Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Agradecimento e pegadinha


Oi Pessoal,

Obrigada pela força ontem. Ajudou, e não foi pouco. Desculpem a falta de comentários nos blogs de vocês, ontem foi dia de ficar bem quietinha. Resolvi viver minha dor até a última gota. Lembrei histórias que me fizeram chorar, outras que me fizeram rir e mesmo rir e chorar ao mesmo tempo, momentos vividos ao lado da Flor, ou em função dela. Histórias e mais histórias. Ontem eu me permiti (mesmo tendo ficado menos tempo sozinha do que eu desejava...). É que hoje vivemos um evento importante, que contarei para vocês em detalhes, talvez amanhã, e estava envolvida com os preparativos.

O evento? Ah, é... quase esqueço de contar... hehehe Hoje fizemos uma festinha de despedida para o Bê na escola velha, na verdade, uma festa de "vamos continuar amigos?" e foi linda, divertida, alegre. Não foi triste, como cheguei a sentir medo que fosse. Mas amanhã entro em detalhes (com fotos!).

Passei por aqui agora, tarde para mim (quase 10h da noite...), mas recebi um e-mail muito legal que quero compartilhar. Um teste de português. Yeeeeeeeeeeeeeeeessssssss!!! Mas é rapidinho e divertido. Faz aí, vai!
Posto o resultado amanhã. Será que você descobre? Aguardo ansiosa os comentários... não me deixe na mão, hein!

Então lá vai:

Na frase abaixo, deverá ser colocado 1 ponto, (além do ponto final, que já existe), e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido.
"MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA."

Não é impossível, eu acertei, mas é pegadinha... Tem que transcender, tem que transcender... hehehe
Beijos,
Tati.

terça-feira, 8 de junho de 2010

HOMENAGEM, AINDA QUE TARDIA


 

Odeio homenagens póstumas, parece coisa de quem perdeu o bonde. Para mim, homenagens devem ser feitas enquanto o homenageado está vivo, presente, pode receber todo aquele afeto. Depois, para quem é a homenagem? Claro que lembrar de quem já partiu é necessário, que falar de quem já foi é uma forma de trazê-lo de volta à vida... mas homenagens são sempre mais generosas quando podem ser apreciadas pelo homenageado! É assim que eu penso e pronto!

Só que hoje vou morder a lingua. E vou dizer o motivo de minha homenagem póstuma: CULPA!!
Sim, muita culpa. Hoje, minha gatinha, minha filhotinha linda, minha japonesa, minha gorda, minha neném partiu. Ela já não era um neném há muito tempo. Estava velhinha, doentinha, magra... E também já não era minha há muito tempo. Eu dizia que era minha "filha casada", pois morava em outra casa - a da minha sogra - que a acolheu com muito carinho e por isso serei eternamente grata!

A Florzinha é uma gatinha vira-lata tricolor, por quem me apaixonei nos idos de 1995, quando a vi, junto com seu irmão amarelinho, dentro de uma gaiola de pássaros, na porta de uma pet shop. Estavam ali à espera de alguém que os adotasse. Não resisti, levei os dois para casa. Inventei uma história maluca, que minha tia-avó tinha me dado de presente e que não pude recusar (meu pai ODIAVA gatos). Os dois foram morar no meu quarto. Eram tão pequenos!! Ela era menor que ele, e queria imitá-lo em tudo, só que se atrapalhava, caía... Ela era meu alter-ego desde sempre: estabanada, de lua, mal humorada, agitada, preguiçosa, manhosa... Passava horas do dia observando-os.

Recebi um ultimato: dois não dava! Ok, vou escolher um dos dois. Fiquei com ela!! Não dava para ser diferente! Coisa mais linda, fofa, levada e muito, muito engraçada.

Vivemos grandes aventuras. Havia tanta intimidade e cumplicidade. Primeiro cio, a bichinha enlouqueceu. Miava, gritava, esfregava-se por tudo. Tentei manter as portas fechadas, ela era ainda uma criança, não podia deixá-la solta, um gato mal intencionado podia comprometer-lhe a reputação! Não deu certo, minha adolescente fugiu e voltou grávida. Assumi meus netos: 4! Ela teve uma gravidez tranquila, e me aguardou chegar do cursinho (sim, pré-vestibular na época...) para ter seus bebês: Cheguei, ela pulou no meu colo, rompeu a bolsa, molhou meu jeans. Fomos para seu ninho no meu quarto. Sentei ao lado dela e fiquei lá até o último filhote. Minha mãe levou lanche para mim, ela não queria que eu saísse de seu lado. Tive que correr para o pipi, minha mãe disse que ela ficou ansiosa, me procurando. Não saí mais! Foi mágico e intenso!

