Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Conversando com o espelho

Tenho a sorte de ter feito grandes amigas na vida. Tem uma em especial que já não considero uma amiga. Nós dizemos que somos espelhos. Não somos idênticas (só em algumas coisas), mas nos entendemos plenamente, na verdade essa definição tem mais a ver com outra coisa. Sabe aquelas coisas que só contamos para o espelho? Sabe aquelas nossas pequenas falhas de caráter que escondemos até de nós mesmos se pudermos? Então, estas coisas nós podemos confiar uma à outra, e confiamos com frequência. A gente se entende no olhar, na voz, no pensamento.

A gente pode dizer tudo, e qualquer coisa, sem medo do julgamento da outra. Que pode nos criticar e aceitamos sem milindres (só quando é entre nós - não tente fazer o mesmo em casa), por que sabemos que é pelo bem.



Eu sei que já mudei o rumo da história dela algumas vezes e ela muda a minha vida o tempo inteiro, e já até tirei postagem do ar só por que ela achou que eu estava me expondo demais. Ela é escorpiana como eu!!

Mais sorte do que tê-la como espelho é tê-la como colega de trabalho. Assim, eu faço o que gosto e com quem gosto! Apesar de, neste momento, trabalhar mais de casa do que em nossa sala, a gente se fala todo dia, faz reuniões pelo msn ou google talk e nos ligamos muitas vezes. Sinto uma falta imeeeensa do contato, da rotina, da presença física, dos almoços no melhor restaurante que se pode imaginar (o Laboratório Culinário merece post. Podem cobrar!), dos nossos cafés com desabafos e risadas, dos dias de estresse por que nosso chefe está cobrando mil coisas, dos dias divertidos por que nosso chefe está de ótimo humor e também é grande amigo...

Ontem eu telefonei para ela no meio de um trabalho que fazíamos e um dos filhotes dela atendeu (sim, a louca tem dois... kkkk). Falar com o Fred, que está prestes a fazer 6 anos, foi tão legal. Eu disse:

- Olááá, é o Fred?

E ele repetiu um olá igual ao meu. Eu continuei conversando com ele, deixando claro que sabia que era ele do outro lado. Ele deu uma gargalhada tão gostosa, tão feliz por que a ligação era para ele! E quando a Alê pegou o telefone a única coisa que eu consegui dizer, sob forte emoção, foi: "Eu amo seus filhos"!

- Também amo o seu. É como se fosse um pouco filho também.
(não são lindos?)

A resposta dela não poderia ser outra, não por média, mas por sentimentos recíprocos e verdadeiros.

E fiquei pensando, que somos mesmo um pouco leoas ou leitoas. Não me entenda mal sobre isso É que como estas fêmeas, somos capazes de amamentar e proteger as crias daquelas que fazem parte de nossa matilha (? Ih... qual o coletivo de leitão e de leão?). E fazemos isso com muito amor e desprendimento. Mas no caso da Alê é diferente, não é como pensar no filho da amiga, é como pensar no reflexo do meu filho no espelho!

Eu sei que o momento que relatei pareceu bobo, e foi, mas a emoção que senti... nem sei explicar...

A Alê é aquele encontro que não poderia deixar de acontecer em uma vida, sabe? Ela da novo significado à minha com frequência. E eu sei que faço o mesmo por ela. E entendendo o que disse Djavan,  "se tivesse mais alma para dar, eu daria".

Hoje não fiz rir, né? Mas escrevi com muita emoção mesmo... Para compensar, contarei uma piada depois, tá?

Beijos a todos,

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Blogagem Coletiva - O pássaro azul

Esta postagem faz parte da blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com bolo. Serão 8 segundas-feiras, cada uma com uma cor. Já foram o rosa e o amarelo. Esta semana é o azul.

Quando era criança assisti este filme numa sessão da tarde qualquer, mas não foi um filme qualquer. Ele deixou um gosto em mim que não saberia explicar. Partes deste filme ainda vivem em mim.


