Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

domingo, 25 de abril de 2010

Uma novela em ROXO


Coincidências: Esta história estava na prateleira para ser contada, esperava apenas o desfecho, que ainda não aconteceu, mas já era postagem certa. Por desabafo e por graça... Só que quando a Glorinha do Café com bolo sugeriu a cor Roxa percebi que era chegada a hora. Então, senta que lá vem a história...



Algumas empresas devem ter seu Atendimento ao Cliente dirigido por profissionais de circo (e não é dos malabaristas que estou falando...).


Pois bem. Material escolar do filhote este ano mudou. Ele já é um rapazinho e agora tem caixa de lápis de cor no estojo. Querendo colaborar com bons trabalhos, caprichamos! Compramos uma caixa dos ecolápis Faber Castell apagáveis. Sim, nos achamos... Puro luxo, eu achei! E a caixinha foi morar no ultra mega Power estojo do Ben 10.

Na semana das chuvas, quando ficamos ilhados em casa, Bê resolveu pintar com seus lindos lápis poderosos. – Ih, mãe, este está com problema... conserta? – o lápis em questão estava com o grafite solto em seu interior, como se fosse uma lapiseira sem ponto de aperto, então, quando ele tentava pintar, a ponta subia.





Liguei para o 0800. – Senhora, pode me informar qual a cor do lápis 
Roxo
Mas qual o número? 
Ué, não tem número
Senhora, vou estar procurando e... Ih, é... estes apagáveis não tem número, mas a senhora pode me informar a cor?
- Roxo
Compreendo, Senhora. Estaremos enviando este lápis para a senhora por sedex, junto com uma carta pré-paga, estaremos pedindo que nos retorne o lápis com defeito, para verificação.


Uma semana depois chega o sedex. Finalmente o lápis roxo voltará a habitar sua caixinha, tão tristonha e vazia nestes dias... mas...




Surpresa! O lápis que veio na caixa era ROSA!! Como assim?! Rosa nós já temos, o que nos falta é o roxo... Toca ligar novamente para 0800:





- Senhora, estaremos enviando novamente o lápis roxo. Peço que retorne, no envelope, o lápis com defeito e o rosa, por favor.


Desliguei dando risada. Nossa!! Eles estão fazendo questão do lápis rosa de volta. Ao invés de pedirem desculpas pela falha, agem como se eu estivesse roubando os lápis deles... Que desaforo da Faber Castell! Quase comprei caixinha nova, completa, para não causar mais prejuízos à sofrida empresa!

Mais uma semana e nova caixinha de sedex. Fui até a administração do condomínio com filhote, todo feliz, buscar seu lápis roxo. Abrimos a caixa e... Sim! Um lápis roxo! Mas... ops... Não era apagável! Não fazia parte da caixinha do meu filho!



Seta vermelha no lápis com defeito

Ai, não acredito, ligar mais uma vez para 0800! Que grande trapalhada!
- Senhora, nem sei como estar te pedindo desculpas. Estou com a caixa nas minhas mãos e vejo que tem apenas UM lápis roxo (dãh...), estarei enviando neste momento e, para nos desculpar do problema a senhora não precisa mandar estes lápis de volta. Mande apenas o com defeito, fique com os demais!

Liguei para o marido aflita: - Marido, acho que causamos a falência da Faber Castell!! E agora? Como conviverei com a culpa de desfalcá-los em 3 lápis?


E não falo isso pelo custo não. Nunca quis me favorecer de situação nenhuma, 0800 é direito e só é procurado (ou só deve ser) quando há falha no controle de qualidade da empresa. Ainda assim, o atendimento ao cliente perdeu uma grande oportunidade de melhorar o relacionamento com uma consumidora insatisfeita, que estava diante de uma falha técnica. Ao invés disso o que fazem? Me deixam mais chateada... mais descrente na empresa e em sua política de atendimento. Não sei se vale à pena pagar mais caro por uma caixa de lápis deles do que por uma baratinha que vende em qualquer lugar. Afinal, se falhar, você já esperava isso... 

Estou realmente muito decepcionada. Sairia mais barato, e mais simpático para eles, me mandar uma caixinha, com um belo pedido de desculpas por escrito, logo na primeira vez. Ou exigir o retorno dos dois lápis fora de contexto ainda assim... Afinal, que tipo de compensação é essa?

Vou te dizer... é muito despreparo! Fiquei ROXA de raiva!!!! E continuo aguardando o fim da novela...


