Pensei em vários temas para abrir minha participação neste blog. Mas ao me sentar para escrever pensei na Tati e na história de nossa amizade. Nos encontramos num momento muito intenso de nossas vidas "A Maternidade". Um momento de licença maternidade, literalmente, porque ao ter um filho nada mais tem a mesma importância e naquele momento inicial do bebê , só ele nos importa. Então só falávamos sobre isso, enquanto Tati corria enlouquecidamente atrás do seu moleque que é mais velho que o meu. Morávamos num condomínio de casas geminadas, eu ainda moro, mas a Tati se mudou. Este tipo de moradia, decididamente não é como as outras, tem um jeito e um clima de casas antigas do subúrbio. Costumamos ir à casa dos vizinhos se nos falta uma xícara de açucar, sal ou para mandar uma provinha das receitas especiais que preparamos. Da casa dela eu me lembro de tomar a limonada do Vi, aprendi com ela a colocar o adoçante primeiro no copo e depois o suco pra não ter que mexer com a colher. Na frente da minha casa eu tenho vasos com temperos, como: manjericão, salsa, orégano, alecrim que estão a disposição dos vizinhos, nem todos claro, porque também não moro num paraíso e como nos contos de fadas, também mora aqui uma vizinha que todos chamam de Cruela. Felizmente tudo vira piada, na medida do possível, é claro. Neste clima começa a nossa história, cheia de identificações, inconformismos, insatisfações, projetos, muitos projetos sempre. Quando ela se mudou foi bem difícil, mas estava feliz e era isso que me importava. Daí por diante não tínhamos mais aquela calma, já era um outro momento, filhos maiores, escola, trabalho, correria. Então nos encontrávamos por coincidência andando pela rua, sempre apressadas, porém sempre deixávamos algum compromisso de la
do para continuarmos a conversar. E nunca era um assunto qualquer, era sempre algo sério. O que me parece é que o destino nos coloca uma perto de outra quando estamos no limite. Discutimos nossos casamentos, nossos filhos, nosso trabalho... Só teve esta última vez que ela ligou, eu senti que era sério e então larguei tudo e fui ao seu encontro...
A amizade é algo precioso, tento sempre estar com meus amigos. As relações familiares e de casal são mais intensas e por isso, recheadas de culpas, frustração e alegrias também. As amizades são mais descompromissadas e aconchegantes, são pessoas que escolhemos para testemunhar nossas vitórias ou derrotas, pra dar um colinho quando precisamos e também pra dar boas risadas. Voltando a Tati, ela é tudo isso e mais um pouco, adoro estar com ela!!! Gostaria de agradecer a todos pelas mensagens de boas vindas. Me senti super bem acolhida por vocês, apesar de ter sentido um pouco de medo. Não costumo me expor, até pela minha profissão. Costumamos sempre falar de vários assuntos, casos clínicos, mas não falamos muito de nós mesmos, não assim em público. Apesar disso resolvi encarar, pensei em aproveitar o espaço e a oportunidade para ser apenas Alessandra, amiga da Tati, mãe do Vinicius... Terapeuta e agora blogueira. hahaha
Feliz Natal pra Todos!!!