Por que há questões que são melhor respondidas com novas indagações!

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Amor em cápsulas

Hoje estou muito feliz. Feliz com o resgate destes mineiros, com a ideia de que estas famílias terão a oportunidade de recomeçar. Tudo isso foi uma dolorosa oportunidade de repensar suas histórias e seguir. O final é feliz!

Assisti ontem ao primeiro resgate, e não tive como conter a emoção. Quando olhei aquele menininho de 9 anos ansioso pela chegada de seu pai eu chorei! Eu vi apenas pela TV algo sobre pessoas que nunca vi e provavelmente nunca verei. Pessoas que nunca farão a diferença em minha vida, mas foi aos pulos que meu coração viu surgir a cápsula com o primeiro mineiro resgatado - Florêncio. 

Quero apenas manifestar minha satisfação em ver o empenho de um país no resgate destes mineiros. Como seria em tantos outros países em que mineiros estão abaixo - literalmente - do valor humano? Como seria no Brasil? Na China? E mesmo nos EUA? Será que haveria tanto empenho? Não tenho respostas. Fico hoje com a felicidade de ver estes homens retornando ao convívio de suas famílias, recebendo toda a assistência de seu país, o abraço caloroso que vi Florêncio receber do Presidente do Chile; o carinho que a Primeira Dama dedicava aos parentes de outros mineiros... Renovo aqui minhas esperanças de um futuro melhor para meu país também. Eu preciso acreditar nisso mesmo sabendo que não será desta vez, que dia 31 ainda precisarei encarar as urnas e escolher entre duas opções que não parecem representar as mudanças esperadas. 

Fiquem com Deus! E um dia repleto de luz, para todos nós, seja lá quais forem os 700 m que nos separem da superfície e claridade.

Beijos,
Tati.

P.S.: Passeando por blogs amigos me deparei com duas postagens muito interessantes de amigos queridos e que valem à visita. Uma da Astrid Annabelle- Navegante do Infinito, falando sobre as coincidências do 33 e associando este número ao Mestre da Compaixão. Lindo de ler! A outra, do queridíssimo Antônio Rosa - Cova do Urso, sugerindo uma corrente de Reiki para os mineiros, suas famílias e pessoal envolvido no resgate. Achei o movimento muito válido e convido-os a juntarem-se, seja aplicando Reiki à distância, divulgando a campanha ou mesmo, caso como eu você não domine a técnica do Reiki à distância, enviando boas vibrações (isso todos sabemos fazer, não é?). Vamos lá, pessoal!!!! Mais beijos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Passo a passo da migração de domínio


Lembra que eu prometi, que se desse certo eu contava passo a passo como foi para migrar o domínio? Então, agora deu certo. O tatvet é um pano de fundo, que não aparece mais. E o Perguntas em resposta virou .com

Até ontem o blogguer não estava atualizando minhas postagens, acho que pirracinha por que eu não carrego mais o nome dele, tipo marido de antigamente, sabe? Mas em breve a gente se entende, tenho certeza.

Quero contar que, como parte das comemorações, fomos ver Comer, rezar amar, e eu AMEI!!!! Ainda não li o livro, depois de ver o filme ele passou para minha lista de prioridades. É fantástico, e faz parte de um momento tão atual para mim. A busca dela era diferente, mas busca é busca, não é mesmo? O amor eu já encontrei. Ela já tinha encontrado o caminho profissional. E no final é tudo a busca de equilibrio em tantas esferas de nossa vida. Maravilhoso e recomendadíssimo. Ops... eu estava falando da migração de domínio, né? Foi mal... saudade, assuntos acumulados, tagarelice grau 103 numa escala de 10! Voltemos:

Eu registrei o domínio pelo UOLHost, por que eu não queria .br e o registro BR só faz este tipo. Foi o preço mais em conta que encontrei. Sai a R$14,90 o .com ou R$29,00 o .com.br (Não se assustem, não mudarei o foco do blog, é só hoje, caso minha experiência possa ajudar alguém, ok?). Registrei, leva uns 2 dias para ele liberar o registro. Fiz as alterações solicitadas pelo blogger, vi que tinha uma coisa de CNAME de DNS, que não entendi muito bem. Tentei mudar na página do UOLhost, inclusive lendo o tutorial, não consegui.

Ontem, já ansiosa por retornar, cliquei numa área de atendimento online. O primeiro atendente me deu um link para o tutorial, que estava nas FAQ, e deu tchau. Óbvio que continuei com a mesma dúvida. Analfabeta funcional das boas, então entrei de novo. Já avisei o segundo atendente que não tinha conseguido pelo tutorial e se ele podia me ajudar passo a passo, com paciência. Ele topou a empreitada, a princípio, quando viu que do outro lado da linha tinha uma toupeira, resolveu fazer sozinho. E liberou o blog!!! Que felicidade foi para mim quando entrei e a página também entrou! Abriu a janela que estava emperrada. Feliz demais de ver todo o verdinho que eu amo, mas... Ué? Cadê meus amigos? Pois é, os links de TODOS tinham sumido. Como eu tenho o hábito de seguir aqueles que eu linko, tive como puxar desta maneira. Foram muitos erros 503, muito Grrrrrrrrrr do lado de cá, agora acho que está quase 100%. Se valeu a pena? Saberei em breve. Já fico feliz que o blog já não se chame Mirosmar José & Welson David para atender por Zezé & Luciano. No caso deles funcionou, no meu estava invertido. Para achar o perguntas, tinha que passar pelo tatvet. Não fazia nenhum sentido!

Sei, estou chata! Depois volto com um texto melhor. É que queria passar a experiência para quem quiser trilhar esta estrada. Meu conselho é: Não sabe fazer? Chame quem faça, sem vergonha de dizer não sei. Funcionou!