Foi ótima mãe, mas tinha clara predileção por um dos filhos. Um macho amarelo, muito sabido, que ganhou o nome de Simba da família que o acolheu.

Vivemos grandes histórias, muitas e muitas ao longo de sua vida. Quando o Vi me chamou para morar com ele avisei, sou pacote completo! Ela foi morar com a gente. Aos poucos o conquistou de tal forma que quem ficava de fora das brincadeiras era eu! Era a ele que ela cumprimentava primeiro quando chegávamos.

E onde está a culpa nisso tudo? Foi a primeira mordida de lingua! Quando estava grávida ouvi muitas vezes: "agora você precisa se desfazer da gata..."  gente, sou veterinária. Sei que toxoplasmose tem muito menos a ver com o gato do que com carne mal passada. E eu nem comia carne!!! Para pegarmos toxoplasmose do gato temos que engolir fezes de gato ou carne de gato, e isto nunca fez parte do cardápio lá em casa.

Só que quando o Bê nasceu começaram as crises de asma, cada vez mais fortes. Fui pensando no assunto, me fortalecendo e num dia, numa consulta pediátrica de urgência, no meio de uma crise horrível, tomei coragem e perguntei para a médica dele: "A gata pode estar agravando o problema?" Sim, pelo de gato é muito fininho, pode e muito piorar o problema, além disso, saliva de gato é extremamente alergênica... Well, o que fazer? Minha gata já tinha mais de 10 anos, era uma senhora madura, gorda, castrada, linda, mas idosa. Como entregar minha filha assim? Chorei horrores e procurei uma casa que eu confiasse. Na da minha mãe não podia mais, pois o Bê ficava com ela durante o dia, enquanto eu trabalhava.

Minha sogra, de forma muito generosa, aceitou abrigá-la. Mora em uma casa enorme, com quintal idem, sempre tem gente em casa. Para a Flor foi melhor, eu acho. Lá em casa era uma vila, casa pequena, sem quintal, ficava presa e sozinha o dia inteiro... Mas e a saudade? E os laços criados?

No início mantive a compra da ração premium que era seu cardápio gourmet, visitava com mais frequência, ainda assim não era a mesma coisa, não tinha mais aquela coisa de carinho no colo, no sofá da sala... Aos poucos, vida corrida, comecei a vê-la apenas quando íamos à minha sogra (quase todo final de semana). Então veio nossa grande recessão e parei de comprar sua ração. Minha sogra assumiu o papel de provedora. A idade começou a pesar, ela ficou doente algumas vezes (entendam, sou veterinária, mas NUNCA fui clínica), precisava levá-la ao clínico. Como? De verdade, não tinha recursos para isso. Chorei algumas vezes a raiva da indignidade que isso representa. Queria poder oferecer-lhe coisa melhor, naquele momento não podia. Liguei para alguns amigos, consultas por telefone, o que sabemos não é o mesmo. Sei que não cuidei dela como devia, como ela merecia. Sei que também não ando cuidando de mim como devo, mas isso tudo se resolverá em breve! Minha filhotinha não estará por perto para receber o tratamento que merece.

Este domingo ela já estava muito caidinha, eu fiquei com ela, no chão, rezando para que aquilo não se prolongasse, para que ela partisse em paz. Que dor a da despedida, que dor maior despedir-se com culpa... Saí de lá e disse para o Vi: "Sabe que hoje foi a última vez que vimos a Florzinha, né?". Achei que ela não chegaria ao dia seguinte. Estava serena, mas de partida.

Hoje o Vi ligou, a Flor despediu-se. Viveu muito e bem. Recebeu amor, distribuiu amor. Foi especial, e eu queria ter feito mais por ela.

