Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A visita do Censo

A recenceadora passou aqui em casa. Por duas semanas vi sua foto no elevador. Fui me afeiçoando a ela nas chegadas e saídas, no passeio entre os andares. Já conhecia seu sorriso e seu nome. Aguardei, com expectativa que meu dia chegasse.
Eis que toca o interfone, o porteiro me perguntando se poderia atendê-la. Mas é claro! Se já não podia mais esperar!

Enquanto aguardava a campainha, coloquei a água no fogo. Um café cairia bem neste meio de tarde, na conversa intima e informal. Íntima sim, vinha ensaiando tantas coisas para que ela soubesse quem eu era, quem era minha família. Só assim podemos conhecer um país, conhecendo seus cidadãos, não é isso?

Estava ansiosa, será que saberia responder a tudo? Quantos pares de sapato há em meu guarda-roupas? Quantas colheres de arroz por refeição? Qual a última vez que fiz meu preventivo? Me sinto satisfeita com os serviços públicos? Tenho satisfação pessoal? Como me sinto em relação à minha colocação profissional? Acho que meu salário é justo? Para onde fui nas últimas férias? Qual meu signo? Combina com o do marido?O que não pode faltar em minha bolsa? Enfim, coisas fundamentais de relatar.

Então entrou a Selma aqui em casa, uma simpatia, recebi com sorriso. Ela chegou rápido demais e só tive tempo de desligar o fogo. Nada de café fresquinho... Não podia chamá-la para a cozinha por que aprendi no Feng Shui que na cozinha e na área de serviço só pessoas com muita intimidade (é que naquela época não devia haver empregadas domésticas e, muito menos, faxineiras semanais na China, como é até hoje, pelo que sei). Nada de cozinha para a recenceadora. Ela deveria acreditar quando eu dissesse que meu fogão era de 4 bocas e quando relatasse o que comi na minha última refeição.

Sentou-se em uma cadeira, na sala. Sentei em frente. Tirou um palm top e conferiu o endereço. Fez meia dúzia de perguntas que não diziam quase nada sobre mim e minha família, não dizia nada sobre quem somos. Quantos banheiros nós temos? Quantas pessoas moram na casa, mas não quem são estas pessoas, ou o que representamos uns para os outros... Eu perguntei:  "Mas já?" E ela: "É, você não foi sorteada para o expandido."
Tentei disfarçar a decepção... Como assim?

Ela sabe que a coleta de lixo, no meu prédio, é seletiva. Isso por que eu gosto de conversar e ela se interessa pelo assunto. Esta informação jamais chegará ao IBGE. Morre na recenceadora, que me contou coisas sobre ela também. Informações que não estão incluídas nas perguntas do palm, portanto não estarão nas estatísticas...

Tanto alarde da FEB se nos indicaríamos espíritas ou kardecistas e ela nem mesmo quis saber se acredito em Deus!!!

Minha nova amiga foi embora, sem sequer tornar-se uma conhecida. Hoje, se nos cruzarmos na rua, serei cordial. Quando receber o resultado do Censo, saberei que não estou ali retratada. Você está? Será que ficar tanto tempo sozinha neste apartamento está me deixando carente? hehehe

Beijos a todos,
Tati.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Isso é coisa que se diga?!

As votações estão encerradas. Dia 15 saberemos se estou entre os 10 mais votados, e então, dia 24 conheceremos o vencedor. Agora eu relaxei e entreguei, seja o que Deus quiser (e os avaliadores, claro!), não posso fazer mais nada. Então, vamos mudar de assunto?

Ah... posso contar só mais uma coisa deste assunto? É que prometi contar à She uma gracinha do Bê, e tem a ver com a votação. Posso? Eba, sabia que você entenderia... hehehe
No dia que sairam os 25 mais votados eu fiz uma chamada aqui que deu muito resuldado. Animou os amigos que votaram mais que em qualquer outro dia. Eu tenho acesso ao meu placar, então acompanhava de perto os votos que iam entrando. Fiquei eufórica em ver mais de 300 votos em uma única tarde. Liguei toda animada para o Vi, contando. Bê, sorridente, fingindo que assistia DVD, com toda a atenção na conversa. Vi queria saber se era eu votando. Não! São os amigos!! Finda a conversa, desliguei. Seguimos o dia.

