Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A música do Manoel

Olá amigos queridos,
Hoje mais uma do Bê. Esta, confesso, me tirou o fôlego de tantas gargalhadas!!! Foi difícil retomar... kkkk

Domingo de tarde, fazíamos trabalhinho da escola e o Bê começou a cantar: "Manuel.... Ma-nuEL...

Eu, toda prosa, pensei: "Nossa! Meu filho cantando Ed Motta, que avanço, depois de um período rebolation... Quer dizer que há salvação para seus ouvidos! Que bom! (tudo pensamento, ok?)
Então resolvi cantar, para ajudar a desenvolver a letra:

"ManuEL, foi pro céu...
Manue-el foi pro céu"

(ok, não é uma letra assim... mas melhor que rebolation, certo?)

Fui terminantemente interrompida por um brado:

- Mãããe, não é esta música. É a ooutra música do Manuel...

Eu, com cara muito surpresa:

- Ah, é? Ué... Não conheço outra música do Manuel...

E o Bê, do alto de todo seu conhecimento musical, me olha de cima e diz:

- Aquela assim, ó:
Manue-el,  tênis pé, Manue-el..." E finaliza com o slogan: - "Anda sempre com você!" (propaganda do Tênis Pé BARUEL!!!

E como diria o próprio: É para rir de rir (morrer de rir!).

Resolvi deixar para vocês a escolha de qual Manoel assistir. E para amigos como a Tati, que não conhecem nenhum dos dois, seguem as "explicações" hehehe





Beijos a todos,
Tati.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

http://universomutum.blogspot.com/

Fala para mim, não tem horas que dá vontade? Mas, amigos (e FAMÍLIA!), fiquem tranquilos que é só um grito de ansiedade. Nada que eu planeje concretizar. Os estudos vão fortes e agora já estou até voltando a me sentir entusiasmada. Mas que dá medo, ah isso dá...

Obrigada por todo o carinho e pelos votos dos amigos. Hoje (mais uma vez) me emocionei por aqui, com a solidariedade e o abraço desta rede de amigos.

Quero as flores no vaso, como disse a Josi, mas quero isso de barriga cheia! E meu feijão tem sonho, pode acreditar, mas fala sério, a pessoa espera ANOS por um concurso, meses e meses pela liberação do edital, certeza de que suas esperanças estão ali e então... UMA vaga!!! Ah, é de querer fugir, né não?!

Acho que amanhã estarei menstruada e tudo se resolve, num passe de mágica. Quem disse que eu não era dominada por hormônios? Eu nunca neguei isso...

Beijos a todos e, por favor, não parem de votar!!

Beijos a todos,
Tati.

Para que lado eu vou?







Hoje minha vida me lembrou este livro...


Feijão e o Sonho é um romance do escritor brasileiro Origenes Lessa. Conta a história de Campos Lara, um poeta pobre e sonhador (como todo poeta). Ele não é nada prático, o que traz muito sofrimento à sua esposa, Maria Rosa, que precisa trabalhar muito para lidar com as despesas da casa. No final do livro o casal sonha com o futuro de seu filho. A mãe deseja para o filho uma profissão estável: engenheiro, advogado. O filho parece com o pai, quer ser poeta! "E isso o enche de orgulho, esquecendo todo o drama e o sofrimento que palmilhou durante toda uma existência, exatamente por dedicar-se à poesia, uma atividade sem qualquer compensação financeira, num país de analfabetos."  (Wikipedia).

Por que falo nisso agora? Eu vivo este momento liiiiindo. E nesta fase estou numa bifurcação. Há um caminho com campos de feijão, para serem cultivados, colhidos e servidos no prato, e há um caminho repleto de flores para serem admiradas. Eu prefiro o caminho das flores, só que chegará a hora do jantar, e flores, à exceção das capuchinhas, não se comem. E mesmo estas, não enchem barriga... 



Eu posso vender flores, e com isso comprar feijão. E foi sobre isso que a Meru Sami falou na sua postagem de Auto estima, ela hoje vende flores!

