Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

terça-feira, 18 de maio de 2010

O tal coração de mãe




 

Quarta-feira foi o primeiro dia do filhote na escola nova. Ele agora fica só o período da manhã, minha mãe o busca na hora do almoço e então passam a tarde juntinhos, até que de noitinha marido passa lá, depois do trabalho e traz nosso pacotinho de volta. Isso está sendo uma coisa maravilhosa para ele que, em 5 anos de vida, passou 3 na creche em período integral. Sem falar no ganho que é passar a tarde inteira com a avó que ele ama enlouquecidamente.

Sexta-feira resolvi fazer uma surpresa. Interrompi meu trabalho/ estudo e fui buscá-lo na saída, cheia de expectativas. Curiosa por esta nova etapa na vida do pequeno. Coração radiante, segui até a escola caminhando (é perto de casa). Cheguei bem antes, o medo de atrasar me fez adiantar quase 20 minutos...

Fiquei no pátio externo aguardando, sentindo o clima agradável e tranquilo da escola. Até que ele saiu, com sua mochila enorme do pokemon escolhida por ele, uniforme de menino grande, merendeira na mão e... me viu... olhares se cruzaram... grande emoção ... um olhar de... de decepção... de frustração tamanha que nem sei descrever. A merendeira foi ao chão, ele andou em círculos, quase desorientado, ou mesmo numa desorientação total, nem sei. Meu coração apertou sofrido.

Me antecipei em dizer que iríamos para a casa da vovó Mirian antes de qualquer "oi, como foi seu dia". Não havia espaço para cumprimentos. Eu entendi a questão por trás de tudo. Eu sei que o prazer do novo, da casa da avó, da presença de minha mãe, etc, etc tem feito deste um novo momento, mas coração de mãe não foi feito para racionalizar e eu sofri ali, aguardando as covinhas, que não apareceram, sua voz dizendo um Mããããee comprido, como ele sempre disse quando me via na saída da outra escola, mesmo quando a rotina era EU pegá-lo e nunca atrasei... Não posso negar, doeu.

Sei que ainda doerá muitas vezes. E que em alguns anos eu serei um mico ou qualquer outra gíria que se crie para dizer a mesma coisa; sei que não vai mais pedir minha presença em seu quarto para brincar ou para dormir, que não serei mais requisitada para ler histórias ou ouvi-las do seu jeito... sei de tudo isso... mas e daí?

Naquela hora só fiquei triste. E feliz também, por que ele está adorando a nova rotina. Por que aceitou bem e já está adaptado à escola. Em três dias já fez amigos, chega em casa com muitas histórias para contar. Tudo bem se não sou mais a grande novidade. Meu filhote está satisfeito com a vida, adaptou-se tão rápido, eu preocupada com o como seria e ele já é! Filhos são criados para o mundo, não é assim? Estamos fazendo a lição direitinho...

Aí a gente entende o tal do padecer no paraíso. Como mãe, sempre se ganha de um lado, sempre se é feliz de alguma forma. Mesmo uma rejeição pode ser encarada como uma conquista.

E fomos juntos, de mãos dadas, conversando sobre aquele dia, fazendo planos para os próximos, rumo à casa da vovó Mirian. Mas ele já me pediu: "Deixe a vovó vir me buscar, tá bom?"


Amigos, Esta postagem merece um adendo: Eu postei meio insegura se iriam entender o que vivi e percebi que é mais normal do que poderia supor, quem não passou por isso vai passar e TODAS entendemos a dor e delícia do momento. Não consegui responder individualmente, mas agradeço a cada amigo que aqui passou. Eu perdi o comentário do Lynce e da Chica por que postaram ontem (eu errei na programação e acabei tirando do ar, mas está guardado na caixa de e-amail) se alguém souber como restituí-los, agradeço.

O que quero na verdade adicionar (quantos preâmbulos...) é um comentário em especial, por que me fez chorar. A Yvone do Casas Possíveis contou uma história semelhante e invertida. Então, todas nós, mães (ou mesmo pais) podemo entender nosso valor, mesmo que em alguns momentos eles desdenhem um pouquinho... Depois aproveita e visita a Yvone, vocês não vão se arrepender!