Hoje faço aquilo que acho horrível, a tal homenagem póstuma, por que preciso dizer, para mim e para quem quiser ouvir, que a Flor merecia mais. Merecia melhor. E que eu sinto saudades!!

Tati.

TEMPOS MODERNOS


Às vezes me pego pensando no que ganhamos e no que perdemos com a tecnologia. Nem preciso ficar detalhando o que ganhamos, né? Computadores, conexões, blogagens... Impressoras, scaner, DVD, I-pod... Celular, wireless... enfim, lista enooorme...

Mas o objetivo da postagem é falar do outro lado da moeda. Sempre tem, pelo menos, dois lados (uma história, não a moeda, ok?).

No dia das chuvas aqui no Rio, "aquelas", eu estava assistindo Globo News pela manhã e aquela noticiazinha que fica em uma caixa dizia: "Tempo bom no Rio". Aquela caixinha fica tempo demais na tela. Eu olhava pela varanda, tudo nublado, tempo muito encoberto, e aquela notícia dizendo o contrário... Como moro em um bairro distante da zona sul, e por isso não é considerado Rio de Janeiro para muitos, me conformei e imaginei: do outro lado da cidade deve estar sol!

Mais tarde, quais as notícias? Nem é bom lembrar, né mesmo...

Então fiquei pensando... Meteorologista tem tantos equipamentos para olhar, que não olha mais para o céu. De repente (pode ser até devido ao mal tempo... hohoho) o sistema deles caiu... ou entrou um vírus H1N1 na máquina... sei lá. E nesta hora eles acharam que o dia estava bom. Acho que sala de meteorologista não tem janela... Estudam tanto o tempo que não tem tempo de olhar para o céu. Coitados...

Aí, volto lá na Faber Castell, e uso o que a Cris comentou: Departamento de marketing não consome? Claro, o departamento não, mas até onde sei, departamentos são compostos por pessoas (ou pessoa, em alguns casos). Será que com tanta modernização, temos tantas normas e regras a cumprir que esquecemos do elementar: usar nossa experiência? nossa intuição? Como se vive assim? Ou não se vive mais?

Marketing bom deveria seguir menos palestras motivacionais e mais aos reais anseios das PESSOAS! Os profissionais de diversas esferas esqueceram-se que o ponto de partida (e de chegada) é a pessoa a que ele quer atingir?

E sabe onde erramos mais? Nós aceitamos isso. Aceitamos que comercial de margarina dite a família perfeita, que comercial de cigarro (graças a Deus não existe mais) diga o que é radical, que comercial de remédio diga como devemos nos cuidar... Comercial de banco diz COMO SER FELIZ!! Gente, ninguém sabe menos como fazer alguém feliz do que um banco!!!! De modo geral (entendam bem, MODO GERAL), bancos são péssimos com seus funcionários e com seus clientes. Banco só faz o banqueiro feliz, mais ninguém.

Eu não preciso ler um livro que me ensine: "Como ser uma escorpiana com ascendente em aquário". Eu já sou!! Não há livro que possa me ensinar a ser melhor mãe, melhor esposa, melhor filha. Claro que muitos pensamentos podem nos levar à reflexão, mas não são receita de bolo nem de coisa nenhuma. Não há receita com medidas graduadas de ingredientes para a vida. Cada um é do seu jeito, no seu tempo. E neste parágrafo quero chamar atenção para uma coisa: não estou falando contra os livros, meus amados amantes e companheiros de jornada. Aprendi e aprendo muito com eles. Estou questionando aqueles com títulos que começam com: "Saiba como ser/ fazer/ ter..." .

Que tal tentarmos olhar pela janela para saber como está o tempo? Usar nossa experiência de vida para aprender como ser determinadas coisas, sem copiar do livro de auto-ajuda? Ser mais do que ter ou aparentar? Tratar o outro como gostaríamos de ser tratados? E lembrar que clientes estão incluídos na categoria "os outros"?

O que podemos fazer, na nossa profissão, para humanizá-la? Para simplificá-la? Tecnologia é bom, mas conviver é muito melhor!!!

Já sigo na tentativa. Quem me acompanha?

Beijos,

Tati.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vida Simples com amigos


Esta é a segunda semana da Blogagem Coletiva Vida Simples, proposta pela Mila Viegas. Está curioso? Quer participar? Ainda tem mais duas semanas. Corre que dá para participar da de hoje. Falar de amigos é sempre bom!! Vem saber do que todos falam... Junte-se a nós!!! 