Fiquei sabendo depois, por um comentário muito fofo, que uma amiga querida, que entende um pouco mais destas questões, tentou me ajudar, postando um passo a passo maravilhoso, melhor do que os tutoriais do próprio blogspot ou do UOLhost. Se quiserem, é só seguir o link, aproveitem para conhecer esta mulher doce, guerreira, inteligente, amiga que é a Meri. Uma das primeiras amigas que fiz no Perguntas, quando ela ainda se apresentava como Reyel. A postagem dela está primorosa. Se eu tivesse acessado tinha resolvido bem antes o problema... Obrigada Meri. Fiquei mesmo grata e lisonjeada pela preocupação.

Antes de me despedir quero agradecer tanto carinho nos comentários, vi agora de manhã e fiquei emocionada com a reação de tantos amigos. Vocês são muito especiais e fizeram uma menina boba feliz ao cubo!

Beijos a todos e um ótimo dia,
Tati.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estou de volta


Amigos,


Como disse minha amiga Taia, num e-mail muito fofo que me escreveu, mudança dá muito trabalho. Uma bagunça sem fim, e quando somos leigos precisamos de eletricista até para trocar lâmpada, não é mesmo? 

Foi assim que fiquei estes dias. Eu fiz parte da alteração, lia tutorial para a mudança, mas não adiantava nada. O que adianta eu ler legislação sem domínio dos jargões jurídicos? Não há interpretação, certo? Então foi assim, eu tentava, não conseguia, aguardava que entrasse sozinho no ar, o que, obviamente, não aconteceu. Decidi que de hoje não passava. Isso por que recebi um presente mais do que especial. Outro amigo querido, o Antônio Rosa, do blog Cova do Urso, fez meu mapa astral. Me mandou uma análise dele (12 páginas!), mais as previsões para os próximos 6 meses (32 páginas!) e ainda um arquivo de voz maravilhoso, que me deixou muito feliz. Como ouvir a voz de pessoas queridas é bom, nos aproxima de pessoas que só conhecemos nesta vida pseudo-virtual. Ainda não consegui ler tudo, mas já ouvi os 21 minutos de gravação. E queria mais! heheheh 

Então já sabem, o Perguntas em resposta está de volta e agora se chama realmente perguntasemresposta (sem s no final, hein?). Sejam bem vindos, tragam biscoitos, contem suas histórias. Adoro ouvir (ler) o que vocês tem a me dizer.

Outra coisa que quero contar, e que faz este dia mais especial, é que hoje faço 7 anos de casada, no nosso caso essa tal crise dos 7 anos veio ao contrário, por que estamos mais apaixonados do que nunca, e cheios de planos para o futuro, que aparece glorioso no horizonte. Conto melhor essa história outra hora. Hoje só queria dizer que "o bom filho à casa torna", não é assim que diz aquele livrão mais antigo do mundo? hehhe

E de presente aos amigos queridos, aquilo que eu quero dizer sobre o amor que descobri por este espaço (e claro, por vocês). Blogar é uma paixão!


Beijos,
Tati.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A arte em nós

Daqui
Hoje compartilho com vocês um texto que escrevi aos 15 anos, nos idos de 1991. Ainda é um texto que gosto muito, mesmo passado todo este tempo. Acho que minha interpretação dele, hoje, seria bem diversa. Nesta fase eu estava vivendo minha primeira dor de amor, pelo fim de um relacionamento que durou 6 meses. A paixão platônica, mais de 2 anos... hehehe Essa era eu!

Espero que gostem, posto como se fosse um de meus bebês. 

Estive caminhando por um mundo morto, onde não havia primaveras, onde não havia felicidade, e muito menos sorrisos. E tudo isso estava perdido, por que eu descobri que perdi você.
De repente, o inverno acabou, o frio passou e eu percebi que além deste, havia milhares de outros mundos ao meu redor. 

Esquecer você não é fácil, nem eu consegui. Mas descobri um lindo caminho pela estrada da esperança, onde o sol, as flores, os mares, os sorrisos, as primaveras eram feitos de papel.
Com a primeira tempestade meu mundo se desfez. E eu voltei a procurar você e o meu mundo, já cansada de viver o seu.

Encontrei-o sorridente, como sempre, consertando um pequeno furo em seu mundo, ainda assim, sempre sorridente! Uma primavera havia se ferido e você a medicava. Para disfarçar, um pouco de rosa, um pouco de azul, amarelo... e pronto! Sua primavera estava mais linda do que nunca. 

E foi então que eu descobri que seu mundo também era uma criação*, mas seu papel era marché.


Eu troquei uma pequena parte, que acho que fez muita dferença: Onde diz agora criação, dizia, seu mundo também é de ilusão. Achei que assim ficou melhor com a interpretação que faço agora deste texto. 

E ai? O que você tem feito com o papel ordinário que aparece em sua vida? Acho que seria esta a interpretação que eu daria hoje. Todos recebemos da vida o mesmo material, todos estamos expostos a dor, frustração, mágoa, injustiças. Alguns reclamam que o material não é de primeira, cadê meu papel de seda? por que não vem embrulhado em belo papel de presente? Outros, aproveitam este material - papel ordinário- para criar arte. E tornam tudo mais bonito ao seu redor. Tem ainda mais valor se não veio com facilidade, não é mesmo? Muitas vezes é a escassez que nos dá a chance de estimular a criatividade.

Um beijo a todos e ótimo final de semana,
Tati.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O sonho da casa própria

Queridos,

Ontem, quando me referi a mudar, não me referia ao estilo da escrita, nem à casa em que moro, mas à minha maneira de me colocar no mundo. E isso diz respeito a tudo, não apenas ao escrever. Como diz minha amiga Alê, "fundo do poço de escorpiana tem mola", por que a gente usa as quedas para refletir e sai fortalecida. Era neste clima que eu estava ontem.

Eu gosto, de verdade, de ler o que escrevo. É algo que me dá prazer, e não fingirei essa tal falsa modéstia, que acho um orgulho disfarçado de humildade. Gosto e pronto! Nem saberia como mudar meu jeito de escrever, eu não escrevo pensando no que vem depois, posso até ajustar, depois de escrito, adequar uma ou outra palavra, uma ou outra construção de período, entretanto nesta hora o texto já se fez. 