Segue parte do comentário: 

"Seu post me fez lembrar da minha filha caçula que costumava ter medo de chuva. 
Numa noite, cheia de medo dos trovões me chamou e dise:
“Vem aqui mamãe estou morrendo de medo..."
- Minha filha respondi; - Deus vai cuidar de você e te ama muito, ou disse algo parecido. Mas a resposta eu gravei:
“Eu sei que Deus me ama” respondeu de pronto; “mas o que eu quero agora é alguém de carne e osso”.
 Fiquei refletindo por muito tempo àquelas palavras, na mensagem contida. E a prova disso é que nunca mais me esqueci.
 Hoje os tres estão belos e criados mas, ainda penso que se eu pudesse começar tudo de novo, era isso que eu queria ser acima de tudo:
O amor de Deus, mas em carne e osso. 

Você é, amiga! Toda mãe é! 

Beijos a todos,

Tati.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Branco em muitas cores

Queridos,

Fiquei com medo de não conseguir escrever, mas vício é fogo!!! Ainda bem que ideia desconhece agenda, horário, cronograma e chega assim, sem avisar ninguém e não espera ser anunciada... Não quis perder a oportunidade. Na terça-feira, no banho, me lembrei de um dos brancos mais mágicos da minha vida. E torna-se ainda mais especial pelo momento que vivemos esta semana.


A gente aprende na escola que branco não é ausência de cores e sim a união delas, né? E é bem difícil entender isso quando a folha inicial, aquela que será preenchida por cores e imagens, é branca! Parece sempre que o branco é ponto de partida.

Quando eu era criança meus avós tinham um apartamento em São Lourenço, MG e viviam mais lá do que aqui. O pensamento que me veio à mente, na terça, no banho, é que imagino que tenham sido os anos mais felizes da vida deles (lembrem-se, foram 62 anos de casados. Não sei quantos eles viveram em S.L, por que eu era criança e contabilizar tempo não tinha a menor importância nesta época).

Nós íamos muito para lá em períodos de férias. A maioria das vezes fui com meus pais, uma única vez fui sozinha com meus avós. Muitas vezes meus primos e tios também iam e as lembranças de São Lourenço tem muito mais cor e sabor do que águas de todos os tipos.

Mas e a lembrança branca? Pois é. No Parque das Águas, além da fonte Vichy, que eu achava a mais linda, mas acho que o que eu mais gostava era dos cisnes (brancos)... tinha uma máquina de pintura, que tem estrutura verde e não branca. Não sei quem conhece esta máquina e nem sei se existe em mais algum lugar do mundo. Não sou tão viajada quanto gostaria... Mas a questão é que esta máquina funciona assim: Coloca-se o papel (branco) numa espécie de vitrola e tem um monte de bisnaguinhas de tintas variadas (é como se você colocasse mostarda e catchup multicoloridos no papel). A gente despejava a tinta aleatóriamente e liberava para o cara ligar a máquina, que girava tão rápido que toda aquela tinta multicolorida ficava... BRANCA! Sim, as muitas cores, quando giravam e se somavam, ficavam brancas!! Quando a máquina parava a gente via uma "pintura abstrata", muitas vezes estilo mandalas (Viu, Dalla!), e levávamos nossa obra de arte para casa felizes demais. Queríamos fazer muitas e muitas vezes. Criança é tudo Tele Tubbie...


Onde está o mais especial de toda esta história? Na lembrança de meus avós. Já falei em postagens mais antigas que não tínhamos uma relação muito próxima, mas eles eram meus avós, eram os pais de meu pai e fizeram parte de muitos e muitos momentos de minha vida, principalmente na infância. Em outubro meu avô fez "a viagem", como ele costumava dizer. E na quarta-feira, minha avó despediu-se de nós.

Os dois, em 2007, comemorando 60 anos de casados.

