Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Por que a gente vai, mas um dia a gente volta. E então, tudo é novo!


Um dia a fonte secou. E as palavras já não saiam da mesma forma.
"Por que para a nova planta brotar a semente precisa se romper..."
Minha mente estava tão tumultuada, hora de buscar mudanças intensas, que as frases não se consolidavam, nem mesmo para mim faziam sentido.
E a folha ficou branca! Por longos períodos, folha branca!
No papel, listas de compras e afazeres, nada mais.
E as mudanças se somando. Tantas que poderia dizer que uma nova vida começou, mas ainda nesta vida, rodeada pelos mesmos, de uma forma completamente diferente. Incrível!
Então ontem, no trabalho, que faz parte do novo em minha vida, eu não conseguia escrever um texto. Era simples, mas o vocabulário me faltava. E me senti desconfortável, com a sensação de perder uma habilidade que poderia até me definir: facilidade com as palavras.
Cheguei à conclusão que estava na hora de voltar.
Daí abri o blog, abandonado, esquecido, e li algumas das postagens. Umas bem antigas, de quando estava ativo. Outras que tirei dos rascunhos já na fase de aposentadoria, apenas para arejar as ideias. E fiquei feliz em ler o que escrevia! Gostei de me ler!
Bom, todo este preâmbulo é para dizer que estou pensando em voltar com o Perguntas em resposta.
Pensei em mudar de nome, em começar um blog novo, por que, né? Agora sou nova! Mas quer saber? Estou numa vida nova sim, com ideias renovadas, só que minha percepção de mundo depende de quem eu fui antes. Vivências não se apagam. Então é isso.
Sobre as páginas do passado começarei a escrever a nova história. Contar o que é esta "transição agroecológica" que vem acontecendo em minha vida nos últimos anos, e que tão bem tem me feito. Cuidado! Ela é contagiosa! O que é bom, por que faz um bem danado para a alma!
Novos ou antigos, sejam bem vindos a este espaço!
Beijos a todos,
Ainda que nova, a mesma Tati.

domingo, 11 de agosto de 2013

Bê de visita

Um pouco mais deste figurinha que é o Bê

Eu e Bê na casa de uma grande amiga. Enquanto a gente conversava, ele brincava com o filho dela e mais uns amiguinhos no sofá. De repente, vai até a cozinha e abre a geladeira para "procurar uma coisa".
Fui até ele, recriminei. Expliquei que não pode abrir a geladeira na casa de outras pessoas, e todo aquele blá blá blá.
Daí arrematei:
- Como a gente tem intimidade, você pode ir até a tia Alessandra e falar: "Tia Alessandra... E pedir o que você quer. Entendeu?"
- Entendi. 
E lá foi ele.
- Tia Alessandra, abre a porta da geladeira para eu escolher o que eu quero, por favor?
rsrsrs
E não é que ele fez exatamente o que falei? E aí? Ainda quer nos convidar para ir à sua casa? Pensa bem... rsrs
Beijos a todos,
Tati.

Todos fortes somos juntos

Já contei algumas vezes aqui o quanto aprendo com este pequeno sabido aqui em casa, não é?
Desta vez a lição foi tão linda que quero dividir com vocês. Até por que a lição é mesmo sobre compartilhar.
O Bê ganhou um Wii de aniversário (em fevereiro) e é um jogo muito divertido. Nós sempre fomos contra Play Station e outros joguinhos que entorpecem as crianças. Vez ou outra permitimos que ele jogue no computador, mas este é mais fácil de controlar. O Wii é diferente, por que é interativo, exige movimentos. É uma espécie de simulador.

E nós três nos encantamos pelo brinquedo. O Vi está fera e sempre ganha da gente! rsrs
Vez ou outra ligamos o Wii durante a semana, de noitinha, e jogamos os três juntos. É bem divertido e damos boas risadas. Tem um jogo que a gente gosta mais, que é o frisbee golfe. Uma mistura destas duas modalidades. Para variar quem ganha é o Vi, eu e Bê nos revezamos no papel de último lugar.

Mas o Bê sempre quer jogar como time e a gente sempre quer fazer solo. Neste dia ele que preparou o jogo e quando cheguei para jogar ele já tinha me colocado como equipe dele. Ok, aceitei e começamos. Não é que justo neste dia nós ganhamos de goleada do Vi? Foi a única vez! Tá, depois disso nós já tentamos a estratégia do time e perdemos, mas o que ficou como lição, neste dia, é que unidos temos mais força. Então eu comecei a cantar a musiquinha dos Saltimbancos trapalhões (todos juntos somos fortes, não há nada prá temer).