O que eu estou fazendo é refletir sobre minha colocação no mundo. Quando eu disse que meu pé era pequeno para o sapato, não falava em talento. Falava em ser criança. Pois é, prestes a fazer 35 anos eu me sinto criança! Isso é bom por um lado, eu dou ouvido aos meu sentimentos e vontades, eu olho com curiosidade para o corriqueiro. Também tem seu lado ruim, eu não assumo a vida adulta da maneira como deve ser. Não entendo muito este deve ser. Sobrecarrego o Vi com as questões práticas da vida, enquanto eu sonho. Estou sempre em busca desta vida idealizada. Sou assim desde que me entendo por gente. Eu gosto de ser assim, e se pudesse, seria sempre. Mas onde fica a responsabilidade? 

Na verdade não quero me aprofundar neste assunto, que está sendo pensado ainda. Quando algo acontece na minha vida eu uso como tela para meus novos quadros, é o que estou fazendo agora, a imagem ainda não aparece por completo, estou estudando, por isso não entrarei em detalhes. 

O que quero contar para vocês é que algumas pequenas mudanças já começam a acontecer, e quero compartilhar, por que pode ser a vontade de muitos. O Perguntas em resposta já não é mais mutuário do blogspot, quer dizer é, mas tem casa própria! Nós vamos dominar o mundo!! O Vi tinha me dito que era coisa simples. Achei que era mais complexo, vou contando conforme for acontecendo. Sabe quanto custa o registro do domínio, por ano? R$ 14,90. Isso mesmo! E nenhum custo adicional. Até amanhã imagino fazer a migração, diz em um dos tutoriais que eu li que no primeiro ou nos 2 primeiros dias as pessoas podem ter dificuldade de acesso, depois volta ao normal. Posso pedir a paciência de vocês? Dando certo eu conto tim tim por tim tim, assim quem quiser fazer, mas tem medo, poderá segurar na minha mão, que eu puxo! Eu registrei o domínio pelo UOLhost. Até agora estou achando muito simples. Faltam pequenos ajustes. Ele simplesmente redireciona o endereço para o blog, não tenho que mudar nada! O blog deixará de ser tatvet, que não faz o menor sentido, e será perguntasemresposta.com. Estou bem feliz com isso. 

Tinha uma forma de fazer direto pelo blogspot, eu fui ler as milhares de letrinhas miúdas e achei o contrato meio estranho. O google se sentia no direito de colocar propagandas onde bem entendesse, mudar meu blog à vontade, mexer no que quisesse, eu tinha direito de dizer Sim, senhor! Tô fora! Fala sério. Adoro que meu blog seja enxuto e não tenho a menor intenção de mudar isso. Odeio barulho, lembra? Poluição visual, para mim, é barulho! Pode até melhorar a visibilidade em mecanismos de busca, ainda assim acho que não vale o preço.

Então era isso, quero agradecer muito, muito muito o carinho de todos. Ontem me fez muito bem. A Gi, do Bordados e Retalhos me colocou lá na sua série dos bebês fofos, e falou palavras lindas. Hoje quem está posando de bochechas rechonchudas é a querida Isa, do Tantos Caminhos. Vale conferir. A Gi conseguiu abrir minha torneirinha, aquela que eu tinha travado. Chorei tudo! Fiquei bem mais leve. Hoje estou pronta para o novo. O levantar e sacudir a poeira já foi, agora é a volta por cima! E não precisarei vender a alma ao diabo para isso. Posso continuar minha caminhada sendo como sou, sei que estou muito bem acompanhada. Vocês não existem sabia? Ou melhor, existem, e moram no meu coração.

OBRIGADAAAAAAAAAAA!

Beijos a todos,
Tati.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Do seu tamanho

Olhou para as sapatilhas: Lindas, vermelhas. As fivelas, delicadas, tinham o formato de joaninha. Era sem sombra de dúvidas seu par de sapatos favorito. Tentou mais uma vez... como doía apertar-lhes contra os dedos, mesmo com estes encolhidos, não estava fácil entrar. Por fim, conseguiu! Doía um pouco, andaria menos... Não importava, não poderia abrir mão destes sapatos.

Com eles foi, pela primeira vez, ao grande teatro, levada pelas mãos de sua tia. Combinavam com as roupas mais bonitas, ficavam lindos com seus jeans da moda, e também com os vestidos, inclusive o branco rendado, que usara em sua festa de aniversário. Estavam presentes, emoldurando seus pés, em tantas e tantas fotos, fotos de tantos e tantos momentos felizes. Não podia se desfazer assim desta sapatilha, justo desta? Lembrou de sentir-se leve usando-a, correndo, fingindo-se bailarina, nas pontas dos pés...

Olhou o solado, tamanho 32. Calçava ela agora 33/34. Chorou! A mãe, vendo Sofia tão sofrida, tentou ajudar. Procuraremos outra sapatilha igual. Foram às lojas, entraram em contato com o fabricante... nada! Até encontraram novos pares em vitrines, só que a numeração encerrava-se no 32. Não havia tamanho maior para aquele modelo.

Sofia chorou, sofreu. Por que abdicar de seus sapatos favoritos? A vida não era justa...

Quantas vezes agimos como Sofia em nossas vidas? E não falo do jeans 38 quando agora usamos 42... Falo de ideias, de pessoas, de situações. Quantas vezes crescemos, não cabemos mais naquele antigo pensamento, e ainda assim fazemos questão de desfilar, com dedos apertados, em nome do "eu sou assim"?

Crescer dói. É necessário refletir e perceber o que deve caminhar conosco e o que deve ficar para trás. Nunca somos os mesmos. Às vezes precisamos passar por grandes provações para mudarmos, outras vezes basta um livro, uma conversa, e uma nova percepção sobre o mundo se abre para nós. Quando isso acontece, é hora de ir em frente. Abandonar as velhas crenças, velhas ideias, sem medo. Sem crises de consciência. Sem apegos vãos. Por que insistir em ideias ou rotinas que já não nos acrescentam? Se você já não se sente feliz numa tarefa, executa por simples ação do hábito, é hora de trocar seus sapatos. Estes, estão menores que seus pés.

