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sábado, 4 de setembro de 2010

Madura? Eu?!

Amigos,
Despedida dos meus óculos quebrados
A postagem da felicidade foi um sucesso, e me deixou muito feliz. Amo ler cada comentário, sentir o carinho que chega bem juntinho... É mágico.
Aventura muito radical
na casa de festas infantil

O que achei engraçado desta vez, engraçado mesmo, de fazer rir, foi a associação do meu texto com maturidade. Em muitos comentários isso foi levantado. A Tati, do Vida Bicultural, chegou a ficar em dúvida sobre a minha idade... heheh

Estou perto dos 35, falta pouco mais de um mês para isso. Ainda não me sinto balsaquiana. Aliás, dizem que a mulher de 40 é a nova mulher de 30, né? Então sou a nova mulher de 20! E se querem saber, tenho um jeito de menina de 15 muitas vezes, e gosto de brincadeiras de menina de 10!!!
Óculos fundo de copo

Não fui a única a rir ao ser associada a uma mulher madura. Marido riu junto. Por que quem convive um pouquinho que seja comigo sabe que eu sou uma moleca, brincalhona, fanfarrona... Pois é, mais uma imagem pessoal destruída... 

Escorregando no papelão

Eu gostei, claro que gostei! Fiquei com vontade de usar óculos, andar de salto agulha, tailleur estilo channel, batom vermelho na boca... mas quer saber? Me dá vontade de rir só de me imaginar assim... Acho que me sentiria uma criança experimentando as roupas da mãe... 

Careteando com meu primo,
tão ou mais bobo do que eu!
Talvez minhas palavras pareçam maduras, meu jeito de expressá-las. Como sempre gostei de ler e na casa dos meus pais tinha acesso a um acervo diversificado, cedo li clássicos. Aos 12 já tinha lido Victor Hugo, em seu "Os miseráveis", sem fazer ideia de quem era o autor. Gostei da capa, gostei da narrativa. Fui em frente. Assim também li Casa de bonecas, do Ibsen, sem entender bem onde estavam as bonecas... heheh Li o estrangeiro aos 15, mesma época em que li Servidão humana, livro que estou relendo neste momento. Eu tinha me esquecido que havia lido. Só ao iniciar a leitura fui recordando passagens, e Philip retornou à minha mente. Tenho hoje uma apreciação muito diferente da história. Será que ter lido, tão nova, tantos livros, fez com que me entendessem madura? Sei lá. Achei divertido.

Enfeitadinha na festa da Agatha
Sou sim, muito questionadora E isso faço desde criança, como uma de minhas brincadeiras favoritas. O Bê tem este mesmo traço. Acho maravilhoso! Sei também que o fato de gostar de brincar nada tem a ver com ser ou não madura. O que achei mais engraçado é que nunca imaginei esta palavra associada a mim. Foi a primeira vez. Será que já estou virando uma mocinha? kkkkkkkk

Batman e família
Eu gosto mesmo é de aproveitar as festas infantis e me jogar: na piscina de bolinhas, na cama elástica e em qualquer brinquedo que adulto possa entrar (eu não tenho peso e altura da vontade que eu tenho... snif...), adoro fazer bagunça com meus primos, inventar caretas, palhaçadas, dar gargalhadas altas, usar fantasias, mesmo quando não é carnaval... E vou entregar o jogo. Tem gente aqui em casa rindo de mim, mas quer saber? Marido não fica nada atrás. E, a título de não me deixar pagar mico sozinha, embarca nas minhas invenções malucas. Pior, tem vezes que eu é que embarco nas maluquices dele. 

A gente só entrou para cuidar das
crianças! kkkkkkk
Algumas vezes, a palhaçada é tanta que Bê fica do sofá, sacudindo a cabeça, como que a dizer: "Estes meus pais não crescem..." E nem mesmo participa do momento-dãããã. Um casal de amigos nos chama de família chocolate, por causa daquela família de cantores que SÓ cantava "é de chocolate", e olha que nós nem cantamos... heheheh

Queria agradecer o carinho e mostrar que na verdade, se me encontrarem algum dia, verão uma menina bagunceira e sonhadora. Esta Tati madura acho que fica apenas impressa em folhas de papel!