De noite, Bê lança: - Mãe, você precisa pedir desculpas à sua amiga. Você falou coisa feia dela.
Eu: - Falei coisa feia? De que amiga, filho? (nossa! Será que falo mal de tantas amigas? kkkk). Não falei mal de ninguém, de quem?
- Ah, não lembro o nome, mas você falou coisa feia dela. Tem que pedir desculpas...

Fiquei com aquilo na cabeça. Certeza que ele tinha entendido algo errado, só não fazia ideia do que.

Dia seguinte ele foi para a casa da minha mãe após a escola. Então, toca o telefone e Bê do outro lado:
- Lembrei, mãe. Lembrei de quem você falou mal. Foi da She! Você disse que ela ferrou a vota!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Aí a explicação - She, querida, não falei mal de você em absoluto!- Quando o Vi me perguntou quem estava votando, eu contei que eram os amigos e arrematei: "A She danou a votar!" Isso por que ela tinha me mandado um comentário de que tinha lançado uns 50 votos! kkkkkkkkkkkkkkkk

Danou= ferrou. E ferrou é ruim! Logo: falei mal.

Aí expliquei para a criança, né. Já pensou se eu tivesse mesmo o hábito de falar mal dos outros? Olha como damos exemplos exatamente quando não estamos educando! É nestas horas que eles mais aprendem... ou desaprendem, vai depender do que oferecemos. 

Eu me acabei em gargalhadas!! Satisfeita a curiosidade amiga She? 

Beijos a todos,
Tati.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Orgulho de ser quem se é

Esta é minha participação na Blogagem Coletiva proposta pela Glorinha do Café com bolo, Emoções e sentimentos.

Prato do dia: Orgulho

Então, na realidade, hoje ainda vale a postagem de ontem! É que estou muito orgulhosa de estar entre os 25 mais da minha categoria no BlogBooks. Se isso vai dar em livro ou não, não me importa neste momento (mentira, importa sim!). Claro que eu quero ser a vencedora, quem não? Ainda assim, um blog iniciante, que chegou há pouco, fico feliz demais de estar ali, entre os grandes. Fico feliz em ver meus textos agradando, as pessoas se identificando, se aproximando.  
Tudo isso é motivo de orgulho. Devemos nos orgulhar de ser quem somos, independente de realizações. E isso nos remete ao amor próprio. O orgulho verdadeiro, aquele tal sentimento de satisfação pela capacidade ou realização ou um sentimento elevado de dignidade pessoal. Este está intimamente ligado à autoestima, à autoaceitação. E isso é pessoal e intransferível. 

Se você não se orgulha de ser quem é, quando não teve grandes feitos, infelizmente não se orgulhará quando os realizar. Daí se origina aquele mal orgulho, quando classificamos uma pessoa de arrogante... Isto vem desta não aceitação. Eu sou orgulhosa, no mal sentido, quando acho que não devo aceitar um carinho, como se aceitar algo fosse esmola, ou outras coisas que dizemos quando entramos nesta vibração. Não vale à pena. Se alguém te faz um convite, temos que partir do princípio que gosta de nossa companhia. Se nos oferece algo, é por que ficará satisfeita em que aceitemos.  Até que me provem o contrário, todo tímido é um orgulhoso por excelência.  E digo isso por ser tímida. A timidez vem do medo de errar, de falhar, de não ser bom o bastante, de não agradar. 

Quando nossa autoestima está presente, o orgulho se manifesta da melhor forma. E temos orgulho de ser quem somos, mesmo que sejamos apenas... ! Pois é, não precisamos ser Bindchen ou Brunet, não temos que ter uma inteligência Jobs ou Einstein... Podemos ser simplesmente nós, e nos orgulharmos disso. Ter orgulho de nossa cordialidade, de nosso sorriso, do abraço acolhedor que sabemos dar, de ter disponibilidade para atender um amigo ao telefone, por sermos corretos, verdadeiros, sensíveis. Por termos a capacidade de governar nossa própria vida e fazê-la feliz. Posso me orgulhar de tratar bem os animais, de dizer palavras que agradem, de lavar a louça com capricho, de fazer um bom arroz com feijão. Pequenos feitos nos ensinam a nos orgulhar de ser quem somos. Daí, se coisas grandes acontecerem em nossas histórias, estaremos preparados para elas, e nosso orgulho não se parecerá, em nada, com arrogância. Treine hoje!