Com amigos dá-se o mesmo. Não falo de sermos ingratos, frívolos, nada disso. Há amigos que nos são vitais em certos pontos de nossas vidas. Em determinado momento, entretanto, seguimos caminhos diversos. Isso é natural. As experiências são individuais. Cada um as processa a seu modo. Quando tudo o que conseguimos com um amigo é "relembrar os bons tempos", sem criar novos tempos, é hora de seguir. Encontrá-lo de vez em quando, trocar e-mails ou mensagens de orkut, facebook, twitter ou seja lá qual nova moda surgir. Agora, por que forçar o convívio se nada mais se acrescenta? Vocês cresceram, e foram para lados opostos.

Se Sofia insistir em manter-se nos sapatos que não lhe servem, caminhará cada vez menos, novos passos serão tão dolorosos... Se aceitar o inevitável, entender que seu sapato vermelho ainda é especial, mantido onde deve permanecer, nas lembranças e nas fotografias, estará pronta para novos desafios. Em breve poderá experimentar seu primeiro par de salto alto, e desfilará como uma mocinha. Poderá descobrir o prazer, que só uma mulher é capaz de entender, de entrar em uma sapataria, de admirar uma bela vitrine onde os mais variados modelos exibem-se, majestosos ou despojados. E desejá-los!

Pense em sua vida. Quais as ideias ultrapassadas que insiste em arrastar, como correntes, atrasando sua caminhada? Que tal uma bela faxina nos gaveteiros de sua mente? Há tanto por se renovar, não acha?

Beijos a todos,
Tati.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bê, me explica este país?

Ontem, véspera do 7 de setembro, o Bê, aos 5 anos, soube me explicar, com seu olhar simples sobre a vida, o que é este país em que moramos.

Ele já conhece todas as letras e está aprendendo a juntá-las, conhece algumas sílabas, no entanto gosta mesmo é de soletrar. Aliás, anda soletrando TODAS as placas que vê pelo caminho. Em tempos de eleições, imagina o que é, né?

Foi assim que ontem, quando saímos da casa da minha mãe, ele disse: "Eu sei como escreve futebol!
é B-R-A-S-I-L!"

E sabem por que? Por que este ano teve copa, e com isso muitas ruas enfeitadas, pintadas, com a palavras BRASIL em letras garrafais, escrita com paixão por brasileiros que perdem horas, dias, semanas até, pintando ruas e muros. Eu não sou fã das datas militares. Hoje é 7 de setembro, o equivalente a esta data nos EUA seria o 4 de julho, que eu, mesmo nunca tendo pisado em terras de tio Sam, sei que é fortemente comemorado por lá. E aqui? Aliás, o que teríamos para comemorar? Quando foi mesmo que nos tornamos independentes, hein?

Eu me envergonho de dizer que moro no país do futebol. Acho tão triste quando ouço isso dito com orgulho... Isso não deveria ser motivo de orgulho de uma nação, devia? 

Ser o país do Carnaval, das mulheres nuas, mulheres frutas e desfrutáveis, país da corrupção. Um país que se orgulha de ter as eleições mais modernas e democráticas, por usar uma tecnologia avançada como as urnas eletrônicas, só que esqueceram-se do principal. As urnas não tem recheio, ou melhor, o recheio é podre. De que adianta tanta tecnologia? Por que não crescemos nos lugares certos?

Eu aplaudo a iniciativa da Lucia em mostrar o Brasil que ela ama. Muitas das coisas que ela destaca eu também amo. O que quero levantar aqui é por que temos que nos orgulhar de coisas que não são dignas de orgulho, simplesmente por que não trazem dignidade ao nosso povo? 

Ontem ouvi do Bê uma das mais tristes verdades sobre meu país. Este povo que só se une, bate no peito, veste a camisa, para torcer por futebol. Nesta hora sabemos ser brasileiros. O técnico pode não ser o melhor, o time não inspira confiança, o craque abaixa para ajeitar meião na hora do gol, e tantas outras histórias que temos para relatar e provam que nosso futebol, nem sempre, é ouro. Ainda assim estamos lá, firmes e fortes, de verde e amarelo. Por que não nas eleições? Será mesmo que TODOS os candidatos são ruins? Será mesmo que não há NINGUÉM que preste? Ninguém comprometido? Eu duvido. Procurando, procurando muuuuito bem, alguém deve ter boas intenções, pode ser interessado, honesto... 

Eu quero acreditar... Quero acreditar que não está tudo perdido, que nossa única opção não é mudarmo-nos todos para Pasárgada. Aliás, a verdadeira Pasárgada é tão parecida com o Brasil... tirando a parte de sermos nós os amigos do Rei... 

A ideia era de um texto curto, apenas relatando uma gracinha do Bê que me levou a profunda reflexão. O que estamos ensinando, sem perceber, aos nossos pequenos? Que tipo de valor estamos demonstrando ao nosso país? Tudo isso será reproduzido, mais tarde, pelas crianças que um dia serão os advogados, juízes, engenheiros, empresários, deputados, senadores, professores, presidentes...

Será que tudo que nos resta é balançarmos bandeiras e gritarmos Brasil quando a seleção entrar em campo? E o que é mesmo a seleção brasileira?  Meninos, em sua maioria pobres, de periferia, sem estudo. Muitos fugiam das aulas para jogar futebol em algum campinho de várzea, descalços por falta de sapatos, magros por falta de comida, mal alimentados, mal formados. Descobertos por um olheiro, vendidos - como escravos de alto luxo - por preços exorbitantes, a times extrangeiros. Não é que são eles que verdadeiramente nos representam? 

Vão servir de macaquinhos de circo, de bobos da corte, para cortes mais ricas. Vivem vidas milionárias, muitas vezes perdem tudo por falta de estrutura, boa parte tornam-se viciados, alcóolatras. Lotam-se de filhos por que não sabem sequer fazer uso de camisinhas. Até que chega a copa, e são escalados para nos representar. Copa é a data mais esperada por muitos brasileiros. O Brasil pára. Absurdo uma empresa dizer que vai funcionar neste dia, funcionários se revoltam! Churrascos e muita bebida, gritos, vuvuzelas, fogos. Todo tipo de demonstração esdrúxula de amor à nação.