Quanto mais eu procurava nas minhas fotos, mais e mais cenas eu encontrava. Vi me ajudou a escolher algumas. Foi difícil escolher só algumas. Não quero ninguém pedindo desculpas por ter me chamado de madura, hein! Eu a-do-rei!!!!! Só não consigo me inserir no termo! E quem convive comigo acho que pensará o mesmo: sou pirracenta, boba, palhaça, mimada, brincalhona... uma criançona! Pelo menos é assim que me vejo!
Beijos a todos,
Tati.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Para que lado eu vou?







Hoje minha vida me lembrou este livro...


Feijão e o Sonho é um romance do escritor brasileiro Origenes Lessa. Conta a história de Campos Lara, um poeta pobre e sonhador (como todo poeta). Ele não é nada prático, o que traz muito sofrimento à sua esposa, Maria Rosa, que precisa trabalhar muito para lidar com as despesas da casa. No final do livro o casal sonha com o futuro de seu filho. A mãe deseja para o filho uma profissão estável: engenheiro, advogado. O filho parece com o pai, quer ser poeta! "E isso o enche de orgulho, esquecendo todo o drama e o sofrimento que palmilhou durante toda uma existência, exatamente por dedicar-se à poesia, uma atividade sem qualquer compensação financeira, num país de analfabetos."  (Wikipedia).

Por que falo nisso agora? Eu vivo este momento liiiiindo. E nesta fase estou numa bifurcação. Há um caminho com campos de feijão, para serem cultivados, colhidos e servidos no prato, e há um caminho repleto de flores para serem admiradas. Eu prefiro o caminho das flores, só que chegará a hora do jantar, e flores, à exceção das capuchinhas, não se comem. E mesmo estas, não enchem barriga... 



Eu posso vender flores, e com isso comprar feijão. E foi sobre isso que a Meru Sami falou na sua postagem de Auto estima, ela hoje vende flores!

Pais não gostam desta vida insegura. Pais gostam de filhos com estabilidade financeira. Por que assim, podem descansar em paz. Foi desta forma, que recebi este e-mail:

Tati

(...)

Estude e se dedique pois seu futuro está aqui.
Ser escritor, no Brasil, é passa-tempo, é hobby.
O único escritor que se mantém com os direitos autorais é o Paulo Coelho, mais ninguém. E, olha que temos bons escritores que vendem bem.
Corra atrás do sonho mas viva com os pés no chão. Sem dinheiro para comprar o feijão, teu filho fica com fome. Esta é a realidade. Não abandone o sonho mas, esteja atenta aos chamados da vida adulta, viver de sonho é bonito quando se tem lastro para sustentar.
Ser pai, às vezes, é chato mas necessário.
Forte abraço.
Estude para o concurso, Deus te favoreceu com esta brilhante cabecinha, vez por outra complicada... rsrsrs
Que o Grande Arquiteto do Universo te ilumine e guarde.
Pereira:.

Este é o meu pai. Um pai sempre presente e que estabeleceu cotas de votos por dia. Está se dedicando, por que sabe que isso me fará feliz. Também teme por meu futuro, por que no nosso país, ganha dinheiro o jogador de futebol, a mulher-qualquer-fruta, que mostra tudo, não esconde nada, só o cérebro, o político corrupto (pleonasmo?), e os funcionários públicos. E de carona com estes últimos, os cursinhos preparatórios para concursos!

Eu quero outro caminho, eu não nego que tenho um pouco de medo dele. Fugi dele a vida inteira, por medo de não ter feijão na mesa. Li este livro adolescente, acho que de propósito nos dão. Para desencorajar mesmo... Ou será que não? Por que Campos Lara pode ter passado por todo aquele sofrimento, ou ter incutido tanto sofrimento à família, que não foi tanto assim, mas seu filho escolhe o mesmo caminho! Se melhor era ser como a mãe, por que o filho não decidiu ser operário?

Eu nem sei bem o que estou escrevendo hoje aqui. Eu sei que meu pai está certo, e o diz por amor, também sei que lutar por nossos sonhos é preciso. E que chegou a um ponto que está difícil conciliar, não apenas o tempo, mas minha condição. Quando estou escrevendo, sonhando, meu lado pé no chão tira férias, e vice versa

Outro dia, assim que saiu o edital, o Vi sentou comigo na cama e me perguntou: "É isso mesmo que você quer? Por que eu vejo outro caminho para você. Te vejo mais feliz escrevendo." E eu o amei ainda mais neste dia. E tive certeza que tenho um marido que me ama não pela aparência, pelo vestido ou pelos sapatos trocados, mas por quem eu sou em essência. Ele me enxerga! O Vi também está certo. Eu sou muuuuito mais feliz escrevendo. É algo que faço sem esforço, sem dor, sem pesar, o dia inteiro, a vida inteira. 