Encontrei este clipe e achei que ela sabe ensinar isso melhor que eu. Lembram que contei que esta semana a inspiração... "ui, cadê? Su-miiiiu"... Pois é, ainda não encontrei. Se conseguir um texto melhor sobre o orgulho, trago para vocês durante a semana. Ainda não consegui interiorizar para escrever. Acho que tenho dormido pouco e isso se reflete nas ideias. 

De qualquer forma, com sotaque português, que acho muito lindo, a vaca vai explicar o que é o  ORGULHO!





Uma Tati muito orgulhosa se despede e agradece o apoio e os votos, ontem o placar bombou! Espero que hoje continue assim, quem sabe domingo saberemos que estou entre os 10 mais? Motivo de grande orgulho para mim!!! Obrigada, obrigada, obrigada!


E se quiser votar mais um pouco, a urna é aqui!

Beijos a todos,
Tati.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Trocando o nome do blog...

Perguntas Agradecimentos em Resposta.

Pois é... estou a ponto de fazê-lo!
Por que é tanto a agradecer!! Tanto carinho, tantos votos contabilizados, tanta mobilização, que eu nem sei...
Acabei de receber um e-mail da Ediouro, comunicando uma parcial do concurso. O Perguntas em resposta está entre os 25 mais votados de sua categoria - Entretenimento!!

Se isso está acontecendo, é graças a vocês! 

Queria começar agradecendo à Denise, por que foi um comentário dela em meu blog que estartou o movimento, o desabrochar de um sonho mais do que adormecido. Eu sei que ele já ressonava, prestes a espreguiçar, quando ela escreveu o comentário. Se criei este blog é por que já contava com este momento, só achei que ainda estava distante na caminhada. Então ela escreveu este comentário, que movimentou minhas emoções.

Na sequência, agradecer à Macá, que além de estar sempre me inspirando e estimulando, foi quem me falou sobre o BlogBooks, onde me inscrevi no momento seguinte à leitura do comentário, e para o qual tenho dedicado boa parte do meu tempo e dos meus pensamentos. Pode ser o início da concretização da ideia. Uma forma de ver meu sonho impresso, em papel e letras, com apoio. Uma maneira de acreditar e me fazer acreditar!

Preciso agradecer ainda à Regina, minha mãe adotiva, já que adotou o Bê como neto... (hihihi), por uma postagem linda que fez, convocando seus amigos a votarem em mim.

Na sequência, duas amigas que chegaram há pouco, me conquistando por completo, infelizmente moram tãããão longe, por que queria dar um abraço mega apertado em cada uma delas: A Fefa, que mora na Holanda, e a Tati, ali em Cancun. Duas queridas, que abraçaram minha causa como se fosse delas. Foi muita generosidade! 

A partir daí, agradecer às queridas amigas que levaram o link da votação para seus blogs:
Regina - Faz de Conta
Nika - Falações

Espero não ter esquecido ninguém, juro que este medo me ronda. Se esqueci, por favor, alma caridosa, me avise para que eu corrija!

Mais que tudo neste mundo preciso agradecer aos de casa: minha amada amiga espelho, Alê; meus pais, que não apenas votaram, como divulgaram para seus amigos; meu sobrinho fofo, que vota comprometido, cheio de amor; meu filhote, que diz que está votando no livro da mamãe, e pergunta quando votaremos no livro dele! hehehe e acima de tudo, o anjo da minha vida, o São Vicente com quem me casei, que amo com paixão, e que divide comigo este sonho. Que me constrói uma pipa quando não tenho asas, e se falta vento, assopra! Eu não sei o que fiz para merecer tanto... só tenho a agradecer!