A sorte é termos boas lembranças para guardar no coração e lembrarmos deles com carinho. São Lourenço, para mim, representa a felicidade maior dos meus avós, então imagino agora que eles estejam se reencontrando e que o cenário seja esta linda cidade, que lá eles posam voltar a ser felizes e saudáveis. A família que ficou sentirá saudades, mas permanecerá de pé, unida, forte.

Eu achei que estivesse tranquila, mas foi muito duro lidar com esta foto agora...

Que a gente aprenda que o branco, no luto, tem mais a ver com acreditar na imortalidade da alma, na sobrevivência do espírito e que ele seja sereno, emissor de paz. Vamos substituir o preto em nossos corações por uma imagem branca, de todas as cores em movimento. A vida precisa ser feliz, aprendendo a conviver com perdas e mudanças!


 Esta é a última semana da blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com bolo. Foram 7 semanas maravilhosas (eu perdi a primeira - amarela). Apesar de já ter agradecido muitas vezes, espero que eu não seja chata em repetir OBRIGADA Glorinha, sua ideia foi mais do que colorida, foi ILUMINADA!!! Que a despedida seja um luto branco, de renovação, renascimento. Que as amizades aqui descobertas solidifiquem-se, cresçam. Estaremos juntos na Blogagem da Mila - Vida Simples, e em outras que surgirão pelo caminho. 
Foi um grande prazer. Obrigada a todos que passaram e deixaram comentários fofos, aos que ao menos leram o que escrevi, aos que escreveram postagens que alegraram ou fizeram pensar, e também aos que emocionaram e até fizeram chorar. Sentirei saudades e me lembrarei com carinho deste período.


Beijos a todos,

Tati.

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sábado, 15 de maio de 2010

E não é só isso... você leva inteiramente grátis..

Estou parecendo propaganda enganosa. Digo que vou ficar ausente, que só volto dia 20... mas cadê que consigo? Melhor deixar o chão empoeirado, a roupa que tirei do varal por dobrar (passar? O que é isso?), mas não deixar de estar aqui... Como este espaço me alegra, meu Deus...

Quero contar que escrevi a blogagem branca e que estou daqui pensando em mil coisas que ainda desejo postar dia desses. Depois de um post besteirol como o anterior vou para um tema um pouco mais denso, mais reflexivo. Estou pensando nisso desde quinta, quero que pensem comigo, ok?

Marido e filhote em visita ao Museu da Vida - Amo esta foto. Acho que ela representa a condução, o apoio, a segurança, aquilo que um pai deve representar para seu filho. (isso é uma legenda ou um testamento?)

Quinta, no trabalho, uma colega começou a comentar sobre um abrigo para crianças que ela frequenta. Falou sobre como é bom e que aqueles que ali estão são privilegiados frente a outros abrigos. Então comentou sobre uma menina linda, que foi tirada da avó que era camelô e levava a menina com ela quando ía trabalhar. Disse que o Conselho Tutelar tem uma ficha longa e complexa, onde avalia se a pessoa tem geladeira, quantas camas tem na casa, como é a alimentação... enfim, coisas que TODOS nós queremos ter, certo? E que se não atingir um determinado padrão a família perde o direito à criança. Que a criança é levada ao abrigo e, dependendo da situação, é colocada para adoção. Até onde sei, se a criança tem família ela não pode ser posta para adoção, mas não tenho conhecimentos profundos sobre isso.

Independente de qualquer coisa, o que fiquei pensando e tentei argumentar com a interlocutora é, uma família é punida com a perda da guarda por ser miserável? Deixar um menor de 12 anos sozinho é abandono de incapaz e é crime. Uma mãe sozinha que precisa trabalhar e não pode pagar creche... como faz? Se tem creche do governo na região e ela consegue vaga, ótimo. Senão? Fica em casa com as crianças e aguarda a boa vontade de um rei mago que leve incenso e mirra? E se leva a criança para trabalhar (sim, por que pode não ser uma coisa ótima, mas o camelô é um trabalhador informal em nosso sistema excludente) também está em desacordo com o estatuto da criança? Mas o que será que é o melhor para a criança? Um abrigo com refeições preparadas por nutricionistas, onde ela é mais uma em 30 ou o colo da avó, comendo feijão com farinha? Ou será que melhor mesmo seria investirem mais em creches comunitárias onde estas famílias pudessem deixar suas crianças durante o dia e buscá-las à noite? Ou a possibilidade de trabalho digno para estas pessoas para que pudessem cuidar, elas mesmas, de seus filhos?