Meu avô morreu ano passado e o Bê questiona muito a falta do biso. Numa destas oportunidades ele perguntou: "O biso nunca mais vai viver?" E minha resposta foi: "Ele estará vivo sempre que você se lembrar dele". Esta frase é deste filme, quando as crianças encontram os avós já falecidos. Na hora não me dei conta, percebi quando pensava no tema para esta postagem e decidi falar do azul mais importante que já vivi. Tem uma outra passagem linda, quando encontram o irmãozinho que ainda vai nascer, num céu que prepara as crianças para este momento. Na foto abaixo, o cachorro, a menina e a gata. Lembrem-se que eu era criança e a ideia dos animais de estimação virarem gente e conversarem conosco era maravilhosa!


O filme é de 1940 e apresenta Shirley Temple em seu primeiro papel. Eu vi colorido, portanto, depois do technicolor. O pássaro azul que dá nome ao filme é a felicidade e, se não me engano, a lição final é que deve ser mantido livre, que estará sempre por perto. Não tenho certeza. Nunca mais vi este filme. Durante muito tempo sonhei vê-lo novamente na T.V., não aconteceu.


Hoje ele existe em DVD, custa mais de R$ 180,00. É caro, eu sei, mas amo tanto que seria capaz de pagar. Sabe por que não o faço? Tenho receio de vê-lo e perder o encanto. Tem uma frase do Bentinho de Machado de Assis que adoro, quando ele descreve alguma cena com exagero e diz: "(...) se entendermos que a audiência aqui não é das orelhas, senão da memória, chegaremos à exata verdade". Então é isso. Eu fotografei com o coração. Hoje aquela menina romântica e sonhadora ainda habita em mim, mas de forma diferente, com novas vivências. Pode ser que o encantamento se perca caso eu me permita assistir novamente. É como aquela comida da infância que tentamos e tentamos e nunca mais sentimos o gosto, por mais que se repita a receita. O momento passou!


O pássaro azul talvez seja o filme da minha infância, um dos filmes da minha vida. Associa o azul com a felicidade, o que acho bárbaro e tenho certeza, muitos concordarão. Pode ser que ele já tenha me dado o que preciso, quando assisti da primeira vez. Pode ser que daqui há alguns anos eu queira mostrá-lo para o Bê, e pode ser ainda que ele não ache a menor graça, afinal os recursos de 1940 ficaram há muito ultrapassados.


De qualquer forma o pássaro azul me fez feliz. E não era esta sua proposta? Então entendo o recado e sei que não preciso correr atrás dele, que sempre estará ao meu lado! Quem sabe não me animo a usar mais o Twitter?


Um beijo azul, de muita felicidade,
Tati.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Filha de Deus (parte 1)

       Como eu sou prolixa!!! Tentei escrever resumidamente, mas aí não sou eu... fazer o que. Então a alternativa que encontrei foi desmembrar o texto em vários textos menores. Tenham paciência (mãe, Alê, "Clara, Ana e quem mais chegar"...), aos poucos eu vou postando. É bom que vocês tem a garantia de novas postagens em breve... Olha a humildade da pessoa!!! Segue o inicio de tudo:

