Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

domingo, 11 de agosto de 2013

O lobo mal não é mal...

... é carnívoro!

Constatação um pouco óbvia, não acham? Mas a gente decidiu rotular carnívoros, como jacarés, leões, tubarões, lobos e muitos outros como se fossem monstros. Por que temos esta necessidade maluca de rotular tudo a nosso redor. E se um animal mata outro (mesmo que para comer) logo, é monstro!

A gente também mata. Mata com as próprias mãos ou não. Mata mosquito, por que nos pica; outros insetos apenas por que nos dá nervoso; matamos bois, frangos, peixes, para nos alimentarmos, para ganharmos dinheiro e, pasmem, ainda matamos por esportes! Ah, matamos também por que achamos que aquela espécie é invasora e está invadindo "nosso espaço", mesmo que ela morasse ali bem antes de nós... E não podemos esquecer, matamos nossa própria espécie por que tem opinião diferente da nossa. E ainda comemoramos o fato! (vergonhoso, para mim, o chumbo trocado Osama x Obama. São TODOS terroristas!).

Eu não quero rotular o humano de mal, praga do mundo ou outra destas coisas que nós lemos. Longe de mim. Somos uma espécie frágil, que ainda não aprendeu a usufruir da natureza sem modificá-la. É, já pensou nisso?

Se o que nos difere como espécie e faz com que sejamos classificados como "mais inteligentes", que é a capacidade de modificar nosso meio, talvez não seja uma característica tãããão inteligente assim?

Será que mais inteligente é construir casas, edifícios, automóveis, e depois filtros para reduzir a poluição que causamos, medicamentos para remediar os danos que causamos, etc, ou vivermos em harmonia com o mundo que nos cerca? Tem horas que minha mente dá piruetas pensando nisso. Quem será que é mesmo mais evoluído?

Então eu olho para o elefante e sua manada, para as zebras, os peixes... Percebem que eles já encontraram maior harmonia como espécie? Que eles não precisam se questionar se são deuses, ou se são bons? Eles são e ponto.

Eu não vou aprofundar esta questão aqui, nem entrar nas nuances que penso sempre. Largo a isca, torço para que você a pegue, por que quero muito colocar este tema em pauta. Faz tempo que quero colocar, mas sempre tive medo da camisa de força reação de vocês. De não entenderem. 

Então, para resumir, minha posição sobre o assunto é a seguinte:

Somos todos parte de um mesmo ecossistema, mas nós, humanos, ainda estamos num estágio imaturo de desenvolvimento. Acho que ainda seremos animais e quando amadurecermos mais, seremos vegetais. Teoria muito louca? Também acho. Mas sempre que tento refutá-la encontro novos indícios do que penso... E eu adoro esta teoria. Ela não muda absolutamente nada em nossas vidas, apenas o respeito que podemos ter por outras criaturas. Então acho que pode ser válida!

Please, não me matem. Se não concordam, ok, faz muito sentido para mim vocês não concordarem, mas respeitem minha posição, está bem? Lembrem-se que estou dando a cara a tapa, sejam gentis... rsrs Se preferirem, levem como brincadeira, ou um exercício de ver as coisas por um ângulo todo novo. Eu adoro fazer isso com toda e qualquer coisa.

E se querem uma justificativa tirada da Bíblia eu dou uma (poderia dar mais): "Quem se exalta será rebaixado, quem se humilha será exaltado". Ah, sim. Esta é ótima: "Eu vim aqui para servir, não para ser servido".

Vocês querem conversar comigo sobre isso? Eu vou a-do-rar!!

Beijos a todos,
Tati.

Que educação é esta?

Definitivamente, vou falar uma coisa que talvez choque muita gente:
- Eu não faço a menor questão que o Bê se dê bem no vestibular. Não espero dele que seja o primeiro colocado em concursos. Se for, e principalmente, se este for o desejo dele, então está bom para mim. Mas não é um desejo meu.

Coisa estapafúrdia para se dizer?
Na verdade o que quero dizer é que não estou satisfeita com os rumos da educação. Não só pela falta de professores no ensino público e toda aquela sucatização que já conhecemos. Estou falando do ensino particular e desta corrida desenfreada pelos primeiros lugares. Eu não quero comprar esta ideia, mas não tem outra à venda no mercado. Pelo menos, não tenho encontrado. Será que terei que criar uma escola diferente? Mas minha área nem é educação de crianças...

O Bê tem 6 anos. Tem semanas de prova que duram 5 dias a cada mês. Hoje começa uma. Tem simulados que ocorrem a cada dois, três meses. Este sábado tinha "concurso de bolsas". Primeira etapa a prova é feita pela internet. Os melhores colocados vão para a segunda etapa, presencial, na escola. Imagine quantas mães e quantos pais não fizeram a prova para seus filhos, na internet de casa? Eu não quis compactuar com isso. Deixei - subversiva que sou - que meu filho brincasse no sábado à tarde. Nossa! Que vergonhoso!!!!