Pais não gostam desta vida insegura. Pais gostam de filhos com estabilidade financeira. Por que assim, podem descansar em paz. Foi desta forma, que recebi este e-mail:

Tati

(...)

Estude e se dedique pois seu futuro está aqui.
Ser escritor, no Brasil, é passa-tempo, é hobby.
O único escritor que se mantém com os direitos autorais é o Paulo Coelho, mais ninguém. E, olha que temos bons escritores que vendem bem.
Corra atrás do sonho mas viva com os pés no chão. Sem dinheiro para comprar o feijão, teu filho fica com fome. Esta é a realidade. Não abandone o sonho mas, esteja atenta aos chamados da vida adulta, viver de sonho é bonito quando se tem lastro para sustentar.
Ser pai, às vezes, é chato mas necessário.
Forte abraço.
Estude para o concurso, Deus te favoreceu com esta brilhante cabecinha, vez por outra complicada... rsrsrs
Que o Grande Arquiteto do Universo te ilumine e guarde.
Pereira:.

Este é o meu pai. Um pai sempre presente e que estabeleceu cotas de votos por dia. Está se dedicando, por que sabe que isso me fará feliz. Também teme por meu futuro, por que no nosso país, ganha dinheiro o jogador de futebol, a mulher-qualquer-fruta, que mostra tudo, não esconde nada, só o cérebro, o político corrupto (pleonasmo?), e os funcionários públicos. E de carona com estes últimos, os cursinhos preparatórios para concursos!

Eu quero outro caminho, eu não nego que tenho um pouco de medo dele. Fugi dele a vida inteira, por medo de não ter feijão na mesa. Li este livro adolescente, acho que de propósito nos dão. Para desencorajar mesmo... Ou será que não? Por que Campos Lara pode ter passado por todo aquele sofrimento, ou ter incutido tanto sofrimento à família, que não foi tanto assim, mas seu filho escolhe o mesmo caminho! Se melhor era ser como a mãe, por que o filho não decidiu ser operário?

Eu nem sei bem o que estou escrevendo hoje aqui. Eu sei que meu pai está certo, e o diz por amor, também sei que lutar por nossos sonhos é preciso. E que chegou a um ponto que está difícil conciliar, não apenas o tempo, mas minha condição. Quando estou escrevendo, sonhando, meu lado pé no chão tira férias, e vice versa

Outro dia, assim que saiu o edital, o Vi sentou comigo na cama e me perguntou: "É isso mesmo que você quer? Por que eu vejo outro caminho para você. Te vejo mais feliz escrevendo." E eu o amei ainda mais neste dia. E tive certeza que tenho um marido que me ama não pela aparência, pelo vestido ou pelos sapatos trocados, mas por quem eu sou em essência. Ele me enxerga! O Vi também está certo. Eu sou muuuuito mais feliz escrevendo. É algo que faço sem esforço, sem dor, sem pesar, o dia inteiro, a vida inteira. 

E aí me lembro de uma frase atribuída a Buda: "Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele."

Agora eu pergunto: Qual o meu trabalho? Que caminho eu sigo? Queria que alguns escritores, que vivem disso, passassem por aqui e me dissessem: fica tranquila, é possível viver de livro no Brasil. Eu não sei se eles existem. Se existem, não frequentam meu blog. Frequentam? Então esta pergunta é retórica, não terei respostas externas. As respostas precisam vir de dentro.

Quer saber o que descobri sobre mim? Eu quero viver de escrever! Eu tenho filho para sustentar. Eu preciso de flores, para me sentir feliz. Eu preciso de feijão, para alimentar minha família. Eu não sei que caminho seguir... O que eu quero ou o que eu devo? Por que sempre optamos pelo que devemos e não pelo que queremos? Em que momento estes caminhos se juntam? É possível não nos frustrarmos sendo só responsáveis e não sonhadores? Então por que sou assim, tão sonhadora? Para que servem tantos devaneios e ideias se não posso segui-los a ponto de me sentir plena?

Neste momento, com aval do marido, tendo muito em direção ao sonho, e voto, voto, voto. Meu pai me chama à realidade... Vou ver, buscar uma forma de conciliá-los. HELP-MEEEE!!! 