Íh... amarguei... Não era essa a intenção... Vou parar por aqui. Me diz aí, você... Como se escreve democracia? E o que representa este tal 7 de setembro? É só um feriado a mais para viajarmos com a família? 

Um beijo a todos,

Tati.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Psicologia e nutrição

Este é um questionamento que me faço há anos. Intensificou-se depois que o Bê chegou... Vou tentar me explicar.

Sempre tentei oferecer uma alimentação relativamente saudável. Não sou fãzoca de cozinha. Tenho, entretanto, apreço por bons alimentos. Como, com prazer, uma bela salada. E dispenso, sem pesar, um hamburger ou qualquer outro tipo de fritura.

Durante muitos anos não comi carne. Quando casei, ambos não comíamos, fui preparar a primeira refeição com carne depois da gravidez. Isso por que fiquei anêmica e precisei suplementar. E por que senti vontade.

Eu não sou da turma que não faz restrições alimentares, ou tento não fazer. Eu como o que gosto. Tenho a sorte de gostar de coisas boas. A questão é que não gosto de preparar o que mais gosto de comer. Morro de preguiça de elaborar grandes saladas. Pratos com muitos legumes e verduras... Aqui em casa sou adepta da cozinha expresso. Massas, strogonoff, pratos em que a carne já esteja no molho e pronto: duas panelas, no máximo, meia hora de cozinha e bom apetite...

Isso precisa ser reformulado. O Bê adora frutas, sempre gostou e teve um caso de conseguir que ele trocasse, espontaneamente, um biscoito recheado por um prato de uvas. Alegria geral dentro de mim!

Acontece que o Bê não mora numa redoma. E apesar de não conviver com refrigerantes e biscoitos amarelos em casa, ele os encontra na rua. E a rua, algumas vezes, é casa. Como na casa da avó, minha mãe, e na escola. Quando ele era pequeno eu disse que estes biscoitos eram biscoito-porcaria. Ele confundiu as palavras e o chamava biscoito de meleca. Adorei a comparação, imaginei que se ele criasse esta imagem na cabeça jamais iria querer experimentar. Que nada... Esta semana veio da escola questionando.
- Mãe, sabia que não existe biscoito de meleca? Eu comi, mãe. O Matheus levou e é uma delícia. Eu quero que você compre para mim também.
Fui franca, expliquei o porque do termo, por ele ter se confundido e arrematei:
- Eu não quero comprar para você por que não faz bem para a saúde. Eu gosto de cuidar de você.
Ponto final nesta hora. Sei que ele retornará ao assunto. Consegui retardar a conversa, ele deve estar pensando em novos argumentos.

Com coca-cola foi o mesmo. Aqui em casa não gostamos, não compramos (sorry, Isa). Ele tem contato com refrigerantes em festinhas, na casa da minha mãe e na lancheira do colega. Bebidas eles não podem dividir. Sorte a minha! Sempre oferecemos muito suco. Festas, de modo geral também tem suco ou mate ou guaraná natural. Ele chegou me dizendo que gostava de coca-cola, e nas festas da escola aproveitava para se empanzinar. Ok, esta escolha é dele, infelizmente.

Agora a questão: ouvi outro dia uma nutricionista explicando que não se deveria deixar o refrigerante para os finais de semana, senão a criança o entenderia como um alimento (?) de dia de festas, especial, e o valorizaria mais.

Há também aquelas correntes que dizem que alimentos não devem ser forçados, e que as crianças seguem o exemplo dos pais. O Bê não me vê comer muitas saladas, por que o faço em horários de almoço, em restaurantes mais do que em casa. Isso poderia explicar sua não aceitação de legumes e verduras. Que um dia ele adorou, e hoje rejeita... Agora, o que explicaria ele gostar/ adorar, um alimento que sempre foi entendido como "meleca"? Querer algo para o qual sempre fizemos careta?

Se eu começar a proibir alface ele terá curiosidade e irá amar saladas? Posso fazer isso. Se eu força-lo a comer biscoitos recheados, beber refrigerante sempre que tiver sede, obrigá-lo a ingerir um pacote inteiro de balas ele passará a ter aversão? Como é isso?

Por que esta filosofia só funciona para alimentos saudáveis? Eu não acho que são piores em sabor. Eu prefiro uma maçã do que um pirulito. Sempre preferi. 

É confuso, não é? Não consigo perceber enlatados, processados, artificiais como mais saborosos. No entanto há uma aceitação mais fácil. Não há rejeição mesmo quando são forçados. Há um forte apelo que não faz parte de mim, por isso não entendo.

Aí vem também as propagandas. E uma que me irrita profundamente é do Mac Donalds com seus lanches tristes. Pagar por um brinquedo e receber um lanche-bomba de brinde é o fim! O Bê não gosta do lanche, nem das batatas, nem do hamburguer ou nugguets. Toma só o suco, que é ultra-processado e artificial. Só que ele assiste a propaganda, e os brinquedos são tão interessantes, seus amigos da escola colecionam, seus primos também. Ele sempre nos pede para ir ao Mac. Diz, desta vez eu como o lanche... ele ainda não entendeu que não fazemos a menor questão que ele coma. Também não queremos comer. É ruim, e ainda por cima, faz mal... A rede girafas inseriu brinquedos no seu prato infantil também. Testamos e achamos mais interessante. Ele ainda quer colecionar os dois. Ah, este tipo de marketing devia ser proibido por uma saúde pública que insiste em dizer que há epidemia de obesidade... Tanta demagogia...

Muito mais saboroso um suco de laranjas fresquinho do que um copo de refrigerante, não é? Sou um ET? Será que meu paladar que é alterado? 

Tudo muito estranho... Alguém me explica este mundo?