Vou dizer que quando li o tema fiquei preocupada. Não por não ter de quem/ do que falar, mas por não conseguir escolher um grupo de amigos... Tive sorte na vida! Fiz grandes amigos. Não sou aquela pessoa popular, que faz uma festa para 60 pessoas... não... Acho que sou tão tímida que me fecho demais para isso. Sou uma pequena ostra, MESMO! Mas tive sorte! Se não sei fazer amigos, bons amigos me fizeram seus! Só que quando juntei amigos + vida simples, achei que nenhum amigo se encaixaria melhor do que aquela que é simplesmente minha amiga, não por que nos fizemos, mas por que somos envelope com mesmo destinatário!

Minha irmã é a primeira amiga da minha vida. Não há lembrança de infância, em que ela não esteja presente. Ela é minha antítese, isso gerou muitos conflitos entre nós. É ruim? Não. Já foi, em muitas fases. Hoje percebo que servimos ao crescimento uma da outra.

Ela é mais nova, apenas 1 ano e meio, o que no final das contas não faz a menor diferença. Para quem não convive somos muito parecidas fisicamente, e as vozes ao telefone são idênticas. Somos tão parecidas que, quando crianças, alguém na rua perguntou: "São gêmeas?" Ela, que era (é) muito traquinas, respondeu. "Somos!" Minha mãe a repreendeu. Nãna, com aquele seu jeito moleque, retruca: "Só de cara, não de anos..." Esta é a Nãna! Até hoje é assim. Uma taurina turrona, brigona, de temperamento forte, mas que desmancha a todos, por que fala de um jeito que te deixa sem saber como dizer não. Depois eu me irrito sozinha, acho que ela é folgada, mas aí já foi.

Em compensação tem um coração sem tamanho, é generosa, amiga, animada, divertida. Minha irmã, sim, faz as melhores festas de aniversário. Repletas de amigos, todos dançam, divertem-se, e no final boa parte deles ajuda a arrumar. Ela tem um potencial para agregar pessoas que eu amo e admiro. E entrega-se como poucos. Já veio para minha casa fazer faxina. É super vaidosa, sempre arrumada e perfumada, de unhas muito bem feitas. Veio, pegou balde, pano, esponja, sentou no chão da sala e esfregou a cerâmica, como eu NUNCA fiz. Deixou brilhando! Em outra ocasião me emprestou uma blusa que nunca tinha usado, para um evento importante. Tudo isso sem que eu pedisse. Se ofereceu! Pura generosidade, solícita, desprendida...

Enquanto eu morro por cada problema, vou ao fundo do poço, me afogo em lágrimas, a Nãna não se abate. Problemão? Ela chora enquanto fala, sempre chora, mas sacode a poeira e dá a volta por cima. Nunca a vi sofrer fossa. Eu me trancava no quarto, escrevia páginas e páginas de desabafos tão profundos que quase saía petróleo do pré sal, ouvia as músicas mais deprimentes... mil vezes seguidas... Ela proibia músicas tristes, colocava um pagode, ligava para as amigas próximas, não encontrou companhia? Ligava para os distantes, até encontrar "a boa da noite". Se arrumava mais bonita do que nunca, e saía. Se divertia, voltava nova. Não estava sofrendo? Estava, mas de outra maneira. Eu queria ser um pouco mais como ela. Talvez eu produzisse menos textos, mas a vida seria mais leve. 

Eu gosto de tudo o mais original possível, invento minhas modas, minhas coisas são muito coloridas, não tenho medo de ousar. Não posso passar receitas por que mudo tudo, meço ingredientes de olho, testo coisas que tenho na cozinha naquele dia. Difícil repetir sabores. Ela segue a receita milimetricamente. Nós juntas na cozinha é confusão na certa. Eu falo: - Já sei, e se a gente... Nem termino a frase. Ela reclama, quase chora (como chora essa menina). - Ai, lá vem ela com seus "E ses", ô manhêêê ... 