Sinto que hoje o dia será duro. Lá estão as Tatis em intenso conflito... Não falei que era assim?

Publico este texto temerosa. É mais forte do que eu, neste momento. Não sei como será interpretado...

Beijos a todos,
Tati.

domingo, 22 de agosto de 2010

O que as crianças aprendem com a TV...

Bê: - Mãe, quando eu tiver 9 anos você me dá um PSP? (play station portátil)
Eu (crente que posso educar): - Filho, para ganhar seu PSP precisamos poupar. Você tem que guardar as moedinhas no seu cofrinho... 

Blá, blá, blá de mãe que ainda não aprendeu a lição que tenta ensinar (por que não disse a ele pague parcelado em 240 meses no seu carnê/cartão/etc... que é como ainda faço?). Enquanto acho que ensino, também acho que aprendo ... relevem!

Mas a surpresa mesmo veio da resposta do Bê:

-Ah, mãe. Eu prefiro ganhar na roleta... -referindo-se aos programas de desenhos do SBT - 4002-8922, a dança do japonês que vai dar play station 3... - e fez a dancinha, com uma careta impagável!

Eu mereço... 

Agora, será que precisamos de censura (ou recomendação de idade) para programas infantis? Logo eu, que não gosto nem de bingo... kkkkkkk

Claro que a gente não telefona para o programa. Mas dê eu um mole daqui há pouco tempo para ver... Afinal, ele já sabe discar números (não tem mais disco, né?) e sabe de cor o número, com a dancinha do japa-aliciador de menores... deixa só ele ligar nome à pessoa... hehehe

Colégio interno? kkkkkkkk

Beijos a todos,
Tati.


A Desvirtualização Carioca

Enfim nosso grande encontro aconteceu!

Primeiro foi uma ideia lançada, de forma despretensiosa. Na sequencia eu, Isa e She nos unimos para organizar e tornar real aquilo que já desejávamos há tempos. Foi um fase ótima, a dos preparativos. Definir como contactar os amigos, quais seriam as regras (e se teriam regras), a escolha dos lugares possíveis...

Quando a Isa me ligou a primeira vez fiquei tão emocionada! Ouvir sua voz, materializá-la! E ela ligou só para isso mesmo. Disse que queria conhecer minha voz! heheh E rimos juntas, já nos sentindo tão próximas.

Então foi a vez da She. Eu estava na casa da minha mãe, e aquele momento foi grande também. Conversamos e rimos. Coisa boa saber que amigos estão aí, para serem feitos, basta nos aproximarmos, de braços abertos.

Uma fase de muita troca de e-mails, de papinhos pelo gtalk, de risadas, e da She rindo de mim. Ela acha graça até das minhas bobeiras mais sem graça! eheheh

Por estas coincidências da vida ela ganhou minha promoção. Marcamos um encontro no Centro, para definir o local e aproveitar para entregar o presente. A Isa não podia ir... Uma pena... Ainda assim o almoço foi ótimo, divertidíssimo. E foi neste dia que conhecemos o Bistrô do Paço, dentro do Paço Imperial. Dona Lúcia, sua proprietária, é um doce de pessoa, muito solícita, e a comida é uma delícia. O ambiente é agradável e descontraído. E representa bem o Rio, por estar dentro de um ponto  histórico e turistico. Perfeito! Era tudo que queríamos. 

Para oferecer um carinho em forma de mimo/ presente, aos amigos presentes, Isa investiu nas lindas violetas, que enfeitaram uma mesa ao lado da nossa. E eu, que ando me sentindo crafter prá caramba, inventei um canudinho, que a Glorinha apelidou de diploma de blogueira! hahaha.  A She ficou com a parte mais difícil, montou e administrou planilha, contactou os blogueiros interessados em participar, insistiu nas confirmações... Reservou nossas mesas... Chegou muuuuito mais cedo, ontem, para que tudo estivesse em ordem para o grande evento.
 
O dia demorou a chegar, mas chegou. Foi maravilhoso! A ansiedade era tanta... Sempre dá um friozinho na barriga. E se não gostarem de mim? E se ficarem decepcionados? Ah, sei lá, né? E se o papo não fluir?