Vou tentar ser mais clara na minha questão: Se eu obrigá-lo a tomar refrigerante e comer bala em todas as refeições, ele vai detestar estes itens?
Se eu disser que brócolis só nos finais de semana, se tornará o prato favorito? A filha da minha prima ama brócolis. Troca qualquer coisa por brócolis. O Bê já foi assim com beterraba, hoje não gosta mais... Se eu proibir, disser que de jeito nenhum, ele se tomará de paixão por estes legumes? Esta é a dúvida: a mesma psicologia serve nos dois sentidos?

Beijos,

Tati.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

http://universomutum.blogspot.com/

Fala para mim, não tem horas que dá vontade? Mas, amigos (e FAMÍLIA!), fiquem tranquilos que é só um grito de ansiedade. Nada que eu planeje concretizar. Os estudos vão fortes e agora já estou até voltando a me sentir entusiasmada. Mas que dá medo, ah isso dá...

Obrigada por todo o carinho e pelos votos dos amigos. Hoje (mais uma vez) me emocionei por aqui, com a solidariedade e o abraço desta rede de amigos.

Quero as flores no vaso, como disse a Josi, mas quero isso de barriga cheia! E meu feijão tem sonho, pode acreditar, mas fala sério, a pessoa espera ANOS por um concurso, meses e meses pela liberação do edital, certeza de que suas esperanças estão ali e então... UMA vaga!!! Ah, é de querer fugir, né não?!

Acho que amanhã estarei menstruada e tudo se resolve, num passe de mágica. Quem disse que eu não era dominada por hormônios? Eu nunca neguei isso...

Beijos a todos e, por favor, não parem de votar!!

Beijos a todos,
Tati.

Para que lado eu vou?







Hoje minha vida me lembrou este livro...


Feijão e o Sonho é um romance do escritor brasileiro Origenes Lessa. Conta a história de Campos Lara, um poeta pobre e sonhador (como todo poeta). Ele não é nada prático, o que traz muito sofrimento à sua esposa, Maria Rosa, que precisa trabalhar muito para lidar com as despesas da casa. No final do livro o casal sonha com o futuro de seu filho. A mãe deseja para o filho uma profissão estável: engenheiro, advogado. O filho parece com o pai, quer ser poeta! "E isso o enche de orgulho, esquecendo todo o drama e o sofrimento que palmilhou durante toda uma existência, exatamente por dedicar-se à poesia, uma atividade sem qualquer compensação financeira, num país de analfabetos."  (Wikipedia).

Por que falo nisso agora? Eu vivo este momento liiiiindo. E nesta fase estou numa bifurcação. Há um caminho com campos de feijão, para serem cultivados, colhidos e servidos no prato, e há um caminho repleto de flores para serem admiradas. Eu prefiro o caminho das flores, só que chegará a hora do jantar, e flores, à exceção das capuchinhas, não se comem. E mesmo estas, não enchem barriga... 



Eu posso vender flores, e com isso comprar feijão. E foi sobre isso que a Meru Sami falou na sua postagem de Auto estima, ela hoje vende flores!

Pais não gostam desta vida insegura. Pais gostam de filhos com estabilidade financeira. Por que assim, podem descansar em paz. Foi desta forma, que recebi este e-mail:

Tati

(...)

Estude e se dedique pois seu futuro está aqui.
Ser escritor, no Brasil, é passa-tempo, é hobby.
O único escritor que se mantém com os direitos autorais é o Paulo Coelho, mais ninguém. E, olha que temos bons escritores que vendem bem.
Corra atrás do sonho mas viva com os pés no chão. Sem dinheiro para comprar o feijão, teu filho fica com fome. Esta é a realidade. Não abandone o sonho mas, esteja atenta aos chamados da vida adulta, viver de sonho é bonito quando se tem lastro para sustentar.
Ser pai, às vezes, é chato mas necessário.
Forte abraço.
Estude para o concurso, Deus te favoreceu com esta brilhante cabecinha, vez por outra complicada... rsrsrs
Que o Grande Arquiteto do Universo te ilumine e guarde.
Pereira:.

Este é o meu pai. Um pai sempre presente e que estabeleceu cotas de votos por dia. Está se dedicando, por que sabe que isso me fará feliz. Também teme por meu futuro, por que no nosso país, ganha dinheiro o jogador de futebol, a mulher-qualquer-fruta, que mostra tudo, não esconde nada, só o cérebro, o político corrupto (pleonasmo?), e os funcionários públicos. E de carona com estes últimos, os cursinhos preparatórios para concursos!

Eu quero outro caminho, eu não nego que tenho um pouco de medo dele. Fugi dele a vida inteira, por medo de não ter feijão na mesa. Li este livro adolescente, acho que de propósito nos dão. Para desencorajar mesmo... Ou será que não? Por que Campos Lara pode ter passado por todo aquele sofrimento, ou ter incutido tanto sofrimento à família, que não foi tanto assim, mas seu filho escolhe o mesmo caminho! Se melhor era ser como a mãe, por que o filho não decidiu ser operário?

Eu nem sei bem o que estou escrevendo hoje aqui. Eu sei que meu pai está certo, e o diz por amor, também sei que lutar por nossos sonhos é preciso. E que chegou a um ponto que está difícil conciliar, não apenas o tempo, mas minha condição. Quando estou escrevendo, sonhando, meu lado pé no chão tira férias, e vice versa

Outro dia, assim que saiu o edital, o Vi sentou comigo na cama e me perguntou: "É isso mesmo que você quer? Por que eu vejo outro caminho para você. Te vejo mais feliz escrevendo." E eu o amei ainda mais neste dia. E tive certeza que tenho um marido que me ama não pela aparência, pelo vestido ou pelos sapatos trocados, mas por quem eu sou em essência. Ele me enxerga! O Vi também está certo. Eu sou muuuuito mais feliz escrevendo. É algo que faço sem esforço, sem dor, sem pesar, o dia inteiro, a vida inteira. 

E aí me lembro de uma frase atribuída a Buda: "Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele."

Agora eu pergunto: Qual o meu trabalho? Que caminho eu sigo? Queria que alguns escritores, que vivem disso, passassem por aqui e me dissessem: fica tranquila, é possível viver de livro no Brasil. Eu não sei se eles existem. Se existem, não frequentam meu blog. Frequentam? Então esta pergunta é retórica, não terei respostas externas. As respostas precisam vir de dentro.

