Quando tivemos o verde na blogagem coletiva eu fiz "alguns" rascunhos e acabei optando pelo Minha vida é verde, na verdade, li os dois que mais gostei para marido e ele escolheu. Só que este ficou aqui, juntando poeira cósmica virtual... Agora o Colorindo a vida acabou e o texto ficou assim, sem pai nem mãe. Resolvi lançá-lo a vocês, quem sabe alguém ri um pouquinho... No fim das contas ele é apenas o detalhamento de um parágrafo da postagem verde, mas é independente, quem não leu vai entender, afinal, ele era uma postagem independente, né? Então, está aí para vocês minha boba historinha em verde:
Elegi, para contar, uma história sobre um vestido.
Meu guarda roupas é muito colorido, entretanto há um predomínio de verde e rosa (não sou mangueirense, hein. É só coincidência), mas as roupas favoritas são verdes. Meu vestido mais querido, e que por isso uso em ocasiões especiais, chegou a ser apelidado por meu chefe de "vestido da sorte"... hehehe. É a história que vou contar.
Há dois anos atrás estávamos hospedados na casa de meus pais, aguardando que os antigos moradores liberassem nosso novo apartamento. Tivemos que entregar nossa casa e nada do casal entregar o apartamento. O que era para durar 15 dias foi eternizado em 4 meses. Nem preciso detalhar nosso (des)ânimo no período, né?
Nesta época, passando por uma vitrine, me apaixonei por um vestido. Não era hora para compras, mas eu queria me consolar. Entrei na loja e experimentei. O vestido era estilo cache coeur, verde escuro, quase musgo, vestia maravilhosamente bem. Foi amor à primeira vista. E foi correspondido. A não ser (sempre tem que ter um porém, né?)... pelo preço... Era bem caro. E sabia que teríamos grandes despesas pela frente, além daquelas decorrentes das documentações. Mas este pirulito do Dr não poderia ser deixado no consultório. A injeção estava doendo muito...
Comprei o vestido! Feliz demais. Comprei também mais duas blusas em outra loja. E voltei para casa preocupada. Coloquei uma bolsa dentro da outra... ai, ai, ai... o que o Vi vai dizer?
Cheguei na casa da minha mãe e enfiei a bolsa (neste momento já resumia-se a uma única) em um guarda-roupas de quando eu era solteira e que minha mãe usa para "coisas em geral", sabe como é? Então, meu vestido lindo ficou ali. Morou ali os meses restantes de nosso exílio. Não tive coragem de tocar no assunto com o Vi. Mostrei as blusas, usei, mas o vestido... Só pensava nele. Uma espécie de amor platônico temporário.
Então nos mudamos, e na primeira oportunidade, lá estava eu com meu vestido. Contei a história para o Vi, que achou que eu estava linda e pronto! Questão resolvida. Mas aí é que começa a história.
Este vestido, além de lindo, é muito discreto. Não é decotado, bate abaixo do joelho, tem cores sóbrias. E é extremamente feminino. Como não tenho um grande guarda-roupas, suas características me fizeram elegê-lo para traje de apresentações importantes. E este ano que passou foi riquíssimo delas. Então toda vez que surgia uma apresentação, uma aula, uma palestra, fosse no mestrado ou no trabalho, lá estava meu vestido verde exibindo os slides. Estava tudo ótimo até que no final de 2009 tivemos uma apresentação externa e, por acaso, fui de calça.
Quando chegamos meu chefe comentou:
- Ué, não veio com o vestido da sorte?
Fiquei com tanta vergonha... Mas achei engraçado. Meu chefe é também meu amigo, tem intimidade para brincar. Achei ótimo que ele pensasse que era superstição, mas corri comprar um novo modelito, também belo e discreto, mas agora preto.
Ainda assim o lugar do meu amado vestido verde está garantido. No armário, no corpo e no coração. Ele é meu companheiro em memoráveis lembranças!
Beijos em verde esperança e cura,
Tati.