Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

domingo, 11 de agosto de 2013

Que educação é esta?

Definitivamente, vou falar uma coisa que talvez choque muita gente:
- Eu não faço a menor questão que o Bê se dê bem no vestibular. Não espero dele que seja o primeiro colocado em concursos. Se for, e principalmente, se este for o desejo dele, então está bom para mim. Mas não é um desejo meu.

Coisa estapafúrdia para se dizer?
Na verdade o que quero dizer é que não estou satisfeita com os rumos da educação. Não só pela falta de professores no ensino público e toda aquela sucatização que já conhecemos. Estou falando do ensino particular e desta corrida desenfreada pelos primeiros lugares. Eu não quero comprar esta ideia, mas não tem outra à venda no mercado. Pelo menos, não tenho encontrado. Será que terei que criar uma escola diferente? Mas minha área nem é educação de crianças...

O Bê tem 6 anos. Tem semanas de prova que duram 5 dias a cada mês. Hoje começa uma. Tem simulados que ocorrem a cada dois, três meses. Este sábado tinha "concurso de bolsas". Primeira etapa a prova é feita pela internet. Os melhores colocados vão para a segunda etapa, presencial, na escola. Imagine quantas mães e quantos pais não fizeram a prova para seus filhos, na internet de casa? Eu não quis compactuar com isso. Deixei - subversiva que sou - que meu filho brincasse no sábado à tarde. Nossa! Que vergonhoso!!!!

Além do "preparatório para o ENEM" deste final de semana ele tinha 6 páginas de trabalho de casa. E, claro, TODOS os livros, de TODAS as matérias, para estudar para a semana de provas. Sério, deletei tudo. Me rebelei. Por que o que desejo para meu filho é que ele seja feliz, que tenha uma ideia de que aprender é interessante, é bom. Com esta carga a única coisa que posso ensiná-lo é que é massante, que estudar rouba o espaço de viver. E teremos mais um adulto que aguarda ansiosamente pelo final de semana, por que trabalha e estuda, mas odeia estas tarefas. Não, definitivamente não é isso que desejo para ele.

Aos 6 anos aprender a ler e escrever. Que ganho! Que conquista. Mas se neste mesmo momento preciso aprender regras como: "antes de p e b só se usa m". Regras de gramática aos 6?!

E onde encontro esta escola criativa? Capaz de mostrar às crianças que o mundo pode ser belo, que eles podem ser o que quiserem, que eles podem criar um mundo novo e não apenas repetir funções.

Acho os trabalhos de casa extremamente fordistas. Sabe aquela coisa de linha de montagem? De tarefas repetitivas, mecânicas, tudo um monte de decoreba?

É, como criar uma criança de maneira diferente nesta escola uniformizadora, padronizadora, castradora? Desafio e tanto que abracei. E às vezes me sinto tão sozinha nesta jornada...

E você? O que pensa da educação das crianças hoje em dia?

sábado, 10 de agosto de 2013

A índia que mora em mim!

- Mãe, acho que na outra vida você era índia.
- Por que?
- Por que às vezes olho para você e vejo uma índia. Você parece índia, às vezes.
- Gostei disso!
- Por que?
- Por que gosto de índios!
- Mas você sabia que eles estão sendo torturados?

Até ele, com 8 anos, sabe disso...

sábado, 15 de junho de 2013

Sentir-se amada

Hoje estou frágil. Tanto que tenho a sensação da flor delicada, que se tocada, se despetala.
E em momentos assim, busco reforço externo, para me fortalecer.
Então comecei a pensar no momento que estou vivendo. E em tudo que vem acontecendo.
Para começo de conversa, senti orgulho de mim! Orgulho sim, por que tive coragem de começar de novo. Já trazia uma bagagem comigo, não sou mais nenhuma criança (embora tantas vezes eu discorde desta frase), mas eu tive coragem de mudar, de recomeçar. De questionar todos os meus alicerces e mudar a rota. Isso só tem me trazido boas surpresas. Este mundo novo que se abriu, me rejuvenesceu.
Então eu entrei neste grupo. A bagagem que trago comigo, aqui, não ajuda muito. Mas eles me apoiam, acreditam em mim. Eu me sinto parte. E sou grata por isso.
São generosos em me ouvir, em me dar espaço. Sei que ainda não tenho força nas discussões, nas ideias que são tão novas para mim. Mas isso não faz diferença. Se peço a palavra, sou ouvida com o mesmo respeito que os demais. Isso me comove.
Claro que não por todos, mas pela maioria. Eu me sinto querida. E hoje isso está sendo tão importante que eu quis colocar em palavras.
Por que hoje eu REALMENTE precisava disso!
Obrigada!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bê e Deus

O Bê tem uma curiosidade infinita. E quando o assunto é Deus, religião, espirutualidade... A coisa se amplia! Vou fazer um pequeno apanhado das últimas/ melhores/ que eu me lembro...