A Nãna trabalha muito. É técnica de enfermagem e trabalhou num hospital com tantos problemas... Trabalhou lá por 5 anos. Eles atrasavam pagamento, deixavam de pagar o devido, liberavam para férias sem pagar férias, faltava material, faltava pessoal, tinha gente incompetente no comando, trabalhava madrugada a dentro. E a Nãna é aquela profissional que todos querem por perto. Dedicada, correta, empenhada, procura soluções para os problemas ao invés de ficar reclamando. Ela é prática! Eu já teria chutado o balde no primeiro ano. Ela segurou as pontas. Era a funcionária mais antiga. Falava: - Estou melhorando minha carteira, estou ganhando experiência. E ficava parada, esperando cair coisa melhor do céu? Claro que não. Ela não é deste tipo. Estudava, se preparava, fazia concursos e mais concursos. E passou! Hoje é funcionária federal e trabalha no hospital que escolheu trabalhar. Gosta do que faz, é reconhecida. E estuda, para um dia assumir cargo maior, fazer novos concursos. Faz faculdade de manhã, trabalha à tarde. Todos os dias! Eu sou mais preguiçosa. Sou dedicada e feliz no trabalho, mas se não estou feliz não penso no ano seguinte, chuto o balde hoje! O engraçado é que, de modo geral, ela que é a impulsiva da história!

Esta postagem já está enorme e não falei sobre nada ainda da nossa relação, só de nossos contrastes. É que eles são muitos! Mas quer saber? Não há, na vida, alguém que tenha acompanhado minhas fases como ela. Torcemos uma pela outra, admiramos e amamos uma à outra. Não há, no mundo, alguém mais próximo em muitos aspectos. Ao lado dela formei meu caráter, reforcei, ou enfraqueci, minha personalidade. Com ninguém vivi mais fases da minha vida. Só ela pode criticar meus pais para mim, por que sei exatamente do que está falando. 
Sabendo que estamos unidas por estes laços para aprender a lidar com as diferenças, chegou a geração seguinte. E dizemos que nossos filhos vieram trocados! Sim, meu sobrinho JP tem esse meu jeito denso, profundo, complexo, e o Bê é o engraçado, descontraído, canastrão, faz amigos até andando na rua, todo o jeito da Nãna. A gente diz que, o que não aprendemos como irmãs, tivemos nova chance na maternidade. E eles sentem-se irmãos! A história se repete, agora na versão masculina! 

História enorme? São mais de 30 anos... Como contar de forma resumida? Na verdade, retornarei ao tema dia desses. Lembrei de tantas coisas legais... 

Beijos a todos, prestigiem os amigos da Vida Simples. Tem muitas histórias legais por lá.

Tati.

domingo, 6 de junho de 2010

HOMENAGEANDO UM POUCO DE MIM!


Hoje minha manhã está maravilhosa. Filhote me acordou chamando para brincar. Dá para ver a hora? Não são nem 8h da manhã... Levantei contente e feliz por que ontem refiz minhas luzes e estou mais loira do que nunca, e gostei do resultado!! Ainda nem tomei café, marido estava com computador aberto e resolvi checar e-mail (o vício de verificar comentarios... hehehe).

Legal! Tem gente nova, é a Mahria! Vamos ler o que ela escreveu... e... Gente! Ela me deu uma notícia que me deixou surpresa e feliz!! Quer saber o que é? Olha aí embaixo...

A Elaine Gaspareto resolveu homenagear um pouco de mim, homenageando meu "Perguntas em Resposta"! (trocadilho infame... hehehe). Na verdade quem me indicou foram vocês, e eu nem sei como agradecer. O único nome que eu tenho é da Irene, do M@myrene e do A vitrine dos sonhos, que já me deixa emocionada com seus comentários, com seu carinho, por um dia ter me pedido para publicar O Casamento da Susi, uma postagem que eu amo... Enfim, Irene, sem palavras para te agradecer o quanto você tem sido especial para mim. Obrigada, viu!

Mas a indicação não é de uma leitora, então, tem pelo menos mais um aí... hehehe Muito obrigada a quem pensou em mim neste momento. Vou escrever melhor sobre isso amanhã, no silêncio, por que agora está uma loucura, tem um menininho cantando em uma língua estranha, segundo ele é espanhol, me parece mais japonês... enfim....

O que mais posso dizer se não: OBRIGADAAAAAAA!!!