O Bê, muito feliz com a conquista e com a lição que nos tinha passado, cantou comigo:
"Todos fortes somos juntos, não há nada prá TREMEEER"

kkkkkkkkkkkkkkkk

Pois é, por que lição do Bê tem que vir com uma carga forte de risadas!

Beijos a todos,
Tati.

Devotos de São Umbigo

Se pararmos para pensar, todos somos um pouco (ou um muito!). Sim, não se engane, ainda somos muito autocentrados. Salvo raras exceções... Mesmo quando assumimos algum trabalho voluntário, quando nos dedicamos aos filhos ou a alguma causa... tudo passa, invariavelmente, pelo EU!

Se sou contrariada, me magoo. Isso por que o EU não foi atendido. trânsito mostra bem isso. Todos buzinam se você está na frente, e todos atravancam a frente do outro em algum momento. É engraçado como as justificativas são diferentes dependendo da posição em que você se encontra. E sempre justificamos o NOSSO lado.

Eu sei que o EU fala muito alto em mim. Luto contra ele muitas vezes, mas assumo. Ainda sou uma umbigólatra. Nunca por escolha. Então um dia, faz bastante tempo já, me ocorreu um pensamento. Já pensou como seria se nosso campo de visão não fosse no rosto, no centro de nós mesmos? Como seria se nos víssemos de cima? Se nos víssemos efetivamente na cena?

A questão é o quanto o fato de nos vermos de dentro, tendo-nos como centro, faz com que sejamos mais individualistas, egocêntricos. Será que é a isso que chamam mundo tridimensional? Quando atingiremos o patamar para que possamos atuar de fora do corpo? Nesta posição perceberemos que somos uma célula do todo e não o centro. E por que precisamos passar por esta experiência? Será que a intenção é exercitarmos nossa individualidade e experimentarmos a humildade da forma mais difícil? Por que é muito mais difícil ser humilde quando se está no centro de seu ponto de vista, não é?

Eu sou uma devota de São umbigo, mas não quero ser. Quero exercitar mais meu amor ao outro, parar de me orbitar. Pensar mais no outro, não por que isso me trará recompensas futuras ou satisfação pessoal, mas por que o outro precisa e pronto, entende?

É um árduo caminho! Alguém sabe por onde se começa?

Beijos a todos,
Tati.

O lobo mal não é mal...

... é carnívoro!

Constatação um pouco óbvia, não acham? Mas a gente decidiu rotular carnívoros, como jacarés, leões, tubarões, lobos e muitos outros como se fossem monstros. Por que temos esta necessidade maluca de rotular tudo a nosso redor. E se um animal mata outro (mesmo que para comer) logo, é monstro!

A gente também mata. Mata com as próprias mãos ou não. Mata mosquito, por que nos pica; outros insetos apenas por que nos dá nervoso; matamos bois, frangos, peixes, para nos alimentarmos, para ganharmos dinheiro e, pasmem, ainda matamos por esportes! Ah, matamos também por que achamos que aquela espécie é invasora e está invadindo "nosso espaço", mesmo que ela morasse ali bem antes de nós... E não podemos esquecer, matamos nossa própria espécie por que tem opinião diferente da nossa. E ainda comemoramos o fato! (vergonhoso, para mim, o chumbo trocado Osama x Obama. São TODOS terroristas!).

Eu não quero rotular o humano de mal, praga do mundo ou outra destas coisas que nós lemos. Longe de mim. Somos uma espécie frágil, que ainda não aprendeu a usufruir da natureza sem modificá-la. É, já pensou nisso?

Se o que nos difere como espécie e faz com que sejamos classificados como "mais inteligentes", que é a capacidade de modificar nosso meio, talvez não seja uma característica tãããão inteligente assim?

Será que mais inteligente é construir casas, edifícios, automóveis, e depois filtros para reduzir a poluição que causamos, medicamentos para remediar os danos que causamos, etc, ou vivermos em harmonia com o mundo que nos cerca? Tem horas que minha mente dá piruetas pensando nisso. Quem será que é mesmo mais evoluído?

Então eu olho para o elefante e sua manada, para as zebras, os peixes... Percebem que eles já encontraram maior harmonia como espécie? Que eles não precisam se questionar se são deuses, ou se são bons? Eles são e ponto.

Eu não vou aprofundar esta questão aqui, nem entrar nas nuances que penso sempre. Largo a isca, torço para que você a pegue, por que quero muito colocar este tema em pauta. Faz tempo que quero colocar, mas sempre tive medo da camisa de força reação de vocês. De não entenderem. 