Que nada! Foi um sucesso! Nos encontrávamos e vibrávamos. Cada um que chegava era uma festa.
Fotos da Beth
O papo rolou solto, as gargalhadas também. E as fotos estavam em todos os momentos. Coitado do Alexandre, nosso garçon, com máquinas penduradas pelos braços e um monte de mulher falando, rindo, mudando de posição... Uma farra!!
  

Não éramos muitos, só que a algazarra era tanta que até parecia. Talvez por que cada um de nós tenha levado consigo parte dos seus amigos e seguidores. Por que ali não era apenas a Isa, a She, a Tati, a Glorinha, a Beth, a Chris, a Cíntia e o Lis. Eram o Cantinho She, o Tantos Caminhos, o Café com bolo, o Mãe Gaia, o Inventando com a mamãe, o Meu Cantinho, o Metamorfose Blogguistica e o Perguntas em Resposta. Cada um com sua história. Muitas histórias, diga-se de passagem!
 

Sentimos falta de alguns amigos que não puderam estar presentes. Não percebemos o tempo passar. Foi uma tarde mágica e divertida. Nos despedimos com a promessa de novos encontros. O tempo passa rápido demais. Quando vimos era hora de partir...

E a exclamação da She disse tudo: "Levamos tanto tempo preparando... e acabou!"

Amiga, não acabou não. Este foi só o primeiro capítulo!

Daí chego em casa, precisando acompanhar a votação. Entro no e-mail e alguns comentários lindos. Entro no blog e encontro 2 surpresas, da Fefa e da Tati. Eu nem sei explicar... Nem sei se agradeci direito à Tati e à Fefa... Eu estou perdida no meio de tantas manifestações de carinho. É bom demais sentir-se especial! Vocês tem feito isso por mim.

E já que estamos neste clima todo... vota mais uma vez? hehehe Obrigadaaaaaaaaaaaaaaaa

Beijos a todos,
Tati.

sábado, 21 de agosto de 2010

A véspera do Natal da minha vida


Ontem, em meio às visitas aos blogs amigos, li o texto da Meru Sâmi. Ele juntou-se ao mundo de informações que me atingem neste momento. Ótimas informações, diga-se de passagem.

Nesta fase está difícil me concentrar em outra coisa. A votação vai alta. Eu, online, votando, votando, votando. Recebia comentários dos amigos dizendo: Votei! Ía lá e lá estava(m) o(s) voto(s) dos amigos. Meu coração já não cabia em mim.

A Regina Coeli fez um texto lindo. Mais uma vez chorei. Esta semana foi repleta de choro, choro de alegria. De criança em véspera de Natal, vendo um lindo e grande pacote com seu nome, um laço de fita vermelho, caprichado... É esta a sensação... 

O texto da Meru Sami dizia assim: 

"A melhor forma de você saber se uma coisa é boa e certa, é você refletir se nela está todo o seu amor e, veja se ela preenche o seu coração a ponto de você não querer mais nada. Se assim for, essa coisa é boa e certa.
Quando você escolhe fazer aquilo que lhe preenche de tal forma, você se sente segura e sua auto-estima cresce. Você é feliz."
( Pai Tomé - da Meru Sâmi

Isso para ela contar o momento em que abriu mão de seu trabalho regular, estável, para seguir seu sonho, por uma mensagem recebida de seu sábio Pai Preto Velho. 


Esta semana meu sonho se desdobrou como nunca. A caixa já está sob a árvore, e tem meu nome na etiqueta... 

Não sei em que momento me perdi da minha verdadeira vocação, em que momento de minha vida passei a acreditar que era somente um hobby, um lazerEscrever é minha forma de interagir com o mundo, não sei quem eu seria sem palavras e letras. Por que não escolhi isso na hora de optar por uma profissão? Não sei, tenho outros talentos também que, de alguma forma, prevaleceram naquele momento. Ainda está em tempo de mudar o rumo da minha vida. E me realizar.