          Estou planejando escrever sobre isso há um tempão. É que queria falar de uma forma clara (vai que alguém resolve ler...). Enfim, o assunto pode ser polêmico, caso caia em mãos erradas, mas não é essa a intenção.
            Para quem não sabe (olha o sonho de ser lida por mais pessoas do que minha mãe e Ale...), eu sou/era espírita. Sim, trabalhava como médium em uma casa espírita, estudava o livro dos espíritos e o Evangelho segundo o espiritismo, e não vou dizer que li todo o Pentateuco, pq não li,mas sei do que se trata cada livro. Aliás, foi trabalhando lá que conheci o Vi, então, já valeu por tudo, certo? Claro que não só por isso (o que já seria muito), valeu por muitas coisas. Foi um período muito bom. Meu trabalho favorito não era o de médium, apesar de adorar trabalhar na Cura. Eu AMAVA trabalhar na Cesta Básica (aqui que conheci o Vi). É um trabalho maravilhoso, para quem nunca fez, eu recomendo. A gente lida com pessoas que, muitas vezes, são invisíveis para nós. Antes de estar com elas, visitar suas casas, ouvir suas histórias, era fácil dizer que não daria moedinhas no sinal, "pq essas pessoas tem que trabalhar". Fala sério, a pessoa não tem nem endereço para preencher na ficha, mal sabe falar, tem poucos dentes na boca, no mínimo 5 filhos para criar, nenhum real no bolso para pagar um ônibus... Ta fácil, não?
            Bem, não era sobre isso o post, mas fica difícil falar no assunto sem essas introduções. Para finalizar, foram anos numa casa espírita que eu gostava muito, mas tinha diferenças incríveis com o casal presidente. Eu procurava não me envolver e pensava: “tenho que ser grata e aproveitar o espaço que eles nos apresentaram para trabalhar”. Só que chegou uma hora que isso ficou pesado. Há pouco tempo atrás tentei voltar para o trabalho na Cesta Básica, percebi que não dava mais. O grupo era ótimo, pessoas comprometidas, bem intencionadas, mas minhas diferenças mais atrapalhavam que ajudavam. Eu podia estar como força de trabalho, só que a energia (e eu acredito muito nela) estava jogando contra. Então me afastei. Triste, por que queria continuar trabalhando nisso.
            Aí entra minha conversa franca com Deus. A gente bate altos papos e eu comecei a conversar, e pedir que ele me apresentasse um caminho. Queria continuar o trabalho, queria fazer isso em um lugar organizado, mas onde o trabalho pudesse fluir com amor. Onde as pessoas não tivessem que entrar pela porta dos fundos só porque não tem recursos financeiros. Queria um lugar que os aceitasse como filhos de Deus, por que eles são iguais a nós perante o Pai, ou não são?
(continua no próximo post)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mosaico de alegrias

         Dia a dia, pequenas conquistas, uma a uma, somam-se e formam um mosaico de alegrias, numa linda imagem de felicidade.
         É assim que sou feliz, pela soma destas conquistas, muitas vezes com cara de insignificantes. Juntas formam esta paisagem interessante e agradável. Essa é minha vida. Simples, humilde, sem grandes realizações, mas com intensas emoções. Repleta de riso e também de pranto. Choro triste permeado de muitas lágrimas de felicidade. Meu chão é doce, o caminhar é lento, suave, sempre para frente, mesmo que na diagonal... Sinto que cresci. O tempo vai seguindo e tenho somado novas experiências e amadurecido. Ainda não consigo me sentir adulta com o que projetava ser um adulto. Não tenho a confiança e as certezas que atribuía aos adultos. Tenho mais dúvidas hoje do que ontem. Muito mais perguntas do que há um ano atrás. E cada vez menos respostas. Cada vez menos quem possa responder. A quem perguntar?
         Hoje não é mais possível escolher A música favorita, o livro favorito, a comida favorita... por que muitas experiências te trazem tantas coisas boas, como escolher qual a mais marcante? Cada época tem suas músicas, cada momento especial marcado por muitos fatores. Lugar mais especial: incontáveis; melhor amigo: impossível dizer um único nome. Seria o mais próximo neste momento? ou o que é amigo há mais tempo? ou aquele com quem vivi maiores aventuras? o que enxugou lágrimas, ouviu lamentos, ou compartilhou gargalhadas? Não vejo respostas a estas perguntas para as quais tive certeza há anos atrás. Aos 15 anos eu sabia quem era minha melhor amiga, meu prato favorito, a música que marcou minha vida para sempre! Tudo isso não se foi, apenas soma-se a outras milhares de informações armazenadas em uma mente de boa memória, principalmente para o que gera emoções. Sou fortemente guiada por elas.
(escrito no dia 09/10/2007)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Explicações apenas para confundir...