Beijos a todos. 
Tati

sábado, 24 de abril de 2010

“Tudo que não me mata, me fortalece”


Como bem disse Nietzsche um dia e experimento eu agora.
Vinha numa fase angustiada, sentindo-me atropelada por um rolo compressor pilotado por alguém que deveria me estender a mão, me orientar.
Demorei a entender que a frase deveria ser construída de forma diferente: "Eu estava permitindo que ele me atropelasse".
Pronto: sofri, não morri, estou mais forte. Muito mais forte! Entendi que quando me posiciono a reação indelicada de outros não me afeta. É bom? Claro que não. Mas não estou mais me sentindo "mal tratada". Agora, ele está sendo grosseiro. E eu não aceito este tipo de tratamento. Simples assim.
Agora não estou mais cedendo, abaixando a cabeça e chorando, sofrendo. Estou me impondo. Dizendo o que aceito e o que não aceito. E ele tem que aceitar, goste ou não, esperneie ou não.
Sei, agora, que falta pouco. Que em breve poderei dar o rumo que desejo à minha vida, que não terei mais que conviver (nunca tive mesmo), nem que prestar conta a alguém em quem não confio.
De qualquer forma não preciso esperar chegar este dia (que falta muito pouco, graças a Deus!) para ser feliz, para me sentir plena.
Salve Nietzsche em toda sua sabedoria.
Não me matou, agora suporto qualquer barreira! E vamos para a realização de sonhos, acompanhada por quem realmente vale à pena: família e amigos. Mês que vem teremos muito o que comemorar!
Beijos a todos,
Tati.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre a rebeldia

Meus pensamentos andam tão confusos que nem meus cabelos querem mais morar em minha cabeça e andam preferindo a escuridão do saco do aspirador de pó.
Ou eu me acalmo e melhoro ou andarei sem a companhia da cabeleira que amo e que me caracteriza desde que me entendo por gente.
Como irei ocultar minha fragilidade e enorme timidez sem o véu há anos cultivado?
Será que algum soldado capilar sobrevive até 19 de maio?
Até lá: coque neles!
Beijos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O casamento da Susi

Quando era pequena tinha uma Susi linda e querida. A gente não tinha tantos brinquedos quanto nossos filhos tem hoje, e essa boneca era especial!

Eu morava, com meus pais e minha irmã, em um prédio pequeno, com 2 apartamentos por andar. Nós no 301, nossa melhor amiga no 302 (e somos amigas até hoje, mas agora a distância não é de um corredor, e sim da ponte-aérea). Nem é preciso dizer que três meninas entre 6 e 8 anos não se desgrudavam, né? Quando não estávamos na casa de uma, estávamos na da outra. As portas viviam abertas.

Um dia, no meio da brincadeira, nem sei quem teve a "brilhante" ideia, minha Susi foi pedida em casamento pelo Feijãozinho da minha melhor amiga. Lisonjeada, a Susi aceitou e começaram os preparativos para o grande evento, com participação de nossas mães. Minha mãe costurou um vestido de noiva para minha boneca!! (não se fazem mais mães como antigamente...). Tia Ima, mãe da Rê, fez o bolo. Foi um longo período de noivado, até por que o vestido precisava ficar pronto. Enquanto isso, o feijãozinho original morreu (perdeu o enchimento) e tivemos que trocar por outro, que eu achava até mais fofo, mas era careca. Quer dizer, se tirasse o chapéu, ficava careca.

Este período do noivado foi importante para avaliar se o amor era verdadeiro. Eu olhava para o noivo e pensava: "Como minha filha tão bem criada e educada poderia ter escolhido este traste para marido?" "Que noivo mais molenga" E outros pensamentos que passam pela cabeça de uma sogra.

Até que, na data marcada, a sogra da noiva (que não tinha uma Susi para chamar de sua) resolve fazer um adendo ao contrato de casamento: "Depois de casados não poderemos separá-los. Um dia ele dormirá na sua casa e no outro dia ela dormirá aqui!". Peralá! Como assim?! Você quer dizer que minha boneca favorita não será mais minha? Ah, não... Aquela pequena que sofri as dores de tirar as travas de segurança da caixa? Quem ira pentear seus cabelos dourados? Quem dormirá com ela aos pés da cama? Quem experimentará roupinhas de croché feitas pela vovó? Quem irá alimentá-la com as delícias de vento servidas em pratos de plástico da China? Ah, não...