E aí me lembro de uma frase atribuída a Buda: "Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele."

Agora eu pergunto: Qual o meu trabalho? Que caminho eu sigo? Queria que alguns escritores, que vivem disso, passassem por aqui e me dissessem: fica tranquila, é possível viver de livro no Brasil. Eu não sei se eles existem. Se existem, não frequentam meu blog. Frequentam? Então esta pergunta é retórica, não terei respostas externas. As respostas precisam vir de dentro.

Quer saber o que descobri sobre mim? Eu quero viver de escrever! Eu tenho filho para sustentar. Eu preciso de flores, para me sentir feliz. Eu preciso de feijão, para alimentar minha família. Eu não sei que caminho seguir... O que eu quero ou o que eu devo? Por que sempre optamos pelo que devemos e não pelo que queremos? Em que momento estes caminhos se juntam? É possível não nos frustrarmos sendo só responsáveis e não sonhadores? Então por que sou assim, tão sonhadora? Para que servem tantos devaneios e ideias se não posso segui-los a ponto de me sentir plena?

Neste momento, com aval do marido, tendo muito em direção ao sonho, e voto, voto, voto. Meu pai me chama à realidade... Vou ver, buscar uma forma de conciliá-los. HELP-MEEEE!!! 

Sinto que hoje o dia será duro. Lá estão as Tatis em intenso conflito... Não falei que era assim?

Publico este texto temerosa. É mais forte do que eu, neste momento. Não sei como será interpretado...

Beijos a todos,
Tati.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O amor por quem eu sou

Este texto é parte da Blogagem Coletiva proposta pela Glorinha, do Café com Bolo
Prato do dia: Auto-estima/ Amor próprio

Quem sou eu?

Lembro da primeira vez que me deparei com esta pergunta, assim, à queima roupa, quando me inscrevi no orkut. Como assim? É possível responder "quem se é?"

Eu estava grávida, numa fase em que tudo são incertezas. Hoje entendo quando amigas grávidas ou recém mães definem-se como "a mãe do fulano". Chega uma hora que não sabemos mais mesmo... Tudo é tão diferente. Sonhos mudam, ideias então, nem se fala. As prioridades são outras... É um novo eu emergindo, menos eu do que o anterior, por que o outro ser torna-se maior que o EU.

Via meus amigos entrando no orkut, definindo todos aqueles campos, com suas preferências de filme, comida, atividades, paixões... O que gosta nisso e naquilo? E pior, as comunidades. Pessoas cheias de preferências, de comunidades do tipo amo, adoro, odeio, faço... E eu? Quem era eu naquele momento? 

Entendam a fase: Eu era uma veterinária em crise profissional, que tinha acabado de pedir demissão e fui fazer curso de editoração eletrônica. Estagiava numa produtora de vídeo, onde meu chefe me colocou no atendimento... e grávida! 

E esta não foi minha primeira grande crise não. Nesta eu já estava escolada. A primeira foi na época em que eu me formava. Já se vão mais de 10 anos... Até aquele momento eu era cheia de mim, cheia de certezas e convicções. Se me perguntassem quem eu era eu diria: Uma veterinária muito bonita, com muitos amigos, um futuro profissional brilhante pela frente e um namorado que me amava muito. Tudo muito, tudo ótimo, tudo estável e agradável. Vida fácil e boa. Ainda nem tinha me formado e o dono da empresa onde eu estagiava me ofereceu emprego. Eu pedi que ele aguardasse dois meses, o que faltava para eu me formar, e então assumiria o cargo. Estava radiante, achando que eu já colheria TUDO o que tinha semeado... Eu não sabia nada sobre semeadura... hehehe

Então de repente, o namoro acabou e meu ex começou a namorar outra na própria faculdade (acho que mesmo antes da gente terminar); a proposta de emprego desapareceu, por que formada eu ganharia mais do que como estagiária. Nesta crise toda eu tive um distúrbio hormonal e fiquei gordinha e cheia de espinhas. As espinhas que não tive na adolescência, chegaram aos 25 anos. 