Queria ainda agradecer votos, empenho, torcida, estímulo de muitos outros amigos que por aqui passaram. Cada comentário de incentivo foi muito importante para mim! Parece que acabou? Mas não acabou não... As votações vão até domingo. Por enquanto a única coisa que sei é que estou entre os 25 mais votados. Peço (queria prometer que pela última vez, mas não posso... Mentiras eu deixo para os políticos...), que votem mais um pouco, que votem mais um muito, que me ajudem!

O que vem depois? Bem... ficando entre os 10 mais, a análise dos críticos da Ediouro, a possibilidade de virar livro, entrevista no programa do Jô, o famoso chá da ABL... kkkkkkkkkkk

Brincadeirinha... vamos descobrir juntos onde isso pode dar? Sinto que estou caminhando para a realização de um grande sonho. E como tudo que eu sonhei de verdade aconteceu em minha vida até hoje, sei que este também vai acontecer, e está cada dia mais perto, pode ser agora ou daqui a pouco... mas estou caminhando. Vem comigo? Prometo jogar flores pelo caminho!!!

Beijos trêmulos de emoção,

Tati.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ingredientes soltos, traduzidos em coisa alguma...

Não sei se vocês se sentem assim, mas tem dias que sinto como se eu fosse apenas ingredientes... Sou farinha, ovos, manteiga, leite, fermento, açúcar e até chocolate. Isso não faz de mim um bolo, certo?

Hoje eu sou apenas ingredientes, e não uma receita. É possível ainda que não me torne receita de bolo e sim de pão, por que preciso ficar quietinha nestas horas, senão a massa não cresce. 

Tentei juntar letras de todas as formas. Há coisas importantes que eu gostaria de dizer, só que as frases, os argumentos, não se formam. Vou ficar quietinha, no meu canto. Em breve tudo isso passa. Sei que estes momentos só acontecem quando coisas grandes vão acontecer, quando alguns saltos se insinuam. O forno está aquecendo, o tabuleiro, sendo untado. Em breve participarei do banquete. Me ajuda a pôr a mesa? 

Neste estado, sem boas palavras que expliquem, encontrei esta música, da nova Sandy, que admiro por que é uma mulher que se reconstrói, e me identifico em muitas de suas facetas. Parece frágil, superprotegida, só que há força interior, algo que não é palpável, tangível. Está apenas ali. Em mim também!

Acho melhor ouvirem a música. Se eu continuar neste papo vão achar que estou usando drogas, ou bebendo... sei lá. Caso seja importante frisar, sou careta, careta, está bem? A confusão é apenas uma faxina mental...

Aproveitem a Sandy. Escolhi um clipe com letra, por que é a letra que interessa neste momento... pelo menos para mim! Não explica nada, mas é isso...

Beijos a todos,
Tati.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bê, me explica este país?

Ontem, véspera do 7 de setembro, o Bê, aos 5 anos, soube me explicar, com seu olhar simples sobre a vida, o que é este país em que moramos.

Ele já conhece todas as letras e está aprendendo a juntá-las, conhece algumas sílabas, no entanto gosta mesmo é de soletrar. Aliás, anda soletrando TODAS as placas que vê pelo caminho. Em tempos de eleições, imagina o que é, né?

Foi assim que ontem, quando saímos da casa da minha mãe, ele disse: "Eu sei como escreve futebol!
é B-R-A-S-I-L!"

E sabem por que? Por que este ano teve copa, e com isso muitas ruas enfeitadas, pintadas, com a palavras BRASIL em letras garrafais, escrita com paixão por brasileiros que perdem horas, dias, semanas até, pintando ruas e muros. Eu não sou fã das datas militares. Hoje é 7 de setembro, o equivalente a esta data nos EUA seria o 4 de julho, que eu, mesmo nunca tendo pisado em terras de tio Sam, sei que é fortemente comemorado por lá. E aqui? Aliás, o que teríamos para comemorar? Quando foi mesmo que nos tornamos independentes, hein?

Eu me envergonho de dizer que moro no país do futebol. Acho tão triste quando ouço isso dito com orgulho... Isso não deveria ser motivo de orgulho de uma nação, devia? 