- Mãe, eu sei que Deus não é tudo!
*Comassim?! E eu já querendo contrariar a criança, doutrinar, falar, falar, falar (como mãe é chata!)... Então ele me interrompe em minha homilia-espírita.
- Sabe por que eu sei que O Deus não é tudo, mãe? Por que ele não inventaria as drogas.

UAU! Você tem mesmo SÓ 6 anos? 

- Mãe, se O Deus inventou tudo, quem inventou O Deus?

Hein?!

- Acho que estou vendo O Deus lá naquela nuvem (e aponta para o céu).
- Filho, Deus é uma energia de trabalho. Ele não é ocioso, não fica sentado em uma nuvem.
- Mãe, Ele fica ali sim. É que o trabalho DO Deus é enviar amor e energia para todas as pessoas!
Então tá! 

Envolve meu pescoço, todo carinhoso e lança:
- Você é minha irmã.
- Ah é? E quem é a sua mãe?
- Ué, a namorada DO Deus, né!
rsrsrs

Num sinal/ semáforo próximo à nossa casa fica um rapaz que joga bolinhas, ele já tem 28 anos, mas tem alguma deficiência mental, parece um crianção e é muito gente boa. E, entre uma luz vermelha e outra verde, a gente sempre conversa com ele. Às vezes levamos um lanche, mas na maioria das vezes é mais bate papo mesmo. O Bê adora o Jeferson, que também adora o Bê. 
Outro dia a pequena criatura me vem com a grande ideia.

- Mãe, eu tive uma ótima ideia! A gente podia trazer o Jeferson para morar aqui com a gente, né?
O que eu respondo? Assumo que estou anos luz atrás dele e que ainda não sou capaz deste amor universal, imenso, que ele já adquiriu? Ainda bem que o Jeferson em questão tem pai, mãe, irmãos... Ufa! Desta vez eu me safei!

Dá para aguentar com uma criança destas? 

Beijos a todos, dia destes tem mais,

Tati.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tudo é uma questão de como se fala...

Às vezes, coisas que parecem ruins ou negativas, podem transmutar-se em ótimas situações. Tudo depende de como as encaramos e das palavras que usamos.
daqui

Ontem esqueci de mandar lanche para o Bê. Coisas de uma mãe que nunca precisou se preocupar com isso. Filho sempre no integral, e desde o início do mês mudou de rotina...

Quase 15h (horário do lanche), me dou conta! Liguei correndo para a escola, que graças à Deus é uma escola pequena, e pedi ao funcionário - e nosso amigo- que liberasse o lanche que eu pagaria na saída. Ufa! Situação resolvida, mas a mãe, né? Mãe se acha uó quando isso acontece...

Então hoje de manhã Bê resolve abordar o assunto.

- Mãe, ontem achei que você tinha esquecido meu lanche!
- Poxa filho, desculpa! Já pensou. Eu tinha esquecido, mais aí liguei... blá, blá, blá.
- Daí a Laura (amiguinha fada de turma) disse para eu ver que você podia ter deixado pago. Eu perguntei, mas por que ela faria isso? E a Laura respondeu "São surpresas que as mães fazem". E abriu um sorriso maravilhoso e agradecido pela surpresa inesperada.

Fiquei apaixonada! Que desfecho maravilhoso para uma trapalhada materna. Nada como as crianças de hoje em dia para mudar o rumo das histórias, né?

Agora aprendi mais uma. Vez ou outra farei uma "surpresa de mãe". Problema resolvido!

Beijos a todos, acho que estou voltando!!!

Tati.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Na ponta dos pés


Nem só de bailarinos vive esta expressão.
Ela já nos tirou o sono muitas vezes, já nos deslocou de lugar em lugar, de busca em busca, mas sempre sem respostas satisfatórias.
Eis que agora, depois de ver o Bê revirado em todos os ângulos, por dentro e por fora (até mapeamento genético a criança fez) chegou-se à conclusão de que "não sei". Isso mesmo. Ninguém sabe por que e ponto. É apenas mais uma questão para as grandes dúvidas da humanidade. Apesar da humanidade em questão restringir-se à meia dúzia de pessoas...
Mas enfim. A boa notícia é que o Bê não tem qualquer alteração neurológica. Aliás, ele não tem qualquer alteração. Está de alta do Sarah por que lá é reabilitação neuromilcoisas e se não tem complicações neurológicas não faz sentido estar lá, certo? Liberou a vaga para outro amiguinho. Pronto, seguimos nós, flutuando na ponta dos pés, mas sem saber quem nos guia. Aliás, sem quem nos possa guiar. É normal? Muito ouvi dizer que é normal. Histórias começam a se somar, até de um zagueiro da Turquia já fiquei sabendo. Então, meu pequeno segue sua caminhada nas pontas dos pés, dançando pela vida. Que ele tenha coragem de firmá-los. Que ele assuma sua força, sua luta, seu compromisso. Que ele saiba que estaremos ao lado, para apoiá-lo. E que realmente estejamos.