Eu não suportava me olhar no espelho. Minhas roupas não cabiam em mim. Meu pai me cobrava emprego, já que tinha me formado. Minhas amigas, a maior parte delas ainda não tinha se formado, saíam e eu não podia mais acompanhar. Algumas vezes elas decidiam me bancar, para que eu pudesse ir. Hoje consigo me sentir querida pelo gesto, na época, sentia-me péssima, eu não tinha como retribuir na outra semana ou no outro mês... 

Acabei optando por ficar em casa. Os primeiros finais de semana foram péssimos. Eu estava impedida de sair. Aos poucos fui aprendendo a aproveitar minha companhia. Ficava no meu quarto, ouvia música, lia e escrevia. Descobri novas faces em mim, e gostei! 

Gostei da minha escrita, das minhas reflexões. Nesta fase busquei o Centro Espírita, onde conheci o Vi. Me amei naquele trabalho, fiz novos amigos, que me achavam doce, suave. E amei esta nova Tati. Ainda gordinha, ainda com espinhas... Fui me tratando.

Trabalhei com coisas que não gostava muito. Até vendedora de produtos veterinários eu fui, representando laboratórios. Nesta função descobri outras coisas boas em mim, outras características desconhecidas. E também muitos dos meus defeitos apareceram, fui aprendendo a lidar com eles...

Fui percebendo que quanto mais faces e talentos descobrimos que temos, melhor lidamos com as fases de transição, de mudança. Por que há em que se identificar. Quando somos rígidos demais, focados demais, do tipo: "Sou uma pessoa que..." a chance de frustração, de deprimir, de arriar, são maiores. A vida não é estável, é mudança. E temos que ser cíclicos e mutáveis.


Demorei a chegar nesta definição:




Esta foto faz parte de um presente
que o Vi fez para mim. E amo!
 "Venho tentando responder esta pergunta há muito tempo. Às vezes sou calma e tranquila, muitas vezes uma tempestade! Sou alegre e animada, em certos momentos tensa, ansiosa, deprimida... busco respostas às minhas questões, e nisso sou incansável. A cada dia uma nova Tati emerge em mim, e quanto mais Tatis eu me torno, mais eu gosto de ser quem sou!"

E quando descobrimos, e aceitamos nossas novas faces, fica mais fácil se amar. Com qualidades e defeitos. Como posso ter certeza? Não posso. Sei que nesta nova guinada, a transição está sendo menos sofrida. É só a experiência de uma menina, que sonha e busca se conhecer.


Ainda quero chegar ao proposto por Renato Russo: "provar para todo mundo, que eu não precisava provar nada para ninguém". Estou bem longe ainda. Desde que soube que este era o tema da blogagem desta semana, não parei de cantar esta música. A letra fala muito sobre auto-estima e amor próprio. Quer ver? Por que a auto estima e o amor próprio passam, invariavelmente, pelo auto conhecimento (pelo menos para mim!)



Beijos a todos,
Tati.



sábado, 14 de agosto de 2010

Os bastidores da lembrança


Quando estava montando a postagem da Quem me quer - Quem eu quis - fui ao google imagens procurar fotos da boneca. Consegui encontrar tanto a minha quanto a da minha irmã. Sim, a história é baseada em fatos reais! hehehe
  

Nas buscas acabei parando no Mercado Livre, onde descobri uma infinidade de bonecas Quem me quer, e outras tantas, sendo vendidas. Uma Quem me quer chega a custar R$ 350,00. Achou caro? Eu daria, se tivesse!! Olhando as fotos senti uma vontade tãããão forte de abraçar a minha de novo... senti até o cheirinho dela, acreditam? A textura da pele... Ai... que saudade da minha boneca favorita, gente!! hehehe

Mas nem era isso que eu queria falar não... É que na busca, quando vi estas bonecas à venda, vi que muitas ainda estavam nas caixas, algumas lacradas!! Como assim? Aí lembrei da tristeza do Pete Fedido, lembram dele? Do Toy Story 2? E sua frustração por ter sobrado, por nunca ter sido tirado da caixa... A gente repete esta frase à exaustão aqui em casa (filme preferido da família, diga-se de passagem): "Nuuunca foi abertaa..."

E aí fiquei com uma peninha delas... Daquelas bonecas que foram produzidas para serem abraçadas, queridas... para fazerem parte das histórias e lembranças de uma criança e... não foram abertas, para não estragar...