            Uma grande amiga levantou uma questão: - Eu estou com uma visão distorcida de quem eu sou. Não sou este ser estático como tenho me definido no blog.
            Ok, eu sei disso. Eu tenho multifunções e multitarefas. Trabalho, estudo, cuido de filho e da casa (e quando falo cuido da casa é serviço completo: lavo, passo, cozinho, limpo, arrumo, organizo, defino), eu tenho consciência disso. Sei que sou uma pessoa de múltiplas ações, não sou estática na prática. O que acontece é que, quando escrevo, extravaso este lado esquecido.
            É que, por natureza, sou um ser de pensamentos. Não faço tantas coisas por escolha, na verdade, a única coisa que não escolheria fazer é cuidar da casa (esse desabafo está claro na história da Alice, né?), mas ainda não tive escolhas. Pode ter certeza, quando tiver será a primeira e única parte das minhas atribuições que eliminarei.
            Nesta ocasião tomarei mais do meu tempo com o Bê, com o Vi e com meu trabalho, coisas que eu amo fazer. Não falo nisso como reclamação, apenas como um plano para um futuro próximo. Sei que este dia está batendo na porta e vou deixá-lo entrar... opa! Não será a campainha?
            Bom, o que quero deixar claro, mais pela questão da Alê do que por achar que devo satisfações (não espere isso de uma escorpiana), é que sei que sou uma pessoa produtiva e que tenho um bom desempenho no trabalho e com família (com a casa deixo a desejar... no estudo também poderia fazer melhor), mas quando escrevo comento o que sinto sobre minha essencia e ainda a percebo mais idéias que ações. Ficou claro ou só complicou ainda mais? É, não sou tão clara quanto gostaria de ser sobre o que se passa por dentro...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Florescendo


Oi! Achei este texto remexendo arquivos (virtuais, do word...). Me pareceu bastante atual, até por que o que se passa em nosso interior é atemporal, certo? Talvez por isso eu seja tão ruim com relógios e calendários... hehehe Mais uma coisa para mudar!
"Sou um ser emocional. Sensibilidade à flor da pele, sempre. Tentando dar vazão a tudo isso que sinto e nem sei bem o que é. Preciso ser mais racional, é o que o mundo me exige a todo instante. Mas quando sou assim, sou bem menos eu, e acabo me perdendo. Pq não posso ser quem eu sou? Pq não ser exatamente este ser de pura emoção? É que qdo somos assim, tão sentimento, acabamos ficando pouco ação, e a vida é movida por ações. Então, estagnamos fisicamente, por mais que a produção interior aconteça.
Sinto que, quando me permito, eu vôo, vou tão longe que quando retorno, nem sei por onde passei. Chego, aterriso e me pergunto, onde estive até agora? E sinto-me mais leve, mais inteira, mesmo sem consciência do que andei fazendo.
A música me ajuda a liberar toda essa explosão que existe dentro de mim. Explosão é um termo engraçado para definir este sentimento, pq apesar de intenso é suave. É uma certa nuvem, um florescer.
Florescer tem mais sentido para mim, pq quando uma flor desabrocha é um movimento intenso, perceptível, mas bastante lento e silencioso, assim como meus rompantes emocionais.
Queria ser um ser normal, como as pessoas com quem convivo. Acho que seria mais fácil. Já tentei me tornar esta pessoa, mas acabo sempre me contradizendo, me embolando em mim, tropeçando naquela que insiste em continuar dentro de mim, e me governa. Sou eu em essência. Neste momento, essência inadequada. Não me encaixo. Esse sentimento de inadequação me acompanhou a vida inteira. Eu luto contra ele, que mais cedo ou mais tarde retorna, cada vez com mais força.
Já tentei ser da galera, já fingi ser como qualquer pessoa. Freqüentar lugares comuns, agir com naturalidade entre pessoas que repetem convenções como se fosse o mais correto a se fazer. Pode ser o mais óbvio. Só que essa monotonia de raciocínio me desconcerta. Eu preciso pensar, criar, formular teorias, questionar.
Detesto idéias pré-concebidas, repetidas como lei natural simplesmente por terem sido proferidas por grandes nomes. Quem são os grandes nomes? Homens como todos os outros, que por alguma razão (muitas vezes por mérito, não quero desmerecer ninguém) tiveram projeção e oportunidade de expor seus pensamentos.
Como controlar esta força feroz que arde dentro de mim e me impele a seguir meus instintos? Instintos de pensar... Porque preciso me fixar em uma linha e segui-la cegamente? Não sou cega, não sou míope. Tenho olhos de lince e quero mostrar ao mundo o que vejo, por mais que o mundo não esteja disposto a olhar, a perceber.
A diferente sou eu, nem por isso sou eu a errada. Estou certa em meu íntimo. Para estar em consonância com a sociedade tenho que estar em desacordo comigo. O que é mais importante? Mentir para si ou para uma comunidade inteira? Não encontro a resposta, ou a resposta que encontro não me satisfaz? 05/10/07
Acho que não mudei muita coisa... o que acham?