Será que o Conselho tutelar também retira das pracinhas as crianças que são educadas por babás enquanto suas mães vão a festas, passeiam, circulam... Veja bem, nada contra babás. Meu filho, até semana passada, passava 8 h por dia na creche. E eu amava e me sinto uma boa mãe. O que estou falando é das "mães por status", aquelas que usam filhos apenas para fotografia. Será que o conselho tutelar intervém?

O que é levado em consideração? Apenas os bens da família? Se tiver amor, mas não tiver recursos, esta família merece o castigo? Já não são punidos o suficiente? Não há formas melhores de intervenção, como auxiliar esta família a sair da posição de extrema miséria?

Na sequencia, ainda na quinta, na casa da minha mãe, de noite, uma amiga que é abertamente contra adoção estava comentando sobre o manicômio (é esse o nome ainda?) onde está fazendo estágio. Contou a história de uma mulher bipolar que foi internada após uma crise violenta e que estava grávida. Disse que teve a criança, que a família não quis e que deram para adoção. Então ela questionava. Falava: "Já pensou? Quem adotar não vai ter um histórico, não saberá que a mãe era uma bipolar. Que perigo!"

Gente, fala sério? Quem inventariou a família do marido (ou da esposa) antes de casar? E qual a garantia embutida nisso? E se o filho, gerado na sua barriga, tiver problemas físicos ou neurológicos, é menos filho? Estas crianças que estão sem família devem seguir este destino fatalista? Não há chance? Futuro? Esperança? Na minha família tem caso de esquizofrenia e de alcoolismo. Não tenho o direito de ter filhos? Devia ter evitado a procriação? Afinal, quem teria direito a eles? Se assim fosse, só a bailarina do Chico seria mãe...

Muitas questões e nenhuma resposta. Só as tais perguntas em resposta. Não tenho respostas e nem espero por elas, quer dizer, quero ver mudanças, isso sim seriam as respostas. Por onde podemos começar as mudanças?

Tudo bem, faltou a leveza, né? Mas desta vez não consegui... Apenas agradeço a sorte de ter nascido em família de classe média e de oferecer o mesmo a meu filho. Assim, ninguém avalia se na minha casa tem feijão ou se dou biscoito de jantar...

Beijos a todos,

Tati.

Memória de Mamute...


Por que elefante perde...

Vou usar um dos rascunhos que tinha guardado para matar o comichão... Que vício bom este de blogar... Dá uma saudade de escrever para vocês, de ler o que vocês escrevem, de comentar e ser comentada... Ai, saudade!! Então, não me levem a mal. Estava guardado por que eu tinha vergonha de mostrar tanta sandice!!

Tenho uma memória abençoada, às vezes passo até vergonha, por que me lembro do amigo do tio do colega da vizinha da moça que vende salgado e eu vi uma vez na esquina da casa do amigo da irmã da sobrinha... entendeu? Claro que não lembram de mim. Mas eu sei quem é, eu sei onde conheci e até sobre o que conversamos. Algumas vezes lembro inclusive uma frase ou outra na íntegra. Mas não é sempre assim tá, por que coerência não é meu forte e guardar coisas importantes e úteis é bem mais difícil...

Lembro assim de tudo e de todos? Não, algo tem que ter marcado o momento, mas não pense que sou normal, por que já desmenti esta parte antes... então, lembro por que a pessoa usava uma blusa linda, ou por que a blusa era cafonéééérrima, ou por que fiquei com pena de alguém que tropeçou, chorou... ou por que o indivíduo (a) cospe quando fala... Coisas assim bem lógicas... hehehe

Guardo também momentos e canções que todos já esqueceram.

Então hoje vou contar duas lembranças do tipo: que-bom-que-lembrança-não-ocupa-espaço-senão-teria-que-jogar-fora-por-total-falta-de-utilidade.