Quer saber o que descobri sobre mim? Eu quero viver de escrever! Eu tenho filho para sustentar. Eu preciso de flores, para me sentir feliz. Eu preciso de feijão, para alimentar minha família. Eu não sei que caminho seguir... O que eu quero ou o que eu devo? Por que sempre optamos pelo que devemos e não pelo que queremos? Em que momento estes caminhos se juntam? É possível não nos frustrarmos sendo só responsáveis e não sonhadores? Então por que sou assim, tão sonhadora? Para que servem tantos devaneios e ideias se não posso segui-los a ponto de me sentir plena?

Neste momento, com aval do marido, tendo muito em direção ao sonho, e voto, voto, voto. Meu pai me chama à realidade... Vou ver, buscar uma forma de conciliá-los. HELP-MEEEE!!! 

Sinto que hoje o dia será duro. Lá estão as Tatis em intenso conflito... Não falei que era assim?

Publico este texto temerosa. É mais forte do que eu, neste momento. Não sei como será interpretado...

Beijos a todos,
Tati.

sábado, 21 de agosto de 2010

A véspera do Natal da minha vida


Ontem, em meio às visitas aos blogs amigos, li o texto da Meru Sâmi. Ele juntou-se ao mundo de informações que me atingem neste momento. Ótimas informações, diga-se de passagem.

Nesta fase está difícil me concentrar em outra coisa. A votação vai alta. Eu, online, votando, votando, votando. Recebia comentários dos amigos dizendo: Votei! Ía lá e lá estava(m) o(s) voto(s) dos amigos. Meu coração já não cabia em mim.

A Regina Coeli fez um texto lindo. Mais uma vez chorei. Esta semana foi repleta de choro, choro de alegria. De criança em véspera de Natal, vendo um lindo e grande pacote com seu nome, um laço de fita vermelho, caprichado... É esta a sensação... 

O texto da Meru Sami dizia assim: 

"A melhor forma de você saber se uma coisa é boa e certa, é você refletir se nela está todo o seu amor e, veja se ela preenche o seu coração a ponto de você não querer mais nada. Se assim for, essa coisa é boa e certa.
Quando você escolhe fazer aquilo que lhe preenche de tal forma, você se sente segura e sua auto-estima cresce. Você é feliz."
( Pai Tomé - da Meru Sâmi

Isso para ela contar o momento em que abriu mão de seu trabalho regular, estável, para seguir seu sonho, por uma mensagem recebida de seu sábio Pai Preto Velho. 


Esta semana meu sonho se desdobrou como nunca. A caixa já está sob a árvore, e tem meu nome na etiqueta... 

Não sei em que momento me perdi da minha verdadeira vocação, em que momento de minha vida passei a acreditar que era somente um hobby, um lazerEscrever é minha forma de interagir com o mundo, não sei quem eu seria sem palavras e letras. Por que não escolhi isso na hora de optar por uma profissão? Não sei, tenho outros talentos também que, de alguma forma, prevaleceram naquele momento. Ainda está em tempo de mudar o rumo da minha vida. E me realizar.

Lembro de algum tempo atrás, eu sempre cansada. Trabalhando 6-8 horas no computador e dizendo, estou tão cansada... E o Vi falando: "Não te entendo. Quando estou trabalhando eu nem sinto o tempo passar. Eu não fico assim, cansado como você. Para você, algumas horas de trabalho são tão desgastantes... Você precisa ir ao médico, tomar umas vitaminas..."

Hoje eu sei, o Vi teve a sorte de encontrar o que gosta. Um anjo-amigo um dia deu o chacoalhão, falou: "Cara, você faz todos esses cursos, vive grudado num computador... O que está fazendo aqui? Você tem que trabalhar com isso". Ele se deu conta, correu atrás e faz o que gosta. Acorda às 3h da manhã, quando tem um projeto extra, para não se atrasar para o trabalho. Faz uma viagem de duas horas para ir, mais duas para voltar. Está cansado, mas ama o que faz. E faz bem!

Eu amo escrever. Eu passo um dia inteiro em meio a palavras, entre ler e escrever, e não me canso. Este é meu lazer favorito. É também minha válvula de escape. É o talento que as pessoas descobrem em mim assim que me conhecem. Sou a escritora de cartas e cartões oficial da família. Tem um evento? Tati, escreve para mim? E eu escrevo, as pessoas se encantam. Sempre se encantaram... Como não vi antes que este era meu caminho? Que isso podia ser profissão?

Agora a chance está muito perto. Preciso de votos, muitos votos. Não tenho mais vergonha de pedir, por que pode mudar o rumo da minha história. Meus pedidos podem estar sendo atendidos neste momento. E eu preciso de você, preciso sim!

Obrigada Denise, Macá, IsaLúcia, Tati, Fefa e todos os amigos que passaram por aqui, deixaram recados de estímulo, votaram, colocaram recadinhos em seus computadores para não esquecer de votar todo dia (né, Eliane?)... Vocês não existem, e me fazem muito feliz.

Meus pais estabeleceram metas diárias de votos. Ontem, antes de dormir, via o velocímetro marcando mais e mais votos... Que bálsamo, que alegria me invadiu. Sei que concorro com blogs maiores, mais visitados e mais antigos do que o meu. Vejo também uma movimentação, um cuidado comigo que me comove. 

Então é isso, peço mais uma vez que votem. Espero não me tornar chata ao pedi-lo, entendam a ansiedade de uma crianças vendo brigadeiros ao alcance das mãos. Se puderem, divulguem aos amigos, levem o selo, enfim... o carinho que acharem que dá, já é uma ajuda que se soma...

Um grande beijo a todos,
Ótimo final de semana e...

QUE NOSSOS SONHOS SE REALIZEM! 

Tati.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Meu livro depende de NÓS!!

