Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Blogagem Coletiva - Cor de rosa

Eu amo rosa!! E quando vi no blog da Marli a sugestão da blogagem coletiva do Café com bolo, me animei! Eu já tinha visto uma postagem sobre o amarelo, mas não tinha entendido bem, nem me despertou, mas o rosa...
Então comecei a pensar num texto. De que forma eu abordaria o rosa? Minha vida é repleta de rosa...
Rosa é uma cor feminina? Será mesmo? Acho lindo homem de camisa rosa. Se homem fica lindo assim, não pode ser feminino, né?
Daí me lembrei de alguns anos atrás (nem tantos assim), quando meu filho começou a descobrir as cores. Ele adorava o rosa, achava uma cor bonita. Seus amigos da escola entendiam que era uma cor feminina, e não permitiam que ele gostasse do rosa. Eu me lembro claramente da frustração do Bê. Ele falava: "Mãe? Rosa é de menina? Não existe cor de menina, né?"
Eu sempre repeti que não. Que as cores são para todos. "Menina não usa azul? Então, isso não existe, filho. Homem também pode usar rosa. O papai ficaria lindo de camisa rosa!" e pensei em aproveitar a oportunidade para comprar uma polo rosa para meu marido. "Opa! Pera lá! Eu não vou usar rosa! O que meus amigos vão dizer no trabalho!!!" Isso dito por um homem que divide tarefas, que é um marido moderno!
Sim, tive que me render... ou me resignar, não sei. Rosa não é uma cor feminina, é universal, representa o amor. As cabeças é que criaram este hábito, e são poucos aqueles capazes de rompê-lo. Hoje o Bê não usa quase o rosa, quando é rosa ele me dá, por que sou "a menina da casa". O dele é azul, ou preto. E fico pensando nas imposições sociais. É uma pena que aceitemos tantas limitações impostas.
Neste ponto as mulheres são mais ousadas, invadem espaços masculinos sem o medo das opiniões alheias. Estas mesmas mulheres são também muito criticas (e machistas). Queremos as benesses dos direitos iguais, mas não queremos deveres iguais. Queremos dividir tarefas, mas ainda esperamos que ele abra a porta, pague a conta, leve flores. Por que não nós levarmos flores? Um buquê de rosas cor-de rosa! E colorirmos um mundo que precisa de novos contornos, de novos ares.
Não estou dizendo que todos são assim. Meu cunhado usa rosa sem problemas, e fica lindo! Espero que o Bê perceba que isso existe. Que cores não são exclusivas de um gênero, ou de poucos gêneros. Que ele seja forte a ponto de resistir a pressões sociais e afirme suas vontades. Acha rosa bonito? Ótimo! O que isso interfere em sua opção sexual?
Que sejamos capazes de abrir as portas do mundo cor de rosa, de um mundo mais sensível, carinhoso, inclusivo. Depende de nós!

domingo, 4 de abril de 2010

Feliz Páscoa!

Da minha família para a sua.



O Coelhinho é reaproveitamento, por que este ano ele não quis usar as orelhas. Nem eu vi, já chegou da escola sem. Entrou em casa e disse: "Quero jogar no lixo. Eu me olhei no espelho e fiquei horrível!". Meu adolescente de 5 anos...

Que sua família possa aproveitar esta festa com tanta alegria quanto a minha!

Renasçamos todos nós!!!

sábado, 3 de abril de 2010

BBB Auschwitz


Preciso escrever no calor do sentimento, ainda ouvindo a música do final do filme.
Hoje, pela primeira vez, tive coragem de assistir A lista de Schindler. Com certeza um dos melhores filmes que já vi, sobre o pior tema que se pode supor. Imaginar que seres humanos como nós foram capazes daquilo...

Enquanto sobreviventes ou seus descendentes colocavam pedrinhas sobre o túmulo de Oskar Schindler eu chorava e rezava. Pedia a Deus que não permitisse mais que situações como esta acontecessem. Mas claro que não! As pessoas hoje em dia são diferentes, certo? Será mesmo? Será que mudaram? Então me lembrei de algo muito recente. Tão recente que encerrou-se nesta semana (ou na passada... tanto faz).