Lembrei também de umas amiguinhas de infância, que moravam na casa em frente ao nosso prédio: Márcia e Renata. Elas tinham um husky siberiano liindo, o Micha, e tinham também tantos, mas tanto brinquedos... Uma vez, brincando na casa delas, a mãe abriu um armário e havia uma infinidade de bonecas nas caixas, numa prateleira que a gente não alcançava. Acho que ela guardava para dar de presente em aniversários, sei lá. Na época não me questionei. Só registrei a imagem por que era uma visão do paraíso! Imagine o cheirinho de todas aquelas bonecas novinhas... Cabelos sedosos... Roupas que farfalhariam... Brincadeiras virgens por acontecer... Será que são estas bonecas, aquelas fadadas a morar no fundo do armário durante a infância das meninas da casa, as que vemos hoje expostas no Mercado Livre? 

E se pensassem, o que sentiriam estas bonecas? Seriam felizes por estarem ainda montadas, todas trabalhadas no estilo "não saí da caixa"? Ou estariam tristes por não terem vivido?

As nossas bonecas não sobreviveram a nós. Não tenho nenhuma para contar a história. A última, uma Susi com calça cigarrete de tecido brilhoso e casaco de pele, foi destruída por uma boxer louca que tivemos, a Chalaninha. As demais, acabaram-se em brincadeiras. Não acho ruim. Não faço questão que os brinquedos do Bê sobrevivam à passagem do tempo. Se eles resistirem às brincadeiras, ótimo, desde que as brincadeiras sejam seu porto, e não a conservação.

Minha mãe conseguiu que uma de suas bonecas resistisse ao tempo, era linda! Eu e minha irmã, duas traças de brinquedos, destruímos a coitada. Não precisamos chegar a este ponto, né? É possível um uso cuidadoso,  desde que um USO. Sei lá, é minha visão para os brinquedos. Não todos, é claro! Há aqueles que são produzidos para colecionadores. Sua energia é diferente. Eles são mais esnobes. Na verdade, se olharmos em seus olhos perceberemos que nem mesmo gostam de crianças... Eles torcem o nariz quando elas chegam perto... Não sou muito fã deles não... Uns metidos!

Lembrei também do aniversário de 1 ano do Bê. Dentre tantos e tantos presentes lindos, em suas caixas e laços de fita, um chegou numa bolsinha despretensiosa. Minha querida amiga Lilith, um daqueles tesouros que papai do céu me deu, levou um presente de loja, embrulhado como os demais, e também esta bolsinha, com "Os 7 atchins". Sabe quem eram? Os 7 anões, de borracha. Qual seu valor? Foram dela, quando criança, e ela os quis passar para meu filho. E se você acha que esta história já era encantadora aqui, não sabe o desfecho. Estes atchins tornaram-se o brinquedo favorito do Bê. Até hoje estão aqui em casa. De tempos em tempo damos uma geral nos brinquedos e separamos os que não são mais usados para doar. Quando chegamos nos atchins, ele os segura por um tempo, pensa... e diz, um tanto contrariado: "Tá beeem, mãe. Pode dar"... Na sequência, disfarça e os pega de volta! Agora já nem os incluo mais neste grupo de possíveis doações. Serão guardados, tal qual Woody, Buzz e Jessie. Quem sabe serão ainda os favoritos dos meus netos? Ou retornarão aos filhos da Lilith, quando estes forem encomendados? Isso ainda não sei... Sei que estes podem se dizer brinquedos felizes. Fazem parte de um ciclo de amor. 

Será que 1.425.569 vezes assistindo à série Toy Story me afetou? Pode ser. O mais provável é que ter este filme como predileto, dentre as animações maravilhosas que temos por aí, venha de uma grande identificação com brinquedos e brincadeiras. Tenho um arquivo maravilhoso em meu baú da memória para contar a vocês, só que aos poucos, tem que ter paciência com tantas e tantas histórias. 

Me aguardem!

Beijos a todos,
Tati.

P.S.: Só para esclarecer: Existiam duas coleções de bonecas, ambas da estrela, uma a Bem me quer e outra, a Quem me quer. A minha era a Quem me quer, são as bonecas das fotos acima e do post anterior (a última, de cabelo arrepiado, não. É uma imitação, é que foi a única que encontrei descabelada... A Bem me quer é a boneca da foto ao lado. Pronto, acharam que eu tenho boa memória? Precisa ver a do Google!! Mais beijos.