A primeira, eu tinha uns 9 anos de idade, mais ou menos. Meu pai tinha uma empresa de radiadores - A Radiador Mauá. A gente morava em uma casa enorme, com uma cozinha que ocupava 3/4 da casa, de verdade! Era muito grande. E lá ficava ligado um radinho o dia inteiro, sobre uma prateleira. Um dia, todos atentos ao radinho, ouvimos o anúncio: "Chopp é gelado, mulato é quente, mas radiador é Mauá". Nossa!! Fiquei encantada! A empresa do meu pai soou como celebridade na minha casa, afinal, quem aparece na rádio é cantor, é famoso! Faz ideia do que era para uma menininha ouvir na voz do locutor da rádio o nome da nossa empresa? Me senti na crista da onda! E nunca esqueci. Outro dia cheguei na casa dos meus pais recitando os versinhos e demos muitas risadas por eu ainda me lembrar disso...

A outra história aconteceu no colégio que eu estudava que se chamava Jacobina. Por briga de família ou coisa assim a dona foi obrigada a mudar o nome e escolheu Don Quixote. Eu estava na quinta série, nós do alto de nosso 12 anos não podíamos tolerar aquilo. Como poderiam mudar um nome tão pomposo para algo tão infantil (?! Cervantes? Infantil?) que nos soava como nome de jardim de infância?

Então, as futuras cara-pintadas resolveram fazer seu protesto pacífico e sentadas num banco sob uma frondosa mangueira no pátio do lindo e amplo colégio compusemos o sambinha:

"Não é Don Quixote não, nem Jacobina, Instituto Fênix no embalo das meninas... (tem que cantar como aquele samba... "tã nã nã nã, nã, nã, nem Zé Pereira... lá lá lá lá... entenderam?)

E aí? Sentem-se mais cultos para continuar o dia? Estão se questionando como puderam viver até aqui sem dominar estas informações?

Tudo bem... não precisa agradecer...

Beijos,

Tati

P.S.: Se eu demorar a dar sinal é por que internaram A LOUCA!! kkkk

P.S2: Antes que questionem, eu não uso droga nenhuma, nem remédio para dormir... O que será que tinha no café hoje de manhã? tsc... tsc...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Explicando a linha cruzada


Rob Gonsalves (estou tão surrealista nestes tempos...)
Queridos,

Não viajei e nunca estive tããããão grudada no computador em toda a minha vida. A questão é que preciso ser uma mulher madura e produtiva, daquelas "focadas em resultados", "ampliando meus conhecimentos", pró-ativa"... e todas essas coisas que não deixam ninguém feliz, mas que nos levam ao (?) topo (?!)...

Então, deixei aquela mensagem "desaforada" de pura brincadeira, por que não conseguirei acompanhar os blogs, nem o meu próprio, de maneira adequada. E como almejo receber selinho de "blogueira dedicada" algum dia, já comecei me redimindo, para não ser acusada de abandono de lar.

Mas não estou viajando. Quer dizer, não saí da cidade, por que viajando é um termo difícil de separar deste ser estranho que sou eu...

Para finalizar este post sem pé nem cabeça (entendeu o que falei de estar fora do ar esta semana), digo ao povo que fico, mas não fico muito. Por que o Word e o Power Point me chamam e são ciumeeeeentos...

Vez por outra passarei por um blog ou outro, atendendo às recomendações/ sugestões da Beth/Lilás de produzir oxitocina. Tenho crises de abstinência se não fizer isso: tremo e babo... Um horror!!!

Beijos e estarei de volta: corpo, alma, coração e letras dia 20 de maio.

Saudades de todos vocês.

Tati.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tu-tu-tu... tente novamente mais tarde...

Unfinished Puzzle - Rob Gonsalves

Estarei fora da área de cobertura ou desligada até 20 de maio, mas... por favor, deixe seu recado que retornarei assim que possível (quando todas as caixas da prateleira alta pararem de cair sobre minha cabeça...).

E lembre-se: "A sua ligação é muito importante para nós"...