Esta semana encerrou-se o BBB 10. E sabem quem foi o vencedor? Um homem com uma suastica tatuada no braço, e que gerou um movimento estranho, que senti ao andar pela rede em sites, blogs, páginas de orkut. Um tal de "orgulho dourado", uma tal de "máfia dourada", algo que sugere um grito de guerra que, se não me engano, é força e honra. Sim, honra de representar um homem indisfarçadamente preconceituoso, orgulhoso de seu machismo, de ser um ogro. Um homem parecido com aqueles que guardavam campos de concentração, apenas em outro contexto, o que o mantinha contido. Mas há nele aquela mesma força, aquela mesma agressividade. É só olhar e ver, sem precisar acompanhar o programa.

E quando penso nisso, sinto medo. Medo que situações como esta tornem a acontecer. Começam pequenas, uma loucura branda, que vai tomando corpo e torna-se coletiva.

Tenhamos cuidado, todos nós. Não acho que os judeus estão na mira desta vez. Quais os grupos ameaçam a força e a honra? Quais os grupos podem ser comparados a ratos, vermes, piolhos? Quais podem ser mortos com total consentimento, sem qualquer análise crítica?

Todos nós estamos vulneráveis. Todos podemos incomodar de alguma forma. Intelectuais incomodam, por que mostram que devemos pensar, que refletir é importante. Isso pode ir contra a Grande Ordem, contra a vontade da "máfia dourada". E pior que isso. Todos nós podemos, em algum momento e de alguma forma, ser contaminados pela fagulha, pela loucura. E dominados por ela, parar de pensar, e seguir seu curso sem questionar. E só depois que a loucura está feita, depois que somos confrontados, descobertos, desnudados, perceber a besteira que fizemos. Cuidado a todos nós!

Para onde estamos indo? Não tenho mais o que dizer... Nada do que eu diga fará diferença...

quarta-feira, 31 de março de 2010

Um diabo, de Prada, me tentando


Tem gente que já nasce princesa, sem esforço é delicada, ultrafeminina, mulherzinha. Eu não sou assim... por mais que eu queira ser!! Mas eu me esforço, ah, isso eu faço!
Já fui muito desencanada, desligada de quase tudo. Na época da faculdade como tinha que usar branco facilitei a vida: comprava duas ou três calças iguais e tinha sempre 7 camisetas hering (das femininas, caneladinhas), que me vestiam de segunda a sexta, assim não perdia tempo pensando no que vestir. Soube depois que Einstein fazia o mesmo (bom, enfim temos alguma coisa em comum. Pena que é isso...). Me formei e a vida mudou, eu cresci, virei mulher feita. Agora eu faço luzes, mas meus cabelos estão sempre tão descabelados que opto por um coque-sem-vergonha e ando assim por aí. Tem também as unhas, que já passaram largos períodos bem curtinhas. Agora eu tento mantê-las sempre feitas e testo cores diferentes. O guarda roupa também mudou (embora bem menos do que eu gostaria...) e se fosse por escolha, só andaria de vestidos por aí. Vestidos de todas as cores, modelos, tamanhos... Ainda não deu para ser assim, mas estou no caminho.
Pois então. Eu adoraria ser perua, mas não tenho este dom.
Semana passada tinha uma reunião importante no trabalho. Importantíííssima. Plena segunda-feira de manhã.  Fiz marido e filho me acompanharem ao shopping domingo, final de tarde, e fiz as unhas lá, a preço de ouro. Não podia ir à tal reunião sem um vermelhão... Separei a roupa mais adequada,  a bolsa, o sapato... Cuidei dos cabelos... Peguei meus óculos-coruja, como manda o protocolo das peruas. Segui para o grande evento cheia de importância. Chegando ao trabalho percebi que tinha esquecido meu crachá (percebi na portaria, tendo que entrar na fila dos visitantes, apresentar identidade...). Segui o caminho e decidi ligar para uma amiga que também participaria da reunião, afinal,  me dei conta que não tinha certeza do local da reunião (Qual a sala? Qual o prédio? Qual o andar?). Celular sem bateria ... esqueci de carregar... Tive que deduzir o local e dei sorte. Achei!
A reunião foi boa, não tão boa quanto eu imaginava, mas boa.
E eu? Eu percebi que não tenho vocação para a função de perua; sou um fiasco! Vou continuar insistindo, por que adoro me sentir bem cuidada, mas com uma adequação do foco, né? Não dá para melhorar a apresentação e comprometer a eficiência ...
Será que não sou capaz de ser inteligente e bonita ao mesmo tempo?
Tsc... tsc...