Além do "preparatório para o ENEM" deste final de semana ele tinha 6 páginas de trabalho de casa. E, claro, TODOS os livros, de TODAS as matérias, para estudar para a semana de provas. Sério, deletei tudo. Me rebelei. Por que o que desejo para meu filho é que ele seja feliz, que tenha uma ideia de que aprender é interessante, é bom. Com esta carga a única coisa que posso ensiná-lo é que é massante, que estudar rouba o espaço de viver. E teremos mais um adulto que aguarda ansiosamente pelo final de semana, por que trabalha e estuda, mas odeia estas tarefas. Não, definitivamente não é isso que desejo para ele.

Aos 6 anos aprender a ler e escrever. Que ganho! Que conquista. Mas se neste mesmo momento preciso aprender regras como: "antes de p e b só se usa m". Regras de gramática aos 6?!

E onde encontro esta escola criativa? Capaz de mostrar às crianças que o mundo pode ser belo, que eles podem ser o que quiserem, que eles podem criar um mundo novo e não apenas repetir funções.

Acho os trabalhos de casa extremamente fordistas. Sabe aquela coisa de linha de montagem? De tarefas repetitivas, mecânicas, tudo um monte de decoreba?

É, como criar uma criança de maneira diferente nesta escola uniformizadora, padronizadora, castradora? Desafio e tanto que abracei. E às vezes me sinto tão sozinha nesta jornada...

E você? O que pensa da educação das crianças hoje em dia?

sábado, 10 de agosto de 2013

A índia que mora em mim!

- Mãe, acho que na outra vida você era índia.
- Por que?
- Por que às vezes olho para você e vejo uma índia. Você parece índia, às vezes.
- Gostei disso!
- Por que?
- Por que gosto de índios!
- Mas você sabia que eles estão sendo torturados?

Até ele, com 8 anos, sabe disso...

sábado, 15 de junho de 2013

Sentir-se amada

Hoje estou frágil. Tanto que tenho a sensação da flor delicada, que se tocada, se despetala.
E em momentos assim, busco reforço externo, para me fortalecer.
Então comecei a pensar no momento que estou vivendo. E em tudo que vem acontecendo.
Para começo de conversa, senti orgulho de mim! Orgulho sim, por que tive coragem de começar de novo. Já trazia uma bagagem comigo, não sou mais nenhuma criança (embora tantas vezes eu discorde desta frase), mas eu tive coragem de mudar, de recomeçar. De questionar todos os meus alicerces e mudar a rota. Isso só tem me trazido boas surpresas. Este mundo novo que se abriu, me rejuvenesceu.
Então eu entrei neste grupo. A bagagem que trago comigo, aqui, não ajuda muito. Mas eles me apoiam, acreditam em mim. Eu me sinto parte. E sou grata por isso.
São generosos em me ouvir, em me dar espaço. Sei que ainda não tenho força nas discussões, nas ideias que são tão novas para mim. Mas isso não faz diferença. Se peço a palavra, sou ouvida com o mesmo respeito que os demais. Isso me comove.
Claro que não por todos, mas pela maioria. Eu me sinto querida. E hoje isso está sendo tão importante que eu quis colocar em palavras.
Por que hoje eu REALMENTE precisava disso!
Obrigada!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bê e Deus

O Bê tem uma curiosidade infinita. E quando o assunto é Deus, religião, espirutualidade... A coisa se amplia! Vou fazer um pequeno apanhado das últimas/ melhores/ que eu me lembro...

- Mãe, eu sei que Deus não é tudo!
*Comassim?! E eu já querendo contrariar a criança, doutrinar, falar, falar, falar (como mãe é chata!)... Então ele me interrompe em minha homilia-espírita.
- Sabe por que eu sei que O Deus não é tudo, mãe? Por que ele não inventaria as drogas.

UAU! Você tem mesmo SÓ 6 anos? 

- Mãe, se O Deus inventou tudo, quem inventou O Deus?

Hein?!

- Acho que estou vendo O Deus lá naquela nuvem (e aponta para o céu).
- Filho, Deus é uma energia de trabalho. Ele não é ocioso, não fica sentado em uma nuvem.
- Mãe, Ele fica ali sim. É que o trabalho DO Deus é enviar amor e energia para todas as pessoas!
Então tá! 