E foi assim que uma brincadeira de criança inspirou Holywood, quando minha Susi tornou-se a "Noiva em fuga".

Claro que comemos o bolo, mas desta vez, não houve casamento! Este aconteceu apenas anos mais tarde, quando a linda boneca apaixonou-se perdidamente por um moreno alto, bonito e sensual. Sarado, como  diríamos hoje, com um abraço protetor e acolhedor. E o melhor, era da minha irmã, assim, continuariam morando no mesmo armário de brinquedos, só mudariam de prateleira! O príncipe consorte desta vez era o Peposo, um lindo ursão de pelúcia!

E viveram felizes para sempre.




Um beijo a todos.

* As imagens são do Google. Fotos eram artigo de luxo! Estariam restritas à cerimônia, que não chegou a acontecer...

terça-feira, 20 de abril de 2010

As oportunidades que não agradecemos


Sabe aquelas coisas que acontecem em nossas vidas e parecem problemas? Muitas vezes elas estão nos salvando. Quase nunca temos a oportunidade de descobrir isso. Poucos são aqueles que não embarcam no avião que irá cair, ou que são poupados de situações que vão virar notícias e aí sim, saberão que foram agraciados.
Nem sempre são situações tão graves assim, mas elas ocorrem aos montes em nosso dia a dia e nem nos damos conta. E reclamamos delas ainda!
Vou contar uma que tem data certa. Não há como esquecer.
Estávamos na casa de minha mãe. Tivemos uma reunião e buscávamos o Bê. Era uma terça-feira, quase 10h da noite. Então, quando já no portão, a fechadura caiu na mão de meu marido. Como deixar a casa de minha mãe com o portão escancarado a noite inteira? À luz de lanterna, com muito custo, meu marido conseguiu recolocar a fechadura. Eu, que sou uma mal-humorada e detesto contratempos, fiquei dali, reclamando da sorte. Louca para chegar em casa, carregada de bolsa, mochila, criança dormindo no colo...
Tarefa cumprida, fomos para casa, que é relativamente perto. Quando estávamos na entrada de nosso prédio, faltou luz. Tivemos que subir 9 lances de escada. Que azar, né?
Era o dia 10 de novembro do ano passado. Dia do apagão que deixou nosso país às escuras por mais de 6 horas.
E onde está a oportunidade a se agradecer? Se não fosse a fechadura caindo nas mãos de meu marido teríamos ficado presos no elevador. É ou não é para agradecer?
Agora tento me lembrar desta história, e de tantas que nos contam, e reagir positivamente aos imprevistos. Tem dias que esqueço disso, é bom estar sempre me lembrando!
Um beijo a todos,
Que o acaso continue nos protegendo enquanto andamos distraídos...
Tati.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Blogagem Coletiva - Vermelho

OBAA!! Desta vez estou mais entusiasmada do que nunca, a cor escolhida pela Glorinha, do Café com bolo foi o vermelho e estão passando por minha cabeça milhares de coisas vermelhas que eu amo! Aliás, amo vermelho Cor repleta de energia, de força, vibrante, apaixonada, quente, linda! Cor da vida e de muitas coisas de comer que eu adoro, como melancia, morango, maçã, tomate ...

E já que minha postagem azul foi o pássaro azul, nada mais justo que falar, na blogagem vermelha, de outro filme da minha vida: Moulin Rouge!

Amo este filme pela fotografia, por umas posições de câmera incríveis que faziam as danças parecerem caleidoscópios humanos, também pela trilha sonora, que não me lembro de outro filme que eu ame mais, mas acima de tudo pela busca do personagem de Ewan McGregor (Christian) que deseja "amar e ser amado em retribuição". Dá para sentir a profundidade disso? Ele inverteu a ordem do que pedimos geralmente, e fez toda a diferença. Ele não diz que deseja alguém que o ame. Ele deseja AMAR! O retorno virá em retribuição.

Ok, deveríamos amar e pronto, sem esperar recompensas, mas quantos de nós somos capazes disso? De verdade? No filme esta máxima refere-se ao amor romântico, entre um casal. Mas eu quero estendê-lo ao amor puro e simples. Amar amigos, amar ao próximo. Amar primeiro. Estender a mão a quem precisa, mesmo que este alguém não a tenha estendido para nós quando precisamos. É a isso que esta frase me remete.