sexta-feira, 19 de março de 2010

A força das palavras


Quando estamos educando uma criança nos damos (ainda mais) conta do valor das palavras. Pois bem, hoje a "Parques & Jardins" fechou uma rua aqui perto de casa e estava decepando diversas árvores muito lindas, frondosas, com sombra fresca... mas tão frondosas que, nesta época de grandes tempestades, tem afetado a rede elétrica da região.
Neste cenário resolvemos passar, caminhando, com nosso pequeno Bê. No meio de galhos- muitos galhos- caídos, um grupo grande de funcionários, um caminhão guindaste, e três ou quatro serras... Serras bem barulhentas, como parece que precisam ser as ferramentas (para mostrar que são coisas de macho, talvez...) Enquanto passávamos alguns rapazes pediram que suspendessem os cortes, um deles não ouviu e ligou a serra, o que deixou o Bê extremamente irritado. Como é todo soltinho, já foi tomar satisfação com o rapaz desavisado/ distraído. Nós o repreendemos explicando que, àquela hora ele estava trabalhando, ao invés de estar com sua família, que ele estava ali cortando as árvores e que, por isso, não faltaria luz em casa (situação que o deixa muito assustado). Bom, viu só? O rapaz era um herói cortando as árvores inconvenientes que conflitam com a rede elétrica... E agora? Não era essa a mensagem que gostaria de deixar! Eu gosto das árvores, adoro olhar sua grandeza da varanda do meu apartamento, é maravilhoso ouvir o som das folhas se tocando ao vento, ah, que delícia o ambiente sob sua sombra, e quantos pássaros, seus inquilinos, vem nos visitar... fazemos tantas coisas caminhando, este pedaço de rua é perfeito, muito arborizado. Provavelmente não teríamos nos encantado pelo local se não fossem suas árvores... E agora, qual a mensagem que eu deixo para "a geração futura" ali do lado?
Sim, não sou nenhuma hipócrita dizendo: "Voltemos a habitar cavernas". Adoro conforto, e luz elétrica é fundamental. Se não fosse assim, estaria eu escrevendo em caderninhos de receita misturados com diários, como fazia minha bisavó? Mas quero que meu filho ame a natureza, entenda sua importância, seu valor intrínseco, independente do valor de uso. Uma árvore não vale apenas por que dá frutos, sombra, etc. Uma árvore vale por que é uma vida. E toda vida é valiosa, não é?
E aí? Fiquei daqui, pensando... pensando... Como se repara algo assim?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Taxista fumante...

Faz tempo que não entro aqui. Nem para postar nem para comentar. E não podia ser diferente... Domingo tivemos uma festa ótima, aniversário de 6 anos do primo Matheus do Bê, que eu amo de paixão. Tudo bem rotineiro, certo? Só que resolvemos ir de taxi. Liguei para uma central aqui de jacarepaguá e pronto. Foi rápido, entramos no carro... CHEIRO DE CIGARRO!!! (Vou deixar bem claro o quanto sou tímida para me manifestar nestas horas...). Enfim, provavelmente um motorista fumante, que como não sente o cheiro acha que ninguém sente também. Não falei nada, afinal, estava no carro do cara, né? Mas devia ter falado... Não deu outra, Bê já começou a passar mal na festa mesmo. E agora já soma 4 dias de crise de bronquite, daquelas que ele não tinha há mais de ano... Fiquei muito p. da vida, liguei para o ponto de taxi e coloquei a questão! A atendente foi muito simpática e atenciosa, para minha surpresa, (atendentes de ponto de taxi costumam ser bem antipáticas). E disse que iria colocar na nossa ficha para "não enviar motorista fumante". Vocês sabiam que isso é possível? Falou que podemos lembrá-los quando ligarmos solicitando, mas que esta informação já estaria na ficha. Espero que não tenham escrito "mãe neurótica". Gostei de saber disso, a partir de hoje é só assim que peço taxi!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Reunião de escola


