do fundo do coração, apesar de não acreditar em nada do que diz. Vou dizer, é tão duro... 
            Por um tempo pensei que o melhor era romper a relação, se não confio em nada do que fala, como pode ser minha amiga? Refletindo melhor, tem tantas coisas queridas nela, tem tanta história, tanta vida em comum... Essa minha amiga mente, mente tanto que se desmente na frase seguinte. Porém, é engraçada, carinhosa, divertida... Tem uma vida tão difícil, que às vezes acho que tantas mentiras são escudos protetores. Como acessá-la, sem magoá-la? Como posso ajudar alguém que pede ajuda desta forma, sem confrontá-la, sem desmascará-la, sem machucá-la ainda mais... E se eu, que tenho uma vida boa e sem grandes problemas, não consigo revelar todas as minhas questões...
            Qual seria um bom caminho? Já viveu uma situação parecida? Conta para mim!
Beijos.

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Querida Tati, cheguei aqui através de outro blog e adorei teu cantinho. Voltarei mais vezes.

Quanto às palavras de tua mãe, elas são muito verdadeiras. A propósito, numa de minhas postagens denominada "PLANTE SEU JARDIM E DECORE SUA ALMA" (http://marliborges.blogspot.com/2009/11/plante-seu-jardim-e-decore-sua-alma.html) há um texto maravilhoso de Shakespeare que começa assim: "Depois de algum tempo a gente aprende... (...) Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida." Veja que nesta abordagem o poeta voltou-se exatamente para a questão daqueles deslizes que cometemos, às vezes involuntariamente, e que resultam na perda da confiança que as outras pessoas depositavam em nós. O outro lado da questão, o outro lado da moeda é exatamente aquele que você coloca tão bem no teu post, ou seja, quando a gente perde a confiança em nossos amigos, etc., já era! Adios! Esse rótulo da desconfiança é difícil de tirar, aliás você mesma relatou a dificuldade que sente em confiar novamente em amigas que já traíram sua confiança. É dureza.
Um beijo grande, ótimo post.

Silvia Masc disse...

Tati, recentemente vivi uma experiência de me entristecer muito com alguém a quem eu dedicava grande carinho e amizade... Estou esperando a mágoa passar para saber que rumo a nossa amizade vai, se eu decidir agora, sei que não será uma decisão acertada.
Foi muito bom ler seu texto sobre esse assunto.

beijinho

Paty disse...

Tati, acho confiança um assunto tão delicado... Durante minha vida já me deparei com algumas decepções que envolviam amizades e, confesso, não consegui mais reestabelecer um elo forte entre mim e a pessoa envolvida. Não viramos inimigos, mas de amigos também não posso mais chamá-los. Queria ser elevada espiritualmente a ponto de relevar esse tipo de coisa, mas tenho muita dificuldade em lidar com esta falha nas pessoas. Prefiro a verdade por inteiro do que mais adiante descobrir que fui traída, enganada. Entendo perfeitamente a tua visão em querer ajudar a pessoa em questão, também acredito que são pessoas que necessitam de ajuda, mas eu não a teria mais como amiga... Bjs.!