Estou feliz demais!!! Vocês me fizeram, mais uma vez, enlouquecer, querer gritaaaaar!!!

Beijos a todos,

Tati.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A mãe que eu fui...


A mãe que fui tirava um sábado por mês, às vezes, 15 dias, para lavar os brinquedos. Lavava um por um, com escova e detergente, lavava também a caixa de brinquedos. Deixava-os todos expostos ao sol e monitorava: extinguindo-se a última gota d´água, voltavam para dentro, para que a poeira não os atacasse! Era algo que eu fazia com grande empenho e dedicação, gostava daquilo.

A mãe que eu fui frequentava o andar de baixo da casa com filho dormindo no de cima, mas jamais conseguiu subir as escadas com filho sozinho no de baixo. Vai que alguém o roubava? Tesouro precioso!

A mãe que eu fui levava e buscava filho na escola e não abria mão do ritual. Não o delegava a ninguém. Chegava 15, mais tardar 10 minutos antes do horário da saída e o aguardava, feliz, conversando sobre o tempo frio/ quente com outras mães, até ouvir o famoso mããããeeee, comprido e surpreso, como se aquele dia fosse o primeiro, e eram todos tão únicos quanto repetitivos.

A mãe que eu fui saiu da maternidade com seu pacotinho no bebê conforto, comprado no 5º mês de gestação, curtindo o manual de instruções junto com marido. Trocou o bebê conforto pela cadeira adequada aos 7 meses do pequeno, e registrou na memória este mágico momento, de um princepezinho em seu trono, olhando o mundo do alto, pela janela do carro, pela primeira vez.

A mãe que eu fui não andava de carona. Não dava carona para mais do que duas pessoas, por que não abria mão da cadeirinha nem para ir à padaria da esquina. A mãe que eu fui não abria mão da segurança do filho. E passava por neurótica ou antipática, na certeza de fazer o melhor.

Então vendi meu carro e agora ando de carona, com filho no colo, ao lado, solto no banco de trás de alguém.
Coloquei filho na condução, sendo transportado por um desconhecido no qual tive que confiar da noite para o dia, simplesmente por que foi indicado por alguém. O transporte atrasava com frequência a buscar e a mãe que eu fui contorcia-se em casa, aguardando que chegassem, enquanto a lua chegava na frente.

A mãe que eu fui sabia o nome de cada amiguinho da turma, sabia quem era novo e os mais antigos, os mais queridos e os desafetos. A mãe que eu fui paparicava professoras, não perdia reunião de pais e adorava o convívio com a escola.

A mãe que eu sou teve que trocar filho de escola de repente, procurou pouco (e deu sorte, graças a Deus). Ainda não conhece muitos de seus amigos, não busca mais na escola, delegou a tarefa à vovó, sabe das histórias que a vovó conta ou que filhote conta "do seu jeito".


A mãe que eu fui tinha o telefone da creche registrado no celular e num imã de geladeira, mas nem precisava pois sabia o número de cor e salteado. 


A mãe que eu sou esqueceu de mandar a pasta com trabalhinho do filho e precisou procurar na internet o  telefone da escola para avisar. A mãe que eu sou ainda não anotou este número em lugar nenhum...

A mãe que eu sou concorda com a lei das cadeirinhas, mas não sabe o que fará quando precisar de caronas. Não poderei mais pegar carona com o filhote? Agora só de ônibus? A mãe que sou não acredita que ônibus é um transporte seguro. A mãe que sou precisa adaptar-se às novas situações.

A mãe que sou sente saudades da mãe que fui. Estressada? Cansada? Sobrecarregada? Sinto que estes adjetivos me afetam mais hoje do que no tempo em que podia cuidar do meu filho da maneira que acho mais adequada. Quando eu sentia que podia protegê-lo, preservá-lo. Sinto saudades de ser assim e é o que busco neste momento. Não entendam como culpa, não me sinto culpada. Sei que no momento é o que posso oferecer, mas como já estive em outra posição sei que pode ser melhor, e quero voltar a isso.