Ser o país do Carnaval, das mulheres nuas, mulheres frutas e desfrutáveis, país da corrupção. Um país que se orgulha de ter as eleições mais modernas e democráticas, por usar uma tecnologia avançada como as urnas eletrônicas, só que esqueceram-se do principal. As urnas não tem recheio, ou melhor, o recheio é podre. De que adianta tanta tecnologia? Por que não crescemos nos lugares certos?

Eu aplaudo a iniciativa da Lucia em mostrar o Brasil que ela ama. Muitas das coisas que ela destaca eu também amo. O que quero levantar aqui é por que temos que nos orgulhar de coisas que não são dignas de orgulho, simplesmente por que não trazem dignidade ao nosso povo? 

Ontem ouvi do Bê uma das mais tristes verdades sobre meu país. Este povo que só se une, bate no peito, veste a camisa, para torcer por futebol. Nesta hora sabemos ser brasileiros. O técnico pode não ser o melhor, o time não inspira confiança, o craque abaixa para ajeitar meião na hora do gol, e tantas outras histórias que temos para relatar e provam que nosso futebol, nem sempre, é ouro. Ainda assim estamos lá, firmes e fortes, de verde e amarelo. Por que não nas eleições? Será mesmo que TODOS os candidatos são ruins? Será mesmo que não há NINGUÉM que preste? Ninguém comprometido? Eu duvido. Procurando, procurando muuuuito bem, alguém deve ter boas intenções, pode ser interessado, honesto... 

Eu quero acreditar... Quero acreditar que não está tudo perdido, que nossa única opção não é mudarmo-nos todos para Pasárgada. Aliás, a verdadeira Pasárgada é tão parecida com o Brasil... tirando a parte de sermos nós os amigos do Rei... 

A ideia era de um texto curto, apenas relatando uma gracinha do Bê que me levou a profunda reflexão. O que estamos ensinando, sem perceber, aos nossos pequenos? Que tipo de valor estamos demonstrando ao nosso país? Tudo isso será reproduzido, mais tarde, pelas crianças que um dia serão os advogados, juízes, engenheiros, empresários, deputados, senadores, professores, presidentes...

Será que tudo que nos resta é balançarmos bandeiras e gritarmos Brasil quando a seleção entrar em campo? E o que é mesmo a seleção brasileira?  Meninos, em sua maioria pobres, de periferia, sem estudo. Muitos fugiam das aulas para jogar futebol em algum campinho de várzea, descalços por falta de sapatos, magros por falta de comida, mal alimentados, mal formados. Descobertos por um olheiro, vendidos - como escravos de alto luxo - por preços exorbitantes, a times extrangeiros. Não é que são eles que verdadeiramente nos representam? 

Vão servir de macaquinhos de circo, de bobos da corte, para cortes mais ricas. Vivem vidas milionárias, muitas vezes perdem tudo por falta de estrutura, boa parte tornam-se viciados, alcóolatras. Lotam-se de filhos por que não sabem sequer fazer uso de camisinhas. Até que chega a copa, e são escalados para nos representar. Copa é a data mais esperada por muitos brasileiros. O Brasil pára. Absurdo uma empresa dizer que vai funcionar neste dia, funcionários se revoltam! Churrascos e muita bebida, gritos, vuvuzelas, fogos. Todo tipo de demonstração esdrúxula de amor à nação.

Íh... amarguei... Não era essa a intenção... Vou parar por aqui. Me diz aí, você... Como se escreve democracia? E o que representa este tal 7 de setembro? É só um feriado a mais para viajarmos com a família? 

Um beijo a todos,

Tati.

sábado, 4 de setembro de 2010

Madura? Eu?!