Lembro de algum tempo atrás, eu sempre cansada. Trabalhando 6-8 horas no computador e dizendo, estou tão cansada... E o Vi falando: "Não te entendo. Quando estou trabalhando eu nem sinto o tempo passar. Eu não fico assim, cansado como você. Para você, algumas horas de trabalho são tão desgastantes... Você precisa ir ao médico, tomar umas vitaminas..."

Hoje eu sei, o Vi teve a sorte de encontrar o que gosta. Um anjo-amigo um dia deu o chacoalhão, falou: "Cara, você faz todos esses cursos, vive grudado num computador... O que está fazendo aqui? Você tem que trabalhar com isso". Ele se deu conta, correu atrás e faz o que gosta. Acorda às 3h da manhã, quando tem um projeto extra, para não se atrasar para o trabalho. Faz uma viagem de duas horas para ir, mais duas para voltar. Está cansado, mas ama o que faz. E faz bem!

Eu amo escrever. Eu passo um dia inteiro em meio a palavras, entre ler e escrever, e não me canso. Este é meu lazer favorito. É também minha válvula de escape. É o talento que as pessoas descobrem em mim assim que me conhecem. Sou a escritora de cartas e cartões oficial da família. Tem um evento? Tati, escreve para mim? E eu escrevo, as pessoas se encantam. Sempre se encantaram... Como não vi antes que este era meu caminho? Que isso podia ser profissão?

Agora a chance está muito perto. Preciso de votos, muitos votos. Não tenho mais vergonha de pedir, por que pode mudar o rumo da minha história. Meus pedidos podem estar sendo atendidos neste momento. E eu preciso de você, preciso sim!

Obrigada Denise, Macá, IsaLúcia, Tati, Fefa e todos os amigos que passaram por aqui, deixaram recados de estímulo, votaram, colocaram recadinhos em seus computadores para não esquecer de votar todo dia (né, Eliane?)... Vocês não existem, e me fazem muito feliz.

Meus pais estabeleceram metas diárias de votos. Ontem, antes de dormir, via o velocímetro marcando mais e mais votos... Que bálsamo, que alegria me invadiu. Sei que concorro com blogs maiores, mais visitados e mais antigos do que o meu. Vejo também uma movimentação, um cuidado comigo que me comove. 

Então é isso, peço mais uma vez que votem. Espero não me tornar chata ao pedi-lo, entendam a ansiedade de uma crianças vendo brigadeiros ao alcance das mãos. Se puderem, divulguem aos amigos, levem o selo, enfim... o carinho que acharem que dá, já é uma ajuda que se soma...

Um grande beijo a todos,
Ótimo final de semana e...

QUE NOSSOS SONHOS SE REALIZEM! 

Tati.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O amor por quem eu sou

Este texto é parte da Blogagem Coletiva proposta pela Glorinha, do Café com Bolo
Prato do dia: Auto-estima/ Amor próprio

Quem sou eu?

Lembro da primeira vez que me deparei com esta pergunta, assim, à queima roupa, quando me inscrevi no orkut. Como assim? É possível responder "quem se é?"

Eu estava grávida, numa fase em que tudo são incertezas. Hoje entendo quando amigas grávidas ou recém mães definem-se como "a mãe do fulano". Chega uma hora que não sabemos mais mesmo... Tudo é tão diferente. Sonhos mudam, ideias então, nem se fala. As prioridades são outras... É um novo eu emergindo, menos eu do que o anterior, por que o outro ser torna-se maior que o EU.

Via meus amigos entrando no orkut, definindo todos aqueles campos, com suas preferências de filme, comida, atividades, paixões... O que gosta nisso e naquilo? E pior, as comunidades. Pessoas cheias de preferências, de comunidades do tipo amo, adoro, odeio, faço... E eu? Quem era eu naquele momento? 

Entendam a fase: Eu era uma veterinária em crise profissional, que tinha acabado de pedir demissão e fui fazer curso de editoração eletrônica. Estagiava numa produtora de vídeo, onde meu chefe me colocou no atendimento... e grávida! 