Gente, eu AMO reunião de pais na escola. Adoro participar, me preparo para o momento. E na escola do meu filho as reuniões são maravilhosas! Hoje foi a primeira do ano, professoras e coordenadora a postos, um momento bem preparado por elas, duas perguntas no quadro: As duas versavam sobre os cuidados com nossos filhos, e sobre o que podíamos fazer para educar melhor. Vou dizer que as questões mexeram comigo. Ao final destas dinâmicas elas sempre leem algum texto selecionado, que hoje foi fortíssimo (pelo menos para mim), e transcrevo na íntegra, para que possamos pensar juntos sobre isso. Então lá vem:

SE EU FOSSE CRIAR MEU FILHO DE NOVO


"Se eu fosse criar meu filho de novo,cuidaria da auto-estima primeiro,e da casa depois.
Faria mais pinturas com dedo,e apontaria menos o dedo.
Disciplinaria menos,e acalentaria mais.
Olharia menos para o relógio,e mais para ele.
Daria mais passeios e empinaria mais pipas.
Pararia de ser séria ,e brincaria seriamente.
Correria através de campos,e olharia para mais estrelas.
Daria menos safanões e mais abraços.
Veria mais frequentemente o carvalho em seu fruto.
Falaria menos,e diria mais.
Tomaria para modelo menos o amor ao poder e mais o poder de amar."
(Diane Loomans)



Quais as questões? O principal é que vesti a carapuça. Eu sou rígida demais e com isso perco ótimas oportunidades de curtir momentos especiais. Conversando com outra mãe, uma amiga querida, chegamos à conclusão que o medo de estarmos criando mais um "sem limites" para o mundo faz, muitas vezes, que sejamos duras demais, sérias demais. E isso tira a beleza, inibe o lúdico, cria barreiras. Já percebi que deixo o Bê muito ansioso, ele não aceita errar, quer fazer tudo certo de primeira ou então nem quer tentar... E sei que boa parte da responsabilidade é minha, que exijo muito e sempre! 

Continuando a reunião (não saí do assunto porque todas estas questões me rondavam durante ela), após a leitura deste texto retiramos pequenas tiras de papel de um saco plástico. Nelas, perguntas. A minha:


 "O que posso fazer diferente na criação do meu filho este ano?" 


NOSSAA!! Tantas coisas... Posso brigar menos, elogiar mais. Posso ouvi-lo mais, posso (será que consigo?) diferenciar o estresse do trabalho do estresse do convívio/ rotina/ educação. Posso tantas coisas... algumas eu faço ideia do que fazer para mudar, outras nem a mais remota... A reunião transcorreu leve, com as professoras detalhando a proposta pedagógica para o ano, para o bimestre, etc. Mas minha cabeça estava enlouquecida. E milhares de questões borbulhavam. Meu vulcão cerebral entrou em erupção... Fiz tantas perguntas, tantos comentários... já estava com medo de estar sendo chata. Sou chata! Mas não preciso deixar isso tão explícito, né? 



Enfim, tenho milhares de questões na cabeça. Quero ser uma boa mãe. Não preciso ser a melhor mãe que já esteve na face da Terra, nem exemplo para ninguém (a não ser para o Bê - coitado...), mas quero me sentir fazendo um bom trabalho. Acreditando, com convicção, naquilo que venho praticando com ele. Eu acredito que tenho dado o meu melhor, mas talvez o meu melhor esteja sendo demais. Talvez esteja na hora de relaxar um pouco e dançar o rebolation com ele na sala, ao invés de esperar que ele goste de MPB e Bach...  Deixar ele seguir para a escola com uniforme amarrotado por que não deu tempo de passar, e bochechas mais amarrotadas ainda, de tantos beijos que pude dar no tempo que sobrou! É, será que sou capaz?

E aí? O que posso fazer para ser uma mãe melhor este ano? Conto com vocês!!!

Beijos,

Tati.