Então, para resumir, minha posição sobre o assunto é a seguinte:

Somos todos parte de um mesmo ecossistema, mas nós, humanos, ainda estamos num estágio imaturo de desenvolvimento. Acho que ainda seremos animais e quando amadurecermos mais, seremos vegetais. Teoria muito louca? Também acho. Mas sempre que tento refutá-la encontro novos indícios do que penso... E eu adoro esta teoria. Ela não muda absolutamente nada em nossas vidas, apenas o respeito que podemos ter por outras criaturas. Então acho que pode ser válida!

Please, não me matem. Se não concordam, ok, faz muito sentido para mim vocês não concordarem, mas respeitem minha posição, está bem? Lembrem-se que estou dando a cara a tapa, sejam gentis... rsrs Se preferirem, levem como brincadeira, ou um exercício de ver as coisas por um ângulo todo novo. Eu adoro fazer isso com toda e qualquer coisa.

E se querem uma justificativa tirada da Bíblia eu dou uma (poderia dar mais): "Quem se exalta será rebaixado, quem se humilha será exaltado". Ah, sim. Esta é ótima: "Eu vim aqui para servir, não para ser servido".

Vocês querem conversar comigo sobre isso? Eu vou a-do-rar!!

Beijos a todos,
Tati.

Que educação é esta?

Definitivamente, vou falar uma coisa que talvez choque muita gente:
- Eu não faço a menor questão que o Bê se dê bem no vestibular. Não espero dele que seja o primeiro colocado em concursos. Se for, e principalmente, se este for o desejo dele, então está bom para mim. Mas não é um desejo meu.

Coisa estapafúrdia para se dizer?
Na verdade o que quero dizer é que não estou satisfeita com os rumos da educação. Não só pela falta de professores no ensino público e toda aquela sucatização que já conhecemos. Estou falando do ensino particular e desta corrida desenfreada pelos primeiros lugares. Eu não quero comprar esta ideia, mas não tem outra à venda no mercado. Pelo menos, não tenho encontrado. Será que terei que criar uma escola diferente? Mas minha área nem é educação de crianças...

O Bê tem 6 anos. Tem semanas de prova que duram 5 dias a cada mês. Hoje começa uma. Tem simulados que ocorrem a cada dois, três meses. Este sábado tinha "concurso de bolsas". Primeira etapa a prova é feita pela internet. Os melhores colocados vão para a segunda etapa, presencial, na escola. Imagine quantas mães e quantos pais não fizeram a prova para seus filhos, na internet de casa? Eu não quis compactuar com isso. Deixei - subversiva que sou - que meu filho brincasse no sábado à tarde. Nossa! Que vergonhoso!!!!

Além do "preparatório para o ENEM" deste final de semana ele tinha 6 páginas de trabalho de casa. E, claro, TODOS os livros, de TODAS as matérias, para estudar para a semana de provas. Sério, deletei tudo. Me rebelei. Por que o que desejo para meu filho é que ele seja feliz, que tenha uma ideia de que aprender é interessante, é bom. Com esta carga a única coisa que posso ensiná-lo é que é massante, que estudar rouba o espaço de viver. E teremos mais um adulto que aguarda ansiosamente pelo final de semana, por que trabalha e estuda, mas odeia estas tarefas. Não, definitivamente não é isso que desejo para ele.

Aos 6 anos aprender a ler e escrever. Que ganho! Que conquista. Mas se neste mesmo momento preciso aprender regras como: "antes de p e b só se usa m". Regras de gramática aos 6?!

E onde encontro esta escola criativa? Capaz de mostrar às crianças que o mundo pode ser belo, que eles podem ser o que quiserem, que eles podem criar um mundo novo e não apenas repetir funções.

Acho os trabalhos de casa extremamente fordistas. Sabe aquela coisa de linha de montagem? De tarefas repetitivas, mecânicas, tudo um monte de decoreba?

É, como criar uma criança de maneira diferente nesta escola uniformizadora, padronizadora, castradora? Desafio e tanto que abracei. E às vezes me sinto tão sozinha nesta jornada...

E você? O que pensa da educação das crianças hoje em dia?

sábado, 10 de agosto de 2013

A índia que mora em mim!

- Mãe, acho que na outra vida você era índia.
- Por que?
- Por que às vezes olho para você e vejo uma índia. Você parece índia, às vezes.
- Gostei disso!
- Por que?
- Por que gosto de índios!
- Mas você sabia que eles estão sendo torturados?

Até ele, com 8 anos, sabe disso...