Envolve meu pescoço, todo carinhoso e lança:
- Você é minha irmã.
- Ah é? E quem é a sua mãe?
- Ué, a namorada DO Deus, né!
rsrsrs

Num sinal/ semáforo próximo à nossa casa fica um rapaz que joga bolinhas, ele já tem 28 anos, mas tem alguma deficiência mental, parece um crianção e é muito gente boa. E, entre uma luz vermelha e outra verde, a gente sempre conversa com ele. Às vezes levamos um lanche, mas na maioria das vezes é mais bate papo mesmo. O Bê adora o Jeferson, que também adora o Bê. 
Outro dia a pequena criatura me vem com a grande ideia.

- Mãe, eu tive uma ótima ideia! A gente podia trazer o Jeferson para morar aqui com a gente, né?
O que eu respondo? Assumo que estou anos luz atrás dele e que ainda não sou capaz deste amor universal, imenso, que ele já adquiriu? Ainda bem que o Jeferson em questão tem pai, mãe, irmãos... Ufa! Desta vez eu me safei!

Dá para aguentar com uma criança destas? 

Beijos a todos, dia destes tem mais,

Tati.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tudo é uma questão de como se fala...

Às vezes, coisas que parecem ruins ou negativas, podem transmutar-se em ótimas situações. Tudo depende de como as encaramos e das palavras que usamos.
daqui

Ontem esqueci de mandar lanche para o Bê. Coisas de uma mãe que nunca precisou se preocupar com isso. Filho sempre no integral, e desde o início do mês mudou de rotina...

Quase 15h (horário do lanche), me dou conta! Liguei correndo para a escola, que graças à Deus é uma escola pequena, e pedi ao funcionário - e nosso amigo- que liberasse o lanche que eu pagaria na saída. Ufa! Situação resolvida, mas a mãe, né? Mãe se acha uó quando isso acontece...

Então hoje de manhã Bê resolve abordar o assunto.

- Mãe, ontem achei que você tinha esquecido meu lanche!
- Poxa filho, desculpa! Já pensou. Eu tinha esquecido, mais aí liguei... blá, blá, blá.
- Daí a Laura (amiguinha fada de turma) disse para eu ver que você podia ter deixado pago. Eu perguntei, mas por que ela faria isso? E a Laura respondeu "São surpresas que as mães fazem". E abriu um sorriso maravilhoso e agradecido pela surpresa inesperada.

Fiquei apaixonada! Que desfecho maravilhoso para uma trapalhada materna. Nada como as crianças de hoje em dia para mudar o rumo das histórias, né?

Agora aprendi mais uma. Vez ou outra farei uma "surpresa de mãe". Problema resolvido!

Beijos a todos, acho que estou voltando!!!

Tati.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Na ponta dos pés


Nem só de bailarinos vive esta expressão.
Ela já nos tirou o sono muitas vezes, já nos deslocou de lugar em lugar, de busca em busca, mas sempre sem respostas satisfatórias.
Eis que agora, depois de ver o Bê revirado em todos os ângulos, por dentro e por fora (até mapeamento genético a criança fez) chegou-se à conclusão de que "não sei". Isso mesmo. Ninguém sabe por que e ponto. É apenas mais uma questão para as grandes dúvidas da humanidade. Apesar da humanidade em questão restringir-se à meia dúzia de pessoas...
Mas enfim. A boa notícia é que o Bê não tem qualquer alteração neurológica. Aliás, ele não tem qualquer alteração. Está de alta do Sarah por que lá é reabilitação neuromilcoisas e se não tem complicações neurológicas não faz sentido estar lá, certo? Liberou a vaga para outro amiguinho. Pronto, seguimos nós, flutuando na ponta dos pés, mas sem saber quem nos guia. Aliás, sem quem nos possa guiar. É normal? Muito ouvi dizer que é normal. Histórias começam a se somar, até de um zagueiro da Turquia já fiquei sabendo. Então, meu pequeno segue sua caminhada nas pontas dos pés, dançando pela vida. Que ele tenha coragem de firmá-los. Que ele assuma sua força, sua luta, seu compromisso. Que ele saiba que estaremos ao lado, para apoiá-lo. E que realmente estejamos.

Um beijo a todos os amigos que sempre perguntam por ele. Este minipost (quase uma twitada! kkk) é só para dar um alô e responder aos e-mails que ainda chegam perguntando sobre ele.
Obrigada, de coração, por todo o carinho com o Bê que vocês sempre tiveram. Ele está bem, sapeca como sempre, levado como nunca, lendo tudo que lhe passa pela frente...

Eu estou com saudades, mas como no blogger, também aparecem uns malwares quando resolvo iniciar modificações estruturais. Natural, um dia será mais leve enxergar nossos defeitos e mudá-los! rsrs

Beijos a todos (saudade beeeem grande), volto um dia, ainda não sei quando.
Tati.