Um beijo a todos os amigos que sempre perguntam por ele. Este minipost (quase uma twitada! kkk) é só para dar um alô e responder aos e-mails que ainda chegam perguntando sobre ele.
Obrigada, de coração, por todo o carinho com o Bê que vocês sempre tiveram. Ele está bem, sapeca como sempre, levado como nunca, lendo tudo que lhe passa pela frente...

Eu estou com saudades, mas como no blogger, também aparecem uns malwares quando resolvo iniciar modificações estruturais. Natural, um dia será mais leve enxergar nossos defeitos e mudá-los! rsrs

Beijos a todos (saudade beeeem grande), volto um dia, ainda não sei quando.
Tati.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Alegria ou felicidade?

Escrevi este texto no início de março deste ano. Numa fase bem difícil. Na época foi impossível publicá-lo, por que ele estava à flor da pele. Agora a realidade já é outra, mas pensei que ele pode ajudar outras pessoas a se entenderem. Será?

Então, divido com vocês um pouco dos meus pensamentos passados, mas com conclusões mais do que atuais. Um beijo a todos e vamos viver a felicidade, mas sem esquecer da alegria!

Quantas vezes já nos deparamos com textos que separam o joio do trigo? Desmistificam a busca desenfreada pela alegria como caminho para atingir a felicidade. Isso não é novidade para ninguém, certo?

A questão com a qual me deparei, e que, de alguma forma me surpreendeu, foi perceber que sou feliz. Tá, isso eu já sabia. E ser feliz independe de fatores externos. É uma questão interna, pessoal, intransferível. É e pronto. Eu sei que sou feliz, mesmo quando as coisas não estão lá tão boas. Eu sei isso dentro de mim. Sei que fases mais fáceis e mais difíceis revezam-se em nossas vidas e que precisamos aprender a lidar com estas estações. Ser feliz está ali, mesmo quando estamos tristes. E esta dúvida nunca me assolou. Nunca me senti infeliz (tá, provavelmente na adolescência eu me sentia assim com frequência, mas depois não.).

Então outro dia me dei conta que faz tempo que a alegria se despediu de mim. Quer dizer, foi ano passado, mas eu não tinha me dado conta! Sim, continuo sendo feliz, mas estou sem alegria. Dá para entender? Rir já não é tão fácil e espontâneo. Claro que ainda sou capaz de rir, só que tenho rido mais com os lábios que com as emoções. E isso desencadeia coisas como estresse, dor na cervical, enxaqueca, crises de choro...

E então fui buscar a fonte. E entendi que ser feliz é intrínseco, a felicidade está dentro de nós e independe de fatores, mas a alegria não. Ela vem do convívio. E depois que comecei a trabalhar de casa, piorando quando deixei meu trabalho, reduzi o convívio com pessoas. Meu mundo já não é mais o das ideias, não como eram antes. Eu amo trabalhar, pensar, ter ideias, colocá-las em prática... Estou sentindo tanta falta disso... Minha alegria foi embora, sem que eu sequer percebesse. Só me dei conta agora, há pouco tempo. Venho pensando na maneira de falar sobre isso por aqui, mas é tão difícil explicar, nem sei também se estou disposta a ouvir comentários não tão gentis (quando a gente expõe algo que não está muito bem resolvido alguns comentários são cruéis...). Mas eu queria dividir, até por que é aí que reside minha alegria. E quero resgatá-la. Como sou feliz tenho materia prima para me reconstruir, não importa quantas vezes eu tropece, eu me quebre.

Voltar a trabalhar é minha meta. De preferência no que gosto, no que sei. Mas se as portas não se abrirem, preciso de novos caminhos, de novas possibilidades. E tenho perdido a coragem para lutar. A cada negativa, a cada vez que me sinto colocada em banho maria, eu esfrio, eu desacredito em mim. Será mesmo que esta capacidade que gostam de me atribuir existe mesmo? Às vezes acho que sou uma fraude, propaganda enganosa, sei lá. Se sou assim tão boa e talentosa, por que não me absorvem? Por que minha produção não aponta para isso?

Então é hora de apelar para o Ser Feliz, naquele jeito de reconstrução total. Encontrando a causa, mergulhar de cabeça. 

Este texto foi escrito no auge do meu período sombrio, quando estava 24h em casa. Agora já não é mais assim. Ainda não estou como quero, mas estou no caminho. E enfim o convívio com pessoas já é uma realidade outra vez. Incrível a diferença que isso pode fazer em nossas vidas. Somos seres gregários. Não é qualquer um que pode tornar-se ermitão, morar isolado em uma montanha... A gente murcha sem a troca de energia... Não se isole!!!

É isso! Vamos compartilhar sempre. É o que viemos fazer aqui: aprender a conviver!!!

Beijos a todos com muito carinho,
Tati.