Amigos,
Despedida dos meus óculos quebrados
A postagem da felicidade foi um sucesso, e me deixou muito feliz. Amo ler cada comentário, sentir o carinho que chega bem juntinho... É mágico.
Aventura muito radical
na casa de festas infantil

O que achei engraçado desta vez, engraçado mesmo, de fazer rir, foi a associação do meu texto com maturidade. Em muitos comentários isso foi levantado. A Tati, do Vida Bicultural, chegou a ficar em dúvida sobre a minha idade... heheh

Estou perto dos 35, falta pouco mais de um mês para isso. Ainda não me sinto balsaquiana. Aliás, dizem que a mulher de 40 é a nova mulher de 30, né? Então sou a nova mulher de 20! E se querem saber, tenho um jeito de menina de 15 muitas vezes, e gosto de brincadeiras de menina de 10!!!
Óculos fundo de copo

Não fui a única a rir ao ser associada a uma mulher madura. Marido riu junto. Por que quem convive um pouquinho que seja comigo sabe que eu sou uma moleca, brincalhona, fanfarrona... Pois é, mais uma imagem pessoal destruída... 

Escorregando no papelão

Eu gostei, claro que gostei! Fiquei com vontade de usar óculos, andar de salto agulha, tailleur estilo channel, batom vermelho na boca... mas quer saber? Me dá vontade de rir só de me imaginar assim... Acho que me sentiria uma criança experimentando as roupas da mãe... 

Careteando com meu primo,
tão ou mais bobo do que eu!
Talvez minhas palavras pareçam maduras, meu jeito de expressá-las. Como sempre gostei de ler e na casa dos meus pais tinha acesso a um acervo diversificado, cedo li clássicos. Aos 12 já tinha lido Victor Hugo, em seu "Os miseráveis", sem fazer ideia de quem era o autor. Gostei da capa, gostei da narrativa. Fui em frente. Assim também li Casa de bonecas, do Ibsen, sem entender bem onde estavam as bonecas... heheh Li o estrangeiro aos 15, mesma época em que li Servidão humana, livro que estou relendo neste momento. Eu tinha me esquecido que havia lido. Só ao iniciar a leitura fui recordando passagens, e Philip retornou à minha mente. Tenho hoje uma apreciação muito diferente da história. Será que ter lido, tão nova, tantos livros, fez com que me entendessem madura? Sei lá. Achei divertido.

Enfeitadinha na festa da Agatha
Sou sim, muito questionadora E isso faço desde criança, como uma de minhas brincadeiras favoritas. O Bê tem este mesmo traço. Acho maravilhoso! Sei também que o fato de gostar de brincar nada tem a ver com ser ou não madura. O que achei mais engraçado é que nunca imaginei esta palavra associada a mim. Foi a primeira vez. Será que já estou virando uma mocinha? kkkkkkkk

Batman e família
Eu gosto mesmo é de aproveitar as festas infantis e me jogar: na piscina de bolinhas, na cama elástica e em qualquer brinquedo que adulto possa entrar (eu não tenho peso e altura da vontade que eu tenho... snif...), adoro fazer bagunça com meus primos, inventar caretas, palhaçadas, dar gargalhadas altas, usar fantasias, mesmo quando não é carnaval... E vou entregar o jogo. Tem gente aqui em casa rindo de mim, mas quer saber? Marido não fica nada atrás. E, a título de não me deixar pagar mico sozinha, embarca nas minhas invenções malucas. Pior, tem vezes que eu é que embarco nas maluquices dele. 

A gente só entrou para cuidar das
crianças! kkkkkkk
Algumas vezes, a palhaçada é tanta que Bê fica do sofá, sacudindo a cabeça, como que a dizer: "Estes meus pais não crescem..." E nem mesmo participa do momento-dãããã. Um casal de amigos nos chama de família chocolate, por causa daquela família de cantores que SÓ cantava "é de chocolate", e olha que nós nem cantamos... heheheh

Queria agradecer o carinho e mostrar que na verdade, se me encontrarem algum dia, verão uma menina bagunceira e sonhadora. Esta Tati madura acho que fica apenas impressa em folhas de papel!

Quanto mais eu procurava nas minhas fotos, mais e mais cenas eu encontrava. Vi me ajudou a escolher algumas. Foi difícil escolher só algumas. Não quero ninguém pedindo desculpas por ter me chamado de madura, hein! Eu a-do-rei!!!!! Só não consigo me inserir no termo! E quem convive comigo acho que pensará o mesmo: sou pirracenta, boba, palhaça, mimada, brincalhona... uma criançona! Pelo menos é assim que me vejo!
Beijos a todos,
Tati.