Beijos,

Tati.

P.S.: Vou tentar catar um sinal qualquer da minha mente para escrever, pelo menos, a blogagem final - Branca, do colorindo a vida, se não der, perdoem, ok?

terça-feira, 11 de maio de 2010

A vida é feita de mudanças

Bê em seu primeiro dia de aula no maternal, em 2007
Amigos,

Escrevo este post muito emocionada, após um dia complexo! Graças a Deus o Bê está quase ótimo, acordou e disse: "Pai, eu estou bem melhor". Foi o bom dia mais especial que podíamos ter.

Ontem tomamos uma decisão que devíamos ter tomado há dois anos atrás, mas como era uma decisão difícil foi sendo postergada, apenas ontem veio a clareza de que não dava mais.

Hoje mudamos o Bê de escola. O momento não é o mais propício, faltam 9 dias para minha defesa, preciso estudar e preparar minha apresentação. Em condições ideais eu ficaria concentrada, desta vez não deu.

Amo a escola de onde ele sai. É um lugar especial, onde sei que ele é amado, é um indivíduo. Entrou lá no maternal, próximo a seu aniversário de 2 anos. Lembro do dia em que conheci a escola como se fosse ontem, com cores e cheiros. Com o medo e a ansiedade naturais do momento. Lembro da chuva fina que caía, apesar de ser final de janeiro. Lembro do guarda-chuva, da recepção da Regina, das crianças brincando, do Bê todo à vontade no refeitório, comendo bolo com mate que duas funcionárias, que moram no meu coração para sempre, ofereceram. Ali eu soube que ele estava em casa e encerrei as buscas.

O Bambalalão é a única escola que conheço como mãe. E fomos muito felizes aqui. Saio sem mágoas ou rancores, repleta de amor e gratidão. Então por que saio? Por que a vida dá voltas e nem sempre podemos arcar com aquilo que acreditamos melhor.

A nova escola parecia-me assustadora, ainda assim, gostei bastante. O Bê chegou tímido, mas foi se soltando. Conversou com os futuros colegas de turma, o espaço é ótimo, é uma escola de tradição no bairro. Não será uma mudança para pior, entendam. É só uma mudança. Estamos vivendo tantas e com tal frequência que em breve não mais as temerei. Desta vez, para falar a verdade, me surpreendi. Estou lidando de maneira forte e racional com tudo. E estou bem, mesmo que muito emocionada.

Uma das maiores mudanças,além de deixar o integral para passar as tardes com a vovó Mirian, é que ele sai de um ambiente de creche, uma construção que já foi casa e tornou-se escola, um ambiente em que eu me apresentava como a Tati, mãe do Bê, mesmo por telefone, para uma escola grande, que vai até o terceiro ano do segundo grau (ainda chama assim?). E o mais doído é deixar para trás pessoas que nos cativaram e a quem cativamos, pessoas que sei que AMAM meu filho. Uma das professoras chorou quando contei. Ficou sem graça por chorar, mas chorou. Claro que a abracei e chorei junto, não dava para evitar.

A Coordenadora manteve-nos em sua sala por tanto tempo... parecia que não nos queria deixar ir embora. E quem disse que eu queria ir também? Perguntaram se não o levarei para despedir-se, não sei, estou pensando se será bom para ele. Despedidas são tão tristes...

Prefiro, agora, pensar na apresentação, nas boas vindas, na quarta-feira de material novo, mochila nova, amigos novos, vida nova ... Melhor pensar que este é um lindo caminho que se abre agora e em tudo de bom que nos reserva. Mantenha-se aqui para os próximos capítulos, conto com vocês!

Beijos,

Tati.

P.S. Escrevi ontem, mas só hoje deu para postar. Desculpe a ausência na blogagem verde, mal retribuí visitas. A vida está no liquidificador agora, mas a mistura vai ficar boa, eu garanto! Volto em breve, com força total. Até lá, não me abandonem, por favor!!

P.S.2: Vai sem fotos por que estou muito frágil para mexer nelas agora. Fotos trazem o momento com muita intensidade, não?