Só para atualizar: Chorei, chorei mais e ainda estou chorando... Nem vi quantos votos tenho ainda. São 18h30, acabei de chegar em casa e li, na sequencia, as manifestações de carinho de todos. Não deu para segurar. Muito choro... Não fotografo por que me acho ridícula chorando... Obrigada demais a todos!
Mil beijos,
Tati.

Amigos,

Segui a dica da Macá e me inscrevi no concurso da Ediouro Seu blog pode virar um livro. Não sei se já tenho conteúdo aqui para tanto, mas peço, encarecidamente o seu voto. Em época de eleição, quando tanta palhaçada é veiculada em horário eleitoral gratuito, e três ou quatro propostas sérias seguem no bolo, venho até vocês dizer: eu podia estar roubando, eu podia estar escondendo dolares na cueca, mas quero apenas que votem em mim e ajudem uma menina com cabeça nas nuvens a realizar seu maior sonho. Eu acredito que tenho vocação para isso, só preciso de um empurrãzinho... Me ajudem? 

Vocês podem:

1-  Votar, neste link, quantas vezes quiserem;
2- Postar o selo em seus blogs (código disponível na sidebar. É só copiar, abrir um gadget HTML e colar. 
3- Divulgar para os amigos.

Prometo coisas muito gostosas na noite de autógrafos, tá bem? E um sorriso como jamais se viu em meu rosto!

Beijos a todos,
Tati.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amor ao silêncio

Este texto está escrito há bastante tempo. Comecei a atualizar as datas, mas o descaracterizaria demais, então, apenas explico aqui e mantenho-o como estava. Acho que foi escrito em abril ou maio... nem sei... mas ele traduz tão bem meu estado de espírito (menos a enxaqueca, que Gracias, não me acompanha hoje):
No centro onde trabalhávamos havia uma frase em um mural: "Se suas palavras não forem mais bonitas que o silêncio, prefira o silêncio". Achava-a maravilhosa. E olha que sou uma tagarela! Mas sou uma tagarela em reabilitação, tentando silenciar não apenas a boca, principalmente a mente.

Hoje é domingo e fiquei em casa por que acordei com enxaqueca (aliás, estou em crise desde sexta-feira). Marido e filhote foram curtir o dia na casa da sogra e eu fiquei. Não pense que me dei bem, longe disso! Adoro a casa da minha sogra. Ela nos recebe muito bem, é muito carinhosa, e como a família é grande, a reunião de cunhados e sobrinhos é sempre uma festa. Hoje perdi de curtir um momento gostoso em família.

Fiquei em busca de silêncio e tranquilidade, mas em pleno domingo algum vizinho sentiu-se no direito de escolher a trilha sonora do quarteirão. Então, com o pouco de capacidade que resta a alguém com dor de cabeça e no meio de uma boate arbitrária, fiquei pensando no medo que as pessoas tem do silêncio.

Por que temos tanto medo de silenciar? Por que, quando estamos entre amigos, há a necessidade de emitirmos palavras o tempo inteiro? Com quantos amigos somos capazes de nos sentar em silêncio e ainda assim estar em sintonia?

Se estamos em casa sozinhos ligamos a TV ou o rádio, nem que seja apenas para "fazer barulho". O silêncio está relacionado à solidão? Sei que não existe solidão maior do que aquela que sentimos em meio à multidão.

Será que o medo maior é da nossa consciência? Não aquela consciência clássica, juíza do certo e errado, mas a consciência pura e simples: nossa capacidade de estar consciente da realidade? É este o momento em que as grandes questões nos invadem? As temíveis questões: "O que você está fazendo da sua vida?" "Você é feliz?" "Por que está aqui?" "Qual seu compromisso com a vida?"

Estar em silêncio nos permite um íntimo contato com quem somos de verdade. E isso é assustador! Neste estado somos capazes de enxergar aquilo que ocultamos de diversas formas. Temos medo do ruim em nós, de enfrentar nossas falhas, com isso perdemos de nos conhecer um pouco mais. 

Vivi momentos inesquecíveis, sem que uma unica palavra fosse emitida. Para certos momentos, qualquer palavra é menor. Não há palavras capazes de traduzir determinadas emoções e situações. Um abraço, um encostar nos ombros. Olhos nos olhos sob as estrelas... Que palavra pode ser dita?

Eu também tenho medo do meu silêncio, e de qualquer silêncio. Amo momentos assim, mas ligo, no mínimo, o computador. Preciso de companhia. Neste período que tenho trabalhado muito de casa e passo o dia inteirinho sozinha... Tem horas que dá angústia. Achava que adoraria esta situação. Sempre quis um pouco mais de solidão. Adoro estar comigo mesma, mas nesta fase estou assim tempo demais, e sinto falta do compartilhar. Os dias ficam longos demais. Não há interação, troca. A energia fica estagnada, e água parada, apodrece. 

Sem silêncio e solidão a escrita não acontece (pelo menos para mim). Só que solidão demais começa a me deprimir em algum ponto. Eu vou fechando a concha de tal forma que chega uma hora, mesmo que eu queira, não consigo abrir. Acho que é o que está acontecendo agora. Tenho ficado tempo demais só, comigo mesma. Gosto da companhia, mas sinto falta dos demais, do convívio, e quando tenho a oportunidade... esqueci como interagir. Fico quieta, distante. Não gosto quando estou assim. E sei que é hora de retornar à superfície. 

Este texto estava guardado nos rascunhos e o encontrei agora, numa semana que começo com muito a dizer, mas com conchas cerradas, o esforço para abri-la é intenso, não só por que eu acho que preciso, mas por que quero! Quero estar com as pessoas, participar do mundo. Solidão e silêncio são bons, mas quando são voluntários. Neste momento já não é mais assim para mim. Nestas horas penso em Cecília Meireles, não me comparando à sua escrita, entendam bem, mas à sua solidão profunda, e sei que não quero chegar tão longe. Os textos podem ser ótimos e inspiradores, podem traduzir nossa alma, mas este mergulho em apnéia é doloroso demais. Acho que não estou disposta a arriscar. Tenho muito a perder!

Um grande beijo,
Tati.