Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

domingo, 11 de agosto de 2013

Devotos de São Umbigo

Se pararmos para pensar, todos somos um pouco (ou um muito!). Sim, não se engane, ainda somos muito autocentrados. Salvo raras exceções... Mesmo quando assumimos algum trabalho voluntário, quando nos dedicamos aos filhos ou a alguma causa... tudo passa, invariavelmente, pelo EU!

Se sou contrariada, me magoo. Isso por que o EU não foi atendido. trânsito mostra bem isso. Todos buzinam se você está na frente, e todos atravancam a frente do outro em algum momento. É engraçado como as justificativas são diferentes dependendo da posição em que você se encontra. E sempre justificamos o NOSSO lado.

Eu sei que o EU fala muito alto em mim. Luto contra ele muitas vezes, mas assumo. Ainda sou uma umbigólatra. Nunca por escolha. Então um dia, faz bastante tempo já, me ocorreu um pensamento. Já pensou como seria se nosso campo de visão não fosse no rosto, no centro de nós mesmos? Como seria se nos víssemos de cima? Se nos víssemos efetivamente na cena?

A questão é o quanto o fato de nos vermos de dentro, tendo-nos como centro, faz com que sejamos mais individualistas, egocêntricos. Será que é a isso que chamam mundo tridimensional? Quando atingiremos o patamar para que possamos atuar de fora do corpo? Nesta posição perceberemos que somos uma célula do todo e não o centro. E por que precisamos passar por esta experiência? Será que a intenção é exercitarmos nossa individualidade e experimentarmos a humildade da forma mais difícil? Por que é muito mais difícil ser humilde quando se está no centro de seu ponto de vista, não é?

Eu sou uma devota de São umbigo, mas não quero ser. Quero exercitar mais meu amor ao outro, parar de me orbitar. Pensar mais no outro, não por que isso me trará recompensas futuras ou satisfação pessoal, mas por que o outro precisa e pronto, entende?

É um árduo caminho! Alguém sabe por onde se começa?

Beijos a todos,
Tati.

2 comentários:

Marli Soares Borges disse...

Eu sei,Tati. Há tempo, muito tempo mesmo, comecei a rezar: Senhor, liberta-me de mim. E continuo rezando até hoje. Agora virou um mantra. E meu umbigo foi diminuindo, diminuindo e eu passei a ser outra pessoa. E veio a maturidade. E fechou todas!!! Belo texto. Bjs. Marli

Lu Souza Brito disse...

Oi Tati,

Eu sou devota de São Umbigo também e em alguns momentos a gente percebe mais este individualismo que em outros.
Também gostaria muito de sair deste ciclo, mas realmente não sei por onde começar.
Um beijo

Ah...tãaaaaaaaaaao bom te ler de novo!