Hoje a querida Liliane propôs uma blogagem coletiva para comemorar o aniversário de um ano de seu blog: Sonhar e Ser. É um espaço encantador, que faz pensar e onde já me emocionei muitas vezes. Parabéns Lili, que seu blog seja um sucesso maior a cada dia. Você merece!! Estarei sempre por lá! Não conhece? Segue o link! Quer participar? Ainda está em tempo. É só avisar a Liliane nos comentários. Válido de 22 a 25/02.
O tema proposto foi o nome do blog: Sonhar e ser. Achei que veio a calhar e vou contar um pouco do que experimentei por estes tempos.
Quando matamos os sonhos dentro de nós?
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daqui |
Quem acompanha o blog sabe que eu não vinha numa fase muito boa. Não que tenha sido a mais difícil em questões práticas, mas é que uma sucessão de fatos atrapalhados ou mal sucedidos fizeram com que eu parasse de sonhar, de acreditar. E isso tira toda a razão de ser.
Se não sonhamos, não visualizamos futuro. Se não acreditamos mais no futuro, se não investimos nos sonhos, fica impossível suportar as dificuldades do dia-a-dia. Qualquer obstáculo torna-se intransponível: não vale o esforço. É entregar o jogo.
Quando vivi este momento veio o mal humor, a falta de paciência, a angústia, a insônia. E eu não entendia, nada disso se mostrava tão claro assim para mim. Eu só via que "não deu", "foi em vão", "não vale à pena" entre outras entregas.
Daí um sábado já acordei sem vontade de levantar, levantei pela obrigação de fazê-lo. Não sabia explicar as sensações. Família em casa, sol brilhante, um dia feliz pela frente, repleto de possibilidades e nenhuma vontade de tentar. Mal humor!!! Todas as tarefas eram obrigações enfadonhas.
Fui para a cozinha, me isolei, e aproveitei para me questionar. Tanto a me perguntar, tanto a me responder... Então caí no choro! Chorei até não poder mais. Vi, sem entender nada, se perguntando o que fez de errado, me olhando com um ar triste de quem não sabe mais o que fazer, de quem não entende o que está se passando. Entrou na cozinha, minhas lágrimas não eram de cebola. Eu o abracei e me entreguei a um choro sofrido, tão intenso quanto vazio. Já era a segunda vez que acontecia, mas da primeira não entendi. Caí no choro quando ele disse que estava com saudades de mim. Meu pensamento foi: "eu também" e desatei a chorar. Desta vez eu consegui expressar melhor, eu consegui entender e colocar em palavras:
- Eu deixei de acreditar. Não existem mais sonhos em mim. Não consigo fazer planos... Matei a menina sonhadora que sempre fui. Afoguei-a em frustrações. Em desejos e vontades não atendidas, adiadas indefinidamente.
Naquele momento de conversa uma coisa muito importante aconteceu. Eu entendi que a questão a ser resolvida era entender como se sonha. Pontual (apesar de não tão óbvio). Isso eu sei fazer!
Naquele momento de conversa uma coisa muito importante aconteceu. Eu entendi que a questão a ser resolvida era entender como se sonha. Pontual (apesar de não tão óbvio). Isso eu sei fazer!
Foi nisso que me foquei: O que me falta para sonhar? Quais foram os sonhos dos quais abri mão? Por que? Deixaram de ser importantes? Quero/ não quero mais? O que preciso para voltar a investir? Como voltar a acreditar?
E assim foi meu processo de reconstrução. Está sendo. Concordo que com terapia seria mais fácil, mas nesta fase da minha vida não dá. Analistas são pagos, não é? Eu estou desempregada desde dezembro. E este assunto me leva de volta aos sonhos, ou à negação de muitos deles.
Nestes questionamentos percebi que nunca tive dúvidas do que quero, que nunca deixei de querer, mesmo quando as frustrações são muitas. Lembra do "quem desdenha quer comprar?" Eu faço isso quando meu objetivo fica muito distante. Desdenho por medo de não chegar lá. Neste momento em especial algumas decepções doeram demais e me anestesiei por um tempo.
Daí veio a decisão de viver um dia de cada vez. E de reaprender a sonhar. Começar em etapas. Sonhar com um sorvete no fim de tarde ao invés de uma viagem à Nova Zelândia (tinha esquecido deste sonho!). Não dá para consertar o piso? Que tal algumas fotos na parede? Enfim, comecei com estes sonhos pequenos, sendo feliz hoje. Sonhar com uma comida gostosa, com uma boa noite de sono, com carinho do Vi, com sorrisos do Bê. Então fui tomando coragem. Coloquei só o dedinho na água por medo de ser fria e fui percebendo que estava agradável. Fui retomando sonhos maiores e estou tentando. Tem dias mais fáceis e dias mais difíceis. Para os mais difíceis ligo para amigas próximas, tomo um banho gelado, leio um livro, ouço muitas músicas. Mas estou aprendendo. Me conhecendo, me perdoando e tentando. Errando e aprendendo.
Vejo portas entreabertas e já não tampo os ouvidos, achando que vão bater. Aceno para dentro, na certeza que oportunidades vão aparecer e me convidar a entrar. Estou voltando a sonhar, e o horizonte me parece mais luminoso, os obstáculos já não são tão grandes. Agora consigo dormir e, nestas horas, também sonho!
Beijos a todos em especial à Liliane. Está sendo um prazer comemorar com você este primeiro aniversário. Sonhe com muitos outros. Estarei a seu lado, para aplaudi-la, sonhando também.
Tati.
P.S.: Estarei ausente toda a terça-feira, mas volto rapidinho, assim que der, para retribuir as visitas. Ainda estou atrasada com os lindos comentários pelo aniversário do Bê. 'Guenta aí que estou chegando! Mais beijos.