Quando estudei percepção de riscos não imaginei que minha vida daria uma volta que me colocaria em posição experimental. Agora entendo que não é apenas uma questão de perceber os riscos; que negligenciar riscos é algo muito mais profundo do que podemos explicar num trabalho científico. Que riscos e perigos só podem ser percebidos/ prevenidos a partir de determinada classe social (econômica, na verdade). Fui a campo, estudei, li tanto, escrevi tanto e a vida me ensinou muito mais. Já aprendi, agora pode fechar o capítulo, tá bem? Quero ir para o próximo.

Se não entendeu, me perdoe, é um desabafo que eu precisava fazer à vida.

Beijos a todos,

Tati.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quando o coletivo torna-se humano!


Oi pessoal,


Hoje vou passar bem rapidinho, o dia está cheio-cheio, mas eu queria contar uma coisa que aconteceu ontem, enquanto eu ía para o trabalho.

Quando eu ainda não tinha atravessado a rua, vi o ônibus que eu pego. Ele estava no ponto e eu atravessei parando os carros, assoviando, plantando bananeira e assim o motorista me esperou. Que gentileza! Foi a gentileza nº 1. Entrei e seguimos, via Linha amarela. Ônibus cheio (isso é pleonasmo?). Fui em pé o caminho todo, isso é o normal mesmo, pelo menos ontem o inspira-expira estava garantido(meu meio-metro quadrado era só meu) e uma pessoa gentil segurou minha bolsa!

Então, passamos o pedágio e... paramos. O ônibus, de vez em quando, para ali por causa de fiscal ou sei lá. Nisso, um rapaz que estava em pé lá atrás, perto da porta grita: "motorista, abre aí, é rapidinho". Eu entendi que ele iria descer ali, que trabalhava no pedágio, sei lá. Mas não. Ele desceu e o motorista ficou esperando. Sim!!! Esperando!!! Isso aconteceu de verdade, ontem!

Eu não sei se o rapaz estava apertado para ir ao banheiro, se viu alguém que devia dinheiro para ele, se a namorada trabalha no pedágio e ele quis dar um beijo rápido, de surpresa. Sei lá. Isso ele não contou prá gente. Ele só desceu, seguiu correndo para um lugar que não dava para ver. Claro que eu tentei ver, eu e os muitos passageiros do ônibus, afinal, o que de melhor nós tinhamos para ver?

Uma parte dos passageiros revoltou-se, queria que o motorista seguisse. O rapaz demorou um bom tanto (se era banheiro, digamos que foi o nº 2, ok?), nisso o motorista pensou em arrancar. Um rapaz que, sortudo, estava sentado lá atrás gritou. "Espera motorista, ele deixou a mochila aqui". Enfim, não podíamos partir com a mochila do angustiado passageiro. O motorista então andou mais para a frente, sei lá por que, acho que para dar uma lição do moço: "ai, ai, ai, não faça mais isso, hein?".

Ficamos a bem dizer uns 20 minutos nesta brincadeira. Eu estava atrasada para uma reunião no trabalho. Não estaria se tivesse saído mais cedo, certo?

Mas quando ía ficar irritada com o comportamento do motorista comecei a pensar (o que me restava naquela situação?). Tudo bem, atrasamos muitos por causa de um, mas não foi um gesto grandioso, generoso, o do motorista? E se fosse eu precisando resolver uma causa urgente assim, não gostaria que me esperassem? Quando estamos de carro o motorista nos espera, somos pacientes com alguém que precisa "dar uma paradinha ali para... what ever... ". Por que não nos coletivos? Isso também não é pensar no outro? Na coletividade? Por que, só pelo fato de sermos levados como caminhão de batatas, não podemos ser também indivíduos?

No final das contas senti que era mais interessante aplaudir o motorista do que criticá-lo. Ele foi humano, na função de um profissional que costuma brutalizar-se. E não foi sobre o oposto que já falei outro dia aqui? Então ele retornou ao ônibus, e acho que minha vontade de aplaudir o motorista contagiou os demais passageiros-pacientes, e eles aplaudiram e bradaram, mas, opa! Não o motorista, e sim o aliviado passageiro que retornava aos braços de sua amada mochila, aquela que o salvou de ser abandonado fora do ponto!

É isso, não me estenderei em análises dos fatos por que preciso seguir para a batalha diária. Para hoje temos muuuuuitos dragões. Prometo encontrar um moleskine, assim as grandes histórias não se perderão nos caminhos da vida.

Beijos,
Tati.