Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nova Reforma Nada Ortográfica

Análise sintática sempre foi uma coisa complicada para mim. Esse negócio de verbos intransitivos nunca fizeram muito sentido.

Sou curiosa, então quando a professora falava "quem fala, fala", na minha cabeça era: "Quem fala, fala alguma coisa sobre algo ou alguém". Ah, conta aí, vai... Por que esse negócio de alguém falando e falando sem nada para dizer é chato demais, não é? Então, se é para falar, que tenha assunto: insere aí alguns adjuntos adverbiais...

"Quem chega, chega". Ah, mas se está chegando, aí é que se tem muito o que perguntar: De onde vem? Quem encontrou? O que foi fazer lá? O que veio fazer aqui? Este então é verbo transitivo mais do que perfeito, por assim dizer...

Para mim, todos os verbos são transitivos, para todos eu tenho, pelo menos, uma pergunta a fazer. Não me venha com essa de verbo intransitivo que isso é coisa de gente rabugenta que não gosta de uma boa prosa!


"Quem pensa, pensa" [em alguma coisa]. Pode ser diferente? Dizem que quando a gente pensa em nada atinge o nirvana ou coisas assim, mas basta lembrar que não pensava em nada que já voltou a pensar. Em que? Pode ser até pensar que está pensando... Já é alguma coisa. Então, exige complemento, certo? O único ser que pode usar o verbo pensar como verbo intransitivo é a estátua de Rodin, e só. Todos os demais pensadores tem cérebro e pensamentos.

Dessa confusão sintática o verbo transitivo que gostaria de ver intransitivo (e não pelas razões de Mario de Andrade) é amar.
"Quem ama, ama". E se o verbo se tornasse intransitivo poderia dizer que tudo o mais seria transitivo direto, todos transitariam no planeta. As palavras transitariam diretamente, sem medo de má interpretação. Se amar fosse intransitivo não haveria a má interpretação. Toda interpretação seria sã.
Na intransitividade do verbo amar o impositivo perderia sua razão de ser, não seria mais desejável. E o presente, a única forma de conjugação possível. Não amei nem amarei, não amaria ou amava, por que "quem ama, ama"!
Não haveria o risco de expor-se por dizer a verdade. A verdade seria a única palavra. Neste caso, teríamos atingido o estado das coisas. Apenas seríamos!

Beijos a todos,

Tati.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O casamento da Susi

Quando era pequena tinha uma Susi linda e querida. A gente não tinha tantos brinquedos quanto nossos filhos tem hoje, e essa boneca era especial!

Eu morava, com meus pais e minha irmã, em um prédio pequeno, com 2 apartamentos por andar. Nós no 301, nossa melhor amiga no 302 (e somos amigas até hoje, mas agora a distância não é de um corredor, e sim da ponte-aérea). Nem é preciso dizer que três meninas entre 6 e 8 anos não se desgrudavam, né? Quando não estávamos na casa de uma, estávamos na da outra. As portas viviam abertas.

Um dia, no meio da brincadeira, nem sei quem teve a "brilhante" ideia, minha Susi foi pedida em casamento pelo Feijãozinho da minha melhor amiga. Lisonjeada, a Susi aceitou e começaram os preparativos para o grande evento, com participação de nossas mães. Minha mãe costurou um vestido de noiva para minha boneca!! (não se fazem mais mães como antigamente...). Tia Ima, mãe da Rê, fez o bolo. Foi um longo período de noivado, até por que o vestido precisava ficar pronto. Enquanto isso, o feijãozinho original morreu (perdeu o enchimento) e tivemos que trocar por outro, que eu achava até mais fofo, mas era careca. Quer dizer, se tirasse o chapéu, ficava careca.

Este período do noivado foi importante para avaliar se o amor era verdadeiro. Eu olhava para o noivo e pensava: "Como minha filha tão bem criada e educada poderia ter escolhido este traste para marido?" "Que noivo mais molenga" E outros pensamentos que passam pela cabeça de uma sogra.

Até que, na data marcada, a sogra da noiva (que não tinha uma Susi para chamar de sua) resolve fazer um adendo ao contrato de casamento: "Depois de casados não poderemos separá-los. Um dia ele dormirá na sua casa e no outro dia ela dormirá aqui!". Peralá! Como assim?! Você quer dizer que minha boneca favorita não será mais minha? Ah, não... Aquela pequena que sofri as dores de tirar as travas de segurança da caixa? Quem ira pentear seus cabelos dourados? Quem dormirá com ela aos pés da cama? Quem experimentará roupinhas de croché feitas pela vovó? Quem irá alimentá-la com as delícias de vento servidas em pratos de plástico da China? Ah, não...

E foi assim que uma brincadeira de criança inspirou Holywood, quando minha Susi tornou-se a "Noiva em fuga".

Claro que comemos o bolo, mas desta vez, não houve casamento! Este aconteceu apenas anos mais tarde, quando a linda boneca apaixonou-se perdidamente por um moreno alto, bonito e sensual. Sarado, como  diríamos hoje, com um abraço protetor e acolhedor. E o melhor, era da minha irmã, assim, continuariam morando no mesmo armário de brinquedos, só mudariam de prateleira! O príncipe consorte desta vez era o Peposo, um lindo ursão de pelúcia!

E viveram felizes para sempre.




Um beijo a todos.

* As imagens são do Google. Fotos eram artigo de luxo! Estariam restritas à cerimônia, que não chegou a acontecer...