E esta não foi minha primeira grande crise não. Nesta eu já estava escolada. A primeira foi na época em que eu me formava. Já se vão mais de 10 anos... Até aquele momento eu era cheia de mim, cheia de certezas e convicções. Se me perguntassem quem eu era eu diria: Uma veterinária muito bonita, com muitos amigos, um futuro profissional brilhante pela frente e um namorado que me amava muito. Tudo muito, tudo ótimo, tudo estável e agradável. Vida fácil e boa. Ainda nem tinha me formado e o dono da empresa onde eu estagiava me ofereceu emprego. Eu pedi que ele aguardasse dois meses, o que faltava para eu me formar, e então assumiria o cargo. Estava radiante, achando que eu já colheria TUDO o que tinha semeado... Eu não sabia nada sobre semeadura... hehehe

Então de repente, o namoro acabou e meu ex começou a namorar outra na própria faculdade (acho que mesmo antes da gente terminar); a proposta de emprego desapareceu, por que formada eu ganharia mais do que como estagiária. Nesta crise toda eu tive um distúrbio hormonal e fiquei gordinha e cheia de espinhas. As espinhas que não tive na adolescência, chegaram aos 25 anos. 

Eu não suportava me olhar no espelho. Minhas roupas não cabiam em mim. Meu pai me cobrava emprego, já que tinha me formado. Minhas amigas, a maior parte delas ainda não tinha se formado, saíam e eu não podia mais acompanhar. Algumas vezes elas decidiam me bancar, para que eu pudesse ir. Hoje consigo me sentir querida pelo gesto, na época, sentia-me péssima, eu não tinha como retribuir na outra semana ou no outro mês... 

Acabei optando por ficar em casa. Os primeiros finais de semana foram péssimos. Eu estava impedida de sair. Aos poucos fui aprendendo a aproveitar minha companhia. Ficava no meu quarto, ouvia música, lia e escrevia. Descobri novas faces em mim, e gostei! 

Gostei da minha escrita, das minhas reflexões. Nesta fase busquei o Centro Espírita, onde conheci o Vi. Me amei naquele trabalho, fiz novos amigos, que me achavam doce, suave. E amei esta nova Tati. Ainda gordinha, ainda com espinhas... Fui me tratando.

Trabalhei com coisas que não gostava muito. Até vendedora de produtos veterinários eu fui, representando laboratórios. Nesta função descobri outras coisas boas em mim, outras características desconhecidas. E também muitos dos meus defeitos apareceram, fui aprendendo a lidar com eles...

Fui percebendo que quanto mais faces e talentos descobrimos que temos, melhor lidamos com as fases de transição, de mudança. Por que há em que se identificar. Quando somos rígidos demais, focados demais, do tipo: "Sou uma pessoa que..." a chance de frustração, de deprimir, de arriar, são maiores. A vida não é estável, é mudança. E temos que ser cíclicos e mutáveis.


Demorei a chegar nesta definição:




Esta foto faz parte de um presente
que o Vi fez para mim. E amo!
 "Venho tentando responder esta pergunta há muito tempo. Às vezes sou calma e tranquila, muitas vezes uma tempestade! Sou alegre e animada, em certos momentos tensa, ansiosa, deprimida... busco respostas às minhas questões, e nisso sou incansável. A cada dia uma nova Tati emerge em mim, e quanto mais Tatis eu me torno, mais eu gosto de ser quem sou!"

E quando descobrimos, e aceitamos nossas novas faces, fica mais fácil se amar. Com qualidades e defeitos. Como posso ter certeza? Não posso. Sei que nesta nova guinada, a transição está sendo menos sofrida. É só a experiência de uma menina, que sonha e busca se conhecer.


Ainda quero chegar ao proposto por Renato Russo: "provar para todo mundo, que eu não precisava provar nada para ninguém". Estou bem longe ainda. Desde que soube que este era o tema da blogagem desta semana, não parei de cantar esta música. A letra fala muito sobre auto-estima e amor próprio. Quer ver? Por que a auto estima e o amor próprio passam, invariavelmente, pelo auto conhecimento (pelo menos para mim!)



Beijos a todos,
Tati.