Agora outro fator que me faz amar este filme, e aí, não diz respeito diretamente ao filme, foi a situação em que o assisti pela primeira vez (Ah, esse eu já vi muuuuuuitas e verei mais mil!)

A primeira vez que vi Moulin Rouge foi no cinema. Eu estava com uma das minhas melhores amigas. Aquela que é para sempre, na alegria e na tristeza. Hoje ela mora na Costa Rica e eu mooorro de saudades. Na época eu tinha acabado de terminar um relacionamento importante e acabado de me formar. Estava naquela fase em que tinha todas as possibilidades à minha frente e absolutamente nada para o dia seguinte. Uma fase  vulnerável, em órbita, sem chão. Esta amiga esteve ao meu lado o tempo inteiro, me deu o apoio que eu precisava por um long período. E neste dia, voltei a me sentir feliz!

É claro que não foi a Martha que me fez sentir feliz, eu sei que isso só eu posso fazer por mim, mas se ela não estivesse ao meu lado este dia demoraria mais a chegar.

Então o que amo em Moulin Rouge é o Moulin Rouge, com toda sua super produção, e a presença da Martha em minha vida! Que agradeço todos os dias, mesmo ela estando tão longe estará sempre pertinho, e torço por ela que foi viver a grande aventura de sua vida - se encontrar!

Se o pássaro azul foi a felicidade, para mim, Moulin Rouge é a amizade (amar e ser amado em retribuição, ou fazer o bem, sem olhar a quem) e a Martha é um símbolo desta verdade dentro de mim. No dia em que nos conhecemos - e já se vão mais de 10 anos... nos tornamos amigas (como se essências se reconhecessem) e isso não é nada fácil para mim, que sou desconfiada, reservada. E não é que ela é igual? Mas já nos conhecemos, compramos água de coco e trocamos confidências de uma vida inteira em pouco tempo, enquanto os outros estagiários da fazenda faziam outra atividade (sim, éramos universitárias...). Neste dia, nos tornamos irmãs. Amigas para o que der e vier. Ela me deu grandes provas de amizade, sem que isso se fizesse necessário. Uma vez, morando no Humaitá e indo para Copacabana (bairro vizinho) fez a rota por Jacarepaguá (?!) só para me trazer um pedaço de bolo, por que eu estava doente. E eu? Ah, para ela eu dei uma jóia de presente: Meu filhote em batismo!

Nossa amizade é assim: um rubi que nos enriquece!
Um beijo vermelho a todos. E vamos conhecer as postagens dos amigos! Ah, Glorinha, você fez as segundas-feiras serem ansiadas!!!


Tati.

domingo, 18 de abril de 2010

Soltando os bichos


Sabe aqueles dias em que você quer colo, e quando te dão colo, sente-se presa?
E então precisa de silêncio e quando te permitem, sente-se solitária?
Hoje estou assim. Hoje nada parece me bastar. Marido sabe que estou tensa e é todo cuidados. Nestes dias, vira quase mãe do Bê, e me deixa de folga.
Ontem estávamos brincando com o Bê: um jogo ótimo chamado "A corrida dos bichos". O Bê SEMPRE é o coelho, mesmo a regra mandando nossos bichos serem ao acaso e mantidos em segredo. Eu era a girafa. Claro que no meio da partida a gente começa a desconfiar dos bichos dos outros e o Bê descobriu que o pai era a tartaruga. Pronto, estava instaurada a confusão.
Então, os meninos que eu amo e que formam meu esteio resolveram brincar comigo. E sabe qual foi a brincadeira? Formaram um complô contra a girafa. Os dois se favoreciam e favoreciam inclusive bichos que não representavam ninguém, e deixavam a girafa para trás. Era brincadeira e eles davam muitas risadas, gargalhadas até. Eu não soube brincar.
Quando terminou a partida fui para a cozinha e chorei... Sim, CHOREI! Por causa de uma brincadeira em um jogo em família!!
Marido foi atrás e me pegou chorando. Não sabia o que fazia, me abraçou e aí eu aproveitei para abrir a torneirinha. Chorei tantas coisas que não estavam no tabuleiro, que nem aqui em casa estão. Chorei tristezas da rua, da vida... E chorei mais ainda!
Marido não entendeu. Achou que meu problema era o jogo e disse que não brinca mais.
Ah, não faz assim... Como vou poder extravasar tanta emoção se não tiver motivos mais fáceis de explicar do que toda a dor que